• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 5 METODOLOGIA

5.5. Recolha de dados

Na impossibilidade de alcançar os visitantes dos mais de 300 aderentes das rotas do vinho e na ausência de dados em cada aderente relativamente ao número de visitantes que recebem anualmente, em junho de 2009 foi realizado um primeiro contacto por email a cada entidade gestora de cada rota, no sentido de se marcar uma reunião de trabalho tendo em vista um conhecimento local e mais aprofundado sobre o funcionamento da rota e dos aderentes que a constituem, assim como obter uma perceção do número de visitantes que a rota recebe anualmente, quer nos espaços de funcionamento da gestão da rota, onde existem, quer nos diferentes aderentes. Na ausência de resposta da parte das rotas, estas foram contactadas por telefone no sentido de se agendar a referida reunião. Não existindo, na altura, nalguns casos, uma entidade gestora da rota foi solicitado às comissões vitivinícolas de cada região correspondente à rota em causa que fosse indicado um indivíduo que assumisse normalmente responsabilidades nessa área ou que tivesse um conhecimento aprofundado da região vitivinícola e da rota.

5. METODOLOGIA

139

Na reunião com a entidade gestora de cada rota, ou de quem a representasse, além de se tentar perceber o funcionamento da rota dos seus aderentes, foi dado conhecimento dos objetivos do estudo que pretendíamos realizar, assim como fazer uma aproximação à entidade ou à pessoa em causa de modo a esta ser um elo privilegiado e facilitador no contacto com os administradores das adegas, caves ou vinhas.

Na reunião foi ainda solicitada a indicação de, na perceção de cada entidade gestora ou indivíduo, quando na ausência de dados sobre o número de visitantes às instalações de cada aderente, quais as quintas/caves/adegas que maior número de visitantes recebiam por ano. Foi solicitada a indicação de 5 a 10 quintas em cada rota.

Assim, na rota do vinho verde, foram indicados sete quintas/adegas.

Figura 5.2 Rota dos vinhos verdes

Fonte: Elaboração própria

Da rota do vinho do Porto foram indicados sete quintas/adega e a casa mãe da rota do vinho do Porto.

Figura 5.3 Rota do vinho do Porto

5. METODOLOGIA

140

Da rota dos vinhos de Cister foram indicados uma adega Cooperativa, uma estrutura de receção ao enoturista (onde funciona a entidade gestora da Rota) uma quinta e uma cave.

Figura 5.4 Rota dos vinhos de Cister

Fonte: Elaboração própria

Da rota dos vinhos do Dão foram indicados 4 adegas/caves e um hotel de 5 estrelas com uma vertente muito forte em vinho.

Figura 5.5 Rota dos vinhos do Dão

5. METODOLOGIA

141

Na rota da Bairrada foram indicadas 7 quintas/adegas/caves e um museu do vinho.

Figura 5.6 Rota da Bairrada

Fonte: Elaboração própria

Da rota dos vinhos da Beira Interior foram indicadas duas adegas cooperativas e duas quintas/caves/adegas.

Figura 5.7 Rota dos vinhos da Beira

5. METODOLOGIA

142

Na rota da vinha e do vinho do Oeste/Lisboa foram indicados uma adega cooperativa, o “portal do vinho do Oeste” (local onde funciona a gestão da rota, funcionando também com o centro de interpretação) e ainda sete adegas/caves.

Figura 5.8 Rota da vinha e do vinho do Oeste/Lisboa

Fonte: Elaboração própria

Da rota da vinha e do vinho do Ribatejo/Tejo foram indicadas 5 quintas.

Figura 5.9 Rota da vinha e do vinho do Ribatejo/Tejo

5. METODOLOGIA

143

Da rota dos vinhos de Bucelas, Carcavelos e Colares foram indicados a totalidade dos aderentes, quatro quintas/adegas/caves.

Figura 5.10 Rota dos vinhos de Bucelas, Carcavelos e Colares

Fonte: Elaboração própria

Da rota do vinho da península de Setúbal foram indicadas uma adega Cooperativa, a casa mãe da rota e quatro quintas/adegas/caves.

Figura 5.11 Rota do vinho da península de Setúbal

Fonte: Elaboração própria

Na rota dos vinhos do Alentejo foram indicadas duas adegas cooperativas, uma cooperativa agrícola e vinte e cinco adegas/caves e ainda a casa mãe da rota.

5. METODOLOGIA

144

Figura 5.12 Rota do vinho do Alentejo

Fonte: Elaboração própria

Da rota do vinho alvarinho foram indicados sete quintas/adegas e ainda o solar do vinho alvarinho (que funciona como espaço de gestão da rota, com sala de provas e vendas, além de local de exposição normalmente sobre a temática do vinho).

Figura 5.13 Rota do alvarinho

5. METODOLOGIA

145

Com base nos endereços obtidos e pesquisados na internet relativos aos aderentes indicados das rotas em Portugal, foi enviado, em princípios de julho de 2009, a cada uma das 97 quintas/adegas/caves e casa mãe, um envelope em correio verde que incluía uma carta dirigida ao gestor/dono da quinta, explicando e solicitando a colaboração dos aderentes no desenvolvimento do projeto de investigação. No mesmo envelope seguiu um cartaz (Figura 5.14), em dimensões A2, impresso em papel brilhante 150 gramas, colado numa base de polipropileno, com uma estrutura simples do mesmo material que permitia que o cartaz fosse colocado em posição vertical sem ajuda de qualquer outro artefacto adicional. A carta solicitava para o referido cartaz ser colocado num local visível e de passagem dos turistas que se deslocam à quinta.

Figura 5.14 Cartaz em formato A2, com uma base de propileno, que foi enviado a cada

5. METODOLOGIA

146

No mesmo envelope seguiu um conjunto de folhas em quatro idiomas diferentes (português, espanhol, inglês e francês) a convidar os visitantes a participarem na investigação, devendo deixar para o efeito o seu endereço electrónico nessas folhas, assim como a indicação da sua nacionalidade e a data de preenchimento (Figura 5.15). Era explicado que receberiam através do endereço electrónico indicado um questionário para preenchimento online. Indicava-se igualmente que a participação no preenchimento do questionário era anónima. Em cada envelope foram colocadas 2 esferográficas.

Figura 5.15 Cópia das folhas a solicitar a colaboração dos enoturistas na investigação

em curso, para a cedência do correio electrónico

Todos os aderentes foram contactados dois dias depois (data prevista para a chegada do envelope com o material acima referido), na pessoa do gestor/administrador da adega, por correio electrónico, a explicar a razão do envio do material em questão e os objetivos da investigação, solicitando-se, mais uma vez, a colaboração no processo de investigação, salientando a importância para o mercado de um estudo desta natureza.

5. METODOLOGIA

147

Passados 15 dias, todos os aderentes das rotas atrás referidas foram visitados pessoalmente pelo investigador no sentido de inteirar o eventual colaborador de todo o processo de investigação em causa e da respetiva metodologia e também no sentido de se esclarecer qualquer dúvida entretanto surgida entre o envio da primeira informação e o momento de encontro pessoal.

A todos os proprietários/gestores ou responsáveis/encarregados que, no momento, se encontravam no local, foi deixado um cartão pessoal do investigador com o contacto telefónico, morada, fax e email. Todos os responsáveis das quintas com os quais não foi possível estabelecer contactos foram posteriormente contactados por telefone no sentido de os motivar a aderir à investigação.

Dos aderentes contactados, três declararam logo de início que não estavam interessados em participar. No início do mês de setembro, foi enviada uma carta a todos os aderentes indicados e que não responderam negativamente à adesão ao projeto de investigação a agradecer a atenção e a solicitar a colocação do cartaz e das folhas de recolha de endereços eletrónicos (tendo sido em simultâneo enviadas mais folhas em idiomas diferentes para a recolha dos endereços eletrónicos) até ao final do mês de novembro, dada a elevada procura pelo enoturismo do meses de outubro e novembro, tal como tivemos oportunidade de ouvir da parte dos gestores das adegas. Todo o material enviado (carta e remetente no envelope) possuía a imagem do cartaz que foi referido anteriormente em dimensões adequadas ao suporte em causa, no sentido de provocar a associação da imagem ao projeto de investigação.

No final do mês de novembro foi enviado, a cada um, um envelope com uma carta a agradecer a colaboração na investigação e a solicitar o envio das folhas para preenchimento do correio electrónico dos visitantes e ainda um envelope endereçado ao investigador com franquia paga, para o envio das folhas em questão. De acordo com o envio do material referido, o reforço do pedido fez-se de novo com o envio de um

email, telefonema ou a visita ao local.

Foram recebidos 2024 endereços oriundos de diferentes países62.

62 África do Sul (4), Alemanha (43), Angola (11), Arábia Saudita (1), Argentina (2), Austrália (19),

Áustria (7), Bélgica (27), Brasil (184), Canadá (32), China (2), Coreia do Sul (1), Dinamarca (22), El Salvador (1), Espanha (86), Estados Unidos da América (14), Estónia (3), Finlândia (8), França (153), Grécia (4), Holanda (28), Hungria (1), Islândia (1), Israel (9), Itália (30), Japão (1), Lituânia (3),

5. METODOLOGIA

148

No final seguiu um email personalizado de agradecimento a cada um a agradecer a contribuição para o desenvolvimento da investigação em curso.

A cada um dos visitantes que deixou o respetivo endereço electrónico foi enviado um email (em quatro idiomas diferentes) com a imagem do cartaz e um agradecimento pela adesão ao projeto, com o link de ligação ao questionário online (Figura 5.16), no idioma a escolher pelo respondente (português, inglês, francês e espanhol).

Figura 5.16 Exemplo de email enviado aos enoturistas que colaboraram na investigação

a solicitar a cedência do endereço electrónico

No total foram rececionados 2024 endereços eletrónicos oriundos de diferentes países para os quais foi solicitado o preenchimento do questionário. Deste procedimento resultaram 615 questionários respondidos, correspondendo a uma taxa de resposta de

Luxemburgo (5), México (8), Moçambique (1), Nigéria (2), Noruega (42), Nova Zelândia (4), Panamá (1), Polónia (10), Portugal (1007), Reino Unido (133), República Checa (2), Roménia (4), Rússia (8), Suécia (18), Suíça (22), Turquia (1), Ucrânia (1),Venezuela (8), Zimbabwe (1), não identificados (30).

5. METODOLOGIA

149

30,28%. Destes, 410 apresentavam menos de 20% de casos omissos, tendo sido posteriormente considerados na análise de dados: Foi assim possível reduzir ligeiramente o erro máximo da amostra de 5% para 4,84%.

No documento O perfil do enoturista: o caso português (páginas 153-164)