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MESA REDONDA | PESQUISAS HISTÓRICAS NO MUSEU HELENA ANTIPOFF: experiências de ensino, pesquisa e extensão

Resumo das Mesas-Redondas

MESA REDONDA | PESQUISAS HISTÓRICAS NO MUSEU HELENA ANTIPOFF: experiências de ensino, pesquisa e extensão

Camila Jardim de Meira Universidade do Estado de Minas Gerais

Propõe-se apresentar resultados de experiências relacionadas aos eixos da Educação Superior: Ensino, Pesquisa e Extensão, na exploração de fontes históricas do Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff – CDPHA, proporcionando aos graduandos da Universidade do Estado de Minas Gerais – Unidade de Ibirité acesso ao acervo e maior conhecimento da história da Unidade, da educação e do campo pedagógico no Brasil. As atividades reali- zadas no Museu Helena Antipoff – Ibirité/MG exploram as fontes históricas do acervo, por meio da perspectiva historiografia pluralista, conduzida com pres- supostos da nova história. Assume-se a concepção de historiografia pluralista definida por Barbosa (2011) como estudos que ora enfocam uma abordagem biográfica, ora temática, além de estudos bibliométricos. Na tentativa de ex- plorar o vasto acervo museológico realizou-se nos anos de 2017, 2018 e 2019 as seguintes atividades: Projetos de Pesquisa fomentados pelo Progra- ma de Apoio à Pesquisa – PAPq UEMG – a) Memórias Revisitas (2017 – 2018) e b) Práticas Pedagógicas na Fazenda do Rosário (2019). No eixo da Extensão foi proposto o Projeto fomentado pelo Programa de Apoio à Ex- tensão PAEx UEMG e Fundação Helena Antipoff - FHA (2016 e 2019): GRANJINHAS ESCOLARES. No que se refere ao eixo do Ensino, foram pro- postas as seguintes Disciplinas Optativas: no ano de 2018 – Tópicos Específi- cos / Helena Antipoff e Estudos Escolológicos; em 2019 – Tópicos Especiais / Ciências da Criança – contribuições de Edouard Claparède e Tópicos Espe- ciais / Ciências da Criança – contribuições de J.J. Rousseau e J.F. Pestalozzi. Tais ações conectam os graduandos com a história institucional e permitem iniciação à Pesquisa e Extensão. Além de valorizar os lugares de memória

(Nora 1984) circunscritos no cotidiano da instituição que abriga tanto o Mu- seu, quanto a Universidade. Enfim, tais propostas evidenciam perspectivas dos estudantes envolvidos e proporcionam espaços para que relatem suas experiências e produções a partir de estudos do acervo. Ainda, destacam-se os processos de produção, circulação (Pickren, 2012), recepção e apro- priação (Chartier. 2002) de conhecimentos no Século XX, evidenciando con- cepções educacionais fundantes o pensamento pedagógico atual. Buscando destacar conhecimentos produzidos, apropriados e difundidos a partir da ex- periência registrada no Museu em questão.

Palavras-chave: Pesquisas históricas - Museu Helena Antipoff - Ensino - Pes- quisa - Extensão

Laboratório de Psicologia e pesquisas pedagógicas Édouard Claparède: uma perspectiva histórica para o desenvolvimento

de estudos educacionais no municipio de Ibirité

Paula Dantas de Oliveira Pelizer Centro Universitário Newton Paiva

Este trabalho primeiros resultados de uma pesquisa realizada a partir de estu- do exploratório de fontes documentais relacionadas ao Laboratório de Psico- logia e Pesquisas Educacionais Édouard Claparède, instituído por Helena Antipoff (1892-1974) na Fazendo do Rosário em 1955. Para a compreensão das transições e tensões sociais decorrentes de mudanças sócio-políticas e ideológicas na Educação Brasileira no período estudado, foi realizado um es- tudo Prosopográfico de pensadores relacionados a implementação dos proje- tos de Educação e de Psicologia no Brasil, dentre eles Helena Antipoff e Édo- uard Claparède (1873-1940). Durante a pesquisa, foram questionadas quais seriam as possíveis contribuições da Psicologia Educacional e de sua apli-

cação prática para: a compreensão do desenvolvimento das funções psíqui- cas superiores em processos de ensino-aprendizagem caracteristicamente ativos, e a formação integral dos sujeitos em uma perspectiva de “Educação Humanizada”? Considera-se que algumas áreas de estudo da mente humana e do funcionamento do cérebro foram influenciadas pelo Movimento Pedológi- co (séculos XIX e XX), como a Psicologia Educacional e a Psicologia Cogniti- va, principalmente a partir de uma perspectiva funcional da “Teoria de Asso- ciação”. O Associacionismo entende ser possível o estabelecimento de novos caminhos neurais e a fixação de outros, processos que poderiam ser realiza- dos pelas funções: da memória, da emoção e da inteligência; compreendendo -se a mente humana como um sistema que se comunica dinamicamente com outros sistemas. Esta pesquisa buscou identificar os elementos e métodos utilizados pelo Laboratório de Psicologia da Fazenda do Rosário por meio de estudo documental de caráter historiográfico, propondo uma sistematização das formas de avaliação utilizadas para os escopo do projeto de educação implementado contexto investigado, além da identificação de processos de apropriações de conhecimentos científicos relacionados ao ensino. Inicial- mente foi realizada uma análise documental (Ludke e André, 1986) no acervo do CDPHA e na clínica de Psicologia Édouard Claparède, parte da atual Fun- dação Helena Antipoff. Em seguida, iniciou-se um Estudo Prosopográfico do psicólogo e educador Édouard Claparède, considerando a análise das fontes históricas e pressupostos da Nova História, principalmente dos conceitos de “recepção, apropriação e circulação” (CHARTIER, 1995; CERTEAU, 2000). A pesquisa foi conduzida numa perspectiva de historiografia pluralista, que ora direciona para estudos bibliográficos, ora para pesquisas e associações temá- ticas (BARBOSA, 2011), considerando principalmente as variáveis qualitati- vas concebidas no processo de investigação e na análise dos documentos históricos. Por meio das análises documentais e das relações estabelecidas com as obras de intelectuais da Psicologia Educacional (séculos XIX e XX),

contatou-se a realização de ampla pesquisa na área da Psicologia no municí- pio de Ibirité, evidenciando uma preocupação histórica com o aprimoramento das práticas pedagógicas. Pode-se concluir que o desenvolvimento de pes- quisas que busquem verificar os conceitos e aplicações teóricas propostos no decorrer da história, principalmente na interseção entre as áreas da Psicolo- gia e da Pedagogia, poderiam contribuir para uma compreensão de elemen- tos necessários no desenvolvimento de métodos de ensino e aprimoramento de técnicas educacionais.

Palavras–chave: Laboratório de Psicologia e Pesquisas Educacionais Édo- uard Claparède - Helena Antipoff - Édouard Claparède

Financiamento: Programa de Apoio à Pesquisa da Universidade do Estado de Minas Gerais - PApq

Granjinhas e a educação dos corpos das/dos normalistas Fazenda do Rosário - Ibirité (1957-1967)

Andreia de Fátima Marques Mendes Universidade do Estado de Minas Gerais

Esta pesquisa surgiu a partir de estudos realizados na Disciplina Optativa Tópicos Específicos: Pesquisas Históricas no Museu Helena Antipoff, vinculada ao Curso de Pedagogia da Universidade do Estado de Minas Gerais/Unidade Acadêmica de Ibirité – MG, e teve como objetivo central compreender como se deu a educação das/os corpos das/dos normalistas por meio dos métodos de ensino utilizados nas Granjinhas na Fazenda do Rosário no período de 1957 a 1967. Inicialmente buscou-se identificar aspectos nas práticas educacionais das Granjinhas que indiquem como os corpos das/dos normalistas eram ou não disciplinalizados. Para tanto foi realizado um estudo documental com uma abordagem qualitativa, utilizando

as fontes primárias do Museu Helena Antipoff. Assim, foi selecionado para início do estudo o livreto escrito por Áurea Nardelli 1957/1967, a escolha da fonte ocorreu por se tratar de suposto o marco inicial do Projeto das Granjinhas nos Cursos da Fazenda do Rosário, tais informações estão descritas em atas localizadas no Museu. Também foram estudados atas, relatórios e diários. Os documentos evidenciam que este projeto piloto teve duração de 10 anos e originou as outras Granjinhas. Assim como as outras atividades da Fazenda do Rosário os corpos eram educados com o objetivo de torná-los aptos para o trabalho. Existia uma rotina diária desde o horário em que se levantava até o momento em que as/os normalistas iam se deitar, tais dados foram anteriormente evidenciados por Mendes (2018). Percebe-se que toda rotina era programada para um melhor aproveitamento das tarefas diárias. Entretanto o contato com os documentos provocou outros questionamentos, inclusive sobre quem eram os sujeitos envolvidos nos processos educativos e como suas histórias individuais dialogam com histórias coletivas, eles estariam simplesmente à serviço de estratégias “macro” e contemporâneas para educação dos corpos? Neste sentido, pretende-se no ano de 2020 realizar pesquisas prossopografias para compreensão destes sujeitos e dos grupos em que estão inseridos. Assim iniciou-se um estudo acerca de Áurea Nardelli, tendo como ponto de partida o estudo de sua carreira na Fazenda do Rosário, por meio de informações sobre ela constantes em fontes históricas. Enfim, pretende evidenciar projetos e percursos individuais e coletivos em uma “suposta educação do corpos” presente na Fazenda do Rosário.

Da “Alavanca do desejo despertado” ao corpo social: contribuições de Claparède e Rousseau para ciência da criança

Paula Lopes Aquino da Silva Universidade do Estado de Minas Gerais

O presente trabalho tem por finalidade explicitar os esforços e contribuições realizados por Rousseau (1951) e Claparède (1954) no concerne ao pensar no campo da Ciência da Criança. Tais estudos surgem em decorrência das Disciplinas intituladas por “Ciência da Criança” tendo como foco de estudo a obras clássicas dos teóricos em questão, evidenciadas a partir do acervo do Museu Helena Antipoff. Na disciplina cursada no primeiro semestre do ano de 2019, estudou-se o livro “Educação Funcional” (1954) de autoria de E. Clapa- réde (1873-1940). No segundo semestre uma segunda Disciplina foi pensada a partir de perspectivas dos estudiosos Rousseau e Pestalozzi, tendo como proposição a leitura e estudo da obra de Rousseau, “Emílio, ou, da Edu- cação” (1995), e um livro escrito por Firmino Costa em 1965, sobre Pestaloz- zi, pois, apesar de inúmeras buscas não encontrou-se nenhuma obra de Pes- talozzi traduzida para a Língua Portuguesa. O acesso ao Museu Helena Anti- poff e o contato como algumas cartas em espanhol de autoria de Pestalozzi (1827), enriqueceu os estudos sobre o autor. Durante a trajetória de partici- pação nas disciplinas, para facilitar e fomentar a leitura, foram definidas “Chaves de leitura”. Foram dessas delimitações que surgiram as discussões acerca das contribuições dos autores para a Ciência da Criança. Claparède relaciona-se ao campo da Psicologia Experimental, contribuiu de maneira sig- nificativa no campo da Psicologia em diálogo com a Educação, suas contri- buições na contemporaneidade estão presentes, influenciaram pensadores como, Sigmund Freud (1856-1939); e, Antipoff (1892-1974), Piaget (1896- 1980), dentre outros. Entretanto, Claparède é geralmente pouco mencionado no ambiente acadêmico. Além das contribuições teóricas do autor no movi-

mento de pensar relações entre a Psicologia e a área da educação. Cla- parède propõe-se à pensar uma Educação Funcional, explicitando os proces- sos mentais que são realizadas pelas crianças referindo ao seu papel, e res- saltando a utilidade desse mecanismo para uma ação, seja presente, futura, para a vida do indivíduo. O autor formula ao longo do livro e explicita: termos, a exemplo “alavanca do desejo”, Leis e Atos para ilustrar a estrutura do que ele denomina por “Funcional”. Não podemos negar as influências de Rous- seau sobre Claparède. No livro “Emílio, ou da Educação”, o autor evidencia a necessidade de dar atenção a infância, e de se conhecer a criança. Rous- seau foi um dos primeiros autores a pensar a infância, de pensar a criança, em sua ambiência vista e entendida como “mini-adulto”. Rousseau se esforça para unir sua proposta pedagógica a propor uma Educação do homem, mais também de um cidadão exemplar, dessa proposta que originou o interesse em averiguar o que o autor chama de “corpo social”. Dessa forma, os arqui- vos encontrados no Museu suscitam questionamentos, ao mesmo tempo, que nos apresentam “respostas”. A leitura das obras permitiu avançar na com- preensão de conceitos e concepções que trazem a criança para o centro do processo, além disso, criam novos questionamentos que provocam novos estudos acerca da compreensão da Educação e da Pedagogia.

Contribuições D J.F. Pestalozzi (1746 – 1827) para ciencias da educação: primeiras leituras

Cleide Aparecida Alves Universidade do Estado de Minas Gerais Este trabalho pretende trazer um relato acerca de reflexões da obra de J.F. Pestalozzi (1746-1827) a partir de estudos realizados durante Disciplina Opta- tiva Tópicos Especiais: Contribuições de Rousseau e Pestalozzi para a Ciên- cia da Criança, cursada na Licenciatura em Pedagogia da Universidade do Estado de Minas Gerais - Unidade Ibirité. O componente curricular teve como objetivo principal realizar leitura de obra dos autores, entretanto não foi possí- vel localizar um livro de Pestalozzi traduzido para a Língua Portuguesa. Ini- cialmente foi identificado no Museu Helena Antipoff, o livro “Pestalozzi” escrito por Firmino Costa no ano de 1965, o acesso ao Museu Helena Antipoff tam- bém permitiu a identificação da Obra: “Cartas sobre La Educación Prima- ria” (1827), escrita por Pestalozzi com tradução em Língua Espanhola. Apesar da Disciplina cursada propor um diálogo entre as ideias educacionais de Pes- talozzi e Jean-Jacques Rousseau no livro Emílio ou da Educação de (1951)”. Optou-se pelo foco nos conceitos e ideias de Pestalozzi. As aulas na Discipli- na tiveram um formato próximo de um grupo de pesquisa, além das leituras prévias e intenso debate, evidenciou-se o contexto de elaboração das obras estudadas. As cartas escritas por Pestalozzi, fazem uma defesa pelo método intuitivo e pela aproximação das crianças com a natureza. Além disso, eviden- ciou-se diferenças sutis entre a obra escrita “pelo autor” e a obra “escrita so- bre o autor”. Na obra de Firmino, Pestalozzi é descrito como grande amigo da humanidade e vinculado à religiosidade católica, decerto Pestalozzi traz gran- de marca da religião e da espiritualidade, chegando relacionar a finalidade da educação “a elevação espiritual da natureza humana”, entretanto o autor pro- fessava a fé protestante. Pequenos detalhes apontam para a importância de

realização de leituras mais próximas da fonte original. Nas cartas lidas, Pesta- lozzi faz uma defesa pela educação pelo amor e vincula a figura do educador, à figura maternal. Ressalta ainda, a necessidade de não se apressar a cria- nça, que deverá seguir o “curso da natureza do homem”. Assim tendo a natu- reza como guia, não se deve colocar as palavras antes das coisas e sim “as coisas antes das palavras”. A descrição detalhada de Pestalozzi do seu dia a dia como educador revelam maneiras de se pensar a educação por meio do amor, um amor reflexivo e uma educação capaz de conduzir os homens “à felicidade”. Enfim, a leitura do texto “original” permite localizar o autor em sua ambiência e ampliar as reflexões.

Palavras-chave: Pestalozzi - Museu Helena Antipoff - Educação - Método In- tuitivo.

Contribuições de E. Claparede (1873 – 1940) E J.J. Rousseau (1712-1778) para ciências da educação: primeiras leituras

Rayane Kênia Marques de Paula Universidade do Estado de Minas Gerais

Este trabalho é proveniente de estudos e discussões realizadas em duas dis- ciplinas optativas do Curso de Pedagogia da Universidade do Estado de Mi- nas Gerais, Unidade Ibirité, a partir de obras identificadas no Museu Helena Antipoff. Dentre elas destacam-se as livros lidos: “A Educação Funcional de Edouard Claparède (1954)” e “Emílio ou da Educação de Jean-Jacques Rous- seau (1951)”. Claparède no texto “Educação Funcional” colocou à tona ques- tões que talvez não tenhamos nos feito há um tempo, mas são imprescindí- veis à Educação: “que é uma criança? Para que serve a infância?”. Tais ques- tionamentos mantem-se atuais, principalmente quando o foco é a criança co- mo sujeito em desenvolvimento, em consonância com concepções apregoa-

das pelo atual Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (1990). A obra de Claparède pauta-se em prerrogativas levantadas por Rousseau, que evi- dencia no livro “Emílio ou da Educação”, a necessidade de considerar o esta- do da infância, enfatizando as aprendizagens e processos pelos quais a cria- nça passa, assim suas experiências são propícias e devem ser analisadas para criação de referências, que servirão para sua formação adulta. As leitu- ras realizadas incitaram questionamentos e evidenciaram a necessidade de mudança em práticas educacionais. Além disso, as disciplinas propostas pro- porcionou, maior contato com o acervo do Centro de Documentação e Pes- quisa Helena Antipoff – CDPHA, incluindo a Sala Antipoff na Biblioteca central da UFMG, e possibilitou observar que em consonância com os teóricos estu- dados a obra da educadora Helena Antipoff, registra práticas que concebe educação como um “laboratório”. Dessa forma, o foco está no estudo da cria- nça e suas particularidades, considerando suas vivências e aquilo que ela carrega consigo. Colocar em evidência a ideia de que a criança está em de- senvolvimento biopsicossocial, suas necessidades e interesses, rompe com a necessidade dos adultos de ter sempre uma definição e moldes para as coisas que as crianças ainda não decidiram ou ainda não descobriram. Palavras-chave: Ciência Da Criança - Educação - Infâncias - Museu Helena Antipoff