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ESTUDO DE CASO SOBRE O RELACIONAMENTO AMOROSO DE UM CASAL PORTADOR DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL O objetivo dessa pesquisa é entender como se dá o relacionamento

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ESTUDO DE CASO SOBRE O RELACIONAMENTO AMOROSO DE UM CASAL PORTADOR DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL O objetivo dessa pesquisa é entender como se dá o relacionamento

amoroso e como se é vivenciado a sexualidade em casais que sejam portadores de deficiência intelectual.

Estou ciente de que a minha participação irá auxiliar a atingir os objetivos e que a pesquisadora usará como reforço de suas anotações pessoais um gravador digital, sem imagem e que poderei desliga-lo a qualquer momento, sem qualquer dano ou ônus, assim como abandonar a pesquisa.

Declaro estar ciente que os dados irão ser usados de forma ética e apresentados sem a nossa identificação.

_________________________________________ Assinatura

Prof.ª Dr.ª Ana Laura Schliemann

CRP 06/33143-0 R. Monte Alegre, 984 São Paulo - São Paulo 11. 3670.8320 Bianca Ramos Pereira São Paulo – São Paulo 11. 3670.8320

ANEXO III

(Casal) IDADE:

ESCOLARIDADE: ATIVIDADES:

1. Contem como se conheceram.

2. Contem como começaram a namorar. 3. Contem como é a relação de vocês.

4. Dêem um exemplo do que vocês fazem juntos. 5. Qual a relação que vocês tem um com o outro?

6. O que os pais de vocês acharam sobre a relação de vocês? 7. Como é a relação de vocês com os respectivos sogros?

ANEXO IV

(Individual) Genograma Idade: Sexo: Escolaridade:

Conte sua rotina. Qual o lazer?

Como é a vida social e suas relações? O que é e como é uma relação amorosa?

Falar sobre namoro. (EX: O que é namorar?, Como é namorar?. Como deve ser um namoro?)

O que é uma relação sexual?

Já conversou com seus pais sobre algum desses assuntos (ficar, namorar, ter relação sexual, casar )? Se sim, com quem? Freqüência.

Falar sobre camisinha ( EX: O que é camisinha?, Para que serve uma camisinha?)

Anexo V

Pranchas Selecionadas para T.AT. 11

Pranchas 1, 2, 4, 6RH, 6MF, 10, 12RH, 12MF, 13HF, 14, 16, 19 e 20.

Prancha 1: O menino e o violino

Objetivo da prancha: É a primeira prancha a ser aplicada, pois não apresenta uma situação muito ameaçadora, e a temática mais presente é da atitude frente aos deveres e o ideal de ego.

Prancha 2: A estudante no campo

Objetivo da prancha: A temática evocada geralmente é a relacionada com as relações familiares, percepção do ambiente e atitudes frente aos pais. Em algumas circunstâncias há o aparecimento de relações heterossexuais, por apresentar 3 personagens.

Prancha 4: A mulher que retém o homem

Objetivo da prancha: Evoca situações de conflitos em relações heterossexuais.

Prancha 6RH: O filho que parte

Objetivo da prancha: Essa prancha será apresentada somente ao homem. Ela esta ligada a relação com a figura materna.

Prancha 6 MF: Mulher surpreendida

Objetivo da prancha: Essa prancha será aplicada somente na mulher. Ela geralmente evoca as relações com a figura paterna

11

Prancha 10: O abraço

Objetivo da prancha: Geralmente essa prancha evoca conflitos relacionados ao casal e atitudes frente a separação. Para Silva (1989) favorece também a projeção de uma relação satisfatória heterossexual.

Prancha 12 RH: O hipnotizador

Objetivo da prancha: Essa prancha será apresentada apenas para o homem. Evoca geralmente atitudes frente a figuras de autoridade e a situação de teste, evocando assim situações de passividade e impotência(Silva, 1989).

Prancha 12 MF: Mulher jovem e velha

Objetivo da prancha: Essa prancha é destinada às mulher. Evoca principalmente relações mãe- filha e ansiedade com o envelhecimento.

Prancha 13 HF: Mulher na cama

Objetivo da prancha: Geralmente evoca atitudes frente à mulher e ao sexo ( Murray, 2005), tem elementos dramáticos que aparecem em atitudes frente à relações heterossexuais e sexualidade/ agressividade (Silva, 1989).

Prancha 14: Homem na janela

Objetivo da prancha: “os temas mais freqüentes referem-se

autoquestionamento, á contemplação e à aspiração” (Silvia, 1983 apud Murray 2005). E em alguns casos aparecem conteúdos sexuais.

Prancha 16: Em Branco

Objetivo da prancha: Leva o sujeito a se projetar por completo.

Prancha 19: Cabana na neve

Objetivo da prancha: Geralmente convida o sujeito a fantasiar, sensibilizando conteúdos relacionados à proteção e ambientes inóspitos.

Objetivo da prancha: Sensibiliza as aflições e perspectivas para o futuro, dessa maneira tem q ser a última prancha a ser aplicada.

ANEXO VI

Entrevista “João” e “Sara” 23 de Setembro de 2007

B: Bianca (autora) C: Carmem (mãe Sara)

B: Eu queria que vocês me contassem como vocês se conheceram. S: Caramba, viu!

J: Posso começar falando? B: Pode

J: Então é assim.... A primeira vez que eu conheci a Sara foi numa ... Assembléia Legislativa lá, né? Falar de um projeto, que ela também participou, né?

Lá na Instituição que ela freqüenta e eu também, né? Eu freqüento de quarta e ela freqüenta de terça e quinta de manhã.

B: Então vocês não se encontram?

J: Não porque eu entro uma e meia lá na Instituição e ela fica de manhã. B: E depois? Vocês se conheceram no projeto...

J: Não, nós nos conhecemos na Assembléia Legislativa. B: Assembléia Legislativa???

S: Sim, eu vi que estava escrito no nome.

J: Foi... Ai depois a gente foi se conhecendo bem melhor, lá na Instituição e teve uns dias que eu pedi.... Antes de pedir ela em namoro, né? A Sara, eu estava com uma menina de lá.

Ai assim, eu tinha pedido ela em namora, ela estava indecisa depois ela... S: É curioso, na verdade....(risos)

J: Ai depois ela pensou no caso, ai depois ela aceitou. Ai depois eu terminei com ela para poder ficar com a Sara.

Ai....

Fomos interrompidos pela mãe da Sara que vem assinar o termo de consentimento.

C: Sara você assinou?

S: Eu assinei meu nome e sobrenome. C: Deixa eu ver.

Ah! Agora ela só escreve em letra de forma e ninguém entende, ta muito feio essa letra, nós vamos entrar numa escola de letras!

S: Imagina mãe.

C: Ela cismou!!! Não sei porque ela escrevia tão bonitinho. A pessoa muda né? Acho q ela pegou esse jeito, eu acho estranho ela escrever assim, mas tudo bem...o seu H ficou esquisito, mas tudo bem.

Pode conversando, se você quiser ou eu atrapalho? J: Não, vamos continuar...

B: Vocês estavam falando como vocês se conheceram.

J: Ai, lá na Instituição eu pedi ela em namoro e ela estava pensativa. S: É, é muito bom pensar, né?

J: Se você estava querendo namorar comigo. Depois eu pedi ela de novo em namoro e ela acabou aceitando.

S: É que eu fiquei assustada.

J: É ela ficou assustada com o pedido B: Você ficou assustada...

S: É com alguma coisa que ele falou. J: Foi.

Ai nessa assembléia legislativa que eu conheci a Sara e a Carmem, que eu achei muito... foi uma experiência, conhecer a Sara e a Carmem... A Carmem. é uma sogra muito ....legal (risos) que eu também conheci a Carmem nessa Assembléia, ela foi também com a Sara. Ai eu conhecia Carmem e lá ela falou assim para a minha mãe: Nossa esse casal vale 10.

S: Eu, é.... agora que você já me pegou, né? De surpresa, como posso dizer, pra começar...

(Mãe ainda na sala interrompe pra falar)

C: Se você quiser fazer foto, eu não faço questão. B: Não, não precisa...

C: Porque a Sara já apareceu em um monte de revista, de panfleto de colégio, o João, também, não sei a mãe dele, mas eu não tenho nenhuma objeção.

B: Na verdade não precisa porque é um trabalho cientifico. C: Esta Ok, é a sua tese, né? Seu final de ano?

B: É

C: Eu tive isso também, na PUC, eu também fiz PUC, mas eu fiz língua e literatura francesa.

(avó chega e é apresentada. As duas- mãe e avó saem da sala) J: Continua falando.

S: Eu é.... como eu falei mesmo?

B: Estávamos falando do namoro, como vocês se conheceram na Instituição e agora eu quero entender como vocês começaram a namorar.

J: Sara começa a falar

S: É.... bem agora que já me pegaram de surpresa, tal... bem que o nosso querido João, falou. Ah! Ele falou assim...que eu aceitei o namoro, mas ai eu cai dura...

B: Caiu dura? Por quê?

J: Caiu dura, mas não da cadeira.

S: É não da cadeira (risos) É que assim, eu também fiquei bem pensativa, na verdade.. e que mais?!

Eu, talvez, quase chorei de emoção... B: Quase chorou de emoção?

S: É quase...

J: Por esse pedido que eu fiz, ela ficou meio sentida. S: É meio sentida, meio sabe...que mexe com a gente? B: Mas você gostou?

S: Bem, eu achei que valia a pena, como diziam os outros, como eu, na verdade.

Ai também, é....

(mãe interrompe novamente para me oferecer um material de um curso que ela fez. E relata como foi o curso)

J: Agora vamos continuar.

B: Vocês se conheceram na Assembléia, conversaram, mas não começaram a namorar.

J: Não!

B: Começaram a namorar há quanto tempo? S: Um ano! Um ano?

J: É um ano. S: Então um ano

J: É que vai fazer um ano, né Sara? S: Vai fazer ainda?

J: Sim S: Então é. B: Quando? S: É quando?

J: Foi quando essa Assembléia? Foi em 2005, né? S: É foi.

J: Foi qual data?

S: Ih! Data eu não me lembrei. J: Será que a Carmem não sabe? S: Talvez

B: Não precisa, depois a gente pergunta. S: É não precisa

B: Vocês se conheceram, você ficou muito emocionada com pedido?

B: Quem? S: Ele B: O João? S: É! B: Pra namorar? J: Foi. S: Acredita?

Ele :”Me dá uma chance” B: Ele falou?

S: É, ele falou e foi até engraçado. Me dá uma chance, por favor!! Assim!

Ele é muito engraçado de vez em quando.

Porque, porque que você que você falou da sua idade, fala da sua que não é igual a minha? Ai já deu, né?

B: E o que tem a idade de vocês?

J: Então, assim, dia 9 de setembro ela fez 26 anos, agora. B: Ela fez agora?!

S: Sim eu fiz agora.

J: E eu fiz 21, entendeu? Essa duas idades, né? Eu tinha conversado com a Sara (falou nome completo) ai (risos) ai eu falei pra ela assim: Sara (nome completo), ai a gente estava começando a namorar, a gente estava no inicio de um novo amor, dentro da Instituição e isso ela conheceu a minha, com a minha conclusão de querer ser a minha futura namorada, ai ela não.... ela ficou sentida com o meu pedido, né?

S: Exatamente

J: Ela ficou emocionada, ela quase chorou. S: Eu?

J: É você!

S: Nossa eu acho que vai nascer um cisco no meu olho! J: Ai... ai assim, né? Então como eu posso explicar a você?

Lá na Instituição tem vários lugares que podem namorar, mas só não pode namorar dentro de uma atividade, porque lá é uma escola e não é um lugar para

namorar, pra fazer o social, como eles falam. E lá dentro da Instituição, às vezes tem umas pessoas que falam demais, tipo falando da Sara.

B: Mas eles falam dela pra você?

J: Não para mim não, eles falam por eles mesmo. Que a Sara nem sabe que estão falando dela.

S: É eu nem liguei, não!

J: Ela nem sabe, ela se tocou que nem era com ela a história, por isso que a Carmem, a mãe dela foi conversar lá na Instituição para tentar esclarecer uns assuntos da Sara. Para ver se eles conseguem fazer com que a Sara saia de lá.

B: Você quer sair da Instituição? S: Não!!!

J: Não...não estou falando muito serio... eu estou falando meio que... S: Meio o que?

J: Assim, meio... é meio sem sentido... S: E não entendi.

J: Sem sentido assim ó!

Se uma pessoa fala de uma pessoa pelas costas, você ia gostar? S: Não!

J: Então?!

S: Eu detestaria.

J: Se ela escutasse essas conversas, né? Deles falando mal dela, ela não iria ouvir, ela iria fechar as orelhas.

S: É as orelhas e a cara junto. J: É, os dois.

B: Vamos voltar para o namoro de vocês! Como vocês se conheceram.

J: Sara fala você!

B: Eu queria entender, vocês começaram a namorar porque o João pediu você em namoro.

J: Sim S: É... não!

J: Éramos! Mas antes de namorar a Sara eu tinha conhecido uma menina, era meio loirinha e era a ...

S: A...??

J: Sem ciúmes, mas me deixa falar! S: Tá bom!

J: Assim, dentro da Instituição, tem uma menina loirinha que chama Maíra (falou nome completo), ela queria namorar comigo, e eu falei: Ow Maíra esse pedido que você fez, é meio assustador.

Ai eu falei assim ó: Maíra quer namorar comigo? E ela falou: Eu vou pensar. Ela pensou, ai depois ela me falou assim ó: Eu quero namorar com você, dentro da Instituição, né?

Ai quando chegou no meu aniversário... não antes de chegar no meu aniversário eu pedi novamente em namoro, ela pensou e ela falou assim: Eu quero namorar com você.- Ela falou pela segunda vez.

B: Ai você termino o namoro com ela e começou a namorar a Sara? J: Sim, mas antes de tudo isso acontecer, né?

Eu desci todo mundo em volta, lá na sala de visitas da minha casa, que estava no meu aniversário. Todo mundo lá em volta, ai eu chamei a Maíra para ir comigo, ela foi lá, ai eu falei assim para todo mundo ouvir:

Gente... - sem ciúmes, hein Sara! S: Ahm!

J: Sem ciúmes, hein? (risos) S: Fala!!!

J: Ai eu falei assim para ela: Você vai ser a mulher que eu sempre vou amar... falei para ela e falei para todo mundo. Gente, tal tal e tal tal.

Ai ela falou assim para mim, não ela falou assim para todo mundo... O que ela falou mesmo?

Ela falou assim: Esse vai ser o homem da minha vida! Passou o meu aniversário, liguei para ela. Briguei com ela.

B: Por que você brigou com ela?

J: Assim, porque... não eu falei assim olha:

Ow Maíra, não estava certo a gente namorar, porque ela costuma namorar vários meninos lá dentro da Instituição.

B: Ela namorava com vários meninos ao mesmo tempo?

J:Sim. É ela namora com um, termina com um, vai com outro. E vai assim, como se trocava de sapato, né?

Ai a gente brigou, ai eu gritei com ela, ai foi aquele auê. Ai eu falei assim, ô: Eu quero terminar!

Ela falou: Por quê?

Ai eu falei assim: Não esta dando certo o nosso namoro! E ponto!

Ai desliguei o telefone e antes de desligar eu falei assim para ela, eu tinha falado uma coisa que não era para ter falado, mas eu falei. Que você é meio gorda e ela não gostou, com razão! Lógico, que uma mulher....

S: É isso não se fala a uma mulher.

J: É eu sei, mas com ela era difícil de... pensar no que eu tinha falado, que eu nem deveria ter falado.

S: Pensou, né?

J: Pensei, pensei antes de falar, mas eu arrependi antes de falar. B: Ai você começou a namorar a Sara?

J: Isso, ai foi lá que eu conhecia Sara. e tal tal tal tal tal.... Pedi ela em namoro e ela ficou sentida.

B: Como foi o pedi de namoro? S: Cai dura...

B: Como foi? Vocês estavam na Instituição e ?

J: Isso antes de estarmos na Instituição...A gente estava na hora do café, né? Ela estava lá dentro e eu estava lá fora, ai eu sentei do lado dela e falei assim: S quer namorar comigo?

J: Faço questão de ser o seu homem.

Ai ela acabou ficando comovida com o pedido. B: O que você fez?

S: Ai meu Deus.

J: Ai ela pensou, ficou pensando, pensado, pensado e foi ai que ela caiu em si. Ai ela aceitou e agora a gente esta namorando.

B: Me conta como é a relação de vocês? J: Sara conta!

S: É...a reação? B: Não a relação S: Ah! A relação!

J: Sara a nossa relação de namorado. S: Ah! Nem sei o que dizer primeiro... É ... bem, vai bem!

B: Vai bem? S: É vai bem.

J: É a nossa relação dentro da Instituição era muito difícil, porque a Lurdes que é a assistente social, ela falou assim para mim: Ó bela escolha ficar com a Sara porque ela é muito boa para namorar.

S: É né?

J: Ela falou para mim isso. S: É mesmo?

J: É!

B: E por que a é difícil a relação de vocês lá dentro? S: Não é tanto difícil, não.

J: Não, mas fale o que eu falei... Fale com minhas palavras. S: Com as suas palavras?

B: Falar o que?

J: Para você fazer uma conclusão. S: Ai esta complicado... Como é que é? B: O que vocês fazem juntos?

J: Dentro da Instituição? B: Dentro, fora, tanto faz. J: Fora a gente sai

B: Vocês vão para onde?

J: A gente sai para namorar mesmo, né?

Assim, fora é assim. A gente sai, a gente vai no shopping tomar um lanche, assim...

S: É numa boa, né?

J: Isso que é o namoro de verdade, né? B: Vocês vão sozinhos?

J: Não a gente... assim não dá, a gente não sai sozinho, a gente tem que ir com acompanhante, porque ela sabe andar nas ruas, que tem que olhar para os dois lados para ver se vem carro.

B: Isso para atravessar?

J: É, é isso que ela tem que ver, né Sara? S: Claro, claro, claro.

B: Mas no shopping não tem carro.

J: Não, mas quando esta na rua, ai sim. Quando vem carro, aqui, eu no meio para entrar na outra rua lá ela tem que ver isso.

B: Quem vai sempre com vocês no shopping?

J: A Carmem ou a minha mãe, assim, a gente combina um lugar para a gente se encontra, ai a gente vai.

B: E o que mais vocês fazem juntos? J e S: Não muito...

J: Mas a gente tem...

(Carmem interrompe para trazer bebidas) B: O que mais?

J: Eu estava falando do que? S: É, é isso mesmo.

J: Ah é então, nos temos que pensar qual o filme que queremos ver, para podermos sair, porque ela não pode sair assim.

S: É né?

J: Tipo, ela não pode sair com roupas transparentes. B: Por que você fica com ciúmes?

J: Não, não... (Sara começa a rir)

J: Porque no dia do aniversário dela, ela estava com um vestidinho básico e estava aparecendo a perna.

S: E?

J: E que isso é feio. B: Isso é feio?

J: É que ela usa umas roupas com um tamanho de um decote. S: E???

J: E que aparece.

B: E você fica com ciúmes? J: Não!

Não eu fico sentido.

B: Você fica sentido ou fica com ciúmes? J: Sentido mesmo.

S: Ave Maria, eu não sabia disso não! B: Ele é muito ciumento, Sara?

S: Não, vagamente, não... B: E você é ciumenta? S: Nem tanto.

J: Quando eu estava com a Maíra, ela ficou meio ciumenta! S: Meio, só!

B: Mas então você gostava dele? J: Sim, ela já gostava de mim. S: Ah, mas que menino curioso. J: É né?

B: Você já gostava dele, antes? S: Não depois.

J: É depois dessa Assembléia e lá na Instituição, ela começou a gostar de mim. B: Você começou a gostar dele?

S: Vai indo, né?

J: Por isso que (falou algo que eu não entendi) S: É né?

B: Por isso o quê? S: Por isso o quê?

J: Não esquece é besteira. S: Ah sei!

B: Me conta mais o que vocês fazem juntos. S: Ih ai esta difícil.

J: Explique Sara.

B: Quando vocês se vêem? S: Vendo com o rosto.

J: Não é assim Sara não é assim com o rosto. Assim, ó. S: Então como é que é, meu filho?

J: Sim querida!

B: Quando. Eu queria saber quando vocês se vêem!

J: Quando, né? De sábado, quando eu fico sozinho em casa a Carmem, me liga para combinar de sair. É isso que a gente se vê.

B: Então é de sábado. De dia da semana vocês não se encontram? J: Não, porque é difícil. De terça ela tem Instituição.

Segunda feira ela vai pra Instituição fazer um curso de informática, de segunda à sexta. E de terça e quinta ela ...

S: É normal.

J: É normal. Que de terça e quinta ela tem grupo... S: De cidadania.

J: Tem várias atividades que ela faz lá. S: Tem também o programa do almoço... J: De almoço.

S: Por isso, ai de quinta eu faço ateliê e depois programa de almoço também. B: E vocês se falam por telefone?

J: Sim.

B: Todos os dias? S: É ....

J: É todos os dias? S: É não sei não, viu!

J: Que essa semana que passou, eu nem te liguei. S: É mesmo, né?

J: Só liguei de fim de semana. S: É só de fim de semana

J: Fim de semana, eu sempre ligo pra Sara. S: É né?

B: E de dia da semana, então você não liga? J: Difícil

B: E você também não liga pra ele? S: De vez em quando.

J: Hoje ela me ligou! B: Mas hoje é domingo. J: Eu sei!

S: Mas foi ele que me ligou aqui.

J: É que ela fala que é três vezes, mas não é verdade.

S: Ah! É que meu tio, quando ele atendeu, meu tio, ele começou a ligar... J: Eu liguei pra saber de você! E ele me disse que você estava dormindo. S: Por isso mesmo.

J: E precisa dormir até meio dia? S: Ah! É a mesma coisa ué?! J: É que a Sara.

S: Que a Sara....?

J: Tem vários horários loucos, assim, é...

É que de terça e quinta tem Instituição, segunda e sexta tem informática. S: E???

J: E ela quase não acorda.

B: Você gosta de acordar tarde, é isso?

S: É meio tarde, mas de vez em quando cedo. J: Mas isso preocupa a Carmem.

E ela quer que ela....

E a Sara quer guerra com a Carmem. S: Que guerra, menino?!

Não tem guerra de travesseiro, não tem guerra de nada. O João só pensa em guerra agora.

J: É que ela quer briga com a Carmem. S: Que briga?

B: Vocês brigam? S e J: Não

B: Vocês nunca brigaram? S e J: Nunca na vida J: Não é Sara? S: É né, pois é!

B: E como é o namoro de vocês? S: Bem sério!

J: Muito sério!

B: O que, que é um namoro sério? J: (risos) Deixa eu falar...

S: Como é que é o sério? J: Ah Sara, vamos falar, né? Começa você a falar

S: Ai...

J: Vai pensando e falando S: Ai, ai..

É... ficar em silêncio B: Ficar em silêncio?

J: É que namorar em silêncio não dá. É difícil! S: Pois, é!

B: Namorar em silêncio não dá? J: Não!

B: Por quê?

S: Ai esta difícil, viu!

J: É que é assim, é que eu não posso falar é que é da minha intimidade amorosa, entendeu?

Nem ela pode falar, porque é segredo nosso. B: É segredo de vocês?

S: É segredo! Segredissímo. B: Ninguém sabe?

J e S: Não!

J: É que é assim, que quando eu terminar os meus ... Assim quando eu terminar de fazer a minha DP da minha escola, que eu tenho 3 matérias de DP.

Se eu conseguir fazer tudo e passar de ano, tudo bem. Que agora eu vou passar para o terceiro ano.

Ai quando eu terminar a minha escola, eu e a Sara. Nós estamos pensado