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Rei D Sebastião, o Desejado – aplicação em sala de aula

Quais foram as boas ações do Gui?

3.1.4.4. Rei D Sebastião, o Desejado – aplicação em sala de aula

Dando continuidade ao estudo da Segunda Dinastia, e tendo como figura central o Rei D. Sebastião, abordámos temas como a perda da independência. Após a morte de D. Sebastião na Batalha de Alcácer Quibir, o seu tio Cardeal D. Henrique sucedeu-lhe. No entanto, pouco tempo depois D. Henrique acabou por morrer o que levou a que o rei de Espanha se afirmasse com direito ao trono português. A partir deste momento em que se dá a perda da independência damos por finalizada a segunda dinastia e entramos na terceira dinastia.

Como forma de consolidar os tópicos que abordámos, auxiliámo-nos, uma vez mais, da ficha de trabalho relativa a este tema que faz parte do Livro de Fichas do Manual (cf. anexo XIV) e, de seguida, apresentamos os resultados obtidos. Devemos salientar que apenas a questão nº 1 e a questão nº 2 foram tidas em conta já que apenas estas se direcionavam diretamente à segunda dinastia e as restantes já se direcionavam para a terceira dinastia.

Quando tomamos em consideração o gráfico precedente para analisar os resultados obtidos relativos às respostas dadas constatamos que não houve qualquer percentagem de crianças a errar a resposta; verificamos também que, a grande maioria do corpus acertou (89%) e apenas 11% da amostra respondeu de forma incompleta à questão que lhe foi colocada.

77 89% 11%

Questão nº 2

Acertou Errou

Gráfico 29- A perda da independência - A terceira dinastia

No que respeita à questão nº 2, depois de analisarmos as respostas obtivemos os resultados que, de seguida, apresentamos no gráfico:

Quando passamos à análise do gráfico apuramos que grande maioria da amostra respondeu de forma correta e apenas 11% (correspondente a duas crianças) não respondeu de forma acertada à questão que lhe havia sido colocada.

78

Conclusão

Com este relatório dissertativo foi nosso objetivo, tal como demos conta na Introdução, dar respostas aos critérios exigidos para a obtenção do grau de Mestre e, desse modo, constam deste mesmo relatório os conteúdos e métodos de ensino que utilizamos quer no Jardim de Infância (Infantário de Vila Real), quer no 1º Ciclo do Ensino Básico (Centro Escolar da Araucária).

De alguma forma, este documento deixa transparecer algum do entusiasmo e prazer com que cumprimos o nosso dever de educar e leccionar, e que poderá servir como instrumento de sugestão, ainda que desfigurado, daquilo que é o clima vivo do jardim de infância e da sala de aula, onde pretendemos instalar um clima de entusiasmo e empatia que contagiasse os agentes educativos. É clara a adesão dos discentes quando adquirem as matérias através da leitura de textos, não apenas dos manuais, mas também através de outras obras que incitem o Estudo do Meio, no caso do 1º Ciclo do Ensino Básico e o Conhecimento do Mundo e da Formação Pessoal e Social no que diz respeito ao Pré-Escolar.

Um relatório dissertativo pressupõe a análise dos fundamentos teóricos e abordagem científica, matéria de análise no Capítulo I e Capítulo II, respetivamente. Aqui cabe-nos afirmar o sucesso de ambos os níveis dos ciclos de ensino: na Educação Pré-Escolar verificámos a obtenção de resultados maioritariamente positivos no que diz respeito à ficha de trabalho “Alimentação Saudável”, com 73 % de sucesso. Por outro lado, no 1º ciclo, no que respeita à ficha de trabalho “A expansão – A 2ª Dinastia”, verificámos que a maioria adquiriu os conteúdos abordados já que no que respeita à 1ª Questão obtivemos 100% de sucesso, na 2ª Questão 78% de sucesso e, apenas na 3ª Questão, obtivemos uma menor percentagem de sucesso (68%). Esses são meros exemplos da percentagem de sucesso alcançado e de que nos elucida o Capítulo III com mais delonga.

É, sem qualquer dúvida, muito gratificante ter a perceção de que existem crianças que leem, adquirem novos conhecimentos, porque ganharam autonomia linguística, porque aprenderam a gostar do estudo, a compreender aquilo que os rodeia e

79 a interpretar o universo ou, apenas na primeira infância, ganharam alguma disciplina e integram a sociedade.

Através dos textos, que foram estrategicamente escolhidos, ensinámos noções do Português e do Estudo do Meio (no 1º Ciclo do Ensino Básico) em verdadeira interdisciplinaridade, de forma a ser desenvolvida a parte intelectual da criança, capacitando-a a formular gostos, ajudando-a a construir o seu caratér para que, no futuro, ela possa transformar o mundo.

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Anexo I

O Tomás é um coelhinho amoroso. Ele está a tentar enfiar a sua barriguinha grande e redonda dentro das calças, mas não consegue apertar os botões. “Que grande pança”, pensa o Tomás.

Para tentar esconder a barriga redonda, Tomás tenta fechar o casaco castanho. Crac! Oh! O fecho rebentou.

Tomás resmunga:

-Já não quero ir para a piscina. Com esta barriga, vão-me chamar baleia gigante! O Tomás está triste e, para se consolar, come cinco barras de chocolate de leite. Mas ainda se sente muito cheio de fome. Glups! Em menos de um minuto, Tomás devora seis tartes de morango.

A mãe fica zangada e ralha ao Tomás:

-És tão guloso. Nem sequer deixaste uma tarte para a tua irmã Julieta! Julieta goza com o irmão:

-Grande comilão, vais ficar maior que um enorme dragão! O Tomás olha-se ao espelho e faz uma careta:

-Pareço um pançudo, gordo e bolachudo.

Está decidido. Tomás resolve fazer dieta para perder os quilos que tem a mais. Já não come a toda a hora nem exagera nos bombons e nos bolos.

Ao pequeno-almoço, Tomás só come uma cenoura. E resmunga: - Argh! Os legumes devem ter um gosto horrível!

Mas depois de trincar um pedaço diz: - Hum… afinal não é assim tão mau!

Agora, Tomás delicia-se com tartes de tomate vermelho e com fatias de fiambre recheadas de feijões-verdes.

E nada de maionese nos fritos – tem demasiada gordura; nem barras de chocolate no fim das refeições.

Hoje o Tomás faz anos e a mãe faz-lhe uma linda festa. O papá coelho comprou um grande bolo de avelã.

Mas o Tomás não quer provar porque tem medo de engordar. Por fim, acaba por provar um bocadinho, comendo uma fatia pequena e mastigando bem e sem pressa, para o saborear.

- Iupi! Já perdi um quilo – diz o Tomás satisfeito.

Como já se acha melhor, vai até à piscina com os seus calções de banho e diverte-se saltando da prancha.

Anexo II

As histórias para crianças devem ser escritas com palavras muito simples… Quem me dera saber escrever essas histórias…

Se eu tivesse aquelas qualidades, poderia contar, com pormenores, uma linda história que um dia inventei…

…seria a mais linda de todas as que se escreveram desde o tempo dos contos de fadas e princesas encantadas…

… havia uma aldeia. … e um menino.

… sai o menino pelos fundos do quintal, e, de árvore em árvore, como um pintassilgo, desce o rio e depois por ele abaixo…

Em certa altura, chegou ao limite das terras até onde se aventurara sozinho. Dali para diante começava o “planeta Marte”. Dali para diante, para o nosso menino, será só uma pergunta: «Vou ou não vou?» E foi.

O rio fazia um desvio grande, afastava-se, e de rio ele estava já um pouco farto, tanto que o via desde que nascera. Resolveu cortar a direito pelos campos, entre extensos olivais, ladeando misteriosas sebes cobertas de campainhas brancas, e outras vezes metendo pelos bosques de altas árvores onde havia clareiras macias sem rasto de gente ou bicho, e ao redor um silêncio que zumbia, e também um calor vegetal, um cheiro de caule fresco.

Ó que feliz ia o menino! Andou, andou, foram rareando as árvores, e agora havia uma charneca rasa, de mato ralo e seco, e no meio dela uma inclinada colina redonda como uma tigela voltada.

Deu-se o menino ao trabalho de subir a encosta, e quando chegou lá acima, que viu ele? Nem a sorte nem a morte, nem as tábuas do destino… Era só uma flor.

Mas tão caída, tão murcha, que o menino se achegou, de cansado. E como este menino era especial de história, achou que tinha de salvar a flor. Mas que é da água? Ali, no alto, nem pinga. Cá por baixo, só no rio, e esse que longe estava!...

Não importa.

Desce o menino a montanha, atravessa o mundo todo, chega ao grande rio, com as mãos recolhe quanta de água lá cabia, volta o mundo atravessar, pelo monte se arrasta, três gotas que lá chegaram, bebeu-as a flor com sede. Vinte vezes cá e lá…

deitava sombra no chão.

O menino adormeceu debaixo da flor. Passaram as horas, e os pais, como é costume nestes casos, começaram a afligir-se muito. Saiu toda a família e mais vizinhos à busca do menino perdido. E não o acharam.

Correram tudo, já em lágrimas tantas, e era quase sol-pôr quando levantaram os olhos e viram ao longe uma flor enorme que ninguém se lembrava que estivesse ali.

Foram todos de carreira, subiram a colina e deram com o menino adormecido. Sobre ele, resguardando-o do fresco da tarde, estava uma grande pétala perfumada…

Este menino foi levado para casa, rodeado de todo o respeito, como obra de milagre.

Quando depois passava pelas ruas, as pessoas diziam que ele saíra da aldeia para ir fazer uma coisa que era muito maior do que o seu tamanho e do que todos os tamanhos.

FIM

Este era o conto que eu queria contar. Tenho muita pena de não saber escrever histórias para crianças. Mas ao menos ficaram sabendo como a história seria, e poderão contá-la doutra maneira, com palavras mais simples do que as minhas, e talvez mais tarde venham a saber escrever histórias para crianças…

Quem sabe se um dia virei a ler outra vez esta história, escrita por ti que me lês, mas muito mais bonita?

Anexo III

A noite estava fria e o céu mais estrelado do que nunca. Da cozinha vinham os cheiros e os sons dos preparativos para a ceia de Natal.

O Gui olhava distraído pela janela. Os efeitos das luzes de Natal, que piscavam em quase todas as casas, faziam a própria aldeia parecer uma árvore de Natal.

Como de costume gostava de estar à janela a imaginar o que cada uma das crianças da aldeia iria receber naquela noite. Pensava se existiria mesmo o Pai Natal ou se haveria outra explicação para as prendas aparecerem nas árvores de Natal todos os anos.

Esse era um assunto que o intrigava…

De repente, a voz estridente da avó interrompeu os seus pensamentos… - Guiiiii! Vai lá fora levar o lixo!

O Gui correu para a cozinha e pegou orgulhoso no grande saco de lixo. Lá em casa, era ele quem tinha essa missão e adorava cumpri-la.

Pode parecer um pouco estranho gostar de ir deitar fora o lixo, mas aqueles três grandes caixotes coloridos faziam a imaginação do Gui galopar em aventuras.

A avó do Gui era de outros tempos, como ela própria dizia, e, por isso mesmo, não tinha muita preocupação em separar os vários tipos de lixo.

- Isso não são coisas para a minha idade! – costumava ela dizer.

Mas o Gui sabia que, se fosse insistindo, a avó também acabaria por entender tudo o que ele tinha aprendido na escola com a sua professora:

“É muito importante e todos temos que separar o lixo, para que depois possa ser reciclado”.

E uma prova disso é que a avó pelo menos já separava o lixo orgânico do restante.

Qualquer menino sabe que é preciso reciclar, até os daquela aldeia isolada. E o Gui levava a sua tarefa muito a sério, para garantir que era devidamente executada, apesar da rezinguice da avó.

Quer dizer… não era assim tão a sério, pois ele aproveitava sempre a ocasião para brincar com os seus três grandes amigos: Vidrão, o amigo verde; Embalão, o amigo amarelo e Papelão, o amigo azul.

gostava. Para o amigo verde, as garrafas e os frascos de vidro. Para o amigo amarelo, os plásticos, as latas e outras embalagens. Para o amigo azul, os papéis, cartões e jornais.

Mas naquela noite de véspera de Natal, o Gui teve uma grande surpresa. Quando chegou à praça onde ficava o ecoponto, ao lado dos seus três velhos amigos estava um novo caixote. Era tão grande como os outros, mas todo enfeitado. Parecia mesmo um embrulho de Natal gigante.

Preso ao grande embrulho estava um envelope dourado com o seu nome escrito. Ele não queria acreditar! Estaria a sonhar?!

Seria uma partida de algum dos seus amigos?!

Cauteloso, tocou no grande caixote, mas nada aconteceu. Decidiu então abrir o envelope e desvendar quem lhe teria feito aquela partida.

Era uma carta que dizia:

Querido Gui,

Aconteceu uma coisa estranha na Aldeia do Pai Natal. Uma das máquinas avariou-se e não conseguimos repará-la a tempo de fabricar todos os brinquedos de que precisávamos.

A situação é mesmo grave. Este ano prometi a muitos meninos que estaria em 11 Centros Comerciais espalhados pelo País, para lhes oferecer os presentes de Natal. Sei que és um menino bom, que te preocupas com os outros e com a Natureza. Por isso, venho pedir-te ajuda para que, entre todos os amiguinhos da tua aldeia, consigas recolher o máximo de brinquedos possível e os coloques neste Brinquedão.

Se cada menino der um dos seus brinquedos usados para o Brinquedão, já vai ser uma grande ajuda. Mas, atenção, não podem ser brinquedos estragados. Se não estiverem em condições, os meninos que os receberem não poderão brincar com eles, e de nada servirá esta ideia.

Estou também a pedir esta ajuda a outros meninos como tu, que moram em aldeias vizinhas. Mais tarde passarei por cá com o meu trenó para recolher os brinquedos e entregá-los nos Centros Comerciais, como prometi.

Tenho a certeza de que posso contar contigo. Até logo!

pelo Pai Natal para cumprir uma missão muito importante, e sentia um enorme frio na barriga perante tamanha responsabilidade. Não podia desiludir o Pai Natal nem os meninos que esperavam receber aqueles presentes.

- Mãos à obra! – disse ele já a correr para a casa do Quim, o seu melhor amigo. Explicou o que se passava, e de imediato, o Quinzinho acedeu ao seu pedido. Foi buscar um livro de histórias que adorava, mas que já tinha lido mais de 500 vezes. Saíram os dois para o colocar o livro no Brinquedão e, de caminho, passaram pela casa de outros meninos. A mensagem do Pai Natal depressa se espalhou por toda a aldeia.

Não houve um único menino ou menina que não fosse levar pelo menos um brinquedo. Num instante, o Brinquedão ficou cheio de presentes.

Todos estavam contentes por poder ajudar e esperavam ansiosos a chegada do trenó do Pai Natal para recolher o Brinquedão. Uns olhavam expectantes para o céu, outros não conseguiam parar de dar pulinhos de nervosismo, e outros ainda pensavam secretamente se aquilo não seria tudo uma invenção do Gui, pois achavam que o Pai Natal nem existia.

De repente começaram a ouvir um … tlim, tlim, tlim …, que parecia vir das estrelas. Aquele som metálico, compassado, fazia-se ouvir cada vez mais alto, até que finalmente perceberam que era o som dos guizos das renas do Pai Natal.

Estáticos de espanto e emoção ficaram todos a olhar fixamente para o céu. O bater acelerado de cada coração parecia misturar-se com o tilintar dos guizos que se aproximava. De repente, veloz como uma estrela cadente, surgiu no seu trenó vermelho e dourado, e no meio de uma exclamação geral:

- O Pai Natal!

As crianças estavam pasmadas, quase nem conseguiam respirar.

– Meus queridos! Sabia que podia contar convosco! – disse o Pai Natal com o olhar mais feliz e carinhoso que alguém podia ter. Já estavam outros meninos na carruagem da frente, e outros Brinquedões nas carruagens atreladas.

– Vamos Gui, a tua missão ainda não terminou! Temos de entregar todos estes brinquedos! – exclamou o Pai Natal, estendendo a mão ao Gui, que, ainda sem acreditar no que lhe estava a acontecer, não hesitou em saltar para o trenó.

– Obrigado a todos e um Feliz Natal! Adeus, meninos! HO! HO! HO! – acenou o Pai Natal, enquanto dava sinal de partida às suas oito renas.