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(A RELAÇÃO VEGETAÇÃO-SOLOS NA FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL MONTANA DO PICO DO JABRE, PB) A interação complexa

ESTACIONAL SEMIDECIDUAL MONTANA DO PICO DO JABRE, PB.

(A RELAÇÃO VEGETAÇÃO-SOLOS NA FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL MONTANA DO PICO DO JABRE, PB) A interação complexa

de inúmeras variáveis do ambiente afeta a variação espacial na abundância, riqueza e diversidade de espécies lenhosas. O Objetivo deste estudo foi caracterizar os solos, o relevo e variáveis espaciais e avaliar sua associação com a distribuição de espécies na Floresta Estacional Semidecidual Montana do Pico do Jabre. As análises físicas e químicas do solo foram feitas a partir de amostras compostas coletadas em 36 parcelas de 10 x 50 m. A altitude e as coordenadas geográficas em cada parcela foram incluídas na análise de correspondência canônica (CCA). A distribuição da abundância das espécies foi significativamente correlacionada com algumas variáveis ambientais e espaciais. Dentre as variáveis analisadas o teor de Ca, Mg, Al, H + Al, K, Zn, B, Fé e Mn; o conteúdo de umidade e a altitude explicaram 38,83% da variação total nos dados. Desta forma, em escala local, a distribuição espacial das espécies foi influenciada principalmente pela variação na atitude que resultou em gradientes de fertilidade e conteúdo de água no solo. A dicotomia entre as comunidades preservada (PP) e comunidade alterada e com rochosidade (PAR) foi claramente formada em função dos gradientes. A comunidade PAR ocupou os sítios de fertilidade mais elevada, com menor conteúdo de água, nas cotas mais baixas do terreno. A comunidade PP ocorreu nos solos mais ácidos e menos férteis, com maior conteúdo de água nas cotas de altitude mais elevadas. Os resultados indicaram a importância dos recursos disponíveis no solo para a estruturação das comunidades e que as associações solo x planta na Floresta Estacional Semidecidual Montana do Pico do Jabre não podem ser explicadas somente pela hipótese de dispersão neutra.

Palavras chave: Análise multivariada, Relação espécie e ambiente, Gradiente de altitude, Análsie de correspondência canônica.

ABSTRACT

(TREE COMMUNITIES AND ENVIRONMENT OF THE PICO DO JABRE MONTANE SEASONAL SEMIDECIDUOUS FOREST, PARAÍBA, BRAZIL).

The montane seasonal forests are characterized by land elevation and inclination, a variety of climatic types, a relatively high percentage of endemic species, isolation and fragility and are frequently associated to mesotrophic and well drained soils. This study aims to assess the floristic composition and structure and also the contribution of other regional woody communities to the current Pico do Jabre montane seasonal forest species list. This forest (06°02‘12‘‘ to 08°19‘18‘‘ S and 34°45‘12‘‘ e 38°45‘45‘‘W), is located at 360 km from the sea, the highest regional elevation (1.197 m) at Maturéia and Mãe D‘água municipalities in Paraiba state, Brazil. The sampling system was based on 36, 10 x 50m (1.8 ha) plots, distributed in seven transects systematically placed 100 m apart, where all trees, Dbh ≥ 4,8 cm, had their diameters and height measured. During three years, monthly, botanical samples were taken within and outside plots. Vouchers were deposited at the Federal University of Paraiba (JPB) and University of Brasília (UB) Herbaria. The Pico do Jabre montane seasonal forest showed high species richness and diversity. In the total there were 87 species of 65 genera of 34 families, which included semi-arid Caatinga, lower-montane seasonal forest and Atlantic forest species. Outside plots there were 23 species of 18 genera of 14 families. Within plots it was found 2050 trees of 64 species of 51 genera of 31 families which accounted for 1138 ind.ha-1 and 22,45 m2.ha -1. Diversity and equability were assessed as H‘ = 3,17 nats.ind- 1 and J‘ = 0,76 similar to some others regional of montane seasonal forest communities.

Malpighiaceae, Myrtaceae, Erythroxylaceae, Vochysiaceae, Celastraceae, Rutaceae, Sapindaceae e Fabaceae-Faboideae stood out as the ten most important families (66,72% of the total IVI). Byrsonima nitidifolia, Eugenia ligustrina, Calisthene

microphylla, Maytenus distichophylla and Erythroxylum mucronatum the five most

important species accounted for 120,79 (40,3%) of the total IVI. B. nitifolia ecological dominance is here firstly reported in the Brazilian northeast region. The local flora included Brazilian wide spread species and some other which are commonly found in regional montane onbrophyllous and lowland seasonal Forest communities, as well as some species from the neighboring Caatinga.

Key Words: Multivariate analysis, Correlation species and anvironment data, Altitudinal Gradient, Canonical Correspondence Analysis.

4.1 - INTRODUÇÃO

A interação complexa de inúmeras variáveis do ambiente afeta a variação espacial na abundância, riqueza e diversidade de espécies lenhosas. Variáveis climáticas como temperatura e precipitação, altitude, além do tipo de solo explicam as diferenças na diversidade e na formação de tipos florestais em escala de paisagem (Whitmore 1998). Outras variáveis ambientais como propriedades físicas e químicas do solo (Poulsen 2006), topografia (Oliveira-Filho et al. 1998; Martins et al. 2003) e distúrbios humanos (Toniato & oliveira-Filho 2004; Vilela et al. 2006), são considerados importantes na estrutura das comunidades, embora atuem em escalas menores. Murphy & Lugo (1986) apontaram a disponibilidade de água como fator importante, que afeta a distribuição de espécies lenhosas em florestas sazonais tropicais. Assim, fatores como topografia (elevação, inclinação e aspecto) são potencialmente controladores da composição local de espécies, por afetarem a disponibilidade de água no solo (Cielo-Filho et al. 2007, Silva Júnior & Sarmento 2009).

A detecção de variações florísticas e estruturais ao longo de gradientes topográficos e suas associações com fatores ambientais e edáficos é importante para o entendimento de padrões de distribuição espacial nas florestas e para a definição de estratégias para conservação, manejo e restauração de áreas já degradadas (Martins et al. 2003). Os padrões de distribuição das espécies devem ser considerados não só para que representem a diversidade da área, como também para a estimativa da quantidade de produtos potencialmente exploráveis (Tuomisto et al. 2003).

Os estudos das relações planta x ambiente representam a aproximação da complexidade que existe na natureza e sua compreensão só se faz possível com a redução da dimensionalidade ou do agrupamento das variáveis utilizadas em eixos, através de técnicas de ordenação que, assim, permitem a interpretação mais clara do universo em estudo, sem perda significativa de informação (Kent & Coker 1992). Os resultados são apresentados ao longo de eixos em diagramas que facilitam a identificação de padrões na distribuição e abundância de espécies e sua associação com os fatores ambientais selecionados para as análises.

Neste capítulo as variações florísticas e estruturais do compartimento arbóreo na Floresta Estacional Semidecidual Montana do Pico do Jabre, foram relacionadas com as variações ambientais em gradiente topográfico na escala local, com o propósito de responder a pergunta 3: Quais as características do solo da Floresta Estacional Semidecidual Montana do Pico do Jabre?, e a Pergunta 4: A estrutura e a flora da área em estudo respondem às variações de fatores no ambiente e no espaço?

A hipótese a ser testada é: a heterogeneidade ambiental resultado do gradiente topográfico condiciona a distribuição espacial de árvores na Floresta Estacional Semidecidual Montana do Pico do Jabre ou, caso contrário, evidencia a resposta a eventos estocásticos e de dispersão, como proposto por Hubbel (2001).

4.2 - MATERIAL E MÉTODOS