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A Reorganização Curricular do Ensino Básico (Decreto-Lei nº 6/2001, de 18 de Janeiro) princípios fundamentais da

Capítulo III A E STRUTURA C URRICULAR DO E NSINO B ÁSICO EM

1. A Reorganização Curricular do Ensino Básico

1.3. A Reorganização Curricular do Ensino Básico (Decreto-Lei nº 6/2001, de 18 de Janeiro) princípios fundamentais da

reorganização curricular

Com a publicação do Decreto-Lei nº 6/2001, pretendeu-se atribuir às escolas melhores condições para a concepção, desenvolvimento e gestão dos seus próprios projectos curriculares.

A reorganização curricular está associada a princípios fundamentais explicitados no documento elaborado pelo ME – DEB (2001):

1. A concepção de currículo e as práticas de gestão curricular

Aqui entende-se por currículo o conjunto de aprendizagens realizadas pelos alunos, o modo como estão organizadas e o papel que desempenham ao longo do seu percurso escolar.

Neste sentido, o currículo desenvolve-se a diferentes níveis:

ƒ o currículo nacional, onde devem constar os grandes objectivos para as aprendizagens dos alunos – competências essenciais a desenvolver, experiências educativas a proporcionar a todos os alunos, áreas e componentes curriculares dos diversos ciclos;

ƒ a concretização desse currículo deve ser um processo flexível, gradual e contínuo, que implica interpretação e tomadas de decisão a vários níveis, partindo da especificidade de cada contexto e os recursos existentes;

ƒ associada a esta noção de currículo surge a imagem do professor como um profissional que é capaz de identificar e interpretar problemas educativos, procurando dar respostas adequadas aos problemas, no âmbito das orientações curriculares nacionais.

De acordo com os objectivos mencionados na LBSE e orientações aprovadas pelo ME define-se o conjunto:

“de competências consideradas essenciais e estruturantes no âmbito do desenvolvimento do currículo nacional, para cada um dos ciclos do ensino básico, o perfil de competências terminais deste nível de ensino, bem como os tipos de experiências educativas que devem ser proporcionadas a todos os alunos” (Dec. Lei nº 6/2001, art.2º-2).

Neste contexto, o termo competência assume um carácter amplo, integrando conhecimentos, capacidades e atitudes e que pode ser entendido como um saber em acção, um saber em uso. No currículo nacional deverá estar definido o perfil geral de competências a serem desenvolvidas pelos alunos, para além das competências essenciais – de carácter transversal e disciplinar. O importante é garantir a todos os alunos um conjunto de aprendizagens e competências que implique a definição de diferentes caminhos para o sucesso de todos os alunos, diferenciando, adequando e

flexibilizando o currículo.

3. Uma perspectiva integrada de currículo e avaliação

Currículo e avaliação são elementos que constituem um mesmo sistema. A avaliação das aprendizagens tem como finalidade contribuir para a promoção ou a melhoria da formação dos alunos. São estes os princípios fundamentais da avaliação:

ƒ a articulação dos procedimentos de avaliação com os objectivos curriculares e as formas de trabalho desenvolvidas com os alunos, o que requer diferentes modalidades de avaliação e instrumentos de avaliação adequados à diversidade e natureza das aprendizagens que se pretendem promover;

ƒ o carácter essencialmente formativo da avaliação, identificando os aspectos em que as aprendizagens precisam de ser melhoradas, mas também os interesses dos alunos e os seus progressos;

ƒ a necessidade de uma avaliação global no final do ensino básico que tenha em conta o percurso escolar dos alunos, assim como o progresso das aprendizagens que realizou;

ƒ a existência de formas de avaliação externa, nomeadamente, provas nacionais de aferição, destinadas a fornecer informação relevante aos professores, às escolas e à administração educativa, sobre o desenvolvimento do currículo.

4. Um papel central da escola e dos professores na gestão do currículo.

No campo da decisão e da organização curricular, a escola e os professores têm um papel fulcral na gestão do processo de ensino / aprendizagem.

A gestão curricular, cujo significado é “analisar cada situação e diversificar as

práticas e metodologias de ensino para que todos aprendam” (ME-DEB, 2001:48), situa-

se a vários níveis:

ƒ num primeiro nível, a escola constrói o seu projecto curricular de escola e, no âmbito dos limites definidos pelo currículo nacional, toma as decisões (sobre a organização das áreas e disciplinas, dos tempos lectivos; a distribuição do serviço docente, entre outros aspectos), partindo das características e problemas do seu contexto, as prioridades que estabelece e os recursos de que dispõe;

ƒ num segundo nível, tem o projecto curricular de turma, da responsabilidade dos profissionais que trabalham com uma determinada turma. No caso do 1º ciclo, o professor titular de turma desempenha uma função fundamental na sua elaboração e desenvolvimento; nos 2º e 3ºciclos, cabe ao conselho de turma quer a sua elaboração como o seu desenvolvimento;

ƒ num terceiro nível, cada professor tomas as decisões que considera essenciais e adequadas ao trabalho que pretende desenvolver com os alunos.

5. Uma atenção prioritária às diferentes actividades de aprendizagem

O objectivo central da reorganização curricular é a promoção das aprendizagens que sejam significativas para os alunos. A ser assim, deve-se valorizar aprendizagens experimentais, o trabalho prático, o uso de materiais diversificados e as actividades de exploração e investigação.

Com a publicação do Decreto-Lei nº 6/2001 foram adoptadas medidas em diferentes âmbitos.

A reorganização curricular tem como objectivo promover a articulação curricular entre os três ciclos do ensino básico e a sua sequencialidade. De acordo a LBSE:

ƒ no 1º ciclo, o ensino organiza-se por áreas, em regime de professor por cada área disciplinar;

ƒ no 2º ciclo, o ensino organiza-se por áreas em regime de um professor por área; ƒ no 3º ciclo, o ensino organiza-se segundo um plano curricular unificado, integrando áreas vocacionais diversificadas e desenvolvendo-se em regime de professor por cada área disciplinar ou grupo disciplinar.

Assim, o EB continua a ser constituído por três ciclos estruturados de forma diferente, o que por si só não constitui um factor facilitador de uma articulação e de uma transição progressiva entre os vários ciclos.

A reorganização curricular integra alguns aspectos considerados inovadores que passamos a descrever no quadro seguinte:

Quadro 3 – Aspectos inovadores da reorganização curricular (ME-DEB: 2001)

Relativamente à avaliação das aprendizagens, esta visa avaliar a evolução global dos alunos, tendo sempre como referência as aprendizagens e competências essenciais de natureza transversal e disciplinar.

A avaliação sumativa realiza-se no final de cada um dos três períodos escolares, com dois momentos intercalares de avaliação.

No final do ensino básico, é realizada uma avaliação global, cuja responsabilidade é de cada escola, assim como de cada conselho de turma.

1º CICLO 2º CICLO 3ª CICLO

ƒ Formações transdisciplinares Educação para a Cidadania

Utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação

ƒ Actividades de Enriquecimento do Currículo, de carácter facultativo e de natureza eminentemente l lúdica e cultural

ƒ Novas áreas curriculares não disciplinares Estudo Acompanhado

Área Projecto Formação Cívica

Áreas curriculares disciplinares

ƒ Não há quaisquer alterações no 1º e 2º - Iniciação a uma segunda língua estrangeira para Ciclos, no quadro das áreas disciplinares e disciplinas. todos.

- Sequencialidade de disciplinas ao longo do ciclo - Abertura do leque de opções, nos domínios da Educação Artística e da Educação Tecnológica.

2. As Novas Áreas Curriculares Não Disciplinares: Finalidades e