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Judiciário dar ciência ao Poder Legislativo sobre a ausência de norma regulamentadora, que torne inviável o exercício dos direitos e garantias constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania?

A) Mandado de injunção B) Mandado de segurança C) Habeas corpus

D) Habeas data E) Ação popular Comentário:

Segundo o que dispõe a CF, em seu art. 5º, LXXI, o mandado de injunção (na modalidade individual ou coletiva) será concedido sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Portanto, a assertiva que deve ser assinalada é a constante da letra ‘a’.

Gabarito: A

eficácia limitada, desde que impositivas e não meramente facultativas. Isso quer dizer que normas constitucionais de aplicabilidade imediata e direta (como as de eficácia plenas e as de eficácia contidas) não são parâmetro válido, já que o direito, liberdade ou prerrogativa por elas assegurado é efetivo independentemente de qualquer regulamentação infraconstitucional. Do mesmo modo, se estivermos frente a uma norma constitucional de eficácia limitada facultativa, vale dizer, dotada de aplicabilidade indireta e mediata, mas esta preconizar uma faculdade (e não uma obrigação) para o legislador produzir a regulamentação, também não poderá ser manejado o mandado de injunção. Segundo o STF: “Tratando-se de mera faculdade conferida ao legislador, que ainda não a exercitou, não há Direito Constitucional já criado, e cujo exercício esteja dependendo de norma regulamentadora” (MI 444-QO, Rel. Min. Sydney Sanches, STF).

(ii) Como segundo requisito temos o seguinte: a efetiva omissão, total ou parcial29, do Poder Público em editar as normas infraconstitucionais regulamentadoras. Sobre este requisito, convém comentar que a omissão não há de ser imputada unicamente ao Poder Legislativo, mas a todos os Poderes Públicos responsáveis pela regulamentação da Constituição que, não necessariamente, há de ser feita por “lei”, podendo ser efetivada por outros atos normativos.

(iii) Por fim, como terceiro requisito podemos mencionar o nexo (a relação) entre a falta de norma e o não exercício do direito/da liberdade constitucional. Isso significa que o sujeito não exerce o direito ou a liberdade constitucional não porque ele não queria ou não faça jus ao direito, mas sim porque a norma constitucional não está regulamentada – pois, se ela estivesse, ele poderia exercer.

REQUISITOS PARA A IMPETRAÇÃO DO MANDADO DE INJUNÇÃO

Norma constitucional de eficácia limitada desprovida de regulamentação

Efetiva omissão, total ou parcial, do Poder Público

Nexo entre a falta de norma e o não exercício do direito/liberdade

Como esses requisitos caem em prova? Vejamos:

29. Lembremos que a possibilidade de o MI ser ajuizado em caso de omissão parcial foi expressamente trazida pelo parágrafo único do art. 2º da Lei nº 13.300/2016.

Questões para fixar

[DIRECTA - 2013 - Prefeitura de Angatuba - SP - Procurador Jurídico - Adaptada] Julgue o item:

Os três requisitos constitucionais para o mandado de injunção são: norma constitucional de eficácia limitada, prevendo direitos, liberdade constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; falta de norma regulamentadora, tornando inviável o exercício dos direitos, liberdades e prerrogativas e; abuso de poder.

Comentário:

A assertiva é falsa. O abuso de poder não é um dos requisitos para que o mandado de injunção seja acionado.

Deverá existir, entretanto, a efetiva omissão, total ou parcial, do Poder Público.

Gabarito: Errado [CESPE - 2012 - Promotor de Justiça - MPE/TO - 2012 - Adaptada] Julgue a assertiva com relação aos direitos e garantias fundamentais:

Para o cabimento do mandado de injunção, é imprescindível a existência de um direito previsto na CF que não esteja sendo exercido por ausência de norma infraconstitucional regulamentadora.

Comentário:

A assertiva é verdadeira. Conforme dispõe o art. 5º, LXXI da CF/88, o mandado de injunção será concedido sempre que a ausência de uma norma tornar inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais.

Deve-se, pois, comprovar o nexo causal (a relação) entre a falta de norma e o não exercício do direito).

Gabarito: Certo [CESPE - 2020 - TJ-PA - Analista Judiciário - Direito] A Constituição Federal de 1988 prevê o uso do mandado de injunção como uma garantia constitucional sempre que a falta de norma regulamentadora tornar inviável o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Nesse sentido, segundo o STF, o cabimento do mandado de injunção pressupõe a demonstração da existência de omissão legislativa relativa ao gozo de liberdades ou direitos garantidos constitucionalmente pelas normas constitucionais de eficácia:

(A) plena lato sensu.

(B) contida lato sensu.

(C) plena stricto sensu.

(D) contida stricto sensu.

(E) limitada stricto sensu.

Comentário:

Marcou a letra ‘e’ com tranquilidade? Espero que sim! Eis uma questão básica, mas interessante sobre o Mandado de Injunção! De acordo com nossa Corte Suprema (STF), o cabimento deste remédio pressupõe a demonstração da existência de uma omissão legislativa que impeça o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Nas palavras do

Tribunal, são requisitos para a impetração do mandado de injunção “a) falta de norma regulamentadora de uma previsão constitucional, portanto, descumprimento, pela via da omissão do poder público, de dever constitucional de prestação jurídico-normativa, abrangida mesmo a inconstitucionalidade parcial por omissão; b) que tal omissão impeça o exercício de direito e garantias constitucionais, de tal sorte que, de acordo com entendimento prevalente, o mandado de injunção pressupõe a existência de nexo de causalidade entre a omissão normativa do poder público e a inviabilidade do exercício do direito; c) por via de consequência, caberá mandado de injunção apenas em relação a normas constitucionais de eficácia limitada stricto sensu, que, portanto, mesmo não sendo destituídas por completo de eficácia e aplicabilidade, exijam, como condição de possibilidade formal, provimentos normativos do poder público que venham a assegurar os principais efeitos; d) deve tratar-se de direito e garantia constitucional que atendam aos requisitos do art.

5º, LXXI, CF (...). MI 6858, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, julgado em 12/03/2018, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-049 DIVULG 13/03/2018 PUBLIC 14/03/2018.

Gabarito: E

Outros pontos merecedores da nossa atenção no que se refere ao cabimento são os seguintes:

(a) o STF já decidiu que a não regulamentação (a ausência de norma) não acaba com a simples apresentação do projeto de lei ao Poder Legislativo. Isso significa que a inércia que autoriza a propositura do MI se mantém mesmo quando o projeto já está tramitando mas não foi, ainda, objeto da deliberação e conversão em lei. Assim, a inertia deliberandi (demora em deliberar e transformar em lei o projeto que visa regulamentar a norma constitucional) autoriza a propositura de MI para discutir a mora.

(b) Sobre o objeto do MI Coletivo, é bom frisar que a Lei nº 13.300/2016 (no art. 12, em seu parágrafo único), determina que os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria. Nesse sentido, nota-se que o MI Coletivo visa proteger os direitos que não podem ser individualizados (os chamados direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos).

(c) O mandado de injunção é ação transitória, que só se justifica enquanto houver a omissão. Assim, a orientação do STF se pacificou “pela prejudicialidade do mandado de injunção com a edição da norma regulamentadora então ausente”. Em outro posicionamento do STF, temos: “Considerando que a falta de norma regulamentadora (CF/88, art. 5º, LXXI) é pressuposto de admissibilidade do mandado de injunção, a jurisprudência desta Corte se firmou no sentido de que a edição do diploma reclamado pela

Constituição leva à perda de objeto do mandado de injunção” (grifo nosso)30. A Lei nº 13.300, editada em 23 de junho de 2016, adotou este entendimento do STF, expressamente, no parágrafo único do seu art. 11: “Estará prejudicada a impetração se a norma regulamentadora for editada antes da decisão, caso em que o processo será extinto sem resolução de mérito”. Vou apresentar uma questão de prova ilustrativa do modo como o assunto pode ser exigido em seu concurso:

Questão para fixar

[CESPE - 2015 - TJ - PB - Juiz Substituto] Analise e julgue posto a seguir:

Após a impetração de mandado de injunção, pendente de julgamento, o diploma legal objeto da reclamação foi promulgado. Nessa situação, a ação não estará prejudicada por ser possível, na via processual, discutir pretensão do interessado de sanar a lacuna normativa no período pretérito à edição da lei regulamentadora.

Comentário:

Item errado! O STF entende que extrapola os limites do mandado de injunção a pretensão de resolver o problema da lacuna normativa do período anterior à edição da lei regulamentadora (MI 1.011 AgR).

Importante mencionar que no entendimento do STF (MI 3709 AgR), a edição do diploma reclamado pela Constituição ocasiona a perda de objeto do mandado de injunção. Vale ressaltar que o parágrafo único, do art. 11, da Lei nº 13.300/2016, determinou que estará prejudicada a impetração do MIse a norma regulamentadora for editada antes da decisão, caso em que o processo será extinto sem resolução de mérito.

Gabarito: Errado