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94 A partir desse ponto, percebe-se uma mudança na espessura do traçado das letras. A letra é a mesma, assim como a

tinta, mas o traçado dos grafemas aparece mais fino.

95 A linha reta horizontal e o que está em negrito, aparecem no próprio texto como uma nota de rodapé feita pelo

próprio autor. Está dentro da mancha e o que está em negrito aparece na mesma cor de tinta do texto, mas em tamanho menor.

150 [fól. 15v]

posição constrangido, não está em termos de fazer muito tempo uso das suas forças.

Alguns tem dito que o estar apru

380 mo he estar de forma que as partes do corpo estejão per pendiculares humas sobre outras: Isto he hum erro tão

manifesto, que basta ver a construcção do esqueleto hommano para ficar convencido da falsidade deste diffinição: Assim as sentaremos com o Barão de B.... (1) que o estar aprumo=he 385 estar postado de forma que a linha vertical caia no meio pro

porcional da sua base. =

Nestes termos, os calcanhares estarão

juntos; osjoelhos tezos; as pernas, pés, para fora, de sorte que estes formem hum angulo quasi de sessenta gráus BAC: (figura 3ª. 390 Estratégia 1ª.) Os hombros, eos rins devem por-se aprumo sobre as ca

deiras, e éstas sustentadas sobre as duas colunnas dos quartos, e pernas: Os braços devem cahir sem constrangimento, e só com o seu proprio pezo: a cabeça direita, alsa, e sem inclinação, so bre o hombro: o pescoço sem tezura: as espadoas lizas e iguaes 395 por detrás, sem por isso levar o peito mais para diante, nem re

colher o ventre.

He muito essencial que nesta posição

o soldado esteja bem quadrado para diante de si; isto he,

que a perpendicular AF (figura 4ª. Estratégia Iª.) divîda96 o angulo BAC ___________________________________________________

400 (1)Exam. critiq. sur le militaire françois97

96 Ao longo de todo o texto, as letras <i> que aparecem grafadas com o sinal de acento circunflexo, também possuem o

sinal <.> em cima desse mesmo grafema, mas abaixo do circunflexo.

97 A linha reta horizontal e o que está em negrito, aparecem no próprio texto como uma nota de rodapé feita pelo

próprio autor. Está dentro da mancha e o que está em negrito aparece na mesma cor de tinta do texto, mas em tamanho menor.

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em dous angulos iguaes, e por consequencia forme dous angulos rectos com alinha das espadoas DE.

Todo o principio de alinhamento na

fileira he fundado sobre a exacção desta primeira obser 405 vancia; porque muitos soldados ao lado huns dos outros

não podem estar bem alinhados, sem que as linhas das espa doas se confundão em huma só, sem que as perpendicula res AF sejão parallelas entre si. Logo se lhe ensinará ao soldado a andar á direita, eá esquerda, ea dar meia 410 volta, sem perder a sua figura.

Como o soldado deve ter huma regra

geral de perfil proporcionada á sua comprehensão, se lhe dirá que seja sempre escaçamente opeito do soldado do lado por onde se manda alinhar; e como em huma fren 415 te extensa póde avista padecer engano, fará por ver o

peito do segundo soldado, que lhe for immediato para a parte para onde olha para alinharse; servindolhe oprimei ro de ponto intermediario; desta forma entre cada tres regularáõ o alinhamento, perfil, sem tanto perigo de en 420 ganar-se, pela pouca extensão, que tres homens occupão.

~.~.~.~.~.~.~

152 [fól. 16v]

Artigo II. Principios da marcha

Para que huma tropa marche em ordem, he preciso que os homens, que acompoem, fação cada passo da mes

425 ma extensão, ecadencia; pelo que, he forçozo ap prender a marcha militar.

Ésta he, pois, aprimeira couza que se deve ensinar ás recrutas, porque com ella se fáz o soldado senhor do equilibrio 430 do seu corpo, edo movimento das suas per

nas, não pouzando opé senão no mesmo tempo, e em igual distancia, que o homem, que está ao seu lado: este custume de equi librio se adquire com facilidade sendo exercita 435 da a recruta a ficar alternativamente a

prumo sobre hum e outro pé sómente (figura 5ª. Estratégia Iª.)

Os prin98

98 Ao longo desta documentação, aparecem alguns poucos reclames. Desse modo, como a assimetria deste recurso é

recorrente nesta fonte, desconsideramos os reclames como linha a ser contada para esta edição e os indicamos como tal recurso em notas.

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principios deste exercicio reduzem-se a pôr o 440 corpo perfeitamente aprumo sobre opé que está

firme, ea fazer todos os movimentos possiveis com a perna, que está no ar, sem que avertical do corpo saia da sua base.

Ainda que este equilibrio con

445 duza á perfeição da marcha, não he comtudo oseu principio, como muito tempo se pensou; he hum erro crasso ofazer levantar huma per na para a levar para diante, e depois levar o corpo sobre ella. As leys da natureza, eda

450 mechanica mostrão ao contrario, que o movimento primitivo provém do centro da gravidade, eque as pernas não fazem mais que sustentar este centro da gravidade no seu movimento; e que hum pé não póde levantar-se, elevar-se para di 455 ante, sem fazer huma mudança no equilibrio

do corpo; equanto mais huma perna se leva pa ra diante, tanto mais ocorpo he precisado a in99

154 [fól. 17v]

inclinarse para tras para fazer ocontrapezo: daqui resulta, que olevar aperna esquerda 460 para diante abre hum effeito absolutamente

contradictorio ao da marcha.

No mesmo instante se conhe

ce o constrangimento horrivel, que soffrem as re crutas quando se usa deste principio; pois pa 465 ra tornar o corpo para diante he preciso hum

consideravel esforço nos musculos lombares; e este produz hum balanço, mais ou menos grande que a cada instante lhe faz perder o equilibrio.

Á vóz de=marcha= o soldado

470 deverá, pois, levar todo o seu corpo para dian te; ea perna esquerda deve seguilo para lhe servir de ponto de apoyo, em que se sustente; pouzando-se opé esquerdo dous pés adiante do

lugar, que occupava: (figura5ª. Estratégia Iª.) no mesmo 475 instante, em que opé esquerdo se pouza, o joelho es

querdo deve estenderse, eo direito afroxarse;

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o corpo continuar a levarse para diante, ea perna direita seguilo, para vir por seu turno o pé direito a pouzarse dous pés adiante; me 480 dindo-se sempre este espaço do calcanhar fir

me ao que se pouza; então o joelho direito se estende continuando o seu movimento, o esquerdo se afroxa; a perna esquerda segue o corpo, eo pé se poem adiante dous pés do lu 485 gar, que occupava. Estes movimentos sucessi

vos, econtinuos, formão omechanismo da marcha.

Quanto mais certeza houver no movimento do corpo, edas pernas, me 490 nor o balanço do corpo será sensivel, emais

regular, e facil, será a marcha; pois asua perfeição não he outra couza, senão= o mo vimento directo, e uniforme, doc entro da gravidade para se transportar com a maior fa 495 cilidade possivel de hum ponto aoutro.=

156 [fól. 18v]

Hé muito essencial ocustumar as re crutas amarchar sobre huma perpendicular de terminada, afim de que alinha das espadoas seja sempre cortada por ella a angulos rectos.

~.~.~.~.~.~.

500 Artigo III.

Dos differentes passos.

Para se explicar ao soldado os principios da marcha se usará do passo da escolla, ese lhe poderá dar mais ou menos pauza, ou velocidade, conforme parecer preciso 505 para assegurar o equilibrio da recruta, o que se fará contando

déz tempos mais ou menos de pressa, para ganhar a igual dade no intervallo dos movimentos; Depois de se julga rem bem desembaraçados, se juntarão em tropas de huma só fileira, para fazerem juntos o passo com o mesmo pé, igual 510 dade, ecadencia.

Desta forma há a facilidade de

examinar odefeito da sua figura, edo seu passo, para os emendar; eassim se farão marchar bem alinhados:

157 [fól. 19r]

então se lhes irá apressando amarcha sucessivamente 515 atté chegar á velocidade determinada; para isto he

melhor o passo descançado, por que naturalmente osol dado o apressa; Ainda ganhado cadencia, mar

charão sem contar os tempos.

Depois se ensinarão amarchar

520 o mais depressa que for possivel, sem perder operfil; e mudar para opasso descançado, passando de huma cadencia a outra repetidas vezes; no que se fará o mayor exercicio;porque assim como para atirar bem he preciso atirar muito; assim he preciso mar 525 char muito para marchar bem; ecomo diz o Ma

rechal de Saxe, a ciencia da guerra está nas pessoas. Logo se formarão atres de fundo,

ese farão marchar com fileiras serradas, acustuman do-as a meter aperna por entre as do homem que levão 530 diante de si, e encobrindose bem com elle, de forma

que cada fila marche sobre a mesma perpendicu lar, e que a linha das espadoas seja cortada por aquel la a angulos rectos; ese lhe ensinará a andar á

direita, e á esquerda, e dar meias voltas sem per 535 der a cadencia.

Juntas as recrutas,

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se lhes fará marchar grandes distancias apasso natu ral, edobrado: estes passos tendo omesmo mechanis mo, só differem na velocidade.

540 O passo natural, como he opasso

habitual das tropas em toda a occasião, que não ma nobrão, deve ser commodo, e facil: para que este pos sa ser proporcionado ao talhe da infanteria he pre ciso determinar a sua extensão a vinte quatro pole 545 gadas; ea sua velocidade de sessenta a settenta passos

por minuto. O dobrado pode ter mais ou menos velo cidade, conforme as cricumstancias: se for em huma marcha de estrada, será commodo de oitenta a noventa passos por minuto; epara manobra, o comportaremos 550 de dous passos por segundo, que vem afazer cento e vin

te por minuto, ese poderá apressar ainda mais para o attaque. (1) O muito exercicio fará estes passos familiares ao soldado; e o toque da caixa, e musica _____________________________________________

(1) O Barão de B.... no seu exame critico sobre o militar francês deter 555 mina o passo de estrada de noventa acem passos por minuto: ode

manobra, de cento e vinte acento e trinta: eo de attaque, ao menos, de cento e cincoenta; porque seguindo o systêma da ordem profun da, conforme o Projeto de tactica de Menil Durand, como esta não he susceptivel de ondeamentos, ode marchar com toda a velocidade 560 e com menos embaraço. Exam. critiq. Art.II. pag.10ª.100

100 A linha reta horizontal e o que está em negrito, aparecem no próprio texto como uma nota de rodapé feita pelo

próprio autor. Está dentro da mancha e o que está em negrito aparece na mesma cor de tinta do texto, mas em tamanho menor.

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pode indicar a velocidade delles, ea sua mudança. A musica he utillissima mas só para

aquelle fim, mas também porque alegra o animo, e arrebata os espiritos; e como nota o Marechal de Saxe, 565 não fatiga tanto com ella omovimento; pois se está

vendo huma pessoa contradançar largas horas no mo vimento mais velóz; o que seria impossivel executar sem ella.

Além da marcha recta, deve appren

570 der o soldado a marchar obliquamente, dirigindose por pequenas diagonaes, eobliquas; (*) e adobrar, edesdobrar o seu fundo.

Nas marchas obliquas pode marchar

parallelo á nova pozição, que se pertende; ou voltado 575 para a parte onde se lhe pôz a direcção. Se marchar fa

zendo frente para a vanguarda, que he omais usado, po de seguir ou a diagonal do quadrado, ou huma linha mais ou menos obliqua do que aquella, eque faça com a linha das espadoas hum angulo mais ou 580 menos agudo; devendo sempre lembrarse o comman

dante que quanto mais agudo for aquelle, menos extensão admitte o passo, e menos terreno pode

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