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Relato das experiências de campo e informações produzidas

Capitulo I ASPECTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

FORMAS DE PARTICIPAÇÃO POLÍTICA

1.7. Discussão Metodológica

1.7.3. Relato das experiências de campo e informações produzidas

Nesses mais de quatro anos de atividades do Núcleo de Psicologia Política, realizamos diversas pesquisas ligadas ao movimento GLBT, que contribuíram para nossas análises. Realizamos um estudo comparativo entre os grupos ALEM e Clube Rainbow de Serviços (Machado & Prado, 2005) e entrevistamos lideranças de vários grupos dentro de um projeto maior que tinha como objetivo mapear diversos

movimentos sociais na cidade (Prado, 2005). Ainda em 2005, desenvolvemos um estudo quantitativo de investigação de diversos aspectos, entre os participantes da Parada, intitulado “Participação, Política e Homossexualidade: VIII Parada do Orgulho Homossexual de Belo” (Prado; Rodrigues, & Machado, 2005), e desenvolvemos a pesquisa “A dinâmica da participação política no movimento social GLBT: seus impedimentos e suas possibilidades” (Costa; Prado & Machado, 2008).

Paralelamente às nossas atividades de pesquisa, o NPP passou a fazer parte do cotidiano dos grupos e eles do nosso. Participamos juntos de seminários, mesas redondas e muitas outras atividades e projetos. Nesse percurso, construímos uma grande quantidade de informações que, direta ou indiretamente, fizeram parte do material de análise desta pesquisa.

Exceto o questionário que aplicamos nas Paradas de 2005 e 2006, todas as nossas pesquisas junto a esse movimento fizeram uso de metodologias qualitativas: Pesquisa Participante, Diário e Cédulas de Campo, Entrevistas, Grupos Focais e Análise de Documentos e Materiais Simbólicos produzidos pelos grupos e sobre os grupos.

Acompanhamos um grande número de atividades promovidas por esses grupos, incluindo todas as reuniões públicas do Comando da Parada GLBT em 2004 e 2005 – que geraram muitas anotações, reflexões e acesso a documentos importantes. Em nossas observações de campo, geralmente utilizamos o diário de campo e as cédulas de campo (Reboredo, 1983; Zaluar, 1994). Esse material foi categorizado e organizado e contribuiu muito para a qualificação de nossas entrevistas e apoio em todos os outros procedimentos.

Coletamos e analisamos grande quantidade de documentos, jornais, folders, atas, textos, sites, e-mails produzidos pelos grupos, bem como matérias publicadas pela imprensa local sobre os grupos e suas atividades.

Utilizamos entrevistas semi-estruturadas, individuais e coletivas. Quanto às entrevistas individuais, utilizamos desta técnica com diferentes atores sociais para a construção de informações referentes à dinâmica interna dos grupos, compreendida como a identificação das formas de organização e das posições hierárquicas de cada grupo, o mapeamento das relações internas e externas do grupo, o histórico das ações mobilizatórias, conhecimento e classificação dos adversários, aliados e da eficácia das ações de mobilização e análise dos elementos que constituem o processo de identificação coletiva.

Inicialmente, tínhamos a idéia de realizarmos entrevistas grupais (ou grupos focais) com todos os grupos para a devolução de nossas análises sobre o histórico e constituição das identidades coletivas, onde exploraríamos os consensos e dissensos sobre questões históricas, a questão dos aliados e adversários, as ações mobilizatórias e a estruturação do grupo e, por último, o significado e a efetividade das ações coletivas. Ainda com esse propósito, entregamos uma versão impressa da primeira versão de nossos capítulos históricos para que os grupos pudessem ler e discutir. Entretanto, devido ao volume de informações que já havíamos coletado e as complicações com o agendamento destas entrevistas, realizamos apenas uma entrevista coletiva de devolução com integrantes da ALEM. Realizamos também conversas informais, “diálogos”, com integrantes do CELLOS e da ASSTRAV, e trocamos e-mails com Edson Nunes, Osmar Resende, Danilo Ramos e outros, como forma de dialogar e legitimar nossa leitura histórica.

A entrevista coletiva que realizamos com a diretoria da ALEM, inicialmente foi pensada como um grupo focal, entretanto, o agito das atividades cotidianas da entidade produziram um contexto impeditivo de mantermos o rigor exigido por esta metodologia. Interessante observarmos que as entrevistas e diálogos de devolução não foram marcadas por nós, mas solicitadas pelos grupos que, após a leitura de nossos capítulos históricos, se manifestaram criticando pontos polêmicos e equívocos de nosso trabalho. Estes diálogos nos levaram a reformular muitos pontos analíticos e estimularam novas reflexões.

As entrevistas foram transcritas e categorizadas para análise de conteúdo dos discursos e dos significados envolvidos nas ações dos atores (Machado, 2002).

Listamos a seguir as principais informações utilizadas nesta pesquisa:

Entrevistas:

Entrevistado Data Entrevistador

1. Soraya Menezes (ALEM) Setembro de 2003 Frederico Viana Machado 2. Participante Gay (Clube Rainbow de

Serviços)

Setembro de 2003

Frederico Viana Machado 3. Participante Lésbica (Clube

Rainbow de Serviços)

Setembro de 2003

Frederico Viana Machado 4. Danilo Ramos de Oliveira (Clube

Rainbow de Serviços)

Setembro de 2003

Frederico Viana Machado 5. Edson Nunes Julho de 2004 Luis Morando (GAPA e Professor

da UNE, que gentilmente cedeu esta entrevista para nossa pesquisa) 6. Soraya Menezes (ALEM) Dezembro de 2004 Manuela Sousa Magalhães 7. Carlos Magno (CELLOS-MG) Abril de 2006 Frederico Costa

8. Carlos Magno (CELLOS-MG) Maio de 2006b Frederico Viana Machado 9. Soraya Menezes (ALEM) Julho de 2006 Frederico Costa

10. Dany (ALEM) Maio de 2006 Frederico Costa

11. Ricardo (CELLOS-MG) Maio de 2006 Frederico Costa

12. Luiz Morando (GAPA) Novembro de 2006 Frederico Viana Machado 13. Roberto Chateaubriand (GAPA) Dezembro de 2006 Frederico Viana Machado 14. Walkiria La Roche (ASSTRAV) Dezembro de 2006 Frederico Viana Machado 15. Edson Nunes Dezembro de 2006 Frederico Viana Machado 16. Itamar Santos (GURI/AGM) Janeiro de 2007 Frederico Viana Machado 17. Luiz Morando (GAPA) Janeiro de 2007 Frederico Viana Machado 18. Danilo Ramos de Oliveira (Clube

Rainbow de Serviços)

Fevereiro de 2007

Frederico Viana Machado 19. Neila Batista Fevereiro de 2007 Frederico Viana Machado 20. Elaine (ALEM) Fevereiro de 2007 Frederico Viana Machado 21. Priscila (ALEM) Fevereiro de 2007 Frederico Viana Machado 22. Porcina D’alessandro (ASSTRAV) Março de 2007 Frederico Viana Machado 23. Entrevista Coletiva (ALEM): Soraya

Menezes, Josiane Mota e Sueli Martins.

Maio de 2007 Frederico Viana Machado

Documentos:

Atas produzidas pelo Comando da Parada (abril, maio e junho de 2004) Atas

Atas de Reunião do Grupo Guri (entre o dia 25 de maio de 1998, e o dia 27 de junho de 2000)

Estatuto da ALEM

Ofícios produzidos pelo Grupo GURI (ver ANEXOS). Folders e Cartazes produzidos pelos grupos (ver ANEXOS) Carta Aberta escrita por Edson Nunes. (Out. 2004)

Carta Aberta escrita por Edson Nunes. (Jan. 2007) Ofícios

Notícias da Carta Aberta. Escrito por Edson Nunes (fev. 2007). E-mails /

Listas de discussão

Paradas do Orgulho Minas (http://br.groups.yahoo.com/group/paradasdoorgulhominas) Grupo Clube Rainbow (http://br.groups.yahoo.com/group/grupocluberainbow)

Expressão GLS (Nov. 1997) (número único) Ego BH. (Jun. 1998)

Herdeiras de Safo (Set./Nov. 2003)

Jornal Rainbow (Números: 03, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 21, 22, 23) Jornais/

Revistas