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RELATOR: MINISTRO CAPUTO BASTOS O egrégio Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso

No documento SESSÃO PÚBLICA SESSÃO ADMINISTRATIVA (páginas 80-83)

PUBLICADOS EM SESSÃO

RELATOR: MINISTRO CAPUTO BASTOS O egrégio Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso

do Sul, manteve sentença do juiz da 9a Zona Eleitoral

daquele estado, deferindo o registro de candidatura de Francisca Oliveira Souza ao cargo de vereador do Município de Selvíria/MG, por entender comprovado seu domicílio eleitoral.

Eis a ementa do acórdão regional (fl. 118):

“Registro de candidatura. Domicílio eleitoral. Vínculos com o município. Provimento negado. Registro deferido.

Restando provado que a recorrida mantém vínculos afetivos e sociais com o município, no qual tem como fixado seu domicílio eleitoral, nos termos do parágrafo único do art. 42 do Código Eleitoral, correta se encontra a decisão que concluiu pelo deferimento de seu registro de candidatura a uma das cadeiras do legislativo daquele município”. Interposto o recurso especial de fls. 122-124, vem de se alegar que: “(...) a vida social da recorrida é no município vizinho de Ilha Solteira/SP, (...) Não participa da vida de Selvíria (...)”.

Contra-razões às fls. 129-133.

A Procuradoria-Geral Eleitoral opina pelo não- conhecimento do recurso (fls. 138-139).

Decido.

O v. acórdão recorrido encontra-se em perfeita harmonia com a jurisprudência da Casa, que assim firmou entendimento:

“Direito Eleitoral. Contraditório. Devido processo legal. Inobservância. Domicílio eleitoral. Conceituação e enquadramento. Matéria de direito.

Má-fé não caracterizada. Recurso conhecido e provido.

I – O conceito de domicílio eleitoral não se confunde com o de domicílio do direito comum, regido pelo Direito Civil. Mais flexível e elástico, identifica-se com a residência e o lugar onde o interessado tem vínculos políticos e sociais.

II – Não se pode negar tais vínculos políticos, sociais e afetivos do candidato com o município no qual, nas eleições imediatamente anteriores, teve ele mais da metade dos votos para o posto pelo qual disputava.

III – O conceito de domicílio eleitoral, quando incontroversos os fatos, importa em matéria de direito, não de fato.

IV – O contraditório, um dos pilares do due

process of law, ao lado dos princípios do juiz natural

e do procedimento regular, é essencial a todo e qualquer tipo de processo, inclusive ao eleitoral. V – Como cediço, a má-fé não se presume.” (Grifei.)

(Ac. no 16. 397, de 29.8.2000, REspe no 16.397,

rel. Min. Garcia Vieira.)

“Domicilio eleitoral. Não se confunde com domicílio civil. Fatos que demonstram a existência do domicilio eleitoral. Prova”

(Ac. no 8.246, de 3.10.1986, REspe no 8.246, rel.

Min. Roberto Rosas.)

“Domicílio eleitoral. O domicílio eleitoral não se confunde, necessariamente, com o domicílio civil. A circunstância de o eleitor residir em determinado município não constitui obstáculo a que se candidate em outra localidade onde é inscrito e com a qual mantém vínculos (negócios, propriedades, atividades políticas)”

(Ac. no 18.124, de 16.11.2000, REspe no 18.124,

rel. Min. Garcia Vieira.)

“Agravo de instrumento. Recurso especial. Revisão eleitoral. Domicílio eleitoral. Cancelamento de inscrição. Existência de vínculo político, afetivo, patrimonial, e comunitário. Restabelecimento da inscrição.

1. Demonstrado o interesse eleitoral, o vínculo afetivo, patrimonial e comunitário da eleitora com o município e não tendo ocorrido qualquer irregularidade no ato do seu alistamento, mantém- se o seu domicílio eleitoral.

2. Precedentes.

3. Recurso conhecido e provido.”

(Ac. no 2.306, de 17.8.2000, Ag no 2.306, rel. Min.

Waldemar Zveiter.)

Por isso, com base no art. 36, § 6o, do Regimento

Interno do Tribunal Superior Eleitoral, nego seguimento ao recurso especial.

Publique-se em sessão.

Brasília, 13 de outubro de 2004.

Publicado na sessão de 13.10.2004. O Informativo TSE já está disponível na Internet.

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL No 22.841/PB RELATOR: MINISTRO GILMAR MENDES

Registro de candidatura. Hipótese em que o candidato renuncia à candidatura ao cargo de prefeito e, no prazo para substituição, requer registro de candidatura ao cargo de vereador em vaga remanescente. Recurso especial que não aponta dispositivos de lei violados e nem dissídio jurisprudencial. Negado seguimento.

DECISÃO

1. Trata-se de recurso especial contra decisão do TRE/CE que, reformando a sentença do juízo a quo, deferiu o registro de candidatura de Agamenon Dias Guarita Júnior, pelos fundamentos resumidos na ementa do acórdão, verbis:

Registro de candidatura. Vereador. Preenchimento de vaga remanescente. Prazo. 60 dias antes da eleição. Indeferimento pelo juízo zonal. Recurso. Provimento.

Os partidos políticos poderão preencher as vagas remanescentes até 4 de agosto de 2004, a teor do

disposto na Resolução-TSE no 21.608/2004

(art. 21, § 5o), na Lei no 9.504/97 (art. 10, § 5o) e

no Código Eleitoral (art. 101, § 5o), hipótese que

não se altera em razão de o candidato indicado ter renunciado à candidatura ao cargo de prefeito (fl. 149).

2. O Relator consignou em seu voto: (...)

Sustenta o recorrente que a Lei no 9.504/97, autoriza

o preenchimento de vagas remanescentes e substituições até 60 dias antes do pleito, o que foi observado no presente feito.

Ao opinar, o Procurador Regional Eleitoral assim dispôs:

‘O recorrente, antes candidato ao cargo de Prefeito, renunciou à candidatura e, retornando à condição de eleitor comum, requereu, tempestivamente, seu registro de candidatura para o cargo de vereador, nas vagas remanescentes, procedimento disciplinado na

Resolução no 21.608 do TSE, não subsistindo

violação alguma às deliberações da convenção partidária, mormente quando tal candidatura foi ratificada pelas direções municipais de ambos os partidos integrantes da coligação’.

Acosto-me ao Parquet Federal, não encontrando qualquer óbice ao fato do recorrente ter renunciado a candidatura anterior, para prefeito, e antes do prazo legal (60 dias), ter adentrado com novo

pedido, desta feita para concorrer a vereança de Monte Horebe. (...) (grifos no original).

A PGE se manifestou nos seguintes termos:

O recurso não deve ser conhecido e nem provido. A recorrente não apontou violação legal ou dissenso pretoriano a justificar a presente via. Limitou-se a afirmar que a sentença não deveria ter sido reformada, o que demonstra, de plano, a inépcia das razões recursais. Ensina a egrégia Corte Eleitoral:

‘Direitos Eleitoral e Processual. Recurso especial. Registro. Candidatura. Substituição. Intempestividade. Recurso não conhecido.

(...) II – Para que seja conhecido o recurso especial, necessário se demonstre o enquadramento da questão em uma das hipóteses estatuídas no art. 276, CE (REspe

no 20.068/AL, rel. Min. Sálvio de Figueiredo,

publicado 10.9.2002).’ (Fl. 171.)

De fato, as alegações da Recorrente expressam apenas o seu inconformismo. Por essa razão, não merecem ser acolhidas.

3. Nesses termos, nego seguimento ao recurso. Brasília, outubro de 2004.

Publicado na sessão de 13.10.2004.

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL No 22.923/SP

RELATOR: MINISTRO LUIZ CARLOS MADEIRA

DESPACHO: Trata-se de recurso especial interposto

por Univaldo Buzati contra Acórdão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE/SP), que indeferiu seu pedido de registro de candidatura ao cargo de vereador do Município de Dracena, em razão

da inelegibilidade prevista no art. 1o, I, g, da Lei

Complementar no 64/90.

Alega violação aos arts. 5o, LV, 14, § 3o, II, 15, V, da

Constituição Federal e 1o, I, g, da LC no 64/90.

Segundo o recorrente, na condição de primeiro secretário da Câmara Municipal, sem qualquer atribuição regimental, não poderia ter praticado qualquer ato referido no parecer do Tribunal de Contas. Destaca que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE/SP), além de informar a quitação dos seus débitos, deixou transparente, em todas as fases do procedimento administrativo, que a responsabilidade era do presidente da Câmara.

Argumenta que os atos praticados não configuraram improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4o, da Constituição Federal.

Requer o deferimento do pedido de registro (fls. 116-124). Parecer da Procuradoria-Geral Eleitoral pelo não- conhecimento do recurso (fls. 135-137).

É o relatório. Decido.

O registrando exerceu a cargo de primeiro secretário da Casa Legislativa, sem atribuição de ordenador de despesas, como se verifica do documento de fl. 39. A decisão do TCE/SP cita como responsável o então presidente da Câmara Municipal, José Antônio Pedretti. Determinou, ainda, ao Recorrente e demais vereadores, a restituição ao erário da quantia recebida a maior.

À fl. 88 há cópia do DOE de 15.11.2002, que comprova a quitação do débito.

Nesta linha de entendimento:

Recurso especial. Registro. Rejeição de contas. Membro da Câmara Municipal.

Não tendo suas contas sido rejeitadas – já que não é visto, na decisão, como ordenador de despesas – e tendo, muita vez, as Cortes de Contas entendido a remuneração paga a maior como resultante, somente, de má interpretação da lei, não há, então, como incidir, sobre o recorrido, a letra severa do art. 1o, inciso I, alínea g, da LC no 64/90.

Recurso não conhecido.

(REspe no 17.320/PE, rel. Min. Costa Porto,

publicado na sessão de 5.10.2000.)

Ademais, não há na decisão do órgão julgador nenhuma menção de irregularidade insanável ou nota de

improbidade administrativa (Precedentes: ARO no 604/

TO, publicado na sessão de 20.9.2002, de minha relatoria; AREspe no 18.034/CE, de 8.5.2001, rel. Min.

Garcia Vieira, DJ de 22.6.2001).

A esses fundamentos, dou provimento ao recurso para deferir o pedido de registro de candidatura de Univaldo Buzati ao cargo de vereador do Município de Dracena/ SP (RITSE, art. 36, § 7o).

Publique-se em Sessão.

Brasília, 13 de outubro de 2004.

Publicado na sessão de 13.10.2004.

RECURSO ORDINÁRIO No 855/MA

RELATOR: MINISTRO CAPUTO BASTOS O egrégio Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão negou provimento a recursos e manteve decisão do

juiz da 37a Zona Eleitoral daquele estado que julgou

improcedente ação de impugnação de registro do candidato José Luís Bernal Martin proposta por Nestor de Jesus Nogueira Júnior.

Eis a ementa do acórdão regional (fl. 108):

“Recurso eleitoral. Impugnação de registro de candidato. Validade de convenção partidária. Legitimidade. Desincompatibilização. Afastamento de fato no prazo legal. Precedentes do TSE. I – Não detém legitimidade para argüir vício na realização de convenção municipal de partido político a coligação recorrente que não é por ele integrada.

II – Quando o afastamento de fato da função pública exercida ocorrer antes dos 3 (três) meses que

antecedem as eleições, torna-se irrelevante, para fins eleitorais, a comunicação feita posteriormente, uma vez que prevalece a data do real desligamento. III – Recursos conhecidos e improvidos”.

Foram interpostos dois recursos ordinários.

No primeiro apelo, a Coligação União por Bequimão argúi, preliminarmente, a ausência de formação de litisconsórcio, tendo sido requerida a citação da Executiva Estadual do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Tal pedido não teria sido atendido, o que cerceou o direito de ação da recorrente.

Defende a sua legitimidade ativa para figurar na

demanda, nos termos do art. 5o, I, da Res.-TSE

no 21.608 e art. 3o da Lei Complementar no 64/90.

No mérito, assevera que “(...) considerando que a coligação formada pelo Partido Democrático Trabalhista do Município de Bequimão com o PFL, PSDB e PV foi desaprovada pelos órgãos superiores do partido, a mesma deve ser anulada por esta egrégia Corte que, deverá em seguida, por este mesmo motivo, cancelar o registro de candidatura do recorrido” (fl. 117).

No segundo apelo, Nestor de Jesus Nogueira Júnior aponta violação ao art. 14, § 9o, da Lei no 9.504/97, na

medida em que o candidato não teria comprovado o seu afastamento por intermédio de documento idôneo. Assevera que “(...) Além de não constar nos autos documento idôneo que efetivamente comprove que o recorrido se afastou até 2.7.2004, o Tribunal a quo se baseou apenas numa frágil e inadequada declaração que diz que o recorrido se afastara em tempo hábil. É oportuno destacar que, não se identifica nem sequer a assinatura do funcionário que fez tal declaração. Na verdade, segundo informações do sistema de protocolo do Ministério da Saúde, o recorrido protocolou pedido de afastamento apenas no dia 5.7.2004” (fl. 122). Aduz, ainda, que o recorrido teria permanecido exercendo sua função de odontólogo naquela localidade.

Para configurar dissenso jurisprudência, aponta julgados desta Corte Superior.

Foram apresentadas contra-razões (fls. 126-135 e fls. 136-142).

Nesta instância, a ilustre Procuradoria-Geral Eleitoral manifestou-se pelo não-conhecimento dos apelos (fls. 150-152).

Decido.

Inicialmente, observo que os recorrentes interpuseram recursos que denominaram ordinários.

Observo que esta Corte Superior tem entendido que o recurso cabível contra acórdão regional que apreciou pedido de registro de candidatura é o recurso especial.

Nesse sentido, destaco a ementa do Acórdão no 814,

Recurso Ordinário no 814, rel. Ministro Peçanha

Martins, de 31.8.2004.

“Recurso ordinário. Eleição 2004. Registro de candidatura. Cabível recurso especial. Impossibilidade

da aplicação do princípio da fungibilidade. Apelo não conhecido.

I – Na hipótese, o apelo cabível contra acórdão regional que apreciou pedido de registro de candidatura é o recurso especial.

II – Inaplicável o princípio da fungibilidade quando das razões do apelo não se pode aferir alegação de violação a norma nem dissídio jurisprudencial”

(Acórdão no 814, Recurso Ordinário no 814, rel.

Ministro Francisco Peçanha Martins, de 31.8.2004.) De qualquer sorte, como os apelos indicam violação legal, bem como sustentam dissenso jurisprudencial, restam atendidos os pressupostos específicos de admissibilidade do especial.

Passo ao exame dos recursos.

No que se refere à legitimidade da coligação recorrente, a Corte Regional Eleitoral assentou que (fl. 111):

“(...) não se mostra possível conferir a essa coligação o direito de impugnar a validade da convenção municipal da qual resultou a candidatura do recorrido, uma vez que esta questão deve ser tratada pelos partidos interessados e tidos por prejudicados, no caso do PDT.

(...)”

Realmente, a jurisprudência desta Corte Superior está consolidada nesse sentido. A esse respeito, cito o seguinte precedente:

“Eleições 2004. Registro. Recurso especial. Negativa de seguimento. Impugnação. Irregularidade em convenção. Ilegitimidade ativa

ad causam de qualquer candidato, coligação ou

partido político alheio àquela convenção. Precedentes.

Não possui legitimidade a coligação para impugnar registro de candidaturas de outra agremiação partidária, por irregularidades em Convenção. Trata-se de questão interna do partido que só seus membros podem questionar.

Agravo regimental. Argumentos que não infirmam a decisão.

Desprovimento.” (Grifei.)

(Acórdão no 22.534, Recurso Especial no 22.534,

rel. Ministro Luiz Carlos Madeira, de 13.9.2004.) Quanto à alegação de ausência de desincompatibilização contida no segundo recurso, razão assiste ao Ministério Público Eleitoral quando assim se pronunciou (fl. 152):

“(...)

7. Por outro lado, tendo o Tribunal Regional, após valer-se amplamente das provas e dos fatos constantes do processo, concluído pela existência ‘de prova cabal de que o recorrido afastou-se de

fato de suas funções’ (fl. 111), entendendo por bem, assim, confirmar o deferimento de seu registro, forçoso reconhecer que a reversão do decidido demandaria, necessariamente, o revolvimento do material probatório presente nos autos, o que não se compadece com a natureza do recurso especial,

a teor do previsto nas súmulas no 7 do Superior

Tribunal de Justiça e 279 do Supremo Tribunal Federal.

(...)”

Com base nessas considerações, nego seguimento aos

recursos especiais, com base no art. 36, § 6o, do

Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral. Publique-se em sessão.

Brasília, 13 de outubro de 2004.

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL No 22.962/AP

RELATOR: MINISTRO GILMAR MENDES

No documento SESSÃO PÚBLICA SESSÃO ADMINISTRATIVA (páginas 80-83)

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