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Capítulo II | Dimensão Investigativa

Anexo 12 Reflexão VI da Prática Pedagógica em contexto de 1º CEB

Depois dos alunos partilharem o fim de semana, como habitualmente fazem à segunda feira, trabalhámos na área do Português, o texto do manual, com o título “As consultas do Dr. Serafim e a bronquite da senhora Adriana”. Neste sentido, comecei por ler oralmente e pausadamente, tendo o cuidado de respeitar a pontuação apresentada pois, a seguir iria pedir aos alunos que lessem. Assim, depois da minha leitura, disponibilizei algum tempo para os alunos lerem individualmente e em silêncio e, enquanto liam, desafiei-os a sublinhar as palavras que tivessem acentuação gráfica. Quando os alunos terminaram esta tarefa, ditaram em conjunto as palavras que tinham encontrado e apresentámos no quadro as palavras escritas em pequenas placas. Uma vez apresentadas as palavras pedi aos alunos que fizéssemos a divisão silábica, recorrendo às palmas. De seguida, pretendia-se que os alunos aprendessem a classifica-las quanto à sílaba tónica e, por isso, colocámos no quadro uma lagarta que se chamava EGA, com as iniciais de Esdrúxula, de Aguda e de Grave.

Senti que os alunos estavam bastante entusiasmados e receptivos para aprender tudo sobre esta lagarta que estava no quadro. Penso que a maioria dos alunos percebeu rapidamente, porém alguns demonstraram algumas dificuldades que com os exercícios da ficha de trabalho que fizemos a seguir e com o apoio individual ficaram a perceber. Durante a resolução desta ficha de trabalho, fui circulando pela sala para apoiar nas dificuldades dos alunos e a certa altura apercebi-me que num dos exercícios era pedido que os alunos sublinhassem a sílaba tónica, sendo que alguns alunos estavam a sublinhar apenas a letra com acento gráfico, e por isso, pedi aos alunos que fizessem uma pausa, na resolução da ficha, para chamar a atenção que teriam de sublinhar a sílaba tónica, e não, só letra. Chegando a hora do intervalo, alguns alunos não tinham terminado a ficha de trabalho, por isso pedi para guardarem e resolverem mais tarde, pois teríamos de avançar para o Estudo do Meio. Nesta área, trabalhámos o sistema respiratório e, por isso, iniciei a exposição deste conteúdo através de um pequeno diálogo com os alunos, que tinha como objetivo percebermos a importância de estudar este sistema e descobrir o porquê de precisarmos de respirar e qual o nome dos órgãos que precisamos para o conseguirmos fazer.

Segundo o Currículo Nacional do Ensino Básico (2007), “A partir das suas percepções, vivências e representações, o aluno é levado à compreensão, à reelaboração, à tomada de decisões e à adopção de uma linguagem progressivamente mais rigorosa e científica.” Nesta linha de pensamento, penso que esta conversa foi muito interessante e despertou nas crianças a curiosidade de querer saber mais, sobretudo depois de lhes pedir que inspirassem e expirassem, e que imaginassem o que acontecia ao ar que estava a entrar e a sair do seu corpo. Para consolidar a conversa que tínhamos tido até ao momento chegou a altura de apresentar-lhes um simulador onde os alunos poderiam observar o que acontecia aos seus pulmões durante os movimentos respiratórios. Posteriormente apresentei um cartaz com a ilustração dos órgãos do sistema respiratório e com a ajuda das crianças fizemos uma revisão sobre os nomes dos órgãos do sistema respiratório e a função de cada um deles. Para terminar o período da manhã, os alunos resolveram uma ficha de trabalho onde teriam de aplicar os conceitos estudados anteriormente. Durante a correção destas fichas foi notório que os alunos não demonstraram muitas dificuldades pelo que, como já referi em reflexões anteriores, o uso de material didático é muito importante para a aprendizagem dos alunos.

30 À tarde, e com o intuito de trabalhar a frequência absoluta e a moda, no domínio da Matemática, perguntei aos alunos qual a atividade extracurricular que praticavam e, como a maioria dos alunos frequentava mais do que uma atividade, sugeri que escolhessem a que gostavam mais. Assim, fui registando as respostas no quadro através de uma tabela, e a dado momento tinha tantas respostas que estas não cabiam no quadro, por isso, decidimos agrupar por categorias. Os alunos concordaram e, depois de terminarmos o registo no quadro, estes copiaram para os seus cadernos. Nesta tarefa, as crianças demonstraram alguma dificuldade na organização do espaço na folha, pois o quadro é grande e induz em erro quando estes vão copiar para uma folha quadriculada de tamanho A4. Penso que é natural esta dificuldade e só será ultrapassada depois dos alunos exercitarem e explorarem mais este tipo de propostas. Como tal, quando estes perguntavam onde tinham de colocar a informação, se ao centro, se à esquerda ou à direita, achei que lhes devia dizer para fazerem à vontade deles, exatamente para lhes dar a liberdade de explorar o espaço à sua maneira. Com esta dificuldade à vista, os alunos demoraram mais tempo do que aquele que tinha previsto, no entanto conseguimos terminar os conteúdos previstos para este dia, concluindo com a elaboração de um gráfico de barras realizado a partir dos dados da tabela.

De acordo com Rodrigues e Brunheira (s/d), as crianças quando trabalham Organização e Tratamento de Dados no 1º CEB, “podem e devem recolher, organizar e analisar dados desde cedo. Podem formular e responder às suas questões. Podem atém ser críticos quanto às representações utilizadas.” pois este tipo experiências “podem constituir um pilar da sua formação estatística e um fator positivo no desenvolvimento de atitudes favoráveis face à Matemática.”

Posteriormente, terminámos com o batimento de ritmos através da pauta já estudada na semana anterior, mas desta vez, sugeri aos alunos que nos dividíssemos em quatro grupos e, atribuíamos a cada grupo um gesto, e este só poderia reproduzir esse gesto no momento indicado. Achei que esta poderia ser uma forma de apresentarmos esta música que entretanto decidimos apresentar na festa de Natal. Neste sentido, durante esta hora ensaiamos desta forma, pois os alunos concordaram e conseguiram fazer dinamizar muito bem. Porém, quando perguntei aos alunos qual a sua opinião, a maioria manifestou mais interesse na metodologia adotada anteriormente e, por isso, acordámos que, na semana seguinte, executávamos como outrora com a possibilidade de alguém propor outras formas de apresentação.

No dia seguinte, e à semelhança do dia anterior, questionei os alunos sobre o número que calçavam e registei as respostas no quadro. Pretendíamos que as crianças trabalhassem novamente os conceitos de frequência absoluta e moda, acrescentando agora mais três conteúdos: máximo, mínimo e amplitude. Os alunos facilmente entenderam estes conceitos e, agora com menos dificuldade, copiaram para os seus cadernos os dados recolhidos e a tabela que realizámos, com destaque para os três novos conteúdos.

Antes da hora do almoço, e visto que comemorávamos o Dia de S. Martinho, procedi à leitura da história da Lenda de S. Martinho com recurso a várias ilustrações. Enquanto apresentava as imagens, lia o texto que estava apresentado no verso das folhas. Durante a leitura não apercebi que teria colocado as folhas à frente do meu rosto, dificultando assim a comunicação com os alunos, pois apesar de eu não me aperceber, compreendo que se tenha criado uma barreira à expressão que estava a utiliza. Além disso, não seria um bom exemplo para os alunos. Neste sentido, será, certamente, algo que não vou esquecer no futuro. Posteriormente, e depois de fazermos um breve resumo da história

31 ouvida, destacando a sua moral, foi proposto aos alunos, que fizessem uma banda desenhada ilustrando a história escutada.

Na realização desta tarefa, senti que os alunos estava demasiado “agarrados” às imagens que tinha apresentado, pois diziam que não sabiam desenhar cavalos e pediam que colasse as imagens no quadro. Penso que a preocupação era saber desenhar bem. Deste modo, e como o tempo era limitado porque à tarde teríamos a festa de S. Martinho na escola, achei por bem ceder ao pedido dos alunos, e por isso, colei as ilustrações da história no quadro para que os alunos pudessem tirar as suas dúvidas. Apesar de o ter feito, não considero que esta seja uma boa estratégia, pois na minha opinião os alunos não demonstram a sua criatividade, pois limitam-se a copiar. No entanto, e já com algumas ideias a propor, penso que esta dificuldade deverá ser trabalhada mais tarde. À tarde, e como já referi anteriormente, festejamos o dia de S. Martinho na escola, comendo as castanhas assadas e divertindo-nos com os jogos tradicionais que as estagiárias preparam para os alunos que tinham um cartão que teriam de preencher com um carimbo à medida que ia realizando a atividade. Esta metodologia adotada foi, sem dúvida, algo muito motivador para os alunos pois tinham como objetivo preencher o cartão todo, algo que foi possível par a maioria dos alunos.

Esta semana foi muito interessante, sobretudo pelos conteúdos que gostei de trabalhar com os alunos. Além disso, senti que estes se demonstraram muito entusiasmados e interessados pelo que foi abordado e, sempre bem dispostos, conseguiram transmitir-me esta alegria de gostar, estar e aprender com eles.

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