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A RELAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO E DO TCC NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: CONSIDERAÇÕES SOBRE UM PERCURSO FORMATIVO

Desenvolvimento profissional docente: o ciclo inicial da carreira docente

A RELAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO E DO TCC NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: CONSIDERAÇÕES SOBRE UM PERCURSO FORMATIVO

Este reflexão trata de uma análise a partir do acompanhamento do estágio supervisionado em dois cursos de Licenciatura até o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Objetiva refletir sobre a importância de, o aluno estagiário tomar o contato com a escola, e, a partir daí, elaborar seu TCC com dados de sua própria trajetória acadêmica e inserção em sala de aula durante o estágio. Da mesma forma trata da necessidade de um trabalho conjunto dos professores formadores no curso de formação inicial dos futuros professores. São utilizados para a análise relatos de acadêmicos de um curso de Pedagogia de uma Instituição de Ensino Superior (IES) particular e de uma IES pública, que trabalharam o assunto do seu estágio no TCC. Por meio da reflexão é possível apontar a importância do estágio para o futuro profissional da educação, bem como a iniciação do mesmo na pesquisa.

Palavras-chave: Estágio Supervisionado; Formação de Professores; Prática Pedagógica; Trabalho de Conclusão de Curso.

Considerações Iniciais

O Estágio Supervisionado é a porta de entrada do futuro profissional da educação na vida prática. Os pontos teóricos e práticos vivenciados durante as atividades realizadas na instituição educacional buscam priorizar o aprendizado acadêmico além dos limites da instituição de ensino. É o espaço onde a vida acadêmica desenvolve o conhecimento junto à escola escolhida, e, onde de fato, pode-se atuar com os professores da escola, vivenciando o cotidiano e rotinas em sala de aula.

13 Possui graduação em Ciências Naturais pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (1985), graduação em Matemática Licenciatura Plena pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (2001), Especialização em Matemática e Física, Especialização em atendimento Educacional Especializado e mestrado em Educação em Ciências e Matemática pela Universidade Federal de Goiás (2009). Atualmente é professora da Faculdade Padrão, professora concursada da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia, Supervisora do PIBID/IF/UFG. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores, propostas pedagógicas, educação, alfabetização matemática e científica e coordenação pedagógica.

14 Pedagoga, Licenciada em Letras, Graduada em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás. Especialista em Psicopedagogia e Sociedade Política e Cultura na Modernidade. Mestre em Educação. Professora da Faculdade Padrão e Faculdade Araguaia na cidade de Goiânia-Go. Trabalha com formação de professores em oficinas de música e arte.

15 Pedagoga, Assistente Social, Especialista em Educação Ambiental, Especialista em Direitos Humanos e Mestre em Geografia – Educação Ambiental. Professora do Curso de Pedagogia na disciplina de Jogos Pedagógicos e Ludicidade.

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Durante o estágio fica claro como o professor constrói a sua prática educacional, desde sua formação como educador, até o modo de agir como pessoa. Por este motivo, é um importante momento de experiência para futuros educadores. O processo educativo é complexo, e não se define por uma única variável, pois o âmbito educacional se faz repleto de condicionantes e é nesse emaranhado de situações que se faz o educador.

Objetiva-se estabelecer relação da teoria e a prática vivenciada durante as atividades realizadas na Instituição de Ensino Superior (IES), priorizando o aprendizado acadêmico além dos limites da instituição de ensino direcionando-o para o TCC.

A pesquisa foi realizada com base na bibliografia pertinente ao tema, trazendo como ponto principal a análise da prática estabelecida no estágio supervisionado no curso de Pedagogia. Foram observados e acompanhados relatórios de estágio que culminaram em TCC. A amostra analisada constitui-se de cinco alunos de uma IES particular e três acadêmicos de uma IES pública de Goiânia que levaram seu trabalho de estágio como pesquisa para o TCC. Além disso, relaciona-se a importância de se atrelar o estágio supervisionado à trajetória acadêmica do acadêmico e a reflexão e diálogo com a teoria em um TCC.

Breves considerações históricas sobre a formação de professores

Desde o século XX alguns acontecimentos foram provocando mudança na área da educação especialmente naquela em se refere o “entusiasmo pela educação”. Os pioneiros da escola nova lutavam pela implantação de universidades no Brasil. Estes pioneiros deram impulso para que a profissionalização dos professores acontecesse.

Lutaram pela a criação de uma faculdade de filosofia e letras que vem a ser um dos pilares da universidade. Foi criado o curso de Pedagogia com o objetivo formar professores para o ensino secundário. Durante toda a trajetória de existência da pedagogia vem sendo colocadas indagações:

entre elas “Para que formar pedagogos”? Qual sua verdadeira função e sua identidade? Como se constitui o professor de áreas específicas? Junto com essas perguntas emergiram, em meio a conflitos, leis como as Leis de Diretrizes e Bases (LDB) e constantes discussões para que se renove a cada contexto histórico.

Segundo Tanuri (2000), a formação do professor primário se dava em dois anos contendo tanto as disciplinas tradicionalmente conhecidas como Fundamentos gerais e as Metodologias de Ensino. Em 1935 criou-se o primeiro curso superior em Pedagogia. Esses cursos eram chamados

“Escola de Professores”. Junto à escola foi criada no Distrito Federal uma universidade que passou a

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conceber “Licença Magistral” para aqueles que concluíam a mesma e para os demais cursos a

“Licença cultural”.

Segundo Brzezinski (1996) “o curso de Pedagogia “navegava” em águas calmas até pelo menos 1945, quando começou a fase de redemocratização do país” (p. 26). Nos futuros pedagogos gerava insatisfação, pois, a matriz curricular oferecia poucos recursos, ou melhor, pouco conhecimento para que eles pudessem atuar em sua área. A autora ressalta que no período entre 1960 e 1964 foi a era do tecnicismo, onde havia a necessidade enorme de formar trabalhadores para o mercado capitalista dentre eles os professores. “A etapa do capitalismo brasileiro dedicada aos investimentos em educação alicerçados no ideário tecnicista” (BRZEZINSKI,1996, p. 58). De 1979 a 1998 a movimentação foi intensa onde saíram em defesa do curso os acadêmicos e professores. Esta foi uma enorme luta contra a ditadura militar pela a redemocratização e o fim do regime militar. Foi realizada a primeira conferência Brasileira de educação junto ao Ministério de Educação e Cultura (MEC) que teve em pauta o curso de Pedagogia onde licenciados e bacharéis já eram reconhecidos pelo MEC. Os educadores passaram a partir da década de 1980 a escrever sua própria história, não só pelo diálogo, mas também pelos conflitos, constituindo não apenas movimentos ou organizações, mas movimentos sociais que caminhavam rumo a “redemocratização”, de resistência ao autoritarismo imposto pela ditadura militar (BRZEZINSKI, 1996).

As Diretrizes Curriculares para os Cursos de Pedagogia especialmente, aplica-se à formação inicial para o exercício da docência. A formação oferecida abrange, integralmente à docência, participação da gestão e avaliação de sistemas de instituições de ensino geral, e a elaboração, a execução, o acompanhamento de programas e as atividades educativas (BRASIL, DCN, 2006, p. 6).

Sendo assim, todo professor não só tem o direito ao seu diploma reconhecido, como também tem o dever e obrigação de ter formação teórica e prática e um conhecimento metodológico e específico sobre a sua área de atuação.

Da teoria à prática: reflexões de uma vivência

Esta trajetória remete ao estágio supervisionado do curso de Pedagogia de uma Faculdade Particular e uma pública em diferentes momentos. Foram cinco alunos de uma IES particular e três alunos de uma IES pública, também em diferentes momentos. Na instituição particular o estágio no curso inicia no quinto período e se estende ao sétimo periodo quando os alunos já iniciam seu projeto de TCC. Na pública inicia no quarto período (segundo ano). Esta análise trata-se de turmas, anos e cursos diferentes. A relevância destes trabalhos está na preocupação dos alunos em levar seus

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estágios ao TCC. Da mesma forma, demonstra necessidade da continuidade do trabalho das professoras formadoras no trato com os dados e o respeito com a trajetória dos alunos pesquisados.

Os relatos apresentados a seguir constam dos relatórios de estágio e do trabalho de Conclusão de Curso dos acadêmicos acompanhados. Os mesmos foram identificados como: A1, A2, A3,..., A8.

A primeira investigação da Aluna “A1” foi sobre o espaço da escola e da sala de aula do primeiro ano. A aluna relata que:

A1: “Ao entrar foi possível observar que a instituição é de porte pequeno possuindo oito salas de aula no turno vespertino sendo elas (Jardim I, Jardim II, Io ano, 2o ano, 3o ano; 4o ano e 5o ano). Possui uma secretaria, uma cantina, sala de vídeo, dois banheiros (masculino e feminino), e um espaço amplo para que as crianças pratiquem recreação. Na sala havia 12 doze alunos considerados em processo de alfabetização. A professora formada em Pedagogia com especialização em Neuropedagogia demonstrava muito carinho e atenção com os alunos”.

Outra aluna “A4” relata que a sala de aula era rica em informações. Havia um aluno autista que foi observado atentamente pela aluna estagiária. As crianças se movimentavam pela sala, pois, tinham essa liberdade proporcionada pela professora. Quando precisavam sair para tomar água ou ir ao banheiro pediam permissão com naturalidade, pois, a professora demonstrava gentileza com todos.

O aluno autista era acompanhado pela aluna estagiária que no momento era também professora apoio.

A professora titular da sala demonstrava ter conhecimento, segurança, leitora assídua, pesquisadora e deixava na sala varios livros que usava para planejar suas aulas.

Sobre o ambiente de aprendizagem a aluna “A5” diz que: “A criação de um ambiente alfabetizador no campo da matemática propicia uma aprendizagem onde o diálogo entre professor e aluno promove a troca de saberes significativos para o fazer cotidiano. Nesse sentido ao se pensar em uma pratica pedagógica, o dialogo é de extrema importância.

Segundo o depoimento das acadêmicas, a rotina da sala era bastante variável e espontanea.

Foi possivel perceber maneiras diversas de condução da aula. A única rotina estabelecida era horário de entrada, lanche e saída. Quanto a essa organização os alunos opinavam e eram ouvidos com atenção pelas professoras. As atividades desenvolvidas na sala de aula faziam parte de um planejamento semanal que surgia a partir do interesse e da necessidade da turma, acontecendo de forma interdisciplinar, entretanto condicionado à um planejamento curricular anual.

Segundo Pimenta e Lima (2011), usando Pimenta e Gonçalves (1990), “a finalidade do estágio é proporcionar ao aluno uma aproximação à realidade” (p. 45). Ainda consideram que o estágio “deve caminhar para uma reflexão, a partir da realidade” (p. 45). Ressalta-se, portanto, a

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importância desse primeiro contato com a realidade da escola. O fato das alunas buscarem em seus dados a realização do TCC aponta para o verdadeiro significado do estágio para sua vida pessoal e profissional.

Quanto ao trabalho dos estagiários durante a regência, a aluna “A1” diz que: “A professora regente, algumas vezes pedia que eu a auxiliasse colando as folhas nos cadernos, recortasse recados ou passasse para ajudar os alunos a abrirem seus livros didáticos na página certa. Alguns gostavam de me mostrar seus trabalhos e cadernos, as vezes ocorriam incidentes ou imprevistos em sala de aula que obrigava a professora sair por algum instante e, quando isso aconteceu, as crianças agiram como se não houvesse outro adulto com elas. Saíram de suas carteiras, correram, falaram, gritaram e até brigaram. Algumas chegavam na porta para verificar se a professora estava chegando. Neste momento eu ficava muito ansiosa, com medo de que alguma criança se machucasse, por isso ficava atenta e, às vezes, intervinha falando diretamente com a criança envolvida na ocorrência que poderia provocar maiores problemas”.

A importância do estágio se revela na ansiedade e insegurança. Por isso, considera-se a necessidade da inserção “fortemente e o mais cedo possível o futuro professor no campo escolar16” (GENOVESE E GENOVESE, 2012, p. 81). Outra questão aflora nesse “movimento dos alunos estagiários, professores da IES e professores da IE, possibilita a aproximação dos mesmos solidificando aos poucos as relações efetivas do processo de formação e ambiência escolar. Essa (ambiência) que se constitui necessariamente da interação dos sujeitos envolvidos no estágio numa mesma direção de ação pedagógica” (FRIEDRICH, et al, 2015, p. 22).

Os estagiários falaram da sua experiência como professores e o que isso significou para a sua trajetória.

“A1”: O estágio supervionado proporcionou mais segurança para enfrentar as dificuldades encontradas em sala de aula, pois, possibilitou contato direto com situações reais que me permitiram planejar, orientar, controlar e avaliar o processo ensino-aprendizagem em instituições de educação. Portanto, sendo uma oportunidade de aprendizagem da profissão de educador e da construção da identidade profissional, unindo a teoria estudada, discutida e debatida em sala de aula, com a realidade dentro da escola.

“A1”: Esse contato profissional me fez crescer como pessoa, capaz de se posicionar diante de fatos da vida do dia-dia e assumir uma postura ética e competente. Não é fácil assumir uma sala de aula do primeiro ano com diversos alunos de ambos os sexos, de cabeça e mundo diferentes, de conhecimentos mais elevados e

16 Campo escolar: denominado por Genovese (2008) como o conjunto das escolas com suas especificidades oriundas do campo da escola. Reforça-se ainda a escola como um espaço de relações múltiplas que possibilitam o desenvolvimento humano dos sujeitos nela inseridos.

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outros mais fracos, de crianças sadias e outros não. Enfrentar esse desafio é mediar conhecimentos com objetivos definidos.

A compreensão da relação dialética entre a educação sistemática, a mudança social, a transformação política da sociedade, frutifica na expectativa da formação inicial do profissional da educação. Profissional este, que tem um importante papel a cumprir na formação do cidadão critico e com capacidade de se relacionar com o contexto atual vigente a construção de uma prática social que seja capaz de responder com a flexibilidade necessária os anseios e as demandas por um processo civilizatório mais justo.

Em relação ao TCC os acadêmicos falaram que:

“A3”: O processo de planejamento foi complexo, onde exigiu a participação do pesquisador, da orientadora, dos alunos pesquisados e da professora regente. Além de contar com pesquisas bibliográficas de vários autores que trabalham a historia da matemática17, os estudos dos campos conceituais, e a participação dos professores nessa formação de conceitos matemáticos. (...) A busca por dados dos problemas são possíveis de serem identificados e trabalhados da sua maneira, desde que sejam dominados os conceitos básicos e as operações mínimas necessárias. Isto se faz necessário para que o aluno seja autônomo no seu cotidiano e consiga pensar matematicamente nas suas ações mais elementares. Para que isso possa acontecer o papel do professor é o de mediar e aprimorar esses conceitos que, em muitos casos estão internalizados.

“A6”: O presente trabalho analisa a inserção de uma sequência didática no ciclo II do ensino fundamental.

Objetivou-se qualificar quais as habilidades processuais são despertadas e como elas refletem na aprendizagem de conceitos e nas relações socioculturais. (...) As possibilidades foram investidas em propostas didáticas a fim de que os alunos interagissem discursivamente suas ideias. Reconhecer a importância dos conceitos científicos para a explicação dos fenômenos físicos é uma habilidade evidenciada por conta da presença do contraste entre conhecimento científico e o cotidiano dos alunos. Estes estão presentes tanto por conta dos conceitos que envolvem a eletricidade e as aplicações tecnológicas como pela natureza da problematização abordada em sala, que se apropriou tanto do fenômeno físico de maneira ilustrativa quanto se apropriou dos elementos da matemática e português.

É possível apontar por meio dessas falas o que é uma unanimidade nos trabalhos de TCC que foram resultado de uma interação com um tempo maior entre o estagiário/pesquisador e os alunos.

“A7”: Como a experiência que se deu em torno das intervenções é bastante singular, como a pesquisa elucida apenas alguns aspectos, destacando quais elementos que determinam ou que contribuem para a formação e o aumento da qualidade de ensino proporcionada aos alunos. Fazendo uma abordagem dialética que penetra o mundo do conhecimento dos alunos através de ações recíprocas em uma contradição inerente ao fenômeno

17 Este trabalho foi sobre a formação de conceitos matemáticos durante o estagio e complementado durante o TCC.

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pretendendo uma mudança que já estavam ocorrendo no decorrer da pesquisa.

“A4”: Aqui se chega à conclusão que é sim um desafio, e que é preciso olhar não para a falta, o déficit que a síndrome acarreta na vida dessas crianças, mas olhar para suas potencialidades e a partir delas buscar caminhos que levem ao desenvolvimento das mesmas. Para o professor ressalta-se que é necessário estar consciente de que o processo não é fácil, pode apresentar avanços, como também retrocesso. Este é o caminho para incluir, ensinar e possibilitar o conhecimento e informação e que permitam a pesquisa e inclusão de outros alunos atendidos em suas especificidades.

Remete-se ainda a observância do aluno e suas necessidades educativas, como por exemplo:

alunos com Necessidades Educativas Específicas (NEE), dificuldades de aprendizagem por causa da leitura e o despertar do interesse dos mesmos com a utilização de práticas pedagógicas diferenciadas, o que nos remete à necesidade de levar cada vez mais os acadêmicos para vivenciarem a práxis real, no cotidiano que reflita o real o mais proximo possível do vivido.

Ao entendê-lo como um espaço de pesquisa, de formulação de problemas, coleta e análise de dados bem como um momento de conexão com os fundamentos teóricos e, principalmente, como um espaço para aprendizagem, consegue-se, também, perceber as exigências que se vem fazendo em torno do profissional de educação, a de um educador como intelectual crítico, como profissional reflexivo, pesquisador e elaborador de conhecimentos, que seja capaz de refletir sobre sua própria prática e atuar como transformador social, ou seja, capaz de exercer sua profissão em correspondência às novas realidades da sociedade, do conhecimento, do aluno, dos meios de comunicação e informação (FRIEDRICH, et al., 2015, p. 25).

A postura observada a partir dos relatos aponta para a necessidade do envolvimento com os alunos por mais tempo. Não somente a entrada dos mesmos em alguns momentos durante o estágio, mas a continuidade do trabalho por meio da pesquisa e a manutenção do mesmo assunto trabalhado no estágio para o desenvolvimento do TCC. As afirmações dos alunos no TCC são mais maduras e conscientes da necessidade de aprofundamento nos assuntos por eles abordados e pesquisados na trajetória do estágio ao TCC.

Considerações Finais

Os problemas da escola estão profundamente enraizados nas condições globais da sociedade (FREIRE, 1987). Para tanto, a formação do professor, com uma função primordial na iniciação da criança na escola, e consequentemente na sociedade, torna-se questionável e possivel de investigação pormenorizada. Esta investigação analisando e acompanhando estagiários e concluintes

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de dois cursos de licenciatura retratam um momento de apreensão que passa o futuro professor. A escola ou até as escolas estão ainda cristalizadas em práticas burocraticas impeditivas, possuem um discurso por vezes modernos e contemporâneos porém se encontram arraigadas em convenções tradicionais, entendidas aqui neste contexto como ultrapassadas.

Portanto, é possivel apontar com esta reflexão a concepção efetiva de um ser que se preocupa com o conhecimento das crianças, onde a atuação e o papel de um profissional entre a realidade e a peculiaridade do educando emerge significativamente. Além do que, fica a compreensão de que a criança necessita de um trabalho consciente intencional do estagiário, pensado, aprimorado e sustentado na teoria que impulsiona o professor a se constituir como cidadão parte do mundo da educação como o previsto na LDB/1996.

A articulação dos conhecimentos de cunho histórico, teórico, metodológico, epistemológico, apreendidos durante o curso de formação, com as situações reais que são enfrentadas no dia a dia permitiu ao estagiário/pesquisador o entendimento de que prática e teoria diluem-se no decorrer da ação docente. A inserção de estagiários no contexto escolar, bem como as impressões e

A articulação dos conhecimentos de cunho histórico, teórico, metodológico, epistemológico, apreendidos durante o curso de formação, com as situações reais que são enfrentadas no dia a dia permitiu ao estagiário/pesquisador o entendimento de que prática e teoria diluem-se no decorrer da ação docente. A inserção de estagiários no contexto escolar, bem como as impressões e