• Nenhum resultado encontrado

Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff - CDPHA BOLETIM DO CDPHA. Número 30. Belo Horizonte - MG 2021

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff - CDPHA BOLETIM DO CDPHA. Número 30. Belo Horizonte - MG 2021"

Copied!
242
0
0

Texto

(1)

BOLETIM DO CDPHA

Número 30

Belo Horizonte - MG

Centro de Documentação e Pesquisa

Helena Antipoff - CDPHA

(2)

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA HELENA ANTIPOFF

BOLETIM DO CDPHA

Número 30

Apoio Belo Horizonte, MG 2021

(3)

CDD 370

Boletim do CDPHA / Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff – N. 30 (2020).

Belo Horizonte: CDPHA, 1981-

Anual

ISSN 1806-1931

1. Educação – Periódicos. 2. Psicologia – Periódicos Pesquisas. I. Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff.

(4)

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA HELENA ANTIPOFF CDPHA Diretoria 2020-2022 PRESIDENTE DE HONRA Elza de Moura PRESIDENTE

Regina Helena de Freitas Campos

VICE-PRESIDENTES Vicente Tarley Ferreira Alves

(Fundação Helena Antipoff) Maria do Carmo Coutinho de Moraes (Associação Pestalozzi de Minas Gerais)

Sílvia Maria Medeiros Magalhães

(ACORDA – Associação Comunitária do Rosário) Filomena de Fátima Silva

(ADAV – Associação Milton Campos para o Desenvolvimento e Assistência a Vocações de Bem Dotados)

DIRETORIA TÉCNICA Adriana Araújo Pereira Borges Adriana Otoni Silva Antunes Duarte

Deolinda Armani Turci Lilian Sipoli Carneiro Cañete

DIRETORIA ADMINISTRATIVA Christiane Campos de Araújo Cleuza Glória de Fátima Amorim de Oliveira

Miriam Aparecida de Brito Nonato Renata Silva Cruz

(5)

DIRETORIA FINANCEIRA Carlyle dos Passos Laia Raquel Martins de Assis Wanderson de Sousa Cleres

CONSELHO FISCAL Titulares

Camila Jardim de Meira Carolina Silva Bandeira de Melo

Maria de Fátima Pio Cassemiro

Suplentes

Elizabeth Coutinho de Moraes Sérgio Domingues Sergio Faleiro Farnese

CONSELHO CONSULTIVO

André Elias Morelli Ribeiro, Arthur Arruda Leal Ferreira, Bernard Schneuwly, Clarice Moukachar Batista Loureiro, Deborah Rosária Barbosa, Dener Silva,

Marilene Proença Rebello de Souza, Marina Massimi, Marina Sorokina, Mitsuko Aparecida Makino Antunes, Mônica Maria Farid Rahme, Natalia Masolikova, Nydia Negromonte Franco, Paula Dantas de Oliveira Pelizer,

Rachel de Sousa Vianna, Rita Hofstetter, Sérgio Dias Cirino, Riviane Borghesi Bravo, Silvia Parrat-Dayan, Tatiana Campos Vasconcelos

COORDENADORES REGIONAIS Marilene Oliveira Almeida (FHA)

Erika Lourenço (UFMG)

Contato: Sala Helena Antipoff

Biblioteca Central – Universidade Federal de Minas Gerais Av. Antônio Carlos, 6627 – Campus Pampulha

(6)

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA HELENA ANTIPOFF CDPHA

BOLETIM DO CDPHA COMISSÃO EDITORIAL

Deolinda Armani Turci Erika Lourenço

Regina Helena de Freitas Campos

COMISSÃO ORGANIZADORA

Adriana Araújo Pereira Borges (UFMG, CDPHA) Camila Jardim de Meira (UEMG-Ibirité, CDPHA) Carlyle dos Passos Laia (Fundação Helena Antipoff, CDPHA) Cleuza Glória de Fátima Amorim Oliveira (Museu Helena Antipoff, CDPHA)

Christiane Campos de Araújo (UEMG-Ibirité, CDPHA) Deolinda Armani Turci (UEMG)

Érika Lourenço (UFMG, CDPHA)

Lilian Sípoli Carneiro Cañete (UEMG-Ibirité, CDPHA) Marc Ratcliff (Presidente, Fondation Archives Jean Piaget,

professor FAPSE/UNIGE)

Marilene Oliveira Almeida (Escola Guignard-UEMG, CDPHA) Maria de Fátima Pio Cassemiro (CDPHA)

Miriam Aparecida de Brito Nonato (Museu Helena Antipoff, CDPHA) Raquel Martins de Assis (UFMG, CDPHA)

Gracia Maria Clérico (Universidad del Litoral, Santa Fé, Argentina) Regina Helena de Freitas Campos (UFMG, Presidente CDPHA)

Ricardo Ribeiro Martins (UEMG) Carolina Lobo Silva (ESSA-FHA)

COMISSÃO CIENTÍFICA Erika Lourenço (UFMG - Coordenadora) Deolinda Armani Turci (FAE-UEMG - Coordenadora)

(7)

Raquel Martins de Assis (UFMG - Coordenadora) Rodolfo Luís Leite Batista (Centro Universitário Presidente

Tancredo de Almeida Neves) Adriana Araújo Pereira Borges (UFMG) Marilene Oliveira Almeida (Escola Guignard-UEMG)

Regina Helena de Freitas Campos (UFMG) Sérgio Faleiro Farnese (UFMG)

PROMOÇÃO

Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (CDPHA) Fundação Helena Antipoff

Programa de Pós-graduação em Educação – UFMG Archives Jean Piaget – Université de Genève – Suíça

(8)

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA HELENA ANTIPOFF CDPHA

BOLETIM DO CDPHA Número 30 Ano 2020

Apresentação 9

Programação do 38º Encontro Anual Helena Antipoff eIII Congresso Brasileiro de História da Psicologia Atividades Síncronas 21 Atividades Assíncronas Mesas-redondas 28 Roda de conversa 31 Exposições e Vídeos 32 Sessões Coordenadas 33

Resumos das conferências 39

Resumos das mesas-redondas 50

Resumos das sessões coordenadas 102

Assuntos do CDPHA:

Atas da Assembleia Geral do CDPHA 186

Arquivos UFMG de História da Psicologia no Brasil 198 The UFMG Archives of the History of Psychology in Brazil 215 Boletim do CDPHA – Instruções para os autores 231

(9)

APRESENTAÇÃO

Temos muita satisfação em anunciar a realização do XXXVIII Encontro Anual Helena Antipoff, nos dias 29 a 31 de março de 2021, em formato online, com atividades síncronas e assíncronas. O evento deveria ter sido realizado em março de 2020, mas com a ocorrência da pandemia da Covid-19, fomos forçados a suspender sua realização e, agora, retomamos a pro-gramação estabelecida na época, com acréscimo de algumas atividades.

O evento é uma iniciativa já tradicional do Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (CDPHA) e conta com a parceria da Fundação He-lena Antipoff, da Universidade Federal de Minas Gerais, da Unidade Ibirité da Universidade do Estado de Minas Gerais (sediada na Fundação Helena Anti-poff), dos Archives Jean Piaget da Universidade de Genebra e da Sociedade Brasileira de História da Psicologia.

Esta edição do Encontro Antipoff acolhe também o Colóquio Internacio-nal Jean Piaget no Brasil e América Latina, realizado em parceria com os Archives Jean Piaget e a Faculté de Psychologie et des Sciences de l’Édu-cation da Universidade de Genebra, na Suíça. A realização do Colóquio - que contará com conferência do presidente dos Archives Piaget, professor Marc Ratcliff, do professor Bernard Schneuwly e da pesquisadora Silvia Parrat-Dayan, ex-alunos de Piaget e grandes conhecedores de sua obra - faz re-ferência à memória do psicólogo suíço, passados 40 anos do seu falecimen-to, ocorrido em 1980. Vários eventos, em diversas partes do mundo, estão sendo realizados com essa mesma motivação, trazendo à luz trabalhos de pesquisa sobre a presença do trabalho de Piaget como cientista, epistemólo-go, psicólogo e educador, inspirando e promovendo o desenvolvimento da Psicologia, da Epistemologia e das Ciências da Educação em diferentes con-tinentes. Essa rede de pesquisadores reunidos em torno da obra de Piaget e

(10)

de seus desdobramentos contemporâneos está sendo ativada a partir dos Archives Piaget.

A proposta do Colóquio se baseia na conexão bem estabelecida entre as obras de Jean Piaget e de Helena Antipoff, colegas de trabalho na Escola de Ciências da Educação da Universidade de Genebra - o Instituto Jean-Jacques Rousseau nos anos de 1927-1929. Os dois autores compartilharam a liderança de Édouard Claparède nas áreas da Psicologia e das Ciências da Educação, trabalharam juntos em pesquisas sobre o desenvolvimento cogniti-vo e sócio-afeticogniti-vo de crianças e adolescentes e contribuíram fortemente para o desenvolvimento dessas áreas de estudo. No Brasil, Antipoff adotou os tra-balhos de Piaget, entre outros, como referência relevante em aulas e pesqui-sas.

O Colóquio recebe pesquisadores que abordam a obra de Piaget de diferentes perspectivas, enriquecendo o debate sobre suas contribuições nas áreas da Pedagogia, Educação para a Paz, Educação Internacional, Psicolo-gia Educacional, EpistemoloPsicolo-gia e PsicossocioloPsicolo-gia, em um rico mosaico transdisciplinar conforme o próprio autor desejava.

Tema do 38º Encontro Anual Helena Antipoff

Nossos estudos têm verificado e demonstrado as conexões e trocas ocorridas entre a Psicologia e as Ciências da Educação genebrinas, russas (e, após 1917, soviéticas), e a obra teórica e prática que Helena Antipoff desenvolveu no Brasil desde 1929 até seu falecimento, em 1974. A trajetória da educadora é uma história fascinante, por suas interligações e contri-buições originais a importantes correntes do pensamento científico e filosófico do século 20, de grande impacto na teoria educacional na atualidade, e por mostrar possibilidades de aplicações práticas de conhecimentos gerados pe-las Ciências da Educação na gestão de políticas e instituições de saúde e

(11)

educação contemporâneas.1

Muitas vezes, ficamos nos perguntando por que, tendo acesso a toda essa experiência educacional acumulada por Antipoff e seus/suas colabora-dores/as no espaço ocupado pela antiga e famosa Fazenda do Rosário e em outras instituições, os educadores brasileiros têm procurado em outros paí-ses, prioritariamente, informações e orientações que consideram mais rele-vantes. É claro que é muito importante buscar o diálogo internacional para alimentar nossa curiosidade, potencializar nossa criatividade e a troca de ex-periências consistentes, nesses tempos de globalização.

Não é por outro motivo que elegemos o tema “Circulação e interna-cionalização de saberes e práticas científicas em Psicologia, Ciências Humanas e Educação – questões históricas e contemporâneas” como foco de nosso evento de 2020. Mas queremos deixar claro que o fazemos em atitude atualmente denominada “decolonial”, querendo, com isso, promover o intercâmbio de ideias e propostas geradas em diferentes contextos com gran-de respeito mútuo entre as diferentes regiões do planeta e valorizando adequadamente as diversas contribuições.

Neste sentido, são convidados para nosso evento colegas da Universi-dade de Genebra, uma das principais instituições de origem e difusão das Ciências da Educação no século 20; Universidade de Salamanca, na

Espan-1 Campos, Regina H.F. & Lourenço, Érika (2019) Helena Antipoff: Science as a Pass-port for a Woman’s Career between Europe and Latin America. Transversal: Interna-tional Journal for the Historiography of Science 6: 15-34. Disponível em: https:// www.historiographyofscience.org/index.php/transversal/article/view/123/200Acesso 13/08/2019>; Cassemiro, Maria de Fátima Pio, & Campos, Regina Helena de Freitas. (2019). Formação de Professores para a Educação Especial - Propostas de Helena Antipoff e seus Colaboradores na Fazenda do Rosário nos Anos de 1960. Revista Brasileira de Educação Especial, 25(2), 337-354. Epub 13 de junho de 2019.https:// doi.org/10.1590/s1413-653825190002000010; BORGES, Adriana Araújo Pereira, & CAMPOS, Regina Helena de Freitas. (2018). A Escolarização de Alunos com Deficiên-cia em Minas Gerais: das Classes EspeDeficiên-ciais à Educação Inclusiva1. Revista Brasileira de Educação Especial, 24(spe), 69-84. https://doi.org/10.1590/s1413-65382418000400006.

(12)

ha; Universidades de Santa Fé e de Córdoba, na Argentina; Finland Universi-ty, na Finlândia, e Centro Solzhenitsyn, em Moscou. Contribuem também co-legas brasileiros vindos da Universidade do Estado de Minas Gerais, Univer-sidade do Vale do Itajaí, UniverUniver-sidade Federal de Minas Gerais, UniverUniver-sidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade de São Paulo, Universidade Esta-dual Paulista – Assis, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Universi-dade Católica Dom Bosco, UniversiUniversi-dade Federal de São João del Rei, Uni-versidade da Paz de Brasília, UniUni-versidade Federal de Viçosa, UniUni-versidade Federal do Ceará e Universidade Federal Fluminense – Rio das Ostras, re-presentando essa rica rede de colaboração que construímos e que muito nos orgulha.

A obra de Antipoff evidencia que, em nosso país, foram promovidas ações de grande valor no aperfeiçoamento da experiência educacional para nossas crianças e jovens, que não podem ser esquecidas. Pelo contrário, devem ser lembradas por suas características articuladas à nossa demanda social e cultural e atenção ao contexto local. Sabemos atualmente que o con-hecimento, para funcionar como conhecimento e gerar os frutos esperados em termos de tecnologias, inclusive as tecnologias sociais promotoras de melhor qualidade de vida, deve sempre ser apropriado e “indigenizado”, como dizem os historiadores da ciência, no contexto mais próximo.2 Pensar global-mente e atuar localglobal-mente é o lema da governança e da reflexão contem-porâneas. Helena Antipoff soube fazer isso com maestria, mobilizando a ba-gagem pessoal e profissional obtida na Europa atravessada por guerras, re-voluções, intensa atividade de produção de conhecimentos nas Ciências da

2 Branco & Cirino (2017) História da Psicologia em Contexto: teoria, conceitos e impli-cações metodológicas Revista Sul Americana de Psicologia, 5(2): 172-194; Lourenço, E.; Assis, R.M. & Campos, R.H.F. (Orgs.) (2012) História da Psicologia e Contexto Sociocultural – Pesquisas contemporâneas, novas abordagens. Belo Horizonte: CDP-HA Ed. PucMinas.

(13)

Educação e militância pelos direitos humanos, trazendo e adaptando essa experiência às condições brasileiras. Por esse motivo, sua obra ultrapassa fronteiras e é reconhecida internacionalmente, como testemunha o documen-tário “Entre-mundos – Vida e Obra de Helena Antipoff” - realizado por Guilherme Reis e Ana Paula Arantes, com o apoio da Fundação Helena Anti-poff e do CDPHA - que será exibido durante o evento.

Museu Helena Antipoff no Sistema Brasileiro de Museus

Neste momento, festejamos também a integração do Museu Helena Antipoff, instalado na Fundação Helena Antipoff, ao Sistema Brasileiro de Mu-seus. Essa iniciativa favorece o maior conhecimento da obra antipoffiana, cuja consistência científica e grande alcance humano e social têm sido am-plamente reconhecidos pelos estudiosos da educação contemporânea. No Museu, estão preservados a coleção de objetos que pertenceram à educado-ra, sua biblioteca pessoal e os arquivos preciosos que documentam suas ações e reflexões que resultaram na proposição e implantação de ações dire-cionadas a uma educação de qualidade e socialmente relevante. Em pers-pectiva pluridisciplinar e colaborativa, Antipoff se voltou, desde sua chegada ao Brasil, em 1929, para a educação de grupos excluídos, como os excepcio-nais e as populações de baixa renda, com intensa participação na proposição de políticas públicas nessas áreas. Suas ações se baseavam em atividades de pesquisa consistente, promovendo a relação teoria e prática e o desenvol-vimento do saber em ambientes democráticos e de respeito aos direitos hu-manos. Nossos estudos sobre sua obra têm mostrado reiteradamente o quanto as propostas de Helena Antipoff podem guiar ações educativas dese-jáveis na atualidade, mostrando formas práticas de atingir os objetivos busca-dos pelos educadores, com ênfase na liberdade, atividade e interesse busca-dos educandos, objetivando favorecer o trabalho em equipe e a autonomia por

(14)

meio de atividades que buscam promover a criatividade e a capacidade críti-ca.3 Pretende-se também integrar a esse projeto a ideia de constituição de um Museu da Criança, sonho de Helena Antipoff, que, com isso, visava a di-vulgar conhecimentos científicos sobre a infância que vinham sendo produ-zidos em laboratórios de pesquisa educacional. Em continuidade aos trabal-hos de Antipoff, temos atualmente um histórico importante de pesquisas so-bre crianças e adolescentes no Brasil e em outros países que podem contri-buir para o planejamento social e educativo das novas gerações.

Helena Antipoff no Museum of Russia Abroad

Em mais uma evidência desse reconhecimento, a obra antipoffiana está agora representada no Museum of Russia Abroad - instituição inaugura-da em 28 de maio de 2019, em Moscou, por iniciativa do governo russo, inaugura-da prefeitura de Moscou e da Alexander Solzhenitsyn House of Russia Abroad -, organizado no intuito de lembrar a vida e a obra de emigrantes russos que deixaram seu país por conflitos políticos ou étnicos, ou por razões pessoais e familiares, e que construíram obras relevantes nos países que os acolheram.4

A organização do Museum of Russia Abroad é fruto do trabalho dos pesquisadores do Centro Solzhenitsyn, instituído, em 1995, como Library-Foundation “Russia Abroad” e renomeado como House of Russia Abroad em 2005, ao qual foi atribuído o nome de Alexander Soljzhenitsyn (dissidente soviético, Prêmio Nobel de Literatura em 1970) em 2008. Desde sua fun-dação, o Centro tem sido responsável por reunir informações e documen-3 Duarte, Adriana Otoni Silva Antunes, & Campos, Regina Helena de Freitas. (2020). Escola ativa no Brasil na obra da psicóloga e educadora Helena Antipoff. Psicologia Escolar e Educacional, 24, e200499. Epub March 02, 2020. https:// doi.org/10.1590/2175-35392020200499;

Almeida, Marilene Oliveira; Assis, R. M. . Liberdade e Expressão Artística nos Projetos Educacionais de Helena Antipoff e Augusto Rodrigues (1940-1960). Revista Portugue-sa de Educação Artística, v. 8, p. 31-49, 2018.

(15)

tação e pela realização de pesquisas sobre a chamada diáspora russa. Esse esforço resultou na coleta de relatos, textos, livros, imagens e objetos que retratam aspectos das vidas pessoais e profissionais dos homenageados no Museum of Russia Abroad, documentando aspectos importantes da presença mundial da cultura e da intelectualidade russas em países estrangeiros du-rante o século 20.

Localizado anexo ao Centro Alexander Soljzhenitsyn, em um prédio de quatro andares construído especialmente para abrigá-lo, o Museu impressio-na os visitantes pela beleza da exposição, pelo registro historiográfico compe-tente e expressivo da vida dos exilados e migrantes russos no contexto das transformações sociais e dos conflitos políticos que marcaram o século 20. Exibe objetos de uso pessoal, vestimentas, malas, livros, correspondências, máquinas de escrever, peças de mobília, medalhas, moedas e itens de co-leções, lado a lado com fotografias, imagens de vídeo, músicas, livros e regis-tros de vozes. Permite assim, com sensibilidade, que se vislumbrem as dife-rentes faces da diáspora russa: a rotina e o estilo de vida dos migrantes, as dificuldades enfrentadas, a nova vida que construíram em terras mais ou me-nos distantes, o impacto cultural de seu trabalho em outros países, a saudade de casa que a memória manteve viva nas gerações seguintes.

(16)

Especialmente interessante para nós é a vitrine dedicada à Helena An-tipoff, que é lembrada em uma exposição de objetos pessoais (sapatos, luvas e peças de artesanato mineiro que colecionou), de um retrato ao lado das imagens dos demais personagens ali representados, de livros e fotografias que ilustram sua trajetória, bem como as biografias de seu marido, o escritor e jornalista Victor Iretsky (1882-1936), e de seu filho, o também psicólogo Daniel Antipoff (1919-2005). Os objetos e documentos em exposição foram cedidos pela Fundação Helena Antipoff, pelo Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff e pela familia Antipoff, com a autorização do Con-selho do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da cidade de Ibirité, em Mi-nas Gerais, onde Helena Antipoff viveu e dirigiu o Complexo Educacional da Fazenda do Rosário entre os anos de 1940 e 1970. A historiadora Marina Sorokina, do Centro Solzhenitsyn, visitou o acervo Antipoff por duas vezes, em 2012 e 2017, e se responsabilizou pela exposição junto com a psicóloga Natalia Masolikova, estudiosa da história da psicologia na Rússia e na União Soviética e da trajetória de Antipoff naquele país, anterior à sua vinda para o Brasil.5

5 Masolikova, N. (2014) Helena Antipoff’s Russian Years. In: Sorokina, M. & Masolikova, N. (2014) The global educational space and academic migrants – The legacy of Russian-Brazilian psychologist Helena Antipoff (1892-1974) in science, education and human rights (Latin America, Europe and Russia). Proceedings of the International Colloquium. Moscow: Alexander Solzhenitcyn’s House of Russia Abroad, p. 25-45. Cf. também: http://www.russiangrave.ru/person?prs_id=75.

(17)

Helena Antipoff e a Educação Especial no Brasil

Lembrando a obra pioneira de Helena Antipoff na área da Educação Especial no Brasil, o evento acolhe também o lançamento do livro 3 Fases da Educação Especial em Minas Gerais: Um resgate iconográfico (Org. Adriana Araújo Pereira Borges, Regina Helena F. Campos e Paulo Vitor Ro-drigues da Silva, Belo Horizonte, CDPHA, LAPPEEI/Faculdade de Educação da UFMG), fruto do projeto “Psicologia e educação inclusiva: da escola sob medida de Claparède à educação para todos e para cada um”, financiado pela Fapemig e coordenado por nossa colega Adriana Borges, membro da Diretoria do CDPHA e professora de Políticas Públicas de Educação Especial

Figura 2: Vitrine sobre a

vida e a obra de Helena Antipoff, Museum of Russia Abroad, Moscou, Rússia, 2019.

(18)

e Inclusão na FAE/UFMG. Vincula-se também ao projeto financiado pelo CNPq, Portal Pioneiros da Educação Especial no Brasil: instituições, persona-gens e práticas, que reúne pesquisadores de outras universidades bra-sileiras. O projeto focaliza personagens importantes na construção da área da Educação Especial no Brasil: Helena Antipoff, em Minas Gerais; Ulisses Per-nambucano, em Pernambuco; Ana Maria Poppovic, em São Paulo; Olívia Pe-reira, no Rio de Janeiro, para citar alguns. Considera também vários outros educadores, atuando em outros estados da federação. O objetivo do projeto é mapear pessoas, iniciativas, instituições e práticas da educação especial es-tabelecidas em diferentes regiões do Brasil. A retomada dessa história, neste momento específico, em que o Ministério da Educação propõe mudanças na “Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva”, de 2008, é ainda mais pertinente. Compreender o papel dessas pessoas em ca-da época e em caca-da local é resgatar a influência desses atores na consti-tuição das políticas públicas, o que contribui para a compreensão do proces-so de estabelecimento da Educação Especial e Inclusiva no Brasil. Para além das determinações internacionais, é necessário interpretar como esses agen-tes constituíram práticas e se organizaram em torno da questão da deficiên-cia. Também nesse caso, faz-se necessário ultrapassar a visão estreita de que o desenvolvimento da ciência no Brasil emana de regiões econômicas mais avançadas, focalizando e retomando experiências locais, suas singulari-dades e suas inovações. Reunindo pesquisadores de diferentes regiões, a pesquisa pretende, em um segundo momento, construir um portal, com o ma-terial coletado, que possa se constituir como acervo para o desenvolvimento de outras pesquisas. A socialização do banco de dados, que será constituído com documentos oficiais, cartas, fotos, vídeos, tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, entre outros, será uma referência para os pesquisadores do campo da Educação Especial. O projeto pretende ainda reunir pesquisas já em execução dentro de diferentes grupos de pesquisa, criando uma rede

(19)

de pesquisadores interessados na história da Educação Especial e Inclusiva. Futuramente, a constituição dessa rede permitirá a mobilidade estudantil de alunos da pós-graduação, aumentando a interlocução e a parceria entre os envolvidos.

Assim, consideramos que a realização dos dois eventos – o XXXVIII Encontro Anual Helena Antipoff associado ao Colóquio Internacional Jean Piaget no Brasil e América Latina – certamente contribuirá para es-treitar os laços de colaboração acadêmica e científica entre pesquisadores da história e da situação contemporânea das áreas da Psicologia Educacional, Educação Especial, Inclusão e Ciências da Educação na tradição pluridiscipli-nar e colaborativa inaugurada por Jean Piaget, Helena Antipoff e outros pes-quisadores ligados à perspectiva construtivista.

Belo Horizonte e Ibirité, março de 2021.

(20)
(21)

Programação | Atividades Síncronas

29/03/2021 Segunda-feira

08:00 às 09:30 Mesa de Abertura

Raquel Martins de Assis (Presidente da Comissão Organiza-dora)

Regina Helena de Freitas Campos (Presidente do CDPHA) Julia Figueiredo Goytacaz Sant'Anna (Secretária de Estado da Educação, MG)

Vicente Tarley Ferreira Alves (Presidente da Fund. Helena Antipoff)

Dayse Moreira Cunha (Diretora da Faculdade de Educação, UFMG)

Christiane Campos de Araújo (Coordenadora de Extensão UEMG-Ibirité)

Rodrigo Lopes Miranda (Presidente da Sociedade Brasileira de História da Psicologia)

09:30 às 10:30 Intervalo

10:30 às 12:00 Conferência | A Formação e a Atuação de Helena Antipoff em Intersecção com Noções e Conceitos da Internaciona-lização Curricular

Conferencista: José Marcelo Freitas de Luna (Univali, Brasil / Universidade de Coimbra, Portugal)

Coordenação: Raquel Martins de Assis (UFMG, Brasil) Debatedor: Gracia Maria Clerico (Universidad del Litoral, Argentina)

12:00 às 13:00 Intervalo

13:00 às 14:30 Conferência | Jean Piaget, diplomata do internacionalismo educativo

Conferencista: Rita Hofstetter e Bernard Schneuwly (Université de Genève, Suiça)

Coordenação: Regina Helena Freitas Campos (UFMG, Brasil) Debatedor: Milton Campos (UFRJ, Brasil)

(22)

Programação | Atividades Síncronas

29/03/2021 Segunda-feira

14:30 às 15:30 Intervalo

15:30 às 17:00 Conferência | Piaget e a educação: um olhar a partir da contemporaneidade

Conferencista: Marilene Proença (USP / Academia Paulista de Psicologia, Brasil)

Coordenação: Déborah Rosária Barbosa (UFMG, Brasil) Debatedor: Renata Cruz (UFMG, Brasil)

17:00 às 18:00 Intervalo

18:00 às 20:00 Mesa-Redonda | Internacionalização e interculturalidade – conexões com a obra de Jean Piaget

Coordenação: Ricardo Ribeiro Martins (UFMG, Brasil) Debatedor: Raquel Martins de Assis (UFMG, Brasil)

Educação para a paz e ecologia integral: inspiração em Piaget no legado de Pierre Weil

Maurício Andrés (Agência Nacional de Águas, Unipaz, Brasil)

Intercâmbio escolar e internacionalização de saberes

Juan Medici (Diretor Executivo AFS do Brasil, Argentina e Uruguai)

Competencias interculturales en la internacionalización curri-cular: aporte para la integridade de la formación universitaria

Gracia Maria Clerico (Universidad del Litoral, Argentina)

Circulação e internacionalização de estudantes e instituições de ensino

Juan Francisco Álvarez (Representante em Minas Gerais da Universidade de Salamanca, Espanha)

(23)

Programação | Atividades Síncronas

30/03/2021 Terça-feira

08:00 às 09:30 Conferência | How does an author be turned into a classic? A method to analyse the reception through the case of Piaget in France

Conferêncista: Marc Ratcliff (Université de Genève / Archives Jean Piaget, Suíça)

Coordenação: Sérgio Cirino (UFMG, Brasil) Debatedor: André Morelli (UFF, Brasil)

09:00 às 10:00 Intervalo

10:00 às 12:30 Mesa-Redonda | O Museu da Criança – Perspectivas para o futuro a partir de um sonho de Helena Antipoff

Coordenação: Regina Helena Campos (Centro de Documen-tação e Pesquisa Helena Antipoff / UFMG, Brasil)

Pollyanna Lacerda Machado (SECULT | DIMUS | Sistema de Museus de Minas Gerais, Brasil)

Angela Gutierrez (Instituto Cultural Flávio Gutierrez, Brasil) Marina Sorokina (Museum Russia Abroad, Rússia) Natalia Masolikova (Museum Russia Abroad, Rússia) Miriam Nonato (Museu Helena Antipoff, Brasil)

Sérgio Faleiro Farnese (Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff, Brasil)

Marilene Oliveira Almeida (UEMG / Fundação Helena Antipoff, Brasil)

12:30 às 13:30 Intervalo

13:30 às 15:00 Conferência | Notas sobre a Atualidade de Piaget na Educação

Conferencista: Lino de Macedo (USP, Brasil) Coordenação: Mitsuko Antunes (PUC-SP, Brasil)

Debatedor: Pina Marsico (Universidade de Salerno, Itália, e Universidade Federal da Bahia, Brasil)

(24)

Programação | Atividades Síncronas

30/03/2021 Terça-feira

15:00 às 16:00 Intervalo

16:00 às 18:00 Mesa-Redonda | Recepção da obra de Jean Piaget no Brasil e América Latina

Coordenação: Carolina Melo (UFV, Brasil)

Heranças cariocas – testemunhos da circulação diferencial de discursos piagetianos no Instituto de Psicologia da UFRJ e no ISOP (anos 1970-1980)

Arthur Arruda (UFRJ, Brasil)

A recepção das ideias de Piaget: assimilações e diálogos (im) pertinentes no Brasil

Mário Sérgio Vasconcelos (UNESP-Assis, Brasil)

Leituras de Piaget censuradas na Argentina durante a ditadu-ra militar

Patrícia Scherman (Universidad de Córdoba, Argentina)

Movimientos centrífugos y centrípetos en el Centro Internacio-nal de Epistemología Genética: circulaciones suizo-argentinas

(25)

Programação | Atividades Síncronas

31/03/2021 Quarta-feira

08:00 às 09:30 Conferência | Por que Piaget me encantou?

Conferencista: Sílvia Parrat-Dayan (Archives Jean Piaget, Université de Genève, Suíça)

Apresentação: Regina Helena de Freitas Campos (Centro Documentação Pesquisa Helena Antipoff / UFMG, Brasil)

09:30 às 10:30 Intervalo

10:30 às 12:30 Mesa-Redonda | Questões teóricas sobre a obra de Piaget

Coordenação: Érika Lourenço (UFMG / Centro Documentação Pesquisa Helena Antipoff, Brasil)

Caminhos futuros – por uma Psicossociologia integrando Piaget e Habermas

Milton Campos (Estudos de Comunidades e Ecologia Social / UFRJ, Brasil)

Das diferenças às estruturas: Piaget em busca de seu método em 1920

André Morelli (UFF, Brasil)

Contribuição dos estudos do Instituto Jean Jacques Rousseau para a psicologia escolar e educacional no Brasil

Deborah Rosária Barbosa (UFMG, Brasil)

Apropriações das ideias de Jean Piaget pela cultura impressa de Minas Gerais/Brasil (1930-1940): o caso da Revista do Ensino

Raquel Martins de Assis (UFMG, Brasil)

(26)

Programação | Atividades Síncronas

31/03/2021 Quarta-feira

13:30 às 15:30 Mesa-Redonda | Aspectos da recepção da obra de Jean Piaget no Brasil e na América Latina

Coordenação: Maria de Fátima Pio Cassemiro (Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff)

Debate Piaget-Wallon sobre a origem e desenvolvimento do pensamento simbólico

Dener Silva (UFSJ, Brasil)

O método histórico-crítico de Jean Piaget aplicado a uma pesquisa epistemológica sobre Carl Rogers

Paulo Coelho Castelo Branco (UFC, Brasil)

O self government e o trabalho em equipe – diálogos com Piaget na pedagogia da Fazenda do Rosário

Adriana Otoni (UEMG, Brasil)

15:30 às 16:30 Intervalo

16:30 às 18:30 Reunião Encerramento Colóquio Piaget: Planejamento de ações de intercâmbio e cooperação, publicações, etc.

Rodrigo Lopes Miranda (UCDB / Presidente SBHP, Brasil) André Morelli (SBHP, UFF, Brasil)

Silvia Parrat-Dayan (Archives Piaget / Université de Genève, Suíça)

Lino de Macedo (USP – USP, Brasil) Arthur Arruda (UFRJ, Brasil)

Bernard Schneuwly (Université de Genève, Suíça) Rita Hofstetter (Université de Genève, Suíça)

Regina Helena de Freitas Campos (Presidente CDPHA / UFMG, Brasil)

Equipe do CDPHA (Belo Horizonte e Ibirité, Brasil)

(27)

Programação | Atividades Síncronas

31/03/2021 Quarta-feira

19:30 às 21:30 Mesa-Redonda | Internacionalização de saberes e cooperação entre instituições – possiblidades atuais

Coordenação: Carlyle dos Passos Laia (Fundação Helena Antipoff, Brasil)

As diretrizes da UEMG para internacionalização: atores e objetivos

Maria Eduarda da Silva Rodrigues de Oliveira (UEMG, Brasil)

Internacionalização do currículo: desafios e perspectiva

Ligia Barros de Freitas (UEMG, Brasil)

Intercâmbios e internacionalização curricular

José Marcelo Luna (UNIVALI, Brasil)

Circulação e internacionalização de estudantes e instituições de ensino

Juan Francisco Álvarez (Universidade Salamanca, Espanha)

Intercâmbio Virtual e compartilhamento de saberes na escola

Rosa Drumond (Virtual Exchange Maker, Brasil)

Intercâmbio escolar e internacionalização de saberes

(28)

Programação | Atividades Assíncronas Mesas-Redondas

MESA-REDONDA | Circulação e internacionalização das ciências da educação no século 20 a partir de documentos de acervos históricos europeus e latinoamericanos

Coordenação: Marilene Oliveira Almeida (UEMG, Fundação Helena Antipoff, Brasil)

O diálogo entre Helena Antipoff e Jean Piaget acerca do desenvolvimento do juízo moral na criança

Regina Helena Campos e Sérgio Farnese (UFMG, Brasil) A pedagogia antipoffiana entre a Europa e o Brasil: diálogos Camila Jardim de Meira (UEMG/UFMG, Brasil)

Variações da Colaboração Pedagógica estabelecida entre o Bureau Internacio-nal de Educação (BIE) e o Brasil

Clarice Moukachar Loureiro (Université de Genève, Suíça)

MESA-REDONDA | Quem são, onde estão e o que fazem os nossos ex-alunos? Estudos sobre as trajetórias profissionais de egressos universitários

Coordenador: Sérgio Dias Cirino (UFMG, Brasil)

Aspectos metodológicos de pesquisa com egressos

Simone Dutra Lucas (UFMG, Brasil); Tatiana Pereira Queiroz (UFMG, Brasil) Acompanhamento de discentes pela escuta falar: reflexões de uma prática

Aidê Cristina Silva Teixeira Macedo (UFMG, Brasil); Cristina Duarte Viana Soares (UFMG, Brasil)

Trajetórias profissionais de egressos de um programa de doutorado em psicolo-gia

(29)

Programação | Atividades Assíncronas Mesas-Redondas

MESA-REDONDA | Arquivos, histórias, mulheres e educação – desafios e possibilidades

Coordenação: Marilene Oliveira Almeida (UEMG, Fundação Helena Antipoff, Brasil)

Arquivos na história: mulheres, ciências e educação

Polyana Valente (FIOCRUZ, UEMG, Brasil)

Repositórios institucionais e acesso livre ao conhecimento: a experiência de pesquisa no acervo Virgínia Schall

Christiane Campos de Araújo (UEMG, Brasil)

Conexões de arquivos Brasil-Suíça - a biografia de Artus-Perrelet

Marilene Oliveira Almeida (UEMG, Fundação Helena Antipoff, Brasil) MESA-REDONDA | Pioneiros da educação especial no Brasil – persona-gens, instituições e práticas

Coordenação: Adriana Borges (UFMG, Brasil)

Sarah Couto César e a institucionalização da Educação Especial no Brasil

Márcia Pletsch (UFRRJ, Brasil)

O Brasil e as origens da educação especial como campo de conhecimento compartilhado

Mônica de Carvalho Magalhães Kassar (UFMS, Brasil)

Anísio Teixeira e Helena Antipoff: diálogos no campo da história da educação especial no Brasil

(30)

Programação | Atividades Assíncronas Mesas-Redondas

MESA-REDONDA | Pesquisas históricas no Museu Helena Antipoff - experiências de ensino, pesquisa e extensão

Coordenação: Camila Jardim de Meira (UEMG/Unidade Ibirité / Doutoranda em Educação – FaE UFMG)

Mediação: Camila Jardim de Meira (UEMG, Brasil)

Laboratório de Psicologia e Pesquisas Pedagógicas Édouard Claparède: uma perspectiva histórica para o desenvolvimento de estudos educacionais no município de Ibirité

Paula Dantas de Oliveira Pelizer (Graduanda em Pedagogia UEMG / Unidade Ibirité e Graduanda em Psicologia Newton Paiva)

Granjinhas e a educação dos corpos das/dos normalistas Fazenda do Rosário - Ibirité (1957-1967)

Andreia de Fátima Marques Mendes

Da “alavanca do desejo despertado” ao corpo social: contribuições de Claparède e Rousseau para ciência da criança

Paula Lopes Aquino da Silva (Graduanda em Pedagogia UEMG – Unidade de Ibirité)

Contribuições de J.F. Pestalozzi (1746 – 1827) para ciências da educação: primeiras leituras

Cleide Aparecida Alves (Graduanda em Pedagogia UEMG / Unidade Ibirité)

Iniciação científica no Museu Helena Antipoff: explorando fontes documentais

Paula Dantas de Oliveira Pelizer (UFMG, Brasil) Andreia de Fátima Marques Mendes (UEMG, Brasil)

Contribuições de E. Claparède (1873 – 1940), J.J. Rousseau (1712-1778) e J.F. Pestalozzi (1746 – 1827) para Ciências da Educação: primeiras leituras e refle-xões a partir de textos clássicos identificados no Museu Helena Antipoff

Paula Lopes Aquino da Silva (UEMG, Brasil) Paula Dantas de Oliveira Pelizer (UFMG, Brasil) Rayane Kênia Marques de Paula (UEMG, Brasil) Cleide Aparecida Alves (UEMG, Brasil)

(31)

Programação | Atividades Assíncronas Roda de Conversa

Projeto Cidadãos Globais - Intercâmbios, interculturalidade e internaciona-lização do currículo

Coordenação: Carlyle dos Passos Laia (Fundação Helena Antipoff, Brasil)

Intercambistas estrangeiros e brasileiros

Apresentação: Carolina Lobo Silva (ESSA-Fund. Helena Antipoff, Brasil)

(32)

Programação | Atividades Assíncronas Exposições e Vídeos

Vídeo | Visita Virtual ao Museu Helena Antipoff (CDPHA/FHA)

Exposição Virtual | Encontros Anuais Helena Antipoff – memórias e conexões

Organização: Fátima Pio Cassemiro (CDPHA, Brasil) e Marilene Oliveira Almeida (FHA/UEMG/CDPHA, Brasil)

Documentário | “Entre mundos – Vida e Obra de Helena Antipoff”

Realização: Cineasta Guilherme Reis e Roteirista Ana Amélia Arantes, Brasil Coordenação: Maria Alice Lopes Braga (FHA, Brasil)

Vídeo | Roda de conversa - Os bastidores do documentário Entre Mundos Exposição | Exposição virtual sobre História da Psicologia Aplicada em Minas Gerais – a experiência do SOSP (Serviço de Orientação e Seleção Profissional)

(33)

Programação | Atividades Assíncronas

Sessões Coordenadas

Sessão Coordenada 1 | Ciência aberta, Museus e acesso ao Conhecimento

Coordenador(a): Delba Teixeira Rodrigues Barros

English as medium of instructions (emi) como metodologia facilitadora de comu-nicação e circulação de saberes

Delba Teixeira Rodrigues Barros ; Rosângela Escalda

Museu: um lugar também para aprender

Élida Cristina Nazelli Riquetti; Gabirelle de Aguilar Magnani; Giovana Melo Gui-marães

As configurações museais contemporâneas do Amsterdam Museum e a relação com o seu público

Leonardo Gonçalves Ferreira

Sessão Coordenada 2 | Circulação, Recepção e Contemporaneidade das Obras de Jean Piaget no Brasil e na América Latina 1

Coordenador(a): Deolinda Armani Turci

O real e o virtual: a construção das estruturas lógicas elementares e infralógicas de tempo

Daniela Borges da Silva Melo; Orly Zucatto Mantovani de Assis

Da escola de aperfeiçoamento de Minas Gerais ao curso de pedagogia da Uni-versidade do Estado de Minas Gerais: circulação das obras de Jean Piaget na formação de professores.

Deolinda Armani Turci

Aproximações teóricas entre Édouard Claparède e Jean Piaget: perspectivas e entendimentos acerca de desenvolvimento mental durante o movimento peda-gógico do século XIX

Paula Dantas de Oliveira Pelizer; Mônica Freitas Ferreira Novaes; Camila Jar-dim de Meira; Regina Helena de Freitas Campos

(34)

Programação | Atividades Assíncronas

Sessões Coordenadas

Sessão Coordenada 3 | Circulação, Recepção e Contemporaneidade das Obras de Jean Piaget no Brasil e na América Latina 2

Coordenador(a): Raquel Martins de Assis

As implicações do jogo na obra de Jean Piaget: dos indícios epistemológicos à percepção dos expoentes da psicogênese

Kleber Tuxen Carneiro; Orly Zucatto Mantovani de Assis

Interfaces entre o "método de projeto" e as granjinhas escolares da Fazenda do Rosário (1960) - conexões Brasil- Estados Unidos - Europa.

Pedro Henrique Oliveira Guimarães; Regina Helena Campos Freitas; Marilene Oliveira Almeida

Sessão Coordenada 4 | Circulação e Internacionalização de Saberes: conexões locais e globais 1

Coordenador(a): Sérgio Domingues

Psicologia patológica versus misticismo: uma história da circulação de saberes entre a França e o Brasil na primeira metade do século XX.

Carolina Silva Bandeira de Melo

A importância da afetividade no processo de aprendizagem e na construção do conhecimento.

Ana Lúcia Pinto de Camargo Meneghel; Édison Manoel da Silva; Orly Zucatto Mantovani de Assis

Representação de Deus: estudo exploratório sob a perspectiva da psicologia genética.

Carolina Souza Guilhermino; Dener Luiz da Silva

Recepção e Circulação de conceitos psicológicos: o controle e contracontrole social, de Holland a Pereira de Sá.

Rodrigo Lopes Miranda; Roberta Garcia Alves; Lucas Ferraz Córdova

A recepção da análise do comportamento de B. F. Skinner no curso de Pedago-gia da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (1968-1985).

(35)

Programação | Atividades Assíncronas

Sessões Coordenadas

Sessão Coordenada 5 | Circulação e Internacionalização de Saberes: conexões locais e globais 2

Coordenador(a): Marilene Oliveira Almeida

O debate internacional sobre o ensino do desenho - interseções entre "desenho espontâneo" e o "método" Artus-Perrelet

Marilene Oliveira Almeida; Maria do Carmo de Freitas Veneroso; Regina Helena de Freitas Campos

A conexão Suiça-Brasil - internacionalização de saberes sobre o ensino do de-senho.

Marilene Oliveira Almeida; Maria do Carmo de Freitas Veneroso; Regina Helena de Freitas Campos

Antipoff e a educação em Marx - aproximações e distanciamentos.

Sérgio Faleiro Farnese; Regina Helena de Freitas Campos

Diálogo entre a pedagogia socialista e a "pedagogia antipoffiana" na formação integral do sujeito.

Wanderson de Sousa Cleres; Teodoro Adriano Costa Zanardi; Janete Amorim Ribeiro

Sessão Coordenada 6 | História, Política e Práticas em Educação Especial 1

Coordenador(a): Erika Lourenço

Instituto Pestalozzi: uma análise dos regimentos escolares.

Adriana Araújo Pereira Borges; Gabriella Lara Silva; Raissa Cristina Almeida Coelho Brandão

Pioneiros da educação especial brasileira: a trajetória de Helena Antipoff no Rio de Janeiro e os impactos para educação especial.

Getsemane de Freitas Batista; Leila Lopes de Ávila; Sheila Venância da Silva Vieira

Na Baixada Fluminense/RJ, uma escola pioneira em inclusão escolar.

Leila Lopes de Ávila

Três fases da educação especial em Minas Gerais -um resgate iconográfico.

Paulo Vitor Rodrigues da Silva; Adriana Araújo Pereira Borges; Regina Helena de Freitas Campos

(36)

Programação | Atividades Assíncronas

Sessões Coordenadas

Sessão Coordenada 7 | História, Política e Práticas em Educação Especial 2

Coordenador(a): Erika Lourenço

A Educação inclusiva e os professor da educação básica de Belo Horizonte.

Deolinda Armani Turci; Giovana Moura de Souza; Érika Lourenço

A inclusão de crianças com deficiência na educação infantil: relato de uma ex-periência em uma EMEI de Belo Horizonte.

Érika Lourenço; Luciana Aparecida de Andrade; Gabriela Kunzendorkk Bueker Drumond; Eduardo Lopes; Elizabeth Junqueira Santos

Alunos com deficiência na educação básica: um retrato da rede municipal de ensino de Belo Horizonte.

Rafael Henrique de Resende Marciano; Michele Aparecida de Sá

O trabalho docente com estudantes com deficiência em cursos técnicos de nível médio no Brasil e em Portugual.

Sandra Freitas de Souza; Maria Auxiliadora Monteiro Oliveira

A mediação na prática pedagógica de Feuerstein e o desenvolvimento de habili-dades cognitivas.

(37)

Programação | Atividades Assíncronas

Sessões Coordenadas Sessão Coordenada 8 | História da Psicologia 1

Coordenador(a): Rodolfo Luis Leite Batista

A organização de arquivos como prática de ensino de história da psicologia em cursos de graduação.

Rodolfo Luis Leite Batista

Mapeando produções feminias no Brasil: um estudo bibliométrico nos Arquivos Brasileiros de Psicotécnica (1949-1968).

Rodrigo Lopes Miranda; Guilherme Santos Souza

História do Centro de Estudos e Pesquisa em Psicologia Aplicada - CEPPA da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM (2010-2018).

Ana Laura Domingues de Sousa; Sara Lorraine Gualberto Silva; Walter Mariano de Faria Silva Neto

Os diários dos cursos da Fazenda do Rosário.

Renato Batista da Silva; Raquel Martins de Assis

Reflexões sobre a formação do psicólogo nos interiores do Brasil.

Paulo Coelho Castelo Branco

Sessão Coordenada 9 | História da Psicologia 2

Coordenador(a): Aline Moreira Gonçalves

Historiografia da ciência e história da psicologia: possíveis interlocuções.

Eva Maria dos Santos Mesquita; Dener Luiz da Silva

Discurso médico-higienista na educação escolar mineira: um estudo histórico sobre a Revista do Ensino (1925-1930).

Maria Cecilia Moura Bicalho; César Rota Júnior

A pesquisa escolológica e a formação científica de professores - a experiência de Helena Antipoff na Escola de Aperfeiçoamento de Professores de Belo Hori-zonte (1929-1943).

Renata Silva Cruz; Regina Helena de Freitas Campos

História da assistência à saúde mental em Minas Gerais: um passado ignorado.

(38)

Programação | Atividades Assíncronas

Sessões Coordenadas Sessão Coordenada Extra

Coordenador(a): Raquel Martins de Assis

O baú, a colcha, as memórias.

Rosilene Maria da Silva Gaio

Educação, desenvolvimento bio-psico-social e ethos: estudo de uma carta de Helena Antipoff endereçada ao filho.

(39)

Resumo das

Conferências

(40)

A FORMAÇÃO E A ATUAÇÃO DE HELENA ANTIPOFF EM INTERSECÇÃO COM NOÇÕES E CONCEITOS DA

INTERNACIONALIZAÇÃO CURRICULAR

José Marcelo Freitas de Luna PPGE - Univali

Parece apoiada na consensualidade a afirmação de que o conhecimento nem sempre se assenta sobre trilhas disciplinares. Parece também consensuado o fato de que a formação acadêmico-científica insiste na subdivisão do conheci-mento em áreas com fronteiras supostamente conhecidas e estabilizadas co-mo a Educação, a Linguística, a Sociologia, entre outras. Por outro lado, ao assumirmos como problemas científicos as demandas contemporâneas, co-mo o ensino e a aprendizagem em contextos multiculturais, por exemplo, constatamos que, para bem tratá-las, precisamos de aparato metodológico de perspectivas diversas. Os fundamentos teórico-metodológicos das áreas de Psicologia, Ciências Humanas e Educação, exa-minados à luz da Internacionalização do Currículo, apresentam convergências e divergências que podem ser melhor descritas e explicadas como inter-secções. Pontualmente, o referencial da IoC permite-nos tratar da abordagem da infusão, pela qual o currículo é passível de infusão de conteúdo programá-tico que reflete perspectivas variadas; provê os alunos de conhecimento so-bre as diferenças culturais entre as práticas profissionais no mundo, e oportu-niza aos acadêmicos de todas as áreas de conhecimento experimentar uma dimensão internacional, multicultural e idealmente intercultural. Com essa explanação teórico-prática, defendemos a tese de que o intercâmbio de pes-soas e a intersecção de ideias são promotores da internacionalização curricu-lar. Assim fazendo, fidelizamos com o objetivo deste processo, que é o de questionar os paradigmas a partir de uma postura investigativa que se erige do incorformismo com saberes universalizantes e práticas monoculturais e

(41)

excludentes. Como Grupo de Pesquisa em Estudos Linguísticos e Internacio-nalização do Currículo, assumimos haver variedade e diversidade de pontos de contato, de percursos metodológicos afins, de sintonias conceituais trans-disciplinares, de confluências; de relacionamentos entre áreas e autores cujas obras se aproximam do referencial teórico-metodológico da Internacionali-zação do Currículo – IoC sob a perspectiva da educação intercultural. A bus-ca por diálogos com outras áreas do conhecimento como os estudos Cultu-rais, Antropologia, Sociologia, entre outras, bem é referida em alguns estudos da área da IoC (LEASK, 2015; LUNA, 2016). Contudo, a revisão de literatura sobre estudos acerca das intersecções aponta para lacunas de aprofunda-mento de outros conceitos e de outras noções, como também aponta para lacunas de aprofundamento de autores cujo trabalho se associa mais direta-mente ao Brasil. A proposição desta intervenção é a de contribuir com o preenchimento desse referencial teórico, que requer combinações com áreas e autores que favoreçam uma compreensão sócio-histórica do processo de IoC. Assim orientados e motivados, tomamos contato com a produção biobi-bliográfica de Helena Antipoff. Essa “russa mais mineira não há” - para usar um dos versos do poema drummondiano – teve a sua formação e atuação estudadas pelo GP. Foram fontes de pesquisa artigos e livros científicos, ví-deos, jornais e materiais diversos publicados sobre a professora e pesquisa-dora até maio de 2020. A pergunta que orientou a pesquisa foi: como a for-mação e a atuação de Helena Antipoff fazem intersecção com noções e con-ceitos da internacionalização curricular? Nesta palestra, apresentamos e dis-cutimos as intersecções encontradas pelos seguintes pontos: cultura, intercul-turalidade, internacionalização doméstica, currículo, o outro, identidade e glo-cal.

(42)

JEAN PIAGET, DIPLOMATA DO INTERNACIONALISMO EDUCATIVO Rita Hofstetter Bernard Schneuwly Universidade de Genebra

Quem explorar os arquivos do Bureau Internacional de Educação (BIE) encontrará milhares de cartas, mas também notas, memorandos da caneta de Piaget. Tendo como objetivo a construção do que se poderia chamar de “internacionalismo educativo” - as convicções e realizações de uma miríade de atores individuais e coletivos convencidos da necessidade de aplicar os métodos de colaboração internacional no campo da educação para pacificar o mundo -, Piaget aparece como um verdadeiro diplomata, atuando tanto no cenário das organizações internacionais quanto no dos governos. Ele sempre perseguiu os objetivos do BIE, fundado em 1925: manter no trabalho "objetividade científica rigorosa" e "neutralidade", que ele afirmou ser "absoluta" "do ponto de vista nacional, filosófico, confessional e, sobretudo, político". Nossa apresentação descreverá essa atividade, mostrando que ela está sempre articulada com elaborações teóricas sobre educação e desenvolvimento. Vamos mostrá-lo descrevendo três fases e esboçando uma coda:

- 1929 a 1934: descreveremos Piaget como negociador em duas frentes: na das organizações internacionais, entre as quais o BIE deve encontrar seu lugar (Liga das Nações, Bureau Internacional do Trabalho, Instituto Internacional de Cooperação Intelectual), e na dos países do mundo que são membros potenciais do BIE, entre os quais escolherá um número para negociações mais intensas. Essa ofensiva diplomática anda de mãos dadas com uma teorização da educação na perspectiva da compreensão internacional e do desenvolvimento do juízo moral, intimamente ligados. - 1934 a 1939: essa fase consiste em uma reorientação da estratégia

(43)

piagetiana. Vamos mostrar que Piaget certamente continuou suas negociações para obter novos membros. Mas a sua diplomacia consiste agora, antes, em inventar dispositivos que permitam a qualquer país do mundo participar nas atividades do BIE mesmo sem ser membro. O modo de funcionamento desses dispositivos é profundamente influenciado pela teoria do “Juízo moral”, que Piaget transpõe para dar forma às interações entre países do mundo, mesmo que sejam, politicamente, radicalmente opostas como os fascistas italianos e os republicanos franceses.

- 1945 a 1953: a guerra deu origem à uma grande organização internacional em matéria de educação: a UNESCO. Como manter o pequeno BIE junto a esse gigante? Descreveremos as habilidosas negociações conduzidas por Piaget para conseguir isso. Através dessas negociações, ele se tornou um diplomata oficial que ocupa múltiplas funções em conexão com a UNESCO. Isso o levou, mais uma vez, a reformular suas ideias educacionais na perspectiva do entendimento internacional e em articulação com a nova forma de internacionalismo educativo. Esse universalismo ameaçado pela Guerra Fria, ele desistiu dessas atividades em 1953.

Coda: foi a militância anticolonial que obrigou Piaget, em 1964, a vestir novamente as suas roupas diplomáticas para gerir um conflito entre países africanos e asiáticos, aos quais se juntaram os países comunistas, por um lado, e os países da Europa Ocidental e da América do Norte e Latina, por outro. Cansado, percebendo que seus princípios de cooperação e reciprocidade - os do “Juízo moral” - já não funcionavam em um mundo profundamente transformado, renunciou ao cargo de diretor do BIE em 1967.

(44)

HOW DOES AN AUTHOR BE TURNED INTO A CLASSIC? A METHOD TO ANALYSE THE RECEPTION THROUGH THE CASE OF PIAGET IN

FRANCE

Marc J. Ratcliff University of Geneva

How do you transform a scientific author into a classic? In this talk, I take stock of the theories of reception from Jauss (Iser, Bourdieu, Picard, Oatley, etc.) by applying it to the notion of author (Calvino, Zekian, Antoine-Mahut, etc.), which oscillated between historicization and timelessness of the work. My historicist approach offers new and specific methodological tools to disen-tangle, within the reception of a work, its transformation into a classic. I stu-died the case of Piaget in France during the interwar period. I first updated the concept of reception by applying it to the history of science, and this required relating reception to networks. By working on a reception corpus, exclusively on scientific journals, we are dealing with readers who can be identified by their productions. In the first part, the survey covered 59 French journals from 1921 to 1941 and showed the existence of more than 350 articles citing Piaget for 150 authors and 22 anonymous. Three main fields of reception appeared, psychology, pedagogy and philosophy, but their rhythms of reception of Piage-t’s works were very different. A first tool presented is the analysis of textual genres which highlighted three functions, description (book review), discussion (author articles) and arbitration (review of third-party works, which mentionned Piaget). A second analysis tool that I named the citation profiles analyzes the way in which an author was cited in a journal and answers several questions, in particular by what textual genres did Piaget enter journals, and what fun-ctions allow you to transform an author into a classic? For psychology, the most important function for transforming an author into a classic was arbitra-tion. The second part dealt with Piaget’s networks in France, cutting across

(45)

the three main fields of reception: psychology, pedagogy and philosophy. For this, a number of ego-documents were used to identify Piaget’s relationships with members of the psychology and philosophy societies, and the educators. It showed in particular how Piaget could, both through his networks and the quality of his work, enter the main French journals related to these fields. The third part related reception to networks: to measure these relations, I compa-red the reception by Piaget of the work of others by network, to the reception of Piaget’s work by others and by network. The comparisons made highlighted a new unit of measurement, the “yield” clearly differentiated for each specific network. This yield also contributed to promoting the visibility of Piaget, hel-ping transforming his work into a classic. In conclusion, I draw the consequen-ces of this research and these tools to underline the specificity of the history of science in the face of the literary field for the case of the transformation of an author into a classic. This, by emphasizing the solidarity of the three functions (describe, discuss, arbitrate) endorsed by the textual genres, and by showing that the entanglement of networks and reception can be the subject of a rigo-rous analysis.

(46)

NOTAS SOBRE A ATUALIDADE DE PIAGET NA EDUCAÇÃO Lino de Macedo Instituto de Psicologia Universidade de São Paulo

Pode-se argumentar em favor da atualidade de Piaget na educação invocan-do, ao menos, três aspectos, subdivididos, cada um deles, em dois elemen-tos. (1a) As ditas “metodologias ativas” ocupam, hoje, boa parte do lugar do que antes chamávamos de “abordagens construtivistas”. (1b) Os modelos de professor “Taos, Paris, Atenas e Eldorado”, de inspiração piagetina, evocam os desafios que docentes enfrentam, hoje. (2a) Biologia e conhecimento, em uma visão epigenética, estão presentes em muitos campos. (2b) Organização e adaptação desafiam, igualmente, nosso organismo e inteligência. (3a) O “sujeito epistêmico” de Piaget equivale, hoje, ao conceito de “commons”. (3b) Competências essenciais ou competências-chave, igualmente, correspondem ao que esse autor invocava como direito de todos. A educação em sua visão sistêmica e complexa é a que nos possibilita todos esses desenvolvimentos.

(47)

POR QUE PIAGET ME ENCANTOU?

Sílvia Parrat-Dayan Archives Piaget, Universidade de Genebra

O objetivo desta fala é salientar a importância da obra de Piaget que, como se sabe, é notável, considerável, meritória. Mas o exercício que eu gostaria de fazer é de esboçar a importância desta obra para mim. O que é que eu vejo como fundamental de um ponto de vista pessoal. Esse exercício me leva a ressaltar os conceitos que são essenciais na teoria, tais como assimilação, acomodação, metodologia, construtivismo, interacionismo, equilibração. Ele me incita também a tentar mostrar como é que essa teoria transformou pro-fundamente minha forma de pensar, como é que essa teoria me ajudou a pensar não só os temas da psicologia, mas também os problemas quotidia-nos e os problemas teóricos de outros domínios, tais como a História ou a Antropologia. Assim, posso dizer que o professor Piaget me ensinou a me interrogar e procurar aquilo que está detrás de uma conduta, para poder en-tender o seu significado. Ele me ensinou a ter ideias e saber que, nem sem-pre, elas correspondem à realidade desejada. É por isso que sempre era ne-cessário “ver”, interrogar as crianças e “ver”. É por isso que antes de começar uma experiência, nós, os pesquisadores, fazíamos o que podemos qualificar de experiências “para ver”. O que nos permitia continuar na direção imagina-da ou muimagina-dar de caminho. E as crianças sempre procuravam ideias novas. E claro, nós tínhamos que ficar atentos a tudo! Ter ideias novas e as procurar interroga nossa criatividade, conceito inerente à teoria de Piaget. Piaget me ensinou também que, quando os resultados são interessantes, se experimen-ta uma profunda satisfação. O professor Piaget me mostrou isso alguns me-ses depois que eu o conheci. Gostaria de contar um episódio que ficou grava-do na minha memória. Alguns meses depois de assistir ao curso de Piaget, me inscrevi para apresentar os resultados de uma pesquisa que estava

(48)

fazen-do. Já dá para ver que mal começávamos a assistir aos cursos teóricos, os estudantes estavam imersos na pesquisa. Eu tinha que contar uma experiên-cia sobre a causalidade, experiênexperiên-cia interessante, mas difícil. Evidentemente eu tinha preparado minha fala muito bem. Mas chegado o momento, estar diante Piaget e diante de todo um auditório, me intimidou. Durante provavel-mente um minuto, não soube o que dizer. Um silêncio, para mim, interminá-vel. De repente, tive a ideia de colocar ao auditório as mesmas perguntas que tinha colocado às crianças. As respostas dos adultos eram fantasiosas e in-corretas. Não era o resultado esperado. Mas o rosto de Piaget mudou. Um sorriso o iluminava. Assim aprendi que resultados não esperados podem ser bem mais interessantes do que os que poderíamos imaginar. Aprendi sobre-tudo que uma experiência intelectual pode nos dar felicidade. Então, bem mais confiante, consegui contar a minha experiência, que provocou múltiplas perguntas. No final, Piaget insistiu sobre a satisfação que ele experimentou de ter me ouvido. Bom começo na escola de Piaget! Criatividade e prazer são elementos de uma boa pesquisa, que podem transformar essa atividade nu-ma verdadeira paixão, que ficará sempre com o pesquisador. Assim, quando alguns dizem que Piaget jamais se interessou pela afetividade, eu fico duvi-dando! A afetividade é o motor da pesquisa e ele transmitiu isso! Se ele não estudou o problema, foi porque ele se apaixonou por outros aspectos da con-duta humana. Tudo isso me lembra uma frase que os pesquisadores (e eu mesma também) diziam a miúdo: a experiência é muito divertida, ou me diver-ti muito interrogando as crianças. Mas isso não significa que não se trabalhe, que, às vezes, se passem momentos difíceis, que não sabemos como inter-pretar, nem como classificar as condutas. Mas salienta a atividade prazerosa que constitui a pesquisa. O que me incita a mencionar um outro elemento da teoria: a presença do outro. O outro é fundamental nessa teoria. Poder contar com um outro, além do eu, significa poder aceder a um ponto de vista diferen-te e diferen-ter elementos para organizar ou reorganizar seu próprio pensamento.

(49)

Isso implica uma grande confiança no outro e uma grande responsabilidade do outro, conceito importante, de novo, na teoria. E, claro, a evolução da soci-edade mudou tanto essa prática, que vinte anos mais tarde você não pergun-ta mais nada a ninguém e só mostra seus resulpergun-tados uma vez publicados! Na época piagetiana, a ajuda mútua, a cooperação era a regra. E mais, o outro tinha prazer em intervir, ajudar, propor, discutir. Por que a teoria de Piaget me encantou? A palavra encantar tem o sentido de maravilhar, fascinar. Mas tam-bém tem o sentido de enfeitiçar. É possível conciliar as duas significações?

(50)

Resumo das

Mesas-Redondas

(51)

MESA-REDONDA | INTERNACIONALIZAÇÃO E INTERCULTURALIDADE CONEXÕES COM A OBRA DE JEAN PIAGET

Educação para a paz e ecologia integral: inspiração em Piaget no legado de Pierre Weil

Maurício Andrés Agência Nacional de Águas Unipaz, Brasília, DF

Resumo: A UNIPAZ – Universidade Holística Internacional de Brasília – foi criada no Brasil, em 1987, abriu suas atividades em 1988 e, desde então, ex-pandiu-se por diversas cidades brasileiras e no exterior. São vários núcleos que mantêm uma unidade entre si, mas têm variações regionais em seus pro-gramas e atividades.

Seu inspirador foi o psicólogo e educador Pierre Weil, que nasceu, em Estras-burgo, em 1924. Na sua juventude, viveu os dramas da guerra e foi aluno de Léon Walther e Jean Piaget na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educa-ção (Instituto Jean Jacques Rousseau) da Universidade de Genebra. Essa influência foi marcante em sua forte formação científica de base.

Pierre formulou a teoria fundamental da UNIPAZ. A educação para a paz ali proposta contempla a paz social, a paz com a natureza e a paz consigo mes-mo. O preâmbulo do ato constitutivo da UNESCO inspirou a concepção da UNIPAZ: “Uma vez que as guerras nascem no espírito dos homens, é no es-pírito dos homens que devem ser erguidos os baluartes da paz.”.

Palavras-chave: Pierre Weil - cultura de paz – UNIPAZ – UNESCO – ecologia integral

Abstract UNIPAZ - International Holistic University of Brasília - was created in Brazil in 1987 and opened its activities in 1988 and has since expanded to

(52)

several Brazilian cities and abroad. There are several centers that maintain a unity among themselves but have regional variations in their programs and activities.

Its inspiration came from the psychologist and educator Pierre Weil, who was born in Strasbourg in 1924. In his youth he lived the dramas of war and was a student of Léon Walther and Jean Piaget at the Faculty of Psychology and Educational Sciences (Jean Jacques Rousseau Institute), at Geneva Universi-ty. This influence was remarkable in his strong scientific formation.

Pierre Weil formulated the fundamental theory of UNIPAZ in which Peace Ed-ucation contemplates social peace, peace with nature and peace with oneself. The preamble to the constitutive act of UNESCO inspired the concept of UNIPAZ: "Since wars begin in the minds of men, it is in the minds of men that the defences of peace must be constructed”.

Key words: Pierre Weil – peace culture – UNIPAZ- UNESCO – integral ecolo-gy

Competencias interculturales en La internacionalización curricular: aporte para La integridade de la formación universitária

Gracia Maria Clerico

Universidad del Litoral, Argentina

Partiendo de los interrogantes: ¿por qué vale la pena internacionalizar nuestro currículum?, ¿qué le aporta a nuestros alumnos dicha internacionalización? ¿y a nosotros como docentes?, se ofrece una reflexión sobre el sentido que adquiere este índole de propuestas en el marco cultural actual de cambio epocal y de acentuación de la cooperación Sur-Sur entre las universidades de las región.Luego de brindar precisiones conceptuales para esclarecer los

Referências

Documentos relacionados

Formação entendida como um processo dinâmico no qual o docente esteja consciente das singularidades da atividade e possa, a partir do conhecimento acumulado e de suas práticas éticas

xii) número de alunos matriculados classificados de acordo com a renda per capita familiar. b) encaminhem à Setec/MEC, até o dia 31 de janeiro de cada exercício, para a alimentação de

Our contributions are: a set of guidelines that provide meaning to the different modelling elements of SysML used during the design of systems; the individual formal semantics for

A prova do ENADE/2011, aplicada aos estudantes da Área de Tecnologia em Redes de Computadores, com duração total de 4 horas, apresentou questões discursivas e de múltipla

Aos 7, 14 e 21 dias após a emergência (DAE), foi determinado o índice SPAD no folíolo terminal da quarta folha completamente expandida devido ser esta folha recomendada para verificar

6 Consideraremos que a narrativa de Lewis Carroll oscila ficcionalmente entre o maravilhoso e o fantástico, chegando mesmo a sugerir-se com aspectos do estranho,

Verifica-se a presença da temática da relação ao saber em 06 (seis) eventos realizados entre os anos de 2015 – 2018, a saber, o Colóquio Internacional “Educação

Com o intuito de registrar tais alterações, anúncios de revistas premiados pelo 20º Anuário do Clube de Criação de São Paulo são apresentados de forma categórica como