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Variante terminológica temporal: aquela que se configura como preferida no processo de variação e mudança, em que duas ou mais formas concorrem durante um tempo, até que

VARIANTES TERMINOLÓGICAS

3) Variante terminológica temporal: aquela que se configura como preferida no processo de variação e mudança, em que duas ou mais formas concorrem durante um tempo, até que

uma delas se fixe como preferida.

Apesar da categorização sistêmica apresentada, “é preciso também atentar para o fato de que a divisão das variantes terminológicas em dois grandes grupos e, depois, em tipos específicos não exclui a possibilidade de os tipos aparecerem combinados entre si [...]” (FAULSTICH, 2002, p.83).

Sintetizando todo o conteúdo apresentado, somos do posicionamento de que não é possível separar o estudo do termo do discurso em que ele está insertado. Além disso, está claro que a materialização de um discurso de especialidade não exclui as condições socioculturais, históricas e cognitivas envolvidas em sua produção. Dessa feita, consideramos o construto de uma terminologia variacionista apresentado por Faulstich como sendo pertinente e, por isso, será este o modelo que adotaremos para a realização da nossa investigação. Os procedimentos metodológicos que adotamos para a aplicação do construto de Faulstich serão apresentados no próximo capítulo.

83 CAPÍTULO 3

METODOLOGIA

Nessa seção serão apresentadas as informações sobre os corpora estabelecidos, tais como os critérios usados para a seleção e delimitação, além das indicações pontuais e sistemáticas sobre o método utilizado para a realização e concretização das edições e dos glossários. Além disso, aclararemos como vamos operar com os dados no momento de análise.

3.1. Corpus

Para fins de uma maior compreensão do trabalho, apresentamos nessa parte informações específicas sobre os procedimentos adotados para a seleção dos corpora, assim como para a delimitação do tema. Além disso, expusemos os critérios e fundamentos para a escolha da realização de uma edição paleográfica, bem como um breve e panorâmico estudo codicológico dos manuscritos que são nosso objeto de estudo.

3.1. 1. Procedimentos para delimitação e Descrição

Os corpora selecionados para a realização dessa Tese de Doutorado pertencem ao acervo documental da Seção de Manuscritos da Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (FBN-RJ). Inicialmente, como nosso objetivo é estudar os fenômenos de variação e mudança na linguagem de especialidade, nos preocupamos em delimitar o campo possível de atuação desses fenômenos.

De acordo com AUBERT (2001, p.15), "tipologias textuais distintas impõem e oferecem parâmetros e potencialidades também distintos de expressão linguística, em todos os planos da linguagem, inclusive em seu componente lexical (e, portanto,

84 terminológico)." Dessa feita, nossa primeira preocupação centrou-se no sentido de adotar como corpora materiais escritos que fossem do mesmo gênero discursivo e compartilhassem a mesma tipologia textual. Essa especial atenção reside no fato de que “esses textos são enunciados no plano das ações sociais situadas e históricas” (MARCUSCHI, 2011, p.20). Pensar no trabalho, principalmente em tempos pretéritos, com fontes que se configurem em gêneros textuais ou discursivos diferentes pode acarretar problemas no tratamento dos dados coletados. É fato que qualquer trabalho com fontes históricas de séculos passados, principalmente com aquelas que retratam épocas mais remotas, faz com que o linguista (e, no nosso caso, englobando o terminólogo) se encontre diante do caminho já mencionado por LABOV (1972, p.20) – “[...] fazer bom uso de maus dados60” - e LASS (1997)- trabalhar com dados históricos é uma tarefa que se põe como “ouvir o inaudível”.

Alguns trabalhos de cunho histórico se preocupam tanto com o objetivo que pretendem alcançar por meio de manifestações linguísticas que são encontradas nas fontes que, de certo modo, acabam deixando de lado o fato de que os dados dispostos nos documentos fazem parte de um conjunto maior que replica questões importantes para a interpretação não só dos fatos linguísticos gerados por eles, mas de o que esses fatos linguísticos refletem sobre cultura, história e sociedade. Pensa-se muito na forma do objeto e se relega a um segundo plano a função exercida por esse dentro do gênero em que se encontra. Nesse sentido, ainda estamos de acordo com MARCUSCHI (2011, p.23) quando afirma que “[...] os gêneros são históricos e culturais, mas não é comum fazer disso uma fonte de investigação.” Essa premissa é de suma importância, uma vez que o trabalho do terminólogo está centrado no reconhecimento de termos dentro de uma linguagem de especialidade. É importante ressaltar que a linguagem de especialidade também permite a

85 abertura para manifestações de gêneros distintos e, no mesmo interim, pode manifestar-se de maneiras distintas em diferentes gêneros, já que, por vezes, essa multiplicidade de aparição pode exigir códigos diferentes para a manifestação concreta do mesmo conceito. Podemos tomar como exemplo da primeira opção (manifestação em diferentes gêneros), o trabalho de GONÇALVES (2007), que explora termos militares referentes aos campos semânticos instituídos de Armas e Homens a partir das Crônicas de Fernão Lopes (séculos XV/XVI), enquanto nossa proposta está baseada em manuais de táticas militares de infantaria. No caso da segunda opção apresentada, podemos citar o aparecimento de um mesmo termo, como, por exemplo, recruta que se manifesta nos nossos corpora como

recluta ou soldado. Essas diferenças podem ser concretizadas, e ao mesmo tempo se

concretizam, por meio das variantes terminológicas. FAULSTISCH (1995a, p.281) afirma que o aparecimento de variação no universo da terminologia revela peculiaridades que devem ser exploradas pela Socioterminologia, seja em sua vertente prática do trabalho terminológico ou como disciplina descritiva. Assim sendo, entendemos, nesse trabalho, que os textos, e consequentemente os dados que podemos gerar a partir deles, são frutos de uma determinada interação social e que o gênero em si vai constituir uma categoria que voltará sua atenção para o mundo social (KRESS, 1993, 2003). Essa orientação foi importante para o estabelecimento dos corpora do presente trabalho e, também, para o tipo de análise a qual nos propomos realizar aqui.

Ao final dessa primeira etapa de escolha de possibilidades de objeto de estudo, selecionamos 11 fontes manuscritas, disponíveis no acervo da FBN-RJ, do século XVIII, e 13 fontes manuscritas do século XIX61. Além disso, estabelecemos como objeto ideal aquele que, ademais de adequar-se ao gênero e tipo, também tratasse do mesmo assunto.

61 O século XVIII foi tomado como base para o desenvolvimento da pesquisa, pois, segundo SANTOS

(2000), é nessa época que se fixaram os regimentos, surgidos nos processos de guerra do século XVII. Além disso, a grande re-estruturação do exército português e a formação de um exército permanente lusitano também ocorreram nessa mesma época, conforme apresentamos no capítulo 01 dessa Tese.

86 Essa preocupação com o conteúdo do texto residiu no fato de que suas finalidades também acarretam diferentes interpretações linguísticas de forma e uso. Como nosso intuito se centra em analisar os fenômenos de variação e mudança em uma linguagem de especialidade, na distância temporal que abarcam dois séculos, dentro de uma dada prática social, delimitamos como mais prudente que ambos os objetos de estudo tivessem a mesma temática. Além disso, nos explicita ALPÍZAR CASTILLO (1998), que a temática das fontes é de extrema importância tanto para a delimitação do termo técnico (especializado) dentro de um contexto quanto para a construção de glossários ou dicionários voltados para a linguagem de especialidade.

Para Gunther Kress (1989:19) os eventos sociais que constituem uma instituição ou cultura têm diferentes graus de ritualização. O conjunto de gêneros que constituem dada sociedade constitui, portanto, um “inventário” dos eventos sociais mediados pela linguagem em uma dada instituição, cultura ou grupo social, tais como uma festa entre amigos, uma reunião de departamento da universidade, um registro de nascimento ou uma reunião de negócios numa empresa. O repertório de gêneros discursivos engloba atividades humanas constituídas pela linguagem num determinado grupo social [...] (MOTTA- ROTH, 2011, pp. 156-157)

Tomando as palavras da autora supracitada, esses inventários estão diretamente relacionados ao exercício da linguagem dentro de uma situação específica contida em uma dada comunidade de prática. Logo, a escolha não só do gênero e do tipo de texto, mas também do tema encerrado neles, tem que ser foco de atenção para a execução da nossa proposta de trabalho. Ao fim da seleção, baseada nos critérios previamente apresentados, somente 02 documentos (um de cada época) se mostraram pertinentes ao nosso intuito. Sendo assim, adotamos como objeto de estudo dois manuais manuscritos (um do século XVIII e outro do XIX) de tática militar dirigidos à preparação e atuação de grupos de infantaria do exército de terra português.

A segunda preocupação, no que tange a escolha e seleção dos corpora, se refere à origem geográfica e contextualização de uso. Os dois manuais são documentos manuscritos, utilizados pelo exército português e, também, aplicados às tropas brasileiras

87 ao longo dos séculos XVIII, XIX e primeira metade do século XX. Outro fato a ser mencionado é que ambas as fontes têm influências62 francesas. Então, apesar de seus autores serem portugueses e de a grande parte das instruções se mostrar, por vezes, muito mais adequada ao contexto peninsular de atuação, sabe-se que esses manuais também eram de uso das tropas brasileiras até a Primeira Grande Guerra63, já que depois desse período o Brasil passou a escrever, produzir e editar seus próprios manuais e regulamentos em geral.

Desse modo, afirmamos estar utilizando fontes primárias para a realização do nosso trabalho. Isto não quer dizer que a utilização de fontes secundárias configure grandes problemas para propostas de outros trabalhos em perspectiva histórica, mas o manuseio de fontes primárias propicia um desenvolvimento mais acurado. Segundo IRAZAZÁBAL (1996, p.50)

[...] a documentação é um dos pilares mais importantes da Terminologia e que todo trabalho terminológico deve ser precedido de um estudo prévio e uma cuidadosa seleção e análise da documentação especializada correspondente à área científica na qual se vai trabalhar. O tratamento adequado da documentação selecionada permitirá localizar, classificar, analisar e armazenar, prévia indexação, os dados tanto bibliográficos quanto documentais que sejam de interesse para o trabalho terminológico em execução, a fim de que se possa recuperar para os diferentes fins que se persigam na elaboração do trabalho terminológico.64

Logo, o tratamento dispensado à preparação da documentação é de suma importância. Segundo CAMBRAIA (1999, p.13), "é inegável que a validade de um estudo diacrônico do português esteja diretamente relacionada à fidedignidade da fonte utilizada para a coleta de dados". No caso da nossa investigação, o trabalho terminológico foi precedido de rigor filológico tanto para a preparação das edições utilizadas na pesquisa,

62 Consideramos as influências francesas de dois modos: a) a adoção da ideologia francesa em questões de

combate militar (muito difundida, sobretudo, no período Napoleônico) e; b) tradução de manuais franceses que eram intensamente usados pelos exércitos portugueses em suas ações de campo e que, por conseguinte, foram a base da formação de combate do Exército brasileiro até as primeiras décadas do século passado.

63 cf. SANTOS (2000)

64 Tradução nossa. No original, “[...] la documentación es uno de los pilares más importantes de la

terminología y que todo trabajo terminológico debe ir precedido de un estudio previo y una cuidadosa selección y análisis de la documentación especializada correspondiente al área científica en la que vaya a trabajar. El tratamiento adecuado de la documentación seleccionada permitirá localizar, clasificar, analizar y almacenar, previa indización, los datos tanto bibliográficos como documentales que sean de interés para el trabajo terminológico en ejecución, a fin de que se puedan recuperar para los distintos fines que se persigan en la elaboración del trabajo terminológico.”

88 quanto para a confecção do glossário utilizado como base para o tratamento socioterminológico de dados. Nossa preocupação acerca da preparação das fontes também reside no fato de que, até o momento, não encontramos nenhuma pesquisa dentro do campo da Socioterminologia histórica (ou diacrônica) que trabalhasse com fontes primárias para sua realização. No Brasil, os trabalhos de GONÇALVES (2007), ABBADE (2009), MURAKAWA (1991) e SOUZA (2007) estão elencados no rol de estudos histórico- terminológicos que foram levantados para a constituição dessa Tese. No entanto, assentamos certas particularidades: 1) os dois primeiros, apesar de serem estudos objetivamente realizados dentro do campo da Terminologia, não se estabelecem como tal. São estudos de ordem semântico-lexical dentro de duas linguagens de especialidade (o primeiro, militar e o segundo, de culinária), mas em nenhum momento as autoras, dentro de seus objetivos de pesquisa e delimitações teórico-metodológicas, recortam teoricamente seus estudos como parte do campo terminológico; 2) Nenhum dos três primeiros trabalhos citados usou fontes primárias como constituição do corpus, por motivos devidamente justificados em suas investigações. O fato de usar fontes não primárias não relega nenhum trabalho histórico (sincrônico ou diacrônico) ao fracasso ou à suspeição de corrupção de dados. No entanto, como apontamos anteriormente, é necessário que se saiba escolher as fontes e, acima de tudo, em casos de fontes não primárias em estudos históricos, saber avaliar a qualidade das edições e o tipo de tratamento conferido aos dados sobre os quais se quer trabalhar. De acordo com MAIA (2012),

[...] a qualidade dos resultados a obter está dependente, em primeira instância, da qualidade dos corpora que fornecem os materiais a analisar: tanto na investigação sobre língua falada e sobre as variedades diatópicas e sociais actuais, como nas investigações centradas sobre os usos linguísticos escritos de fases passadas, o investigador, quer seja ele próprio a constituir o seu corpus, quer se baseie num corpus já disponível, deve estar em condições de avaliar a sua qualidade. No que se refere às pesquisas de caráter diacrônico, estas estão dependentes de alguns requisitos, nomeadamente da sua autenticidade, garantia da sua fiabilidade, da sua extensão, adequada aos objetivos da pesquisa, da diversidade de tipologia dos textos reunidos que devem reflectir a variação concepcional da língua e, necessariamente, da sua elaboração. (MAIA, 2012, p.537).

89 Desse modo, estamos convictos de que as preocupações que permearam tanto a seleção do material sobre o qual nos debruçamos quanto o tratamento dispensado para a edição e extração dos dados, não foram desnecessárias. Retomando ainda os dizeres de MAIA (2012), no que tange a relação de preparação e uso do corpus em estudos históricos, destacamos a relação entre duas áreas do conhecimento: a Linguística histórica e a Filologia.

GABAS JR (2006, p.77) nos afirma que a linguística histórica é o ramo dos estudos da linguagem responsável por estudar os processos de mudança das línguas no decorrer do tempo. Consoante com a posição do autor está FARACO (1991, p.57) ao dizer que "a linguística histórica ocupa-se, então, fundamentalmente com as transformações das línguas no tempo". Apesar de ambos os autores convergirem na ideia do que é a linguística histórica e de qual é seu objetivo primeiro, para a realização dessa Tese optamos por seguir as indicações e preceitos apresentados por MATTOS E SILVA (2008). Segundo a autora, a linguística histórica pode ser tratada por meio de duas vertentes: uma lato sensu, que "trabalha com dados datados e localizados, como ocorre em qualquer trabalho de linguística baseado em corpora [...]" (MATTOS E SILVA, 2008, p.09); e outra stricto

sensu, que "se debruça sobre o que muda e como muda nas línguas ao longo do tempo em

que tais línguas são usadas" (MATTOS E SILVA, 2008, p.09). Na sua proposta de uma orientação stricto sensu, MATTOS E SILVA (2008) ainda afirma que a pesquisa pode ser realizada sob dois prismas: o de uma linguística histórica sócio-histórica ou de uma linguística diacrônica associal. Nosso posicionamento na realização desse trabalho deixa claro que consideramos não só os fatores intralinguísticos como sendo as possíveis molas propulsoras dos fenômenos de variação e mudança, como, principalmente, também aceitamos e fazemos uso dos fatores extralinguísticos atrelados à socioterminologia funcionalista, que dialoga com os estudos de terceira onda da sociolinguística e com a

90 lexicologia social. Encontramos, também, suporte em AUBERT (2001, p. 13) quando este afirma que, inclusive para investigações de normalização terminológica "uma língua deve ser vista, simultaneamente, como conjunto de virtualidades, de potencialidades e como fato sócio-histórico."

MATTOS E SILVA (2008) ainda afirma que não se pode desprezar a relação íntima que os estudos linguísticos de perspectiva diacrônica em caráter estrito possuem com a Filologia, pois se sabe que não se pode fazer linguística histórica sem documentação remanescente do passado e o responsável pelo seu entendimento, pela sua preparação, em suma, pela "Ciência do texto", é o filólogo. Segundo PICCHIO (1979, p.234), "Filólogo é quem, utilizando todos os instrumentos dos quais pode dispor, estudando todos os documentos, se esforça por penetrar no epistema que decidiu estudar, procurar a voz dos textos e de um passado que já não considera sufocado pelos estados sobrepostos." Ainda sobre essa questão, JANOTTI (2005, p. 21) esclarece que a importância do conhecimento do texto, de modo a "conhecer o contexto da produção; descobrir o seu sentido próprio; localizar seus modos de transmissão, sua destinação e suas sucessivas interpretações", é ponto importante para o entendimento de problemas e procedimentos pertinentes à compreensão das fontes. Essa afirmativa da autora corrobora com a necessidade de intervenção do trabalho filológico na preparação das fontes documentais para estudos científicos.

Assim, deixamos claro que nosso estudo pertence ao rol da linguística histórica e, portanto, os procedimentos utilizados na preparação das fontes primárias se basearam nos preceitos científicos e rigor filológico da Crítica Textual e constituem uma importante etapa para a confecção desse trabalho.

91 3.1.1.1. Instrucções militares que contém os princípios geraes de tactica

A primeira fonte documental selecionada intitula-se Instrucções militares que

contém os princípios geraes de Tactica e encontra-se sob a cota I-14,01,039 na Seção de

Manuscritos da FBN-RJ, em forma de livro. A autoria do documento é atribuída a Antônio José Batista de Sá Pereira Carneiro e data de 1769 e acredita-se, por várias referências apresentadas em partes do texto, que seja de Portugal, sem maiores especificações de áreas ou cidades. Esse material está constituído de 91 fólios de papel dispostos do seguinte modo:

 01 fólio relativo à folha de guarda, com inscrições do título somente em seu recto;  02 fólios que compõem uma parte do texto intitulada de prospecto, contendo o

segundo fólio somente inscrições em seu recto;  01 fólio relativo ao prólogo escrito em recto e verso;

 02 fólios de dedicatória, não sendo o segundo fólio escrito no verso;

 55 fólios escritos, sendo 54 em recto e verso, e o último deles somente em recto, correspondentes às instruções e princípios gerais de tática militar de infantaria;  20 fólios escritos de instruções de cavalaria;

 01 fólio em branco, em recto e verso, entre o final da parte escrita e o início da seção de mapas, figuras e desenhos;

 09 fólios de mapas, figuras e desenhos que ilustram a execução e formação dos movimentos estratégicos estipulados ao longo do texto.

Não há numeração de página em nenhum fólio dessa fonte documental. O texto está dividido em seis capítulos e cinco deles, por sua vez, em artigos. O primeiro capítulo tem 03 artigos, o segundo se constitui de 06, o terceiro de 03, o quarto de 08, o quinto não

92 possui artigos e, por fim, o sexto de 06. Ambas as divisões encontram-se indicadas por algarismos romanos e seguidas de índice.

A capa da encadernação é feita em cartão e mede 165 x 215 mm. O lombo, que tem aproximadamente 32 mm, é arredondado e possui o nome do autor escrito em letras douradas, abreviando os sobrenomes, com exceção do último. Já a dimensão dos fólios que contém as instruções propriamente ditas é de 155 x 205 mm. O papel dos fólios tem gramatura média e é pouco poroso. Todas as margens (superior, inferior, esquerda e direita) são marcadas a lápis de cor avermelhada em todos os fólios escritos, seja em recto ou em verso. A mancha ou caixa de texto tem dimensão variável entre 145 e 140 mm x 195 e 190 mm, nas quais conseguem dispor, em média, de um total de 19 a 25 linhas em coluna única. O texto não faz uso de reclamos, ainda que esse recurso apareça tão somente em dois fólios da documentação e de formas distintas: a primeira incidência por indicação de sílaba e a outra por repetição de palavra. As duas aparições localizam-se dentro da caixa de texto. Os fólios relativos aos mapas, figuras ou desenhos têm dimensão maior que os demais, possuem de 305 a 320 mm x 205 mm e encontram-se dispostos ao final do livro,