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Análise da viabilidade econômica e financeira para investimento em uma propriedade agrícola

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ALINE THIELKE

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA PARA

INVESTIMENTO EM UMA PROPRIEDADE AGRÍCOLA

IJUÍ (RS)

(2)

ALINE THIELKE

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA PARA

INVESTIMENTO EM UMA PROPRIEDADE AGRÍCOLA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no curso de Ciências Contábeis da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUI, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Professora Orientadora: Stela Maris Enderli

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me dar a oportunidade de alcançar mais este objetivo em minha vida. Por me proteger e abençoar todos os dias, iluminando meu caminho.

Aos meus pais Alseno e Glaci, por todo carinho, compreensão, incentivo e apoio. E também por toda ajuda nos momentos em que precisei.

Ao meu esposo Mauro, pelo apoio e compreensão nos momentos difíceis. Por estar sempre ao meu lado, me incentivando e dando força sempre que necessário.

Ao meu irmão Maiquel pelo companheirismo e carinho.

A minha avó Carolina, por me ensinar que é possível ser forte apesar de todas as dificuldades que encontramos em nosso caminho, por ser um exemplo de vida e de superação. As minhas colegas e amigas, por todos os momentos que passamos juntas, pela compreensão e ajuda.

A todos os professores por todo conhecimento compartilhado, em especial a professora Stela pelo apoio, disposição e incentivo na orientação deste trabalho.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Estrutura da DRE ... 24

Quadro 2 – Estrutura do Fluxo de Caixa ... 30

Quadro 3 – Estimativa de Investimentos ... 45

Quadro 4 – Estimativa da área de produção ... 47

Quadro 5 – Estimativa de colheita dos produtos ... 48

Quadro 6 – Estimativa das Receitas ... 49

Quadro 7 – Estimativa da taxa de inflação ... 50

Quadro 8 – Estimativa dos custos de produção por há ... 51

Quadro 9 – Estimativa dos custos de produção totais ... 51

Quadro 10 – Estimativa geral dos custos ... 52

Quadro 11 – Estimativa dos custos com pessoal ... 53

Quadro 12 – Estimativa das despesas ... 54

Quadro 13 – Estimativa das despesas de arrendamento ... 55

Quadro 14 – Estimativa das despesas de depreciação ... 56

Quadro 15 – Estimativa de despesas com pro labore ... 57

Quadro 16 – Estimativa de despesas financeiras ... 57

Quadro 17 – Demonstração de resultado do exercício ... 61

Quadro 18 – Índice de rentabilidade... 62

Quadro 19 – Índice de lucratividade... 63

Quadro 20 – Fluxo de caixa ... 65

Quadro 21 – Taxa interna de retorno ... 66

Quadro 22 – Valor presente líquido ... 67

Quadro 23 – Payback simples ... 67

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fórmula para cálculo do retorno sobre o AT ... 26

Figura 2 – Fórmula para cálculo do retorno sobre o PL ... 26

Figura 3 – Fórmula para cálculo da margem líquida ... 26

Figura 4 – Fórmula para cálculo do retorno sobre o ativo... 26

Figura 5 – Fórmula para cálculo do índice de lucratividade ... 27

Figura 6 – Diagrama do fluxo de caixa ... 29

Figura 7 – Fórmula para cálculo da TIR... 32

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

A – Ativo

AC – Ativo Circulante AT – Ativo Total

BP – Balanço Patrimonial

CFC – Conselho Federal de Contabilidade CRC – Conselho Regional de Contabilidade DRE – Demonstração do Resultado do Exercício FC – Fluxo de Caixa

FV – Future Value (Valor Futuro) IL – Índice de Lucratividade IR – Índices de Rentabilidade

IRR – Internal Rate of Return (Taxa Interna de Retorno) NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade

NPV – Net Present Value (Valor Presente Líquido) P – Passivo

PC – Passivo Circulante PL – Patrimônio Líquido

PMT – Periodic Payment Amount (valor do pagamento periódico) PV – Present Value (Valor Presente)

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas TIR – Taxa Interna de Retorno

TMA – Taxa Mínima de Atratividade VPL – Valor Presente Líquido

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SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS ... 3

LISTA DE FIGURAS ... 4

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ... 5

RESUMO ... 8

INTRODUÇÃO ... 9

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 11

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA ... 11

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 11

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DA TEMÁTICA EM ESTUDO ... 11

1.4 OBJETIVOS ... 12 1.4.1 Objetivo geral ... 12 1.4.2 Objetivos específicos ... 13 1.5 JUSTIFICATIVA ... 13 2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 15 2.1 RAMO DE ATIVIDADE ... 15 2.2 CONTABILIDADE... 17 2.3 CONTABILIDADE GERENCIAL ... 18 2.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE ... 20 2.4.1 Investimentos ... 20

2.4.2 Receitas, despesas e custos ... 21

2.5 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ... 23

2.5.1 Análise de Viabilidade Econômica... 23

2.5.1.1 Demonstração de resultado do exercício – DRE ... 23

2.5.1.2 Índices de rentabilidade – IR ... 25

2.5.1.3 Índice de lucratividade – IL ... 27

2.5.2 Análise de viabilidade Financeira... 28

2.5.2.1 Fluxo de caixa ... 28

2.5.2.2 Taxa Interna de Retorno - TIR ... 31

2.5.2.3 Taxa mínima de atratividade - TMA ... 32

2.5.2.4 Valor presente líquido – VPL ... 33

2.5.2.5 Período de payback ... 35

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3.1 CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO ... 37

3.1.1 Quanto à natureza ... 37

3.1.2 Quanto aos objetivos ... 38

3.1.3 Quanto a forma de Abordagem do Problema ... 38

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 39

3.2 PLANO DE COLETA DOS DADOS ... 40

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados ... 41

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 41

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS (ESTUDO DE CASO) ... 43

4.1 RAMO DE ATIVIDADE ... 43

4.2 INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS ... 44

4.3 RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS ... 46

4.3.1 Receitas ... 46

4.3.2 Custos ... 50

4.3.3 Despesas ... 54

4.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE ... 59

4.4.1 Análise da Viabilidade Econômica... 59

4.4.1.1 Demonstração de resultado do exercício – DRE ... 60

4.4.1.2 Índice de rentabilidade – IR ... 62

4.4.1.3 Índice de lucratividade – IL ... 63

4.4.2 Análise da Viabilidade Financeira ... 64

4.4.2.1 Fluxo de caixa ... 64

4.4.2.2 Taxa interna de retorno – TIR ... 65

4.4.2.3 Taxa mínima de atratividade – TMA ... 66

4.4.2.4 Valor presente líquido – VPL ... 66

4.4.2.5 Período de payback ... 67

CONCLUSÃO ... 69

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RESUMO

Este trabalho tem como finalidade realizar a análise de viabilidade econômica e financeira para investimento em uma propriedade agrícola. Considerando que estes métodos têm como objetivo avaliar os resultados econômicos gerados pela empresa nos períodos, e também de verificar se a empresa é capaz de gerar recursos financeiros (caixa) e se estes recursos serão suficientes para trazer o retorno desejado.

Este estudo classifica-se como pesquisa aplicada, descritiva e qualitativa. Tendo como base dados pesquisados ao longo do estudo, e também informações levantadas a partir de entrevistas.

Com base nestes dados foram realizados cálculos e estimativas, assim como a atualização destes valores pela taxa de inflação a partir do segundo período. Posteriormente foram utilizados os principais métodos de análise de viabilidade encontrados. Desta forma, foram utilizadas planilhas e quadros para a realização do estudo de caso, possibilitando a interpretação e análise dos resultados gerados.

Sendo assim, foi realizada a análise de viabilidade econômica através da elaboração da demonstração de resultado do exercício e dos cálculos do índice de rentabilidade e de lucratividade. E em sequencia foi realizada a analise de viabilidade financeira, através dos métodos fluxo de caixa, taxa interna de retorno, taxa mínima de atratividade, valor presente líquido e período de payback. E dessa forma, por meio da análise realizada gerou-se informações ao investidor, demonstrando que o projeto é viável, que serão de grande utilidade no processo decisório.

PALAVRAS CHAVES: Contabilidade, Contabilidade Gerencial, Investimento, Análise de Viabilidade Econômica, Análise de Viabilidade Financeira.

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INTRODUÇÃO

Ao realizar um investimento é comum ao investidor ter certa dúvida em relação ao sucesso ou não desse empreendimento. Considerando que geralmente este investimento consiste em valores vultosos de capital, cujo retorno nem sempre vem nos prazos inicialmente esperados.

Desta forma, é importante que o empresário tenha conhecimento pleno do setor em que esta investindo, de modo que esteja preparado para as possíveis dificuldades que possam surgir. Neste ponto, é que entra a capacidade e o conhecimento do profissional contábil, que aliado à administração das entidades, pode fazer toda a diferença através das informações contábeis fornecidas ao seu cliente.

Para fins desse estudo foi abordado sobre um ramo específico dentro da contabilidade, que é a contabilidade gerencial. A qual tem como principal finalidade, justamente gerar informações necessárias no processo decisório das entidades.

Neste sentido foi realizada a análise de viabilidade econômica e financeira para investimento em uma propriedade agrícola. Com o intuito de verificar se este projeto tem o potencial desejado, e se possibilitará os retornos desejados nos prazos propostos.

No capítulo um é apresentada a contextualização do estudo, que detalha a área do conhecimento contemplada e caracteriza a organização estudada. E trata ainda da problematização da temática em estudo, dos objetivos (geral e específicos) e a justificativa.

No segundo capítulo é abordado todo o referencial teórico do trabalho. Sendo primeiramente detalhados os assuntos: ramo de atividade, contabilidade e contabilidade gerencial, análise de viabilidade, investimentos, receitas, despesas e custos. Em seguida são tratadas as metodologias de análise de viabilidade. A análise da viabilidade econômica, através da demonstração de resultado do exercício, e dos índices de rentabilidade e de lucratividade. E a análise de viabilidade financeira, através do fluxo de caixa, da taxa interna de retorno, da taxa mínima de atratividade, do valor presente líquido e do período de payback. Já no terceiro capítulo que trata da metodologia do estudo, é realizada a classificação do estudo: quanto a natureza, aos objetivos, a forma de abordagem do problema e aos procedimentos técnicos. Detalhando ainda sobre o plano de coleta de dados e seus instrumentos, o plano de análise e interpretação dos dados, o plano da estrutura do Trabalho de Conclusão de Curso (sumário provisório) e por fim o cronograma de atividades.

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E por fim, no quarto capítulo tem-se a análise dos resultados ou estudo de caso, sendo inicialmente abordado sobre o ramo de atividade do estudo, suas particularidades e características. Em sequência são apresentados os investimentos iniciais necessários no projeto, assim como a estimativa de receitas, custos e despesas dos períodos. E a partir destes dados é apresentada a análise de viabilidade do projeto, iniciando com a análise de viabilidade econômica, a partir da demonstração de resultado do exercício, do índice de rentabilidade e o índice de lucratividade, e por fim a análise de viabilidade financeira através do fluxo de caixa, da taxa interna de retorno, da taxa mínima de atratividade, do valor presente líquido e dos métodos de payback.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Neste capitulo apresenta-se a estrutura do projeto de Trabalho de Conclusão de Curso, envolvendo a contextualização do estudo, contemplando o tema que foi abordado. Iniciando primeiramente, com a descrição da área de conhecimento contemplada, seguida da caracterização da organização que foi estudada, da problematização do tema, dos objetivos geral e específicos e por fim da justificativa da escolha do tema.

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA

O Curso de Ciências Contábeis possui diversas disciplinas, as quais abordam diferentes áreas de atuação, sendo uma delas a contabilidade gerencial, a qual foi tema desse estudo. A contabilidade gerencial tem papel de grande importância, principalmente quando relacionada ao processo de tomada de decisão por parte dos usuários da contabilidade.

Dentro do campo da contabilidade gerencial, encontra-se o estudo da análise de viabilidade, ramo de atuação que foi abordado nessa pesquisa. A análise de viabilidade tem como objetivo verificar se os recursos aplicados em determinado projeto vão trazer o retorno desejado para o empreendedor. Desta forma o administrador pode se preparar para as eventuais dificuldades, obtendo assim mais chances de sucesso.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A organização projetada neste estudo é uma propriedade agrícola no município de Nova Guarita-MT, com foco no plantio de grãos em uma área arrendada de aproximadamente 500 hectares, nas cultivares de soja, milho e sorgo. A organização é composta inicialmente por uma pessoa física, atuando como administrador, e contará com o trabalho de mais dois colaboradores.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DA TEMÁTICA EM ESTUDO

A contabilidade gerencial tem como foco fornecer informações seguras aos investidores, reunindo diferentes dados em busca de respostas concretas. Iudícibus (1998) explica que a contabilidade gerencial consiste no estudo de técnicas e procedimentos

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contábeis já conhecidos e tratados em outras áreas da contabilidade, sendo que as informações são vistas sob outra perspectiva, com foco no processo administrativo das entidades.

Sendo assim, antes de iniciar qualquer empreendimento é de fundamental importância, levantar alguns dados, que possibilitem ao investidor ter um mínimo de segurança em relação à área em que seus recursos foram aplicados. Neste ponto é que entra a análise de viabilidade do negócio, a qual poderá determinar de forma mais segura as receitas, custos e despesas futuras, analisando quando foi possível ao empreendedor obter o retorno dos seus investimentos.

Conforme pesquisa divulgada no site do (SEBRAE, 2012) dentre empresas brasileiras 48% fecham as portas depois dos três primeiros anos de atividade. Dentre estas empresas a maior parte eram empresas de pequeno porte, já que as empresas maiores, com maior valor de capital imobilizado tendem a permanecer mais tempo no mercado. Estes dados revelam a necessidade de informação, a qual muitos dos administradores não possuem.

Em relação ao setor agrícola, sabe-se que através das novas tecnologias em produtos e maquinário, o cenário se torna cada vez mais favorável ao produtor rural. Por outro lado, o sucesso na produção de grãos, depende muito dos fatores naturais, entre estes, os aspectos meteorológicos e o controle de pragas. Como por exemplo, a falta de chuvas em alguns períodos cruciais do desenvolvimento das plantas, pode gerar uma redução significativa na quantidade de grãos colhida, diminuindo conseqüentemente a receita bruta auferida.

Neste contexto, questiona-se, é viável econômica e financeiramente realizar o investimento em uma propriedade agrícola no município de Nova Guarita - MT?

1.4 OBJETIVOS

Ao realizar determinado estudo, é necessário se ter em mente qual ponto se pretende alcançar com o mesmo, e de que forma isto pode ser realizado. Para tanto, tem-se neste estudo os objetivos do trabalho, os quais se dividem em objetivo geral e objetivos específicos.

1.4.1 Objetivo geral

Realizar a análise da viabilidade econômica e financeira do projeto para investimento em uma propriedade rural em Nova Guarita - MT.

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1.4.2 Objetivos específicos

- Revisar a base teórica na literatura dos conceitos e finalidades da viabilidade econômica e financeira;

- Realizar o levantamento de informações relativas ao mercado agrícola, como clientes, fornecedores, produtos, aspectos competitivos, política de recursos humanos, entre outros dados;

- Levantar os investimentos necessários à implantação do investimento;

- Projetar os custos, despesas operacionais e receitas para a atividade pretendida, por período; - Demonstrar se é viável econômica e financeiramente, a implantação do empreendimento pela aplicação das técnicas específicas de análise de viabilidade.

1.5 JUSTIFICATIVA

Dentre as diversas disciplinas e assuntos abordados durante o Curso de Ciências Contábeis, sempre existe aquela com a qual identifica-se de alguma forma. Neste caso foi a contabilidade gerencial, através da análise de viabilidade. A contabilidade gerencial é com certeza uma disciplina que chama a atenção. Principalmente para a pessoa que tiver em vista uma perspectiva um pouco diferente em relação ao curso. Pois a contabilidade gerencial gera e usa as informações a favor das empresas.

Em relação ao Curso de Ciências Contábeis, pode-se dizer que a contabilidade gerencial abre novos caminhos para os futuros contadores. Os quais dessa forma têm como opção, mais um ramo de atuação que pode ser seguido. Tendo o contador papel fundamental na empresa no processo decisório.

O que vem mostrar que algumas concepções na atualidade se encontram um pouco distorcidas. Pois na maioria dos casos os contadores trabalham para cumprir as exigências do fisco, perdendo desta forma a essência da aplicação da contabilidade, a qual tem como objeto de estudo o patrimônio das entidades e suas variações ao longo do tempo.

Desta forma, é importante mostrar para a sociedade em geral que o Curso de Ciências Contábeis é muito mais do que demonstrar dados. E que os profissionais da área de contábeis podem contribuir muito para o sucesso das empresas. Buscando desta forma a valorização do profissional, mudando a visão atual que o mercado tem desta profissão.

Já em relação ao proprietário da propriedade agrícola que se pretende investir, este estudo é de fundamental importância. Pois este tem de buscar junto a terceiros recursos

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financeiros, sob forma de empréstimo, para poder iniciar suas atividades. Sendo assim, todas as informações que este usuário tiver vão ser de grande importância. Pois neste caso, não podem existir desperdícios de recursos.

A contabilidade gerencial através da análise de viabilidade integra diversos conteúdos abordados ao longo do curso, que isolados são de grande importância, mas que em conjunto possibilitam aos usuários das informações, diversas possibilidades de projetar o futuro das organizações, possibilitando chegar a resultados o mais próximo possível da realidade. Reduzindo desta forma os prejuízos causados pelo fechando de algumas empresas antes mesmo de atingirem sua maturidade.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Nesse capítulo foi realizada a revisão teórica dos assuntos a serem abordados no estudo. Considerando que é de grande importância ter o conhecimento aprofundado dos temas propostos, possibilitando compreender conceitos, bem como finalidades e objetivos. Sendo assim, foi inicialmente abordado sobre o ramo de atividade, e a Ciência Contábil. Para em seguida trabalhar com a contabilidade gerencial e análise de viabilidade, possibilitando compreender os diferentes métodos existentes, bem como seus componentes e a importância de cada um no processo de pesquisa proposto.

2.1 RAMO DE ATIVIDADE

O ramo de atividade escolhido para fins deste estudo é a Agricultura. A qual consiste em um setor de grande importância para nossa economia, seja do ponto de vista regional ou nacional. A agricultura movimenta também outros setores, como a indústria e o comércio. E é responsável pelo crescimento e desenvolvimento de muitas localidades ao longo do vasto território nacional.

Para Zanluca (2014) a atividade rural a exploração das atividades agrícolas, pecuárias, a extração e a exploração vegetal e animal, a exploração da apicultura, avicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura (pesca artesanal de captura do pescado in natura) e outras de pequenos animais; Também é considerada atividade rural o cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização, consumo ou industrialização (Lei nº 9.430/96, art. 59).

Crepaldi (2011, p.1) conceitua a agricultura como sendo “toda a atividade de exploração da terra, seja ela o cultivo de lavouras e florestas ou a criação de animais, com vistas à obtenção de produtos que venham a satisfazer as necessidades humanas.” Essas necessidades são relacionadas principalmente a produção de alimentos, o que move a maior parte das atividades no setor.

Zanluca (2014) concorda com Crepaldi afirmando que a atividade rural consiste na exploração das atividades agrícolas, pecuárias, na extração e a exploração vegetal e animal, através da apicultura, avicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura e de outros pequenos animais. É considerada ainda atividade rural, o cultivo de florestas destinadas ao corte para comercialização, consumo ou industrialização.

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Crepaldi (2011) afirma ainda que os principais produtos de exportação são justamente oriundos da agricultura, que são o café, o açúcar e a soja. E que no processo de desenvolvimento, a agricultura tem como papel, produzir alimentos baratos e com qualidade, produzir matéria-prima para a indústria, trazer dinheiro para o país através da exportação e dar condições de vida dignas para o trabalhador rural.

E explica que existem alguns fatores que influenciam sobre esta atividade. Estando entre estes, principalmente a variação de preço dos produtos produzidos e também o elevado custo de produção empregado para que o produto se torne aceitável no mercado. Portanto, é necessário ao produtor rural ter conhecimento pleno de sua atividade, principalmente em relação às condições de mercado e as condições de recursos naturais de seu estabelecimento.

Tendo o conhecimento do mercado e dos recursos naturais a sua disposição, segundo Crepaldi (2011, p.3) cabe ao produtor: “decidir o que, quanto e como produzir, controlar a ação após iniciar a atividade e, por último, avaliar os resultados alcançados e compará-los com os previstos inicialmente.”

Neste contexto, a contabilidade pode desempenhar um importante papel como ferramenta gerencial, por meio de informações que permitam o planejamento, o controle e a tomada de decisão, transformando as propriedades rurais em empresas com capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange aos objetivos e atribuições da administração financeira, controle de custos,

diversificação de culturas e comparação de resultados. (CREPALDI, 2011, p. 3)

Apesar da importância da contabilidade no setor agrícola, ela ainda é pouco utilizada. Crepaldi (2011) afirma que isto se deve em parte ao desconhecimento da importância das informações contábeis e ao conservadorismo por parte dos produtores, os quais preferem fazer seus próprios controles tradicionais. E também devido ao alto custo de um serviço contábil especializado, e a dificuldade de se separar o que é gasto pessoal do produtor do que é custo de produção.

Percebe-se, portanto, que existe uma grande oportunidade no setor agrícola para os profissionais contábeis. Pois na grande maioria dos casos, os agricultores não possuem o auxílio das informações contábeis para gerir o seu negócio. E desconhecem a importância dessas informações no processo decisório.

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2.2 CONTABILIDADE

Pode-se dizer que a contabilidade é uma ciência muito antiga, pois foi evoluindo, assim como o homem. Foi se moldando continuamente, buscando sempre atender a novas finalidades. A contabilidade surgiu justamente em virtude da necessidade do homem de controlar seu patrimônio. Pois tanto no passado quanto no futuro, esta necessidade é de fundamental importância.

Silva (2008) explica que a contabilidade ao longo de sua evolução, teve várias correntes de pensamento dentro do contexto econômico e social de cada período. E contou também com o estudo de inúmeros pesquisadores ao longo do tempo, que defendiam diferentes ideias. Tendo inclusive diferentes objetos de estudo, conforme as correntes de pensamento e estudiosos de cada época.

Contabilidade é a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. (FRANCO, 1983 apud BASSO, 2005, p. 22)

Para Silva (2005, p. 3) “a contabilidade pode ser conceituada como: uma metodologia voltada para captar, registrar, acumular, resumir, interpretar os aspectos que refletem nos âmbitos econômico, financeiro e patrimonial, tanto das pessoas físicas quanto das jurídicas de qualquer segmento empresarial.” Sendo assim, se torna um grande centro de informações da empresa, as quais se forem organizadas e controladas, podem dar ao gestor as informações indispensáveis para o processo decisório.

Basso (2005) explica ainda que a contabilidade é enquadrada como uma ciência social, pois estuda a composição e variações do patrimônio das entidades. E este patrimônio pertence justamente ao homem, que interage através da condição de sócio ou empresário individual. Portanto, pode-se afirmar que a contabilidade tem como objeto de estudo o patrimônio das entidades. Sendo que este patrimônio consiste no conjunto dos bens, direitos e obrigações. O qual é visto sob dois aspectos, o ponto de vista quantitativo (monetário) e qualitativo (físico).

Já em relação à contabilidade, quanto a sua finalidade, Basso (2005, p. 24) esclarece que: “A finalidade fundamental da Contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento.” Sendo assim, pode-se entender que a informação contábil é vital para o bom funcionamento

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de qualquer entidade. Pois permite avaliar a situação atual, bem com realizar um planejamento a longo prazo quando necessário.

Neste contexto, Franco (1997) esclarece que o contador não possui o poder de decidir sobre os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, mas que pode através de seu conhecimento influenciar de forma direta ou indireta no processo decisório. Portanto, cabe a administração tomar as decisões, baseada nos diagnósticos e sugestões do contador.

Em relação às principais funções da Contabilidade, segundo Basso (2005) pode-se dizer que são: coleta e classificação dos documentos (notas, contratos, extratos, entre outros), registro dos fatos contábeis, acumulo de informações ao longo do tempo, resumo das informações através dos demonstrativos contábeis e ainda revelar a situação patrimonial, econômica e financeira da entidade.

Quanto aos objetivos, Basso (2005) destaca que consistem em: controlar o patrimônio; apurar os resultados decorrentes das variações patrimoniais; evidenciar a situação da entidade de forma patrimonial, econômica e financeira; cumprir leis, normas e demais dispositivos vigentes; e fornecer aos usuários da contabilidade as informações de sua necessidade.

Os usuários da contabilidade podem ser internos ou externos. Quanto aos usuários internos Basso (2005) menciona os administradores, diretores, executivos, sócios e acionistas. Já em relação aos usuários externos destacam-se os bancos, financiadores, investidores, fornecedores, e o governo federal, estadual e municipal.

Desta forma, pode-se compreender que a contabilidade é uma ciência social que estuda o patrimônio das entidades. E que sua principal finalidade é gerar informações aos seus usuários. O que nem sempre acontece, pois as exigências fiscais são cada vez mais complexas, impossibilitando assim o profissional contábil de realizar seu trabalho plenamente.

2.3 CONTABILIDADE GERENCIAL

A contabilidade gerencial tem justamente como foco suprir essa necessidade. Sendo que tem como principal função fornecer informações que sejam úteis para a administração da entidade. Para isso, é importante que o Contador Gerencial saiba exatamente o tipo de informação da qual seu cliente necessita.

Neste sentido, Iudícibus (1998) esclarece que os administradores buscam um modelo decisório que leve em consideração as ações futuras, mas que para isso é necessário que o

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passado e o presente possam ser estimativas válidas. Ou seja, as informações existentes precisam ser confiáveis, caso contrário todo planejamento futuro vai estar comprometido.

A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.

De maneira geral, portanto, pode-se afirmar que todo procedimento, técnica, informação ou relatório contábil feitos “sob medida” para que a administração os utilize na tomada de decisões entre alternativas conflitantes, ou na avaliação de desempenho, recai na contabilidade gerencial. (IUDÍCIBUS, 1998, p. 21)

Neste sentido Padoveze (2010) possibilita compreender que a contabilidade gerencial é o conjunto de disciplinas já abordadas durante o Curso de Ciências Contábeis, vindo a tornar alguns aspectos um pouco repetitivos. Mas tem sua importância justamente pelo fato de integrar todo esse conhecimento, o qual é adquirido de forma isolada durante o curso.

Considerando que a contabilidade gerencial esta relacionada ao fornecimento das informações para os usuários internos da entidade, seus administradores. Padoveze (1999, p.1) explica que “O atual foco das pesquisas sobre a missão das entidades empresariais está centrado no conceito de criação de valor, associando dentro do mesmo escopo o processo de informação gerado pela Contabilidade para que as entidades cumpram adequadamente sua missão.” Entendendo-se como criação de valor, trazer o lucro para os acionistas, através da geração do lucro empresarial.

Para Padoveze (2010) a contabilidade gerencial vai estar presente em uma entidade, quando houver nela pessoas com capacidade de gerenciar as informações contábeis. Sendo assim, não se pode dizer que existe ou não contabilidade gerencial em uma empresa, pois ela consiste em uma ação, desta forma faz-se ou não se faz contabilidade gerencial.

Souza; Rios (2011) através de pesquisa realizada no município de São Roque – SP concluíram que quase 70% dos empresários ou gestores entrevistados alegaram não possuir conhecimento sobre a contabilidade gerencial. Estes dados infelizmente refletem a realidade nacional. Demonstrando que ainda se tem muito a evoluir neste sentido.

Sendo assim, é possível perceber que a contabilidade gerencial abrange diferentes áreas dentro da contabilidade, e os reúne em uma única disciplina. De modo que todo este conhecimento esteja voltado para gerar informações que vão beneficiar o empresário ou gestor da entidade. Mas também que ainda se tem muito a fazer, no sentido de mostrar ao

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empresário o valor da contabilidade gerencial, e como pode fazer a diferença na busca do sucesso das empresas.

2.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE

A análise de viabilidade busca responder as principais dúvidas que surgem quando se planeja ou deseja iniciar um novo projeto. Seja este um projeto iniciado da estaca zero, ou ainda pode ser um incremento a um projeto já existente. Em qualquer um dos casos é importante se ter os conhecimentos adequados, para poder ter a segurança de que o investimento realizado traga o retorno desejado.

2.4.1 INVESTIMENTOS

Ao analisar a viabilidade de um projeto, é de fundamental importância saber o montante que foi destinado a investimentos. Para tanto é preciso saber diferenciar os gastos entre investimentos, custos e despesas. Já que os investimentos vão fazer parte do ativo da entidade, representando os bens, como por exemplo: instalações, veículos, máquinas e equipamentos, entre outros.

O investimento é o comprometimento atual de dinheiro ou de outros recursos na expectativa de colher benefícios no futuro. O risco de algo não acontecer exatamente da forma como havia sido planejada para o investimento é uma realidade que sempre estará presente quando se fala em investimentos. Como não se pode prever o futuro com certeza absoluta, o conceito de investimento carrega algum grau de risco, além da incerteza inerente a cada empreendimento. (BODIE et al., 2000, p. 23 apud SOUZA, 2003, p. 68)

Já Padoveze (2010, p. 319) classifica os investimentos como: “São os gastos efetuados em ativo ou despesas e custos que serão imobilizados ou diferidos. São gastos ativados em função de sua vida útil ou benefícios futuros.”

Souza (2003) explica ainda que os recursos aplicados em investimentos podem ter origem interna (capital próprio) ou externa (capital de terceiros). E uma das caraterísticas dos investimentos é a intenção de permanência, ou seja, são projetos com período de tempo razoavelmente longos. Neste sentido Silva (2005, p. 50) esclarece que: “Os investimentos classificam-se em temporários (são valores aplicados com o intuito de resgate dentro de determinado tempo) e permanentes (são ativos que geram resultados e/ou retorno a longo prazo, observando sempre sua classificação quanto a intenção de resgate).”

(22)

Para Santos (2001) um projeto de investimento tem o intuito de gerar lucro ou então uma redução de custo em determinada atividade. Sendo assim existem diferentes tipos de projetos de investimentos, entre eles: um novo empreendimento, a expansão de um projeto já existente, a substituição de máquinas e equipamentos e mudanças nos processos de operação.

Em relação à importância dos investimentos, Santos (2001) esclarece que as decisões relacionadas aos mesmos devem ser muito bem estudadas, pois envolvem valores significativos de recursos, com alcance de longo prazo. E lembra ainda que o capital de giro também faz parte do projeto de investimento, sendo recuperado no final do período de análise. E no caso de projetos de investimentos que envolvem ativos, deve ser estimado o tempo de vida útil e o seu valor residual.

Neste sentido é preciso compreender a importância dos investimentos, e de que maneira podem afetar um projeto. Já que é nos investimentos que é aplicada a maior parte do capital. E no caso dos ativos, é necessário se considerar também a desvalorização desses bens, através da depreciação.

2.4.2 RECEITAS, DESPESAS E CUSTOS

Antes de entrar nas metodologias de análise de viabilidade, é importante compreender alguns conceitos básicos relativos à contabilidade, que neste caso é a definição de receitas, custos e despesas. Estas contas estão presentes no dia a dia de qualquer entidade, e servem também como base para analisar o desempenho da empresa.

Na visão de Casarotto Filho e Kopittke (2010, p.190) “As receitas, na maioria dos casos, são o programa de produção multiplicado pelo preço de mercado dos produtos, obtido num Estudo de Mercado.” Basso (2005) concorda, afirmando que as receitas são oriundas das atividades da empresa, através de venda de produtos ou prestação de serviços, as quais vão gerar entrada de elementos no ativo, como dinheiro ou duplicatas a receber. Podem ser também financeiras, como por exemplo, quando são relativas ao retorno de uma aplicação financeira. As receitas contribuem de forma positiva para a situação líquida da entidade, gerando fatos contábeis modificativos aumentativos.

Para Padoveze (2010, p. 320) “Despesas são os gastos necessários para vender e enviar os produtos. De modo geral, são os gastos ligados às áreas administrativas e comerciais. O custo dos produtos, quando vendidos, transformam-se em despesas.”

Já Basso (2005) entende como despesa o “custo” do uso dos bens e serviços. Considerando que as despesas são consideradas elementos de aplicação de recursos, se

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constituem em gastos que não se materializam, ou seja, são gastos que se consomem na sua realização. As despesas contribuem ainda, de forma negativa para a situação liquida, vindo a diminuir o patrimônio da entidade, através de fatos modificativos diminutivos.

Segundo Iudícibus (1998) a palavra custo é muito utilizada na contabilidade, mas que em seu sentido original, refere-se ao momento em que os fatores de produção são retirados do estoque e colocados no processo produtivo. Já Padoveze (2010, p. 320) conceitua custos da seguinte forma:

São os gastos, não investimentos, necessários para fabricar os produtos da empresa. São os gastos efetuados pela empresa que farão nascer os seus produtos. Portanto, podemos dizer que os custos são os gastos relacionados aos produtos, posteriormente ativados quando os produtos objeto desses gastos forem gerados. De modo geral são os gastos ligados a área industrial da empresa.

Em relação aos custos existem diferentes formas de classificação, segundo Padoveze (2010). Considerando que podem ser classificados em diretos ou indiretos e fixos ou variáveis, dependendo de suas características.

Custos diretos são aqueles que podem ser fisicamente identificados e alocados a determinado setor produtivo. Ou seja, são os gastos industriais que podem ser alocados direta e objetivamente aos produtos, e podem ser classificados como fixos ou variáveis.

Já os custos indiretos não podem ser alocados diretamente e objetivamente aos produtos, necessitando desta forma, de critérios de rateio para poderem ser alocados aos produtos ou departamentos de produção. Podem ser chamados de custos comuns e podem também ser classificados como fixos ou variáveis.

Os custos fixos são aqueles que se mantem constantes, independente de ocorrem alterações ou não na atividade produtiva. São os custos necessários para manter um nível mínimo de atividade operacional, podendo ser também chamados de custos de capacidade. É importante destacar que os custos são fixos dentro de um determinado intervalo de produção, caso ocorram diminuições ou aumentos significativos, podem ocorrer variações nestes valores.

E por fim os custos variáveis, cujo montante em unidades monetárias varia na mesma proporção das variações do nível de produção. Sendo assim, o custo varia em relação a um denominador especifico. Um dos exemplos mais comuns de custos variáveis é a matéria-prima, cuja quantidade vai variar proporcionalmente a quantidade de unidades produzidas de um determinado produto.

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2.5 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE

Existem vários métodos que podem ser utilizados para realizar a análise de viabilidade de um projeto. E estes métodos se dividem basicamente em duas formas, que são os métodos para a análise da viabilidade econômica e os métodos para a análise da viabilidade financeira.

Apesar de ambos os métodos terem como objetivo o mesmo fim, que é o de fornecer informações seguras a respeito do projeto de investimento, existem diferentes significados entre eles. Considerando que o método de análise da viabilidade econômica tem como foco os resultados gerados pela empresa, enquanto a análise da viabilidade financeira tem o objetivo de avaliar se a empresa é capaz de gerar recursos (caixa) e se estes recursos foram suficientes para trazer o retorno desejado.

2.5.1 ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA

O aspecto econômico tem grande importância nas entidades, pois é geralmente o primeiro ponto a ser analisado. Algo que se torna de fácil compreensão, já que o sucesso e a continuidade de qualquer empresa dependem de sua capacidade de gerar resultados positivos (lucros), ao longo dos períodos. Para fins deste estudo, foi realizada a analise da viabilidade econômica através da demonstração do resultado do exercício

,

e dos índices de rentabilidade e lucratividade.

2.5.1.1 Demonstração de resultado do exercício – DRE

A demonstração de resultado do exercício (DRE) é uma ferramenta de grande importância. Ela revela a formação do resultado no período e a capacidade de gerar lucros da empresa. Nela constam os valores relativos às receitas, custos e despesas, os quais são base para o cálculo do resultado líquido do exercício.

Basso (2005, p. 167) afirma sobre a DRE, que esta: “... procura evidenciar a formação do resultado do período, ou seja, o lucro ou o prejuízo, iniciando pela formação da receita, passando pela dedução dos custos e despesas, até chegar ao resultado e sua distribuição.”

“A demonstração do resultado do exercício é o relatório contábil que sintetiza as operações que deram origem ao resultado de um determinado exercício social.”(BASSO 2005, p. 275). Desta forma a NBC T 3 aprovada pela Resolução CFC 686/1990, enfatiza a

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observância do princípio de competência, evidenciando a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas, e os correspondentes custos e despesas.

Em relação ao conteúdo da DRE, a NBC T 3, determina ainda que esta deve compreender as receitas e os ganhos do período, independentemente de seu recebimento. E também os custos, despesas, encargos e perdas pagos ou incorridos, correspondentes a esses ganhos e receitas.

O quadro a seguir possibilita visualizar a estrutura básica da DRE:

Quadro I – Estrutura da DRE

(26)

Basso (2005) esclarece ainda que a DRE foi concebida para demonstrar o resultado final do exercício, estando estruturada de forma a evidenciar as diversas fases do resultado. Desta forma se tem primeiramente o valor de receita operacional bruta, a qual consiste no montante do valor de vendas realizadas e ou serviços prestados pela entidade. Desta são deduzidos os encargos tributários, devoluções, abatimentos, cancelamentos e os respectivos custos dos produtos ou serviços, chegando-se ao lucro operacional bruto.

Em seguida são descontadas as despesas operacionais, as quais são separadas em grupos de acordo com sua natureza. Estes grupos consistem em despesas com vendas, despesas financeiras (deduzidas das receitas financeiras) e despesas gerais e administrativas. Desta forma chega-se ao valor do lucro operacional líquido, ao qual são somadas as receitas não operacionais e deduzidas as despesas não operacionais, resultando no resultado antes do imposto de renda. Deste resultado deve ser deduzido o valor da provisão para o imposto de renda, bem como os valores relativos às participações e contribuições, obtendo-se assim o resultado liquido do exercício, ou seja, o lucro líquido (ou prejuízo) do exercício.

Desta forma, pode-se verificar que a DRE gera informações de grande utilidade para a realização da análise de viabilidade. Através da projeção da DRE para períodos futuros, pode-se chegar a valores aproximados dos resultados e também pode-pode-se verificar algumas tendências, que poderão auxiliar no processo decisório.

2.5.1.2 Índices de rentabilidade – IR

O resultado do exercício é um elemento de grande importância. Mas existem também outros indicadores que podem ser aplicados em uma análise de viabilidade econômica. Neste projeto de pesquisa foram estudados também os índices de rentabilidade, os quais têm como base os resultados obtidos através da DRE.

De acordo com Santos (2001, p.239) “Os diversos índices de rentabilidade da empresa podem avaliar seu resultado em relação ao patrimônio liquido, ativo ou vendas.” Desta forma tem-se como principal parâmetro o lucro líquido para avaliação de resultado, podendo ser utilizado também o lucro operacional.

Os principais índices de rentabilidade conforme Santos (2001) são os seguintes:

a) Retorno sobre o ativo total – mede a eficiência econômica dos ativos utilizados na empresa, sendo que, quanto maior for o valor do índice, maior foi a eficiência operacional da empresa. Este índice é obtido através da seguinte fórmula:

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Figura 1 – Fórmula para cálculo do retorno sobre o AT

Retorno sobre o ativo total = Lucro líquido

Ativo Total

Fonte: Santos (2001, p. 239)

b) Retorno sobre o patrimônio líquido – avalia a eficiência do capital próprio, é considerado vantajoso para a empresa quando o resultado deste índice for superior ao índice de rentabilidade do ativo total, através da seguinte fórmula:

Figura 2 – Fórmula para cálculo do retorno sobre o PL

Retorno sobre o patrimônio líquido = Lucro líquido

Patrimônio Líquido

Fonte: Santos (2001, p. 239)

c) Margem líquida sobre vendas – mede a lucratividade das vendas da empresa, e pode ser considerado também um método indireto de avaliação do desempenho econômico da empresa, este índice é obtido pela seguinte fórmula:

Figura 3 – Fórmula para cálculo da margem líquida

Margem líquida = Lucro líquido

Vendas

Fonte: Santos (2001, p. 240)

d) Índice DuPont (Retorno sobre o ativo) – esse índice possibilita o desmembramento do índice de retorno sobre o ativo, em dois outro índices, o de retorno sobre as vendas e o de giro do ativo total, permitindo assim uma melhor visualização da eficiência da empresa. Desta forma é possível verificar se o retorno sobre o ativo se deve a lucratividade das vendas ou a eficiência da utilização do ativo. É obtido através da seguinte fórmula:

Figura 4 – Fórmula para cálculo do retorno sobre o ativo

Retorno sobre o ativo = Lucro líquido x Vendas

Vendas Ativo Total

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e) Lucro Econômico – consiste no excedente da receita gerada em relação aos custos operacionais (custo contábil), ao qual é acrescido o custo de oportunidade do capital investido, este calculado pela taxa de atratividade da empresa.

Desta forma, analisando o retorno gerado pelo lucro líquido sobre ativo, patrimônio líquido e as vendas, têm-se diferentes tipos de índices. E é o conjunto de todos estes índices que vai determinar se o projeto de investimento pode ser considerado rentável ou não.

2.5.1.3 Índice de lucratividade – IL

Além dos índices de rentabilidade, tem-se ainda o índice de lucratividade, o qual também foi abordado neste estudo. Pois entendendo o lucro como um fator determinante no processo decisório, é importante considerar e avaliar as informações relativas a este aspecto, bem como seus fatores determinantes.

Na visão de Silva (2005, p. 51) “Índice de lucratividade: é a comparação de dois investimentos. Acha-se o valor presente liquido (NPV), que depois é dividido pelo valor do investimento inicial, e então encontra-se o índice.”

Kassai et. al (2000, p. 78) fornece uma explicação um pouco mais detalhada sobre o assunto, afirmando que o índice de lucratividade “é medido por meio de relação entre o valor presente dos fluxos de caixa positivos (entradas) e o valor presente dos fluxos de caixa negativos (saídas), usando-se como taxa de desconto a taxa de atratividade do projeto (TMA).”

Desta forma, o índice de lucratividade, pode ser obtido através da seguinte fórmula:

Figura 5 – Fórmula para cálculo do índice de lucratividade

IL= PV (Fluxos de Caixa Positivos)

PV (Fluxos de Caixa Negativos)

Fonte: Kassai et. al (2000, p. 78)

Conforme Kassai et. al (2000) o índice calculado vai indicar o retorno que foi apurado para cada R$ 1,00 investido na entidade, sendo que o valor correspondente vai estar atualizado pela TMA. O índice de lucratividade vai determinar se o projeto deve ser aceito ou rejeitado, considerando que é atraente o investimento que apresentar resultado maior ou igual a 1,00.

(29)

É importante lembrar que existem diferentes tipos de projetos, com diferentes prazos de retorno para os investimentos realizados. Desta forma, nem sempre vai se ter o retorno total do capital investido no primeiro ano, pois vai depender do tipo de atividade que se esta analisando.

2.5.2 ANÁLISE DE VIABILIDADE FINANCEIRA

A análise da viabilidade financeira é tão importante quanto a econômica. E apesar de apresentarem diferenças uma em relação à outra, é importante lembrar que possuem uma interdependência. Desta forma, para que uma empresa obtenha sucesso ao longo de sua trajetória, é importante que tenha capacidade de obter os retornos desejados para o capital investido.

Sob este ponto de vista, e para fins deste estudo, foram, portanto, abordados os seguintes temas: Fluxo de Caixa, Taxa Interna de Retorno, Taxa Mínima de Atratividade, Valor Presente Líquido e Período de Payback.

2.5.2.1 Fluxo de caixa

O fluxo de caixa é uma ferramenta de grande utilidade para as empresas, pois permite que a entidade tenha o conhecimento exato quanto as suas disponibilidades. Considerando que no fluxo de caixa vão constar todas as entradas e saídas de valor, possibilitando ao empresário conhecer o saldo no final de cada período. Bem como eventuais sobras de disponibilidades que poderão ser aplicadas, ou ainda, saber se é necessário buscar no capital de terceiros, através de empréstimos, recursos para que possa cumprir com suas obrigações.

No entendimento de Silva (2005, p. 11) o fluxo de caixa: “É o principal instrumento de gestão financeira que planeja, controla e analisa as receitas, as despesas e os investimentos, considerando determinado período projetado.” Santos (2001) concorda, afirmando que entre suas principais finalidades estão o planejamento de contratação de empréstimos e financiamentos, e a maximização de rendimentos das aplicações de sobra de caixa e avaliação do impacto financeiro das variações de custos e/ou de aumento de vendas.

O diagrama de fluxo de caixa apresentado a seguir, tem como função facilitar a compreensão do que esta acontecendo na entidade. Pois segundo Casarotto Filho e Kopittke (2010, p. 6) “a representação do fluxo de caixa de um projeto consiste em uma escala

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horizontal onde são marcados os períodos de tempo e na qual são representados com setas para cima as entradas e com setas para baixo as saídas de caixa.”

Souza (2003 p. 32) explica ainda que: “A linha horizontal representa os períodos, sendo estes o horizonte financeiro de uma empresa ou de um projeto de investimento. O período zero representa o instante inicial, e os demais períodos representam as datas futuras (períodos).”

Figura 6 – Diagrama do fluxo de caixa

Fonte: Casarotto Filho; Kopittke (2010, p. 6)

Os fluxos de caixa dos projetos de investimento podem se apresentar sob diferentes formas, em relação à capacidade aquisitiva da moeda. Podem ser nominais, quando expressos em valores correntes da data de sua realização. Constantes no caso de serem expressos no mesmo padrão monetário, em moeda de mesma capacidade aquisitiva. Ou ainda descontados, quando os valores expressos estão descontados para a data presente, através de uma taxa definida para investimento. Considerando que esta taxa definida, considera não somente a taxa de inflação, mas também a de atratividade, a qual contem juros reais, riscos, entre outros. (KASSAI et al., 2000)

Os fluxos de caixa podem ser classificados ainda como “convencionais” ou “não convencionais”, considerando a aplicação dos métodos quantitativos.

Fluxos de Caixa Convencionais: o padrão convencional do fluxo de caixa consiste

numa saída inicial (-Si) de caixa seguida por uma série de entradas (+E), ou seja, com apenas uma inversão de sinais.

Fluxos de Caixa Não Convencionais: um padrão não convencional de fluxo de

caixa ocorre quando uma saída de caixa inicial não é seguida por uma série de entradas, mas de forma alternada e não uniforme, com varias entradas e/ou saídas. (KASSAI et al., 2000, p. 61)

O quadro a seguir demonstra a estrutura do fluxo de caixa:

2.000 2.000

0 1 2 3 4 5

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Quadro 2 – Estrutura do Fluxo de Caixa ITENS Mês... Dias 1 2 3 4 5 6 ... 25 26 27 28 29 30 31 1. INGRESSOS Vendas à vista Recebimentos de duplicatas Empréstimos Aluguéis recebidos Receitas financeiras Outros 2. DESEMBOLSOS Compras à vista Pagamentos de duplicatas

Pagamentos de serviços terceiros

Salários e ordenados Amortizações Impostos e taxas FGTS a recolher INSS a recolher Outros

3. AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DE CAIXA

4. CAIXA ACUMULADO

Fonte: Zdanowicz (2004, p.165)

Em relação a estrutura do fluxo de caixa, Padoveze (2010, p. 84) explica que: “Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas: I – Atividades Operacionais, II – Atividades de Investimento e III – Atividades de Financiamento.”

Atividades operacionais: consistem nos gastos e receitas das atividades fins, que são industrialização, comércio e ou prestação de serviços.

Atividades de investimento: consistem nas transações ocorridas no ativo permanente ou no realizável à longo prazo, onde são registrados os valores que saíram de caixa para pagamento de novos investimentos, e também os valores que entraram pela venda de bens do ativo. Atividades de financiamento: que se remetem ao exigível a longo prazo e ao patrimônio liquido. Pois registram os valores relativos a empréstimos e financiamentos, que devem ter registrada sua entrada, no caso de novos empréstimos obtidos ou integralização de capital, e sua saída, no caso de amortização de empréstimos, devolução de capital ou remuneração a sócios e acionistas.

Segundo Kassai et. al (2000) o fluxo de caixa tem papel de grande importância no processo decisório, pois os demais resultados do investimento dependem do mesmo. Considerando que a decisão de avaliar os resultados de caixa, ao invés do lucro, é devida a

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uma necessidade econômica, avaliando se a empresa é capaz de remunerar o capital aplicado e reinvestir os recursos gerados. Esta escolha ainda se justifica pela facilidade de se trabalhar com os fluxos de caixa, enquanto a obtenção de dados econômicos é mais difícil.

Frezatti (1997) explica que as organizações em geral deveriam se preocupar com a gestão do fluxo de caixa. Para tanto devem ser utilizados recursos técnicos que possibilitem chegar ao nível de acerto do fluxo. Desta forma, para que a organização obtenha sucesso, é necessário que o fluxo de caixa seja considerado um instrumento gerencial, devendo tanto a área financeira quanto as demais áreas operacionais, terem a capacidade de fazer a leitura do fluxo de caixa.

Desta forma, conhecendo o fluxo de caixa, quanto a sua estrutura, aspectos característicos e relevância, pode se perceber que é um instrumento de grande valor. O qual se for usado corretamente pode ajudar muito os gestores no processo decisório dos projetos de investimento.

2.5.2.2 Taxa Interna de Retorno - TIR

Outra forma de realizar a análise de viabilidade financeira de um projeto é através da Taxa Interna de Retorno – TIR. Através deste método é possível avaliar se o projeto de investimento pode ser considerado vantajoso ou não.

A taxa interna de retorno (TIR) ou Internal Rate of Return (IRR) é uma das formas mais sofisticadas de se avaliar propostas de investimentos de capital. Ela representa a taxa de desconto que iguala, num único momento, os fluxos de entrada com os de saída de caixa. Em outras palavras, é a taxa que produz um VPL igual a zero. (KASSAI et al., 2000, p. 66)

Casarotto Filho; Kopittke (2010, p.39) concordam, complementando ainda que: “a taxa interna de retorno de um fluxo de caixa é a taxa para qual o Valor Presente Líquido é nulo. O VPL é o somatório dos valores presentes de todas as parcelas.”

Na visão de Santos (2001, p. 154) “Do ponto de vista financeiro, a Taxa Interna de Retorno (TIR) de um investimento é o percentual de retorno obtido sobre o saldo do capital investido e ainda não recuperado.” Ela pode ser obtida através da seguinte fórmula:

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Figura 7 – Fórmula para cálculo da TIR

ZERO = FC0 + FC1 + FC2 + FC3 + FC4 + … + FCn

(1+IRR)0 (1+IRR)1 (1+IRR)2 (1+IRR)3 (1+IRR)4 (1+IRR)n

onde: FC = Fluxos de Caixa Esperados (positivos ou negativos)

Fonte: Kassai et. al (2000, p. 66)

Kassai et. al (2000) esclarece que nos casos em que a TIR é calculada a partir de fluxos de caixa descontados, usando-se uma determinada taxa de atratividade, a TIR é considerada atraente quando for maior ou igual a zero. Neste sentido Ferreira (2004, p. 207) explica que “quanto maior a distância entre a TMA e a TIR, menor é o risco do projeto, pois pequenas variações na TMA não afetam o desempenho positivo do mesmo.”

Já Santos (2001) afirma que para o investimento ser considerado vantajoso é necessário que a Taxa Interna de Retorno (TIR) seja maior do que a Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Caso a TIR e a TMA forem iguais, é porque o projeto de investimento está em uma situação de indiferença. Mas se a TIR for menor do que a TMA, demonstra que o projeto de investimento não pode ser considerado economicamente viável, e desta forma não é recomendado ao investidor. Silva (2005) complementa ainda que no caso de existirem duas alternativas econômicas com TIR diferentes, a alternativa que tiver a maior taxa é aquela em que o investimento vai trazer o maior valor de retorno.

A partir do calculo da TIR, pode-se, portanto, avaliar se o projeto de investimento vai trazer o retorno esperado. Considerando que a TIR deve ser sempre superior a TMA, para que se obtenha sucesso no projeto.

2.5.2.3 Taxa mínima de atratividade - TMA

Ao se analisar determinado projeto de investimento é importante lembrar que sempre vão existir outras formas de obter retornos financeiros sobre um determinado capital. É neste ponto que entra a Taxa Mínima de Atratividade – TMA, conceituada como:

A TMA é a taxa a partir da qual o investidor considera que está obtendo ganhos financeiros. É uma taxa associada a um baixo risco e alta liquidez, ou seja, qualquer sobra de caixa pode ser aplicada, na pior das hipóteses, na TMA. Uma das formas de se analisar um investimento é confrontar a TIR com a TMA do investidor. (CASAROTTO FILHO; KOPITTKE, 2010, p. 42)

(34)

Para Kassai et. al (2000) a TMA consiste na taxa mínima que deve ser alcançada em um projeto de investimento, caso esta taxa não seja atingida, é melhor que o projeto seja rejeitado. A TMA é utilizada ainda como taxa de desconto para os fluxos de caixa, quando utilizado o método do valor presente líquido – VPL, e serve como parâmetro de comparação para análise da TIR. Sendo assim, a TMA consiste no rendimento mínimo de uma segunda melhor alternativa do mercado.

Neste sentido Casarotto Filho; Kopittke (2010) explicam ainda que quando se analisa um projeto de investimento, deve ser levado em consideração que este valor poderia estar sendo aplicado de outras formas, e com isto trazer retornos para o investidor. Sendo assim, para que a proposta de investimento seja considerada vantajosa, é necessário que esta apresente uma taxa de retorno pelo menos equivalente a taxa de aplicações correntes de pouco risco. Esta é, portanto, a Taxa Mínima de Atratividade (TMA).

Casarotto Filho; Kopittke (2010) esclarecem que a taxa varia conforme o prazo, que pode ser de curto, médio ou longo prazo. E também de acordo com a pessoa em questão, que pode ser uma pessoa física ou uma pessoa jurídica.

Kassai et. al (2000) explica ainda que é comum no caso de pessoas físicas ter como parâmetro mínimo para comparação o rendimento das cadernetas de poupança, sobre o qual deve ser acrescido o risco da alternativa da TMA. Mas já no caso das pessoas jurídicas ou em casos de grandes investimentos, a determinação da TMA se torna mais complexa, pois não devem ser levadas em consideração somente as taxas de remuneração de capital, mas também uma taxa para remunerar o risco envolvido (risco operacional e risco financeiro).

Desta forma, é necessário saber qual taxa pode ser usada para cada tipo de investidor. Já que existe uma variação em relação ao tipo de pessoa (física ou jurídica) e também em relação ao prazo. Para que se tenha uma TMA que corresponda com a realidade de cada investidor, e sirva como base confiável para comparação com a TIR.

2.5.2.4 Valor presente líquido – VPL

Outro método normalmente utilizado é o Valor Presente Líquido – VPL. Este método tem como base as informações relativas às entradas e saídas do fluxo de caixa, trazidas a valor presente através de uma determinada taxa de desconto.

O VPL é um dos melhores métodos e o principal indicado como ferramenta para analisar projetos de investimentos, não apenas porque trabalha com fluxo de caixa descontado e pela sua consistência matemática, mas também porque o seu resultado

(35)

é em espécie ($) revelando a riqueza absoluta do investimento. (KASSAI et al., 2000, p. 65)

Kassai et. al (2000) afirma que o VPL é um dos instrumentos mais utilizados na avaliação de investimentos. Pois reflete a riqueza em valores monetários, a qual é medida pela diferença entre o valor presente das entradas e o valor presente das saídas de caixa, considerando uma determinada taxa de desconto. E complementa ainda que é considerado atraente o resultado que apresentar VPL maior ou igual a zero, através da seguinte fórmula:

Figura 8 – Fórmula para cálculo do VPL

NPV= FC0 + FC1 + FC2 + FC3 + FC4 + FC5 + … + FCn

(1+i)0 (1+i)1 (1+i)2 (1+i)3 (1+i)4 (1+i)5 (1+i)n

onde: FC = Fluxos de Caixa Esperados

i = Taxa de atratividade (desconto)

Fonte: Kassai et. al (2000, p.62)

Santos (2001) esclarece que ao comparar várias propostas de investimento, é considerado atrativo aquele que tiver o maior valor de VPL. Mas no caso de um único investimento, se o VPL é maior do que zero, o investimento é considerado vantajoso, existindo lucro econômico. Já que o valor presente das entradas de caixa é superior ao valor presente das saídas de caixa. Indicando que a TIR é maior do que a TMA.

O VPL sendo igual a zero, demonstra uma situação de indiferença. Pois o valor presente das entradas e saídas de caixa é igual. O que significa que a TIR e a TMA também são exatamente iguais.

E quando o VPL é menor do que zero, o investimento não é considerado economicamente atrativo, significando a existência de prejuízo econômico. Já que o valor presente das entradas de caixa é menor do que o valor presente das saídas de caixa.

Kassai et. al (2000) explica ainda que o VPL é muito útil nos cálculos que envolvem operações com moeda de poder aquisitivo diferente. Pois não se podem somar valores que não estejam na mesma moeda, sendo que neste caso os valores deverão ser primeiramente ajustados a valor presente.

O VPL tem grande aceitação como método de análise de investimentos, mas tem também algumas limitações na visão de alguns autores. Santos (2001) afirma que o VPL não permite uma visualização completa da atratividade dos projetos, indicando somente se o

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projeto é ou não atrativo, sem mostrar as gradações dos mesmos. Pois é possível que um projeto de investimento tenha um valor pequeno de VPL e mesmo assim ser bem lucrativo. Já para Kassai et. al (2000, p. 65) “a dificuldade em seu uso está na identificação da taxa de desconto a ser utilizada que, muitas vezes, é obtida de forma complexa ou até mesmo subjetiva.”

Mas apesar de suas limitações e dificuldades, o VPL ainda é um instrumento de grande utilidade na avaliação de projetos de investimento. E sendo analisado em conjunto com os demais métodos existentes, pode indicar sobre a viabilidade ou não do projeto.

2.5.2.5 Período de payback

E por fim, o ultimo método a ser utilizado na analise de viabilidade financeira do projeto é o Período de Payback. Que vai indicar o tempo necessário para que se obtenha o retorno do capital investido.

O payback é o período de recuperação de um investimento e consiste na identificação do prazo em que o montante do dispêndio de capital efetuado seja recuperado por meio dos fluxos líquidos de caixa gerados pelo investimento. É o período em que os valores dos investimentos (fluxos negativos) se anulam com os respectivos valores de caixa (fluxos positivos). (KASSAI et al., 2000, p. 84)

Conforme Kassai et. al (2000) existem diferentes formas de se calcular o payback. A seguir foram abordados o payback original e o payback descontado, suas principais particularidades, e as vantagens e desvantagens trazidas por cada método.

O Payback original consiste no prazo de recuperação de capital, é calculado pelos valores dos fluxos de caixa negativos com os valores dos fluxos de caixa positivos, até o momento em que o resultado seja zero. Este método é considerado mais como uma medida de risco do que de retorno de investimento. Desta forma, o projeto de investimento que apresentar payback menor do que outro indica que o mesmo tem grau de risco menor.

Este método não considera o “valor do dinheiro no tempo”, pois não se baseia em valores descontados. Possui ainda deficiências, pois não considera a magnitude dos fluxos de caixa e sua distribuição nos períodos que antecedem e sucedem ao período de payback.

Já o payback descontado tem como principal diferença, considerar o valor do dinheiro no tempo. Desta forma, o período de retorno do capital é calculado a partir de um fluxo de caixa descontado. Os valores são descontados pela taxa mínima de atratividade – TMA, e desta forma é possível verificar o prazo de recuperação do capital investido.

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Apesar do payback original ser mais conhecido, o payback descontado é mais “refinado” e proporciona uma análise mais elaborada, apesar de manter as outras falhas da versão original, referente a distribuição dos fluxos de valores, bem como daqueles que ocorrem após o período de recuperação. (KASSAI et al., 2000, p. 87)

Considerando os diferentes métodos apresentados e suas particularidades, sabe-se que ambos vão apresentar resultados diferentes. Pois somente o segundo método considera o valor do dinheiro no tempo, tendo como base fluxos de caixa descontados. O que é de grande utilidade, pois este fator é importante para se ter resultados condizentes com a realidade existente.

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