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Registo e quantificação da interação Homem/Equipamento/Ambiente – observação

CAPÍTULO III ESTUDO DE CAMPO

3. Estudo de Campo

3.1. Registo e quantificação da interação Homem/Equipamento/Ambiente – observação

Neste subcapítulo iremos apresentar a estrutura do desenvolvimento e estrutura de análise dos comportamentos observáveis no decorrer do estudo. Esta estrutura de observação indireta, com a utilização de um software (iSEE) de análise de comportamentos, inicialmente construído para verificar a interação de trabalhadores de escritório na postura sentada na cadeira com os equipamentos nele constituídos (Rebelo, Filgueiras, & Soares, 2011), foi adaptado para observar a interação dos voluntários com o equipamento do quarto.

Após análise deste software, iremos descrever os passos seguintes para adapta-lo para o contexto de um quarto, verificando a interação do individuo com o equipamento nele integrado. Por fim, iremos apresentar as categorias e hierarquização dos componentes a serem avaliados e analisados.

O método utilizado para registo e quantificação apresentado neste estudo foi desenvolvido por Rebelo, Filgueiras & Soares (2011) e adaptado ao contexto quarto e cama. Para tal o desenvolvimento e análise da variáveis foi realizado em quatro fases:

 Fase I - Pré-teste com a análise dos comportamentos posturais ocorridos durante o período de sono;

Efeitos de uma intervenção postural durante o sono na perceção da dor na coluna vertebral, na qualidade de vida e na qualidade do sono

CAPÍTULO III - ESTUDO DE CAMPO - Fase II - Requisitos para Categorização e hierarquização dos comportamentos posturais observados

80  Fase II - Requisitos para categorização e hierarquização dos comportamentos posturais

observados;

 Fase III - Categorização e hierarquização dos comportamentos posturais observados;  Fase IV - Aplicação do Software ISEE aos comportamentos posturais no período de

sono.

3.2. Fase I - Pré-teste com a análise dos comportamentos posturais

A primeira abordagem realizada para análise e categorização dos dados a serem recolhidos, foi a realização de uma pesquisa bibliográfica sobre as principais posturas realizadas no período de sono e um pré-teste, com a captação de imagens neste período para comparar e avaliar, se estes comportamentos vão de encontro as indicações das posturas observáveis em estudos prévios (Haex, 2005; Verhaert, et al., 2011; Huang, Aung, Foo, & Biswas, 2010).

Alguns estudos que relatam a postura ao dormir possuem em sua base a análise de imagem pictográfica e compilação de frames de imagens para montar um conjunto de posturas. Os estudos de referência sobre as posturas utilizadas ao dormir e os métodos de recolha e análise destas e das pressões que as posturas geram na coluna vertebral remontam inicialmente à década de 30 do século passado (Johnson, Swan, & Weigand, 1930; Kleitman, 1939). Com a evolução da análise da postura corporal de forma quantitativa e qualitativa a partir da década de cinquenta (Suckling, Koenig, Hoffman, & Brooks, 1957; Jasper, 1958; MacQueen, 1967; Rechtschaffen & Kales, 1968; Nachemson & Elfström, 1970; Mackay, 1978), possibilitou um maior impacto na comunidade científica no que diz respeito aos estudos do comportamento postural ao dormir, principalmente com os estudos desenvolvidos nas décadas de 80 (Stone, 1980; Garfin & Pye, 1981; Adams & Hutton, 1983; Dickson, 1984; Hayne, 1984; Tyrrell, Reilly, & Troup, 1985; Dzvonik, Kripke, Klauber, & Ancoli-Israel, 1986; Gracovetsky & Farfan, 1986; Gracovetsky, 1987) e década de 90 (Krag, Cohen, Haugh, & Pope, 1990; Cartwright, Lloyd, & Diaz, 1991; De Koninck, Lorrain, & Gagnon, 1992; Chapell, 1993; Goossens & Snijders, 1995; Mathis, 1995; Steiner, 1996; Koprinska, Pfurtscheller, & Flotzinger, 1996; Idzikowski, 1999).

A postura altera-se com grande frequência durante o sono, adotando inclusive padrões "torcidos" ou "inclinados". Isto, porém, não invalida a adoção de uma postura padronizada para

Efeitos de uma intervenção postural durante o sono na perceção da dor na coluna vertebral, na qualidade de vida e na qualidade do sono

CAPÍTULO III - ESTUDO DE CAMPO - Fase II - Requisitos para Categorização e hierarquização dos comportamentos posturais observados

81 estudo da eficiência de uma superfície de apoio, para sustentar adequadamente o corpo (Saad, Masiero, Lourenço, & Battistella, 2004).

De forma a compreender melhor a situação postural específica, foi também feita uma Análise Postural (AP) em período de sono. Para esta tese serão apresentados apenas os resultados da AP pertinentes à obtenção dos seus objetivos específicos. As principais posturas visualizadas no período de pré teste vão ao encontro dos estudos realizados por Huang, Aung, Foo, & Biswas (2010), Haex (2005) e Saad, Masiero, Lourenço, & Battistella (2004). Este conjunto de informações posturais permitem compreender melhor a situação em estudo, de forma a servir de base para o desenvolvimento do método e das categorias do software (Figura 11).

A AP realizada no desenvolvimento deste método, para registo e quantificação dos comportamentos de interação com o equipamento do quarto de residências, visou conhecer melhor:

I. Os comportamentos motores realizados durante o período de sono em situação

real ao dormir;

II. As principais interações com equipamentos no quarto;

III. Os problemas existentes no ambiente através das queixas dos participantes; IV. As principais estratégias (posturais e de interação) assumidas pelos participantes

e;

V. A organização do quarto e dos horários de sono e vigília e, sua influência nos problemas relatados pelos participantes.

Assim, a AP foi efetuada a fim de sustentar a identificação e hierarquização das categorias de observação.

Efeitos de uma intervenção postural durante o sono na perceção da dor na coluna vertebral, na qualidade de vida e na qualidade do sono

CAPÍTULO III - ESTUDO DE CAMPO - Fase II - Requisitos para Categorização e hierarquização dos comportamentos posturais observados

82 Esta análise foi realizada num Instituto Superior Politécnico Português, na sua Escola de Saúde e, na Força Aérea Portuguesa, na sua Base Aérea nº 5, no período compreendido entre Fevereiro de 2013 e Fevereiro de 2014. Os dados recolhidos nestas 2 instituições alimentaram o desenvolvimento desta tese e os seus resultados foram fundamentais para a definição dos requisitos apresentados na Fase II deste método.

3.3. Fase II - Requisitos para Categorização e hierarquização dos comportamentos