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Aula 09. Direito Constitucional Remédios Constitucionais Auditor da Receita Federal Prof. Nathalia Masson. 1 de 169

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Aula 09

Direito Constitucional – Remédios Constitucionais

Auditor da Receita Federal

(2)

Sumário

SUMÁRIO ... 2

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ... 3

(1)RECADO INICIAL ... 3

(2)PRIMEIRAS PALAVRAS ... 5

(3)REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA ADMINISTRATIVA (NÃO JURISDICIONAL) ...6

(3.1)DIREITO DE PETIÇÃO ART.5º,XXXIV,A”,CF/88, C/C LEI Nº 13.869/2019 ... 7

(3.2)DIREITO À OBTENÇÃO DE CERTIDÕES ART.5º,XXXIV,B”,CF/88; C/C LEI Nº 9.051/1995 ...9

(4)REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA JURISDICIONAL ... 13

(4.1)HABEAS CORPUS -HC(ART.5º,LXVIII E LXXVII,CF/88) ... 13

(A)INTRODUÇÃO ... 13

(B)LEGITIMIDADE (ATIVA E PASSIVA) ... 16

(C)ESPÉCIES ... 20

(D)CABIMENTO ... 22

(E)PROCEDIMENTO ... 28

(F)CABIMENTO DO HABEAS CORPUS COLETIVO ... 29

(4.2)MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL (ART.5º,LXIX,CF/88 E LEI Nº 12.016/2009) ... 32

(A)INTRODUÇÃO ... 32

(B)CABIMENTO ...33

(C)HIPÓTESES DE RESTRIÇÃO DE CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL ... 39

(D)LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA ... 42

(E)PRAZO PARA A IMPETRAÇÃO DO MANDADO DE SEGURANÇA ... 44

(F)OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE O MANDADO DE SEGURANÇA ...45

(4.3)MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (ART.5º,LXX,CF/88) ... 48

(A)INTRODUÇÃO ... 48

(B)CABIMENTO ... 49

(C)LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA ... 50

(4.4)MANDADO DE INJUNÇÃO (ART.5º,LXXI,CF/88 E LEI Nº 13.300/2016) ... 55

(A)CONCEITO ... 55

(B)REQUISITOS PARA O CABIMENTO ... 60

(C)LEGITIMIDADE ... 64

(D)PROCEDIMENTO ... 69

(E)O DEBATE ACERCA DOS EFEITOS DA DECISÃO CONCESSIVA DE INJUNÇÃO ... 70

(4.5)HABEAS DATA -HD(ART.5º,LXXII,CF/88 C/C LEI Nº 9.507/1997) ... 77

(A)INTRODUÇÃO ... 77

(B)CABIMENTO ...78

(C)LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA ... 84

(D)PROCEDIMENTO ... 89

(4.6)AÇÃO POPULAR -AP(ART.5º,LXXIII,CF/88;LEI Nº 4.717/1965) ... 91

(A)INTRODUÇÃO ... 91

(B)CONCEITO ... 91

(C)REQUISITOS ... 94

(D)LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA ... 96

(5)QUESTÕES RESOLVIDAS EM AULA ... 107

(6)OUTRAS QUESTÕES: PARA TREINAR ... 136

(7)RESUMO DIRECIONADO ... 158

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 169

(3)

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

(1) Recado inicial

Caro aluno, seja muito bem-vindo a mais uma aula de Direito Constitucional! É com imensa alegria que lhe apresento neste encontro um tema central do seu edital (que pode estar expresso ou implícito dentro do tema “direitos e garantias individuais”): os “Remédios Constitucionais”, tanto os de natureza administrativa, como aqueles que têm natureza jurisdicional. Talvez você estranhe um pouco o título desse assunto, pensando: “mas ‘remédios’ para quais doenças? Que metáfora é essa que a professora está usando?”.

Não se preocupe, pois ao longo dessa aula, ficará bem claro para você que tais “remédios” são as garantias existentes na nossa Constituição que protegem as pessoas contra possíveis, ou já concretizadas, violações de direitos protegidos.

Segundo nossa Constituição Federal, temos dois tipos de garantias (ou “remédios”): os de natureza não jurisdicional (ou administrativa) e os de natureza jurisdicional. Como exemplares dos primeiros temos: (i) o direito de petição e (ii) o direito à obtenção de certidões. Como exemplares do segundo tipo, temos: (i) o habeas corpus, (ii) o habeas data, (iii) o mandado de segurança, (iv) o mandado de injunção e (v) a ação popular.

Vamos tratar de cada um deles. Mas, antes, visualize nosso objeto de estudo no esquema posto abaixo:

GARANTIAS (ou remédios constitucionais)

De natureza não jurisdicional (ou administrativa)

Direito de petição Direito à obtenção de

certidões

De natureza jurisdicional

Habeas corpus Habeas data

Mandado de segurança

Mandado de injunção

Ação popular

(4)

E para você confirmar a importância de ter memorizado quais são os remédios constitucionais, sugiro observar as questões postas abaixo:

Questões para fixar

[FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Polícia - Tarde] Considerando a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, assinale a alternativa que NÃO representa um remédio constitucional:

A Direito de petição.

B) Mandado de injunção.

C) Ação popular.

D) Princípio da dignidade da pessoa humana.

E) Direito à certidão.

Comentário:

A alternativa que você deverá assinalar é a ‘d’, pois é a única que não traz um remédio constitucional mas, sim, um princípio fundamental constante do art. 1°, III, CF/88.

Gabarito: D [FJG - RIO - 2013 - SMA-RJ - Assessor Jurídico] Constitui remédio constitucional previsto na Constituição da República:

A) a medida cautelar fiscal B) a ação reivindicatória C) a desapropriação D) o habeas data Comentário:

Claro que nossa alternativa correta é a ‘d’: o habeas data é o único remédio constitucional previsto na Constituição Federal de 1988 (em seu art. 5º, LXXII) que foi mencionado pela questão.

Gabarito: D [UEM - 2018 - UEM - Advogado] Não se trata de ação constitucional:

A) Mandado de Segurança, individual ou coletivo.

B) Ação popular.

C) Habeas corpus.

D) Desapropriação.

E) Habeas data.

(5)

Comentário:

Todas as alternativas trazem uma ação constitucional, com exceção daquela constante da letra ‘d’, que trata de um ato da Administração Pública e, por essa razão, deve ser assinalada.

Gabarito: D

(2) Primeiras palavras

Relembrar a definição de certas palavras e expressões é sempre uma boa maneira de começarmos nossa aula, já que isso nos dará a base necessária para seguirmos no estudo do tema.

Assim, inicio esse nosso diálogo recordando uma distinção que já comentamos em nossa aula sobre a “Teoria Geral dos Direitos e das Garantias Fundamentais”. Naquela ocasião, afirmamos que os

“direitos” representam disposições declaratórias, por meio das quais nossa Constituição nos assegura bens e vantagens. Por outro lado, as “garantias” são disposições assecuratórias que, em defesa dos direitos, limitam o poder, isto é, são os instrumentos através dos quais vamos assegurar/tutelar o exercício dos direitos (preventivamente) ou prontamente reparar alguma situação de violação.

Nesta aula, vou acrescentar um ponto bastante importante: vamos diferenciar as garantias fundamentais dos remédios constitucionais. Entenda que estes últimos constituem espécies do gênero

“garantia”. Afinal, uma vez consagrado um direito, a sua garantia correspondente nem sempre constituirá um remédio constitucional. Em certas situações, a garantia poderá já estar contida na própria norma que prevê o direito. Vou exemplificar e isso facilitará sua compreensão: conforme determina o inciso VI do art. 5°, é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos – eis o direito – garantindo-se na forma da lei a proteção aos locais de culto e suas garantias (eis a garantia para o exercício do direito). Vamos ilustrar mais uma vez essa distinção, agora com outro inciso do art. 5°, o XXXVII, que prevê o direito ao juízo natural (eis o direito), sendo vedada a instituição de juízo ou tribunal de exceção (eis a garantia).

Bom, agora que você já se lembrou do que é “direito”, do que é “garantia” e, mais!, aprendeu que os “remédios constitucionais” são espécies de garantias, vamos seguir para a conceituação que a doutrina e o STF dão para a expressão “Remédios Constitucionais”. Veja o que diz o Ministro do STF Luís Roberto Barroso:

Os remédios constitucionais são garantias instrumentais destinadas à proteção dos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal. Servem como instrumentos à disposição das

(6)

pessoas para reclamarem, em juízo, uma proteção a seus direitos, motivo pelo qual são também conhecidos como ações constitucionais.

Segundo Uadi Lâmmego Bullos1, os remédios seriam os:

(...) meios constitucionais postos ao dispor dos indivíduos e das coletividades para provocar a intervenção das autoridades competentes, com vistas à defesa de um direito lesado ou ameaçado de lesão por ilegalidade ou abuso de poder.

Por fim, entenda que a expressão “remédios constitucionais” é usada no sentido de que eles seriam os meios para corrigirmos atos viciados, impugnando-os, se for o caso, de sorte que possamos recuperar a saúde da liberdade pública lesionada ou ameaçada de lesão.

(3) Remédios constitucionais de natureza administrativa (não jurisdicional)

São chamados de “remédios constitucionais de natureza administrativa” aqueles que não são exercidos junto ao Poder Judiciário, mas sim por via administrativa, perante autoridades administrativas de quaisquer dos poderes do Estado. Segundo a Constituição Federal, temos dois: (i) o direito de petição e (ii) o direito à obtenção de certidões como remédios de natureza não jurisdicional.

Vamos conhecê-los após resolvermos a questão posta abaixo:

Questão para fixar

[Quadrix - 2020 - CRN - 2° Região (RS) - Nutricionista Fiscal] Quanto aos direitos e às garantias fundamentais, julgue o item:

Os chamados remédios constitucionais não se limitam à seara judicial, havendo também aqueles de natureza administrativa.

Comentário:

Pode assinalar a assertiva como verdadeira. São chamados de “remédios constitucionais de natureza administrativa” aqueles que não são exercidos junto ao Poder Judiciário, mas sim por via administrativa, perante autoridades administrativas de quaisquer dos poderes do Estado. Segundo a Constituição Federal, temos dois: (i) o direito de petição e (ii) o direito à obtenção de certidões como remédios de natureza não jurisdicional. Quanto aos remédios constitucionais de natureza jurisdicional, estes, como o próprio nome já indica, serão exercidos junto ao Poder Judiciário, no intuito de garantir o exercício de direitos constitucionais.

Nossa Constituição Federal prevê os seguintes remédios de natureza jurisdicional: (i) o habeas corpus, (ii) o habeas data, (iii) o mandado de segurança, (iv) o mandado de injunção e (v) a ação popular.

1 . BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 574.

(7)

Gabarito: Certo

(3.1) Direito de petição – art. 5º, XXXIV, “a”, CF/88, c/c Lei nº 13.869/2019

Diz o art. 5º, XXXIV, “a”, CF/88:

XXXIV - São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

Vamos começar entendendo o que é o “Direito de Petição”. Peticionar significa apresentar, perante uma autoridade pública, um pedido (ou um requerimento ou uma solicitação de providências ou uma reclamação ou protesto), no intuito de pleitear certo direito, de efetivar determinada pretensão. Sua finalidade é a de comunicar ao Poder Público a realização de um ato ilícito ou praticado com abuso, para que as medidas cabíveis possam ser tomadas.

Algumas características desse “remédio”:

(i) é um instrumento informal (somente exige-se que a petição seja feita por escrito), de índole democrática, o que significa que o eventual endereçamento à autoridade errada (incompetente) não tornará a petição nula, devendo tal autoridade encaminhá-la para o local adequado;

(ii) pode ser exercido independentemente da presença de um advogado (ou seja, independe de capacidade postulatória – o que significa que um indivíduo pode peticionar mesmo que não esteja representado por um advogado);

(iii) permite ao sujeito exercer sua cidadania, pois ele estará atuando em prol de interesses pessoais ou coletivos, em benefício da sociedade ou, até mesmo, de terceiros;

(iv) o sujeito que apresentar a petição não precisa ter sofrido uma lesão a um direito seu; ele pode agir para defender a ordem constitucional ou o interesse público.

Como este é um “remédio” que tem cabimento sempre que for necessária a defesa de direitos ou quando for constatada a prática, por parte de agentes dos Poderes Públicos, de uma ilegalidade ou de um abuso de poder, trata-se de uma garantia que poderá ser fruída por todos, ou seja, por pessoas naturais (nacionais ou estrangeiras), bem como por pessoas jurídicas, independentemente do pagamento de taxas.

O destinatário deste direito de petição será qualquer órgão ou autoridade do Poder Público, ou seja, pode este pertencer ao Poder Executivo, Legislativo, Judiciário e até mesmo ao Ministério Público.

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Ressalte-se, mais uma vez, não ser primordial que o pedido seja direcionado ao órgão competente, pois é incumbência daquele que erroneamente o receber encaminhá-lo à verdadeira autoridade competente.

Ademais, importante lembrar, caro aluno, que não existe previsão expressa em nossa Constituição que obrigue a autoridade pública a responder a petição, não havendo, igualmente, indicação de uma sanção em razão do silêncio. Em outros países da América Latina (como a Colômbia e o Equador), existe, para a autoridade que receber a petição, um dever de oferecer resposta.

A maioria dos doutrinadores pátrios, no entanto, opina no sentido de que existe uma garantia constitucional implícita que assegura ao cidadão o direito de obter resposta sobre sua petição protocolada. Assim, diante de uma recusa injustificada ou até mesmo da inércia das autoridades em analisar e oferecer resposta ao pleito do peticionário, ele poderá valer-se de outro remédio constitucional para desafiar essa ausência de resposta/providência/solução: o mandado de segurança, conforme disposto no art. 5º, LXIX, da CF/88. Portanto, em havendo violação do direito constitucional de petição aos Poderes Públicos (omissão em ofertar resposta) estaremos diante de um verdadeiro desvio de poder, a ser combatido via mandado de segurança.

Antes de avançarmos e começarmos a falar do direito de obtenção de certidões (nosso próximo remédio constitucional), vejamos algumas questões de provas:

Questões para fixar

[FUNDATEC - 2014 - SEFAZ-RS - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Bloco 2 - Adaptada] Com relação aos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal, julgue a seguinte assertiva:

A todos é assegurado o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder, independentemente do pagamento de taxas.

Comentário:

A assertiva apresentada está correta, sendo a reprodução quase literal do art. 5°, XXXIV, CF/88! O direito de petição independe de pagamento de taxas e pode ser exercido por qualquer pessoa.

Gabarito: Certo [Quadrix - 2017 - CRMV-DF - Agente Administrativo] Acerca dos direitos e das garantias fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item que se segue.

É assegurado a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

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Comentário:

Outra assertiva verdadeira, novamente baseada na literalidade do texto constitucional! O direito de petição será cabível sempre que existir a necessidade de defender direitos ou quando for detectada ilegalidade ou abuso de poder por parte de agentes do Poder Público. Poderá ser exercido por todos, ou seja, por pessoas físicas ou jurídicas, independentemente do pagamento de taxas.

Gabarito: Certo

(3.2) Direito à obtenção de certidões – art. 5º, XXXIV, “b”, CF/88; c/c Lei nº 9.051/1995

O direito à obtenção de certidões encontra-se amparado no art. 5º, XXXIV, “b”, CF/88, assegurando a todos “a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal”.

Veja que tal direito, que está regulamentado pela Lei nº 9.051/1995, é um remédio constitucional que pode ser manejado, independentemente do pagamento de qualquer taxa, por qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira, tendo por destinatário qualquer órgão ou autoridade da Administração Pública, direta ou indireta.

O intuito é conseguir do Poder Público uma certificação formal (como se fosse um atestado) que comprove uma situação, que confirme e valide um determinado fato.

A certidão é, portanto, um documento que atesta e valida uma ocorrência (por exemplo: a data e o local de nascimento, bem como a filiação de alguém – nome da mãe e, por vezes, do pai –; a data, o local e o nome do cônjuge numa certidão de casamento).

Deste modo, meu caro aluno, sempre que o titular do direito tiver o legítimo interesse na obtenção de uma certidão, a ser expedida pelo Poder Público, para defesa de seus direitos ou, ainda, para esclarecimento de situações de interesse pessoal, será cabível o direito de certidão protegido constitucionalmente. Vale observar que o legitimado deverá demonstrar claramente o seu legítimo interesse, ou seja, a existência de um direito individual ou da sociedade, tutelado pelo ordenamento, que necessita da certidão para ser protegido2.

Mas veja só: como vimos na aula sobre a “Teoria Geral dos Direitos Fundamentais”, não existem direitos ou garantias absolutas. Lembra-se disso? Pois bem. Aqui não será diferente! Portanto, se

2. Nesse sentido, estabelece o artigo 22 da Lei nº 9.051/1995: “Nos requerimentos que objetivam a obtenção das certidões a que se refere esta Lei, deverão os interessados fazer constar esclarecimentos relativos aos fins e razões do pedido”.

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estivermos diante de alguma hipótese constitucional de sigilo (em que a publicidade poderia comprometer a segurança da sociedade ou do Estado), o remédio da certidão não será cabível.

Além disso, o direito de certidão abrange somente fatos já ocorridos, não podendo ser utilizado com a finalidade de realizar prognósticos de eventos futuros e, por isso, incertos. Pois aí não tem Direito Constitucional que possa nos auxiliar!

Agora um detalhe importante: a lei que regulamenta a garantia que estamos estudando determina que a certidão solicitada deverá ser produzida e entregue no prazo máximo de 15 dias.

Vejamos o que diz o art. 1º da referida lei: “as certidões para a defesa e esclarecimentos de situações, requeridas aos órgãos da Administração centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às sociedades de economia mista e às fundações públicas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deverão ser expedidas no prazo improrrogável de quinze dias, contado do registro do pedido no órgão expedidor”.

E, em ocorrendo por parte da Administração Pública a negativa ilegal da produção da certidão, o remédio constitucional cabível será o mandado de segurança. Nesse sentido, a omissão em expedir a certidão solicitada configura abuso de poder, sanável pela via judicial, por meio desse outro remédio que ainda vamos estudar.

Agora, como é que o seu examinador vai tentar lhe confundir na prova? Bom, ele vai sugerir que no caso de o órgão público ilegalmente não expedir a certidão, deveria o indivíduo ingressar com um habeas data (art. 5º, LXIII, CF/88). Seria o caso? Não! Isso porque, nessa hipótese, o impetrante (a pessoa que deseja a certidão e não a conseguiu) já possui o acesso à informação sem obstáculos administrativos, e não tem o interesse em retificar (corrigir) ou complementar com anotação tais informações. O que o sujeito deseja, tão somente, é obter a certidão. Logo, o único remédio constitucional cabível é mesmo o mandado de segurança. Creio que a impossibilidade de usar o habeas data neste caso ficará mais clara quando estivermos estudando este outro remédio constitucional. Prometo voltar neste tema! Mas já vamos verificar como o assunto aparece em prova:

Questões para fixar

[IBADE - 2017 - PC-AC - Delegado de Polícia Civil - Adaptada] Acerca dos instrumentos de tutela das liberdades, previstos na CRFB/88, julgue o item:

A repartição pública que obstruir o direito de certidão deverá ser compelida, mediante habeas data, a concedê-lo, sob pena de os seus titulares serem responsabilizados civil e criminalmente.

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Comentário:

A assertiva é claramente falsa! Em caso de a repartição pública obstruir o direito de certidão, deverá ser impetrado o remédio “mandado de segurança”, como você bem sabe.

Gabarito: Errado [INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Novo Hamburgo - RS - Auditor Fiscal de Tributos] Em observância ao que dispõe a Constituição Federal de 1988, referente ao direito à obtenção de certidões, assinale a alternativa correta:

(A) O remédio constitucional que protege o direito de certidão é o mandado de segurança.

(B) O direito de obter certidão tem como finalidade a defesa de direitos e a defesa contra ilegalidade ou abuso de poder.

(C) O direito à obtenção de certidões tem como finalidades a defesa de direitos e o esclarecimento de situações de interesse de terceiros.

(D) O direito à obtenção de certidões em repartições públicas depende do pagamento de taxas, pois trata-se de prerrogativa de todas as pessoas.

(E) O remédio constitucional destinado a proteger o direito de certidão é o habeas data.

Comentário:

A alternativa que você vai assinalar como correta é a constante da letra ‘a’, afinal, em caso de a repartição pública obstruir o direito de certidão, deverá ser impetrado o remédio “mandado de segurança”. Os demais itens trazidos por nossa banca estão errados. Observe o porquê:

- Letras ‘b’ e ‘c’: O direito à obtenção de certidões encontra-se amparado no art. 5º, XXXIV, “b”, CF/88, assegurando a todos “a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal”.

- Letra ‘d’: conforme determina o inciso XXXIV, do art. 5º, CF/88, são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

- Letra ‘e’: o habeas data não é o remédio destinado a proteger o direito de certidão. Isso porque o impetrante (a pessoa que deseja a certidão e não a conseguiu) já possui o acesso à informação sem obstáculos administrativos, tampouco tem o interesse em retificar (corrigir) ou complementar com anotação tais informações. O que o sujeito deseja, tão somente, é obter a certidão. Logo, o único remédio constitucional cabível é mesmo o mandado de segurança.

Gabarito: A

Bom, dedicado aluno, meu convite para você neste momento é para resolvermos juntos mais algumas questões sobre os dois primeiros remédios que estudamos (direito de petição e certidão).

Vamos verificar juntos como eles são cobrados nas provas. Isso lhe dará o traquejo necessário para vencer as questões sobre o assunto e conquistar seu sonhado e merecido cargo!

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Questões para fixar

[EJEF - 2009 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros] Marque a alternativa CORRETA:

Determinado servidor público, ocupante de cargo efetivo no Estado, mediante requerimento administrativo pediu documento público de informação sobre sua contagem de tempo de serviço, para fins de aposentadoria, conforme esclareceu. Sem qualquer justificativa, o requerimento permanece sem despacho há 90 (noventa) dias.

O servidor poderá valer-se de medida para defender especificamente seu direito de:

A) petição.

B) ampla defesa.

C) certidão.

D) aposentadoria.

Comentário:

A nossa alternativa correta é a ‘c’, uma vez que o direito de certidão é o remédio constitucional hábil para a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situação de interesse pessoal.

Gabarito: C [IBFC - 2013 - IDECI - Advogado - Adaptada] Julgue a assertiva com relação a remédios constitucionais previstos na Constituição Federal de 1988:

São a todos assegurados, após o pagamento da correspondente taxa, a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

Comentário:

A assertiva é claramente incorreta. De acordo com o art. 5º, XXXIV, são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, (...) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

Gabarito: Errado [ESAF - 2012 - PGFN - Procurador - Adaptada] Sobre o direito fundamental à informação previsto na Constituição, julgue o item:

São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

Comentário:

Item verdadeiro, pois está de acordo com o art. 5º, XXXIV, “b”, CF/88.

Gabarito: Certo

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(4) Remédios constitucionais de natureza jurisdicional

Agora, caríssimo aluno, estudaremos os remédios constitucionais de natureza jurisdicional.

Estes, como o próprio nome já indica, serão exercidos junto ao Poder Judiciário, no intuito de garantir o exercício de direitos constitucionais. Como já noticiei no item (1), nossa Constituição Federal prevê os seguintes remédios: (i) o habeas corpus, (ii) o habeas data, (iii) o mandado de segurança, (iv) o mandado de injunção e (v) a ação popular.

A partir de agora, iremos analisar cada um deles com suas particularidades, a começar pelo habeas corpus.

(4.1) Habeas corpus - HC (art. 5º, LXVIII e LXXVII, CF/88) (A) Introdução

Futuro Auditor da Receita Federal, uma coisa você já sabe: a cada direito constitucionalmente previsto corresponde uma certa garantia. Pensando nisso, lembre-se de um importante direito que possuímos no art. 5° da CF/88, que é a liberdade de locomoção, inscrita no inciso XV nos seguintes termos: “É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”. Sua garantia correspondente é o habeas corpus (HC), importante remédio constitucional que, por intermédio de ordem judicial, vai amparar a liberdade de locomoção, fazendo cessar qualquer ameaça ou coação que a comprometa.

Em nosso país, este remédio constitucional surgiu no Código de Processo Criminal de 1832 (ainda durante o período imperial), cujo texto normativo dizia: “Todo o cidadão que entender que ele ou outrem sofre uma prisão ou constrangimento ilegal em sua liberdade terá o direito de pedir uma ordem de habeas corpus ao seu favor”.

Hoje, nossa Constituição democrática de 1988 prevê, em seu art. 5º, LXVIII, tal remédio constitucional nos seguintes termos: “conceder-se-á ‘habeas-corpus’ sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. Não há dúvidas de que é um writ, ou “remédio”, capaz de fazer cessar/parar, a ameaça ou coação à liberdade de ir, vir e permanecer do indivíduo.

Vejamos questões que cobram exatamente essa ligação entre o direito (liberdade de locomoção) e a garantia (HC):

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Questões para fixar

[FEPESE - 2013 - SJC-SC - Agente de Segurança Socioeducativo] Em relação aos direitos e às garantias fundamentais previstos na Constituição da República de 1988, quando alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, caberá:

A) Habeas data B) Habeas corpus

C) Mandado de injunção D) Mandado de segurança E) Ação direta interventiva Comentário:

Claro que nossa alternativa correta é a ‘b’. O habeas corpus, previsto no art. 5º, LXVIII da CF/88, é o remédio constitucional adequado para a defesa do direito da liberdade de locomoção do indivíduo que esteja sofrendo coação ou ameaça por abuso de poder ou ilegalidade.

Gabarito: B [UPENET/IAUPE - 2015 - Facepe - Analista de Gestão de Ciência e Tecnologia - Geral] Qual é o remédio constitucional destinado a garantir o direito de locomoção diante de ilegalidade ou abuso de poder?

A) Mandado de injunção B) Mandado de segurança C) Habeas corpus

D) Habeas data E) Ação popular Comentário:

Novamente deve ter sido bem tranquilo para você optar pelo HC na alternativa ‘c’. O habeas corpus, previsto no art. 5º, LXVIII da CF/88, é o remédio constitucional hábil para a defesa do direito de locomoção do indivíduo que esteja sofrendo coação ou ameaça por abuso de poder ou ilegalidade.

Gabarito: C [UECE-CEV - 2016 - DER-CE - Procurador Autárquico - Adaptada] Julgue o item a seguir:

Na forma do texto constitucional, conceder-se- á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

Comentário:

O item está correto, sendo a transcrição do inciso LXVIII do art. 5°, CF/88. O habeas corpus é o remédio constitucional adequado para a defesa do direito de locomoção que está sob violência ou ameaça de

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violência.

Gabarito: Certo [FUNCAB - 2014 - SEDS-TO - Analista Socioeducador - Direito] Remédio jurídico constitucional que será concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder é denominado:

A) mandado de segurança.

B) habeas data.

C) habeas corpus.

D) ação popular.

Comentário:

Nossa resposta, claro, está na letra ‘c’!

Gabarito: C

No mais, caro aluno, saiba que o HC é:

(i) um remédio de natureza penal (é o Direito Processual Penal que regula o seu exercício),

(ii) de procedimento especial (a decisão será proferida mais rapidamente, pois o rito será sumário – ou seja, de andamento mais célere), e

(iii) isento de custas (gratuito, conforme prevê o art. 5°, LXXVII, CF/88: “São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania”).

E para encerrarmos essa introdução, vou lhe apresentar alguns termos que usaremos bastante nessa aula (tanto no estudo do HC, quanto de outros remédios). Começo com “impetração”: significa o ato de ajuizar (impetrar) um remédio constitucional. Já o “impetrante” é o autor da ação. Aquele que for o beneficiado do remédio (o indivíduo em favor de quem o remédio é impetrado) será chamado de

“paciente”. Um detalhe: o impetrante pode ser o paciente (quando ajuíza o remédio em nome próprio) ou pode não haver coincidência entre eles (uma pessoa ser a impetrante, outra o paciente). Já a autoridade que pratica a ilegalidade ou o abuso de poder (contra quem se ajuíza o remédio) será denominada de “autoridade coatora” ou “impetrada”.

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Em resumo, temos:

(B) Legitimidade (ativa e passiva)

A expressão “legitimidade ativa” representa o rol de pessoas que poderão ajuizar/propor/apresentar determinada ação/recurso/remédio perante o Poder Judiciário.

No caso do habeas corpus podemos dizer que a legitimidade é universal, pois qualquer pessoa, nacional ou estrangeira, independentemente de capacidade civil, política ou profissional, de idade, de sexo, profissão, estado mental, tem legitimidade para ingressar com o HC, em benefício próprio ou até mesmo alheio.

Obs.: O estrangeiro, residente ou não no Brasil, também poderá impetrar habeas corpus, desde que a petição seja redigida em português, conforme jurisprudência firmada no STF.

Muito importante destacar que não há, sequer, a necessidade de advogado3 para a impetração do remédio: um sujeito comum, que não seja advogado e que não esteja representado por um, pode impetrar HC na defesa do seu direito (ou do direito de outra pessoa física) à liberdade de locomoção.

Sobre a desnecessidade de advogado para a impetração de HC, veja as questões e comprove que este é um ponto que sua banca vai explorar com constância:

3. A jurisprudência do STF entende que quando o réu já possui advogado constituído, terceiros não poderão impetrar o habeas corpus em favor dele.

IMPETRAÇÃO Ato de ajuizar (impetrar) um remédio constitucional

IMPETRANTE Autor da Ação

PACIENTE Aquele que será o beneficiado pelo remédio

AUTORIDADE COATORA (Impetrada)

Autoridade que pratica a ilegalidade ou abuso de poder

O impetrante pode ser o paciente quando ajuíza a ação em nome próprio

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Questões para fixar

[FGV - 2013 - TJ-AM - Analista Judiciário - Qualquer Área de Formação - Adaptada] Sobre a disciplina do habeas corpus, julgue a assertiva:

O registro como advogado é exigido para a impetração do habeas corpus, admitindo-se, todavia, o seu manejo por estudantes de direito inscritos como estagiários na Ordem dos Advogados do Brasil.

Comentário:

O HC é um remédio muito relevante e de índole democrática tão marcante, que dispensa a representação por advogado. Qualquer pessoa, portanto, poderá impetrá-lo, para defender a própria liberdade de locomoção, bem como a de outrem. Deste modo, você deve ter notado que a assertiva é falsa.

Gabarito: Errado [UERR - 2011 - SEJUC - RR - Agente Penitenciário - Adaptada] Em relação ao habeas corpus julgue a assertiva:

Necessariamente deverá ser interposto por advogado.

Comentário:

Claramente falsa essa afirmação, pois o HC pode ser apresentado por uma pessoa comum (que não seja advogado, tampouco esteja representada por um) na defesa da liberdade de locomoção própria ou de outra pessoa física.

Gabarito: Errado [INSTITUTO CIDADES - 2008 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho - 1ª Fase - 1ª Etapa - Adaptada] José, residente em Mangaratiba, se envolve numa briga com o dono da confecção onde trabalhava em Angra dos Reis e é preso. A mulher de José, estudante de Direito, impetra habeas corpus em favor dele. Julgue o item:

A mulher de José não poderia impetrar habeas corpus, por se tratar de ato privativo de advogado e depender de outorga de poderes.

Comentário:

Mais um item falso! O habeas corpus é remédio constitucional cuja propositura independe da presença de advogado, como já sabemos.

Gabarito: Errado

Retomando os comentários sobre a legitimidade, até mesmo as pessoas jurídicas poderão impetrar o writ, desde que em benefício de um terceiro que seja uma pessoa física, pois não cabe habeas corpus em favor de pessoa jurídica (já que as PJs não são titulares do direito à liberdade de locomoção e não podem ser “presas”, certo?). Em outras palavras: a pessoa jurídica pode ser impetrante do HC, nunca paciente. Já as pessoas físicas são impetrantes e pacientes.

O Ministério Público também será legitimado para impetrar o HC em favor de pessoa física, e

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até mesmo o juiz poderá concedê-lo de ofício, desde que não o faça contra ato próprio, o que nos parece algo lógico (afinal, não faria sentido um juiz conceder uma ordem de prisão ilegal, violando a liberdade de locomoção de uma pessoa e, na sequência, esse próprio juiz impetrar um HC em favor daquela mesma pessoa!).

Vou encerrar os comentários da legitimidade ativa citando o Min. Alexandre de Moraes, que diz que “a legitimidade para ajuizamento do habeas corpus é um atributo da personalidade, (...) sendo uma verdadeira ação penal popular” e verificando algumas questões que já exploraram esse ponto da matéria:

Questões para fixar

[NCE-UFRJ - 2015 - PC-DF - Delegado de Polícia - Adaptada] Sobre os remédios constitucionais, julgue a assertiva apresentada:

O habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa física, desde que nacional, sendo vedada a sua utilização por pessoa jurídica, ainda que em favor de pessoa física, e pelo Ministério Público.

Comentário:

A assertiva apresentada é falsa. Isso porque estrangeiros também podem manejar essa ação constitucional, da mesma forma que uma pessoa jurídica, desde que ela esteja atuando em benefício alheio (de uma pessoa física). No mais, o MP também pode impetrar o HC em favor de um paciente.

Gabarito: Errado [MPE-PR - 2011 - MPE-PR - Promotor de Justiça] Examine a afirmação abaixo:

O Habeas corpus pode ser proposto em favor de pessoa jurídica.

Comentário:

Uma vez que o habeas corpus tem o condão de proteger o direito de locomoção, de forma intuitiva podemos concluir que o paciente será, necessariamente, uma pessoa física. Pode marcar a assertiva como falsa!

Gabarito: Errado [MPE-MS - 2015 - MPE-MS - Promotor de Justiça Substituto] O habeas corpus pode ser impetrado por:

I. Pessoa física.

II. Pessoa jurídica.

III. Estrangeiro não domiciliado no Brasil.

IV. Analfabeto, bastando que alguém assine por ele.

A) Apenas I está correta.

B) I e II estão corretas.

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C) I e III estão corretas.

D) I e IV estão corretas.

E) Todas estão corretas.

Comentário:

Como a legitimidade ativa no habeas corpus é universal, qualquer do povo, nacional ou estrangeiro, independentemente de capacidade civil, política ou profissional, de idade, de sexo, profissão, estado mental, tem legitimidade para ingressar com o remédio, em benefício próprio ou alheio – lembrando que as pessoas jurídicas poderão impetrar HC, desde que em benefício de terceiro (pessoa física). Portanto, como todas as assertivas estão corretas, pode marcar a letra ‘e’.

Gabarito: E

Quanto à legitimidade passiva, o impetrado (ou autoridade coatora) do habeas corpus será aquele que praticar a coação ou ilegalidade ao direito de locomoção do paciente. Normalmente, será uma autoridade, como um magistrado, um delegado, um membro de Tribunal ou até mesmo um integrante do Ministério Público. Entretanto, em alguns raros casos, o habeas corpus poderá ser impetrado também contra atos de particulares, em face de patente ilegalidade. É o que ocorre, por exemplo, nas relações paciente-hospital, em que o estabelecimento condiciona a liberação do paciente ao pagamento das despesas médico-hospitalares (o que é indevido, pois cercear a liberdade de locomoção de alguém em razão de dívidas financeiras é ato ilegal, que se sujeita à correção judicial por meio do HC). Vou lhe mostrar uma questão que bem ilustra este tópico:

Questão para fixar

[FEC - 2010 - ANS - Temporário Superior 1 - Direito] Diretor de estabelecimento hospitalar particular impede que paciente receba alta, uma vez que este não efetuou o pagamento das despesas por ele realizadas. Nesta hipótese:

A) pode o paciente impetrar mandado de segurança contra o diretor do estabelecimento, por violação ao seu direito líquido e certo de contestar o valor das despesas.

B) pode o paciente impetrar habeas corpus contra o diretor do estabelecimento.

C) não cabe a impetração de habeas corpus, uma vez que o estabelecimento é particular.

D) deve o paciente efetuar o pagamento das despesas, e depois ajuizar a competente ação de repetição de indébito, se o valor cobrado for indevido.

E) o paciente deve ajuizar ação ordinária com pedido de antecipação de tutela, uma vez que não é cabível o habeas corpus.

Comentário:

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Foi fácil assinalar a letra ‘b’, certo? Este é o clássico (e muito corriqueiro) exemplo em que a autoridade coatora do HC é um particular. O paciente poderá, portanto, impetrar habeas corpus, visando assegurar o seu direito de locomoção, e a autoridade coatora será o diretor do estabelecimento.

Gabarito: B [CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público] Julgue o item:

O sujeito passivo do habeas corpus será a autoridade pública, pois somente ela tem a prerrogativa de restringir a liberdade de locomoção individual em benefício do interesse público ou social, razão pela qual não se admite sua impetração contra ato de particular.

Comentário:

Como você bem sabe, o item é falso, haja vista a possibilidade de a autoridade coatora tanto poder ser um agente público quanto um particular.

Gabarito: Errado

Bom, quanto ao paciente, já sabemos que somente pode ser uma pessoa física (aquela que sofre a ameaça ou a lesão à sua liberdade e será beneficiada pela ordem). Como já dito anteriormente, não caberá habeas corpus em favor da pessoa jurídica, cujos interesses poderão ser tutelados na esfera criminal unicamente por meio de mandado de segurança. Também não há que se falar em habeas corpus para tutela de animais irracionais.

(C) Espécies

Tradicionalmente, caro aluno, podemos apontar duas espécies de habeas corpus: (i) o repressivo, também conhecido como liberatório, pois a liberdade de locomoção já está violada, e o intuito é conseguir a expedição de um alvará de soltura; (ii) o preventivo, que será usado quando existir um risco iminente à liberdade – seu objetivo é o de obter o chamado salvo conduto, para evitar que o risco se concretize e que a violência atinja o direito protegido.

Sobre o cabimento do habeas corpus preventivo, vale destacar que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem entendido pela necessária existência de fundado receio de que o paciente possa vir a sofrer coação ilegal ao seu direito de liberdade de locomoção; não sendo cabível, portanto, o remédio constitucional quando houver mero receio infundado de coação tida como ilegal4.

Para além dessas duas espécies mais clássicas de habeas corpus, importante lembrar que este também poderá ser suspensivo, aplicável na hipótese de a ordem de prisão já ter sido decretada,

4. HC 27.373, STJ, Sexta Turma, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10/06/2010.

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porém o mandado ainda estar pendente de cumprimento; almeja-se, no caso, a expedição de um contramandado de prisão.

E para memorizar tais espécies, veja o esquema posto abaixo5:

No mais, nada mais importante no momento do que lhe mostrar como o tema pode aparecer em prova, certo? Veja só:

Questão para fixar

[VUNESP - 2012 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento] A base do habeas corpus, uma ação de natureza constitucional, é assegurar a liberdade do indivíduo (direito de ir e vir), ameaçada pelo chamado constrangimento ilegal. Existem três modalidades desta ação: a) o habeas corpus preventivo, interposto antes do constrangimento, visa impedir a ocorrência deste último; b) o habeas corpus suspensivo, a ser utilizado pelo indivíduo quando já consumado o constrangimento ilegal e, por fim; c) o habeas corpus episódico, cabível quando o constrangimento ilegal é praticado por particular. De acordo com o texto, é

5. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Salvador: Juspodivm, 2021.

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correto afirmar que:

A) o habeas corpus é uma ação de natureza administrativa e não constitucional. A presença do habeas corpus na Constituição vigente, de 1988, é absolutamente acidental.

B) o habeas corpus preventivo não existe mais. Trata-se de construção doutrinária largamente aceita até a primeira metade do século XX.

C) para impetrar o habeas corpus suspensivo é preciso constituir advogado.

D) não existe o habeas corpus episódico.

Comentário:

A alternativa que deverá ser marcada é a da letra ‘d’. Sabemos que o habeas corpus poderá ser impetrado de forma preventiva, suspensiva ou repressiva, em face de ilegalidades ou abuso de poder do Poder Público e, em raros casos, em face de particular. Sabemos, também, que as modalidades de HC são: preventivo, repressivo e suspensivo. Ademais, em nenhum caso precisamos de advogado para a impetração deste remédio constitucional. E, por fim, não se esqueça que o HC é uma ação constitucional, prevista conscientemente na CF/88, como remédio constitucional de altíssima estatura, pois protege um importantíssimo direito, que é a liberdade de locomoção.

Gabarito: D

(D) Cabimento

Lembre-se, meu caro aluno, que já aprendemos que o habeas corpus tem por finalidade a tutela de um direito muito específico, que é a liberdade de locomoção – que é o direito de ir, vir, estar e permanecer, conforme extraímos da leitura do art. 5º, inciso XV, CF/88. Terá cabimento, portanto, contra ilegalidade ou abuso de poder que afete o direito de locomoção do paciente. A admissibilidade do habeas corpus pressupõe a existência, mesmo que de forma acidental, de um risco à liberdade de locomoção da pessoa. Por outro lado, se não existir este específico risco, é sinal de que o direito em jogo deve ser tutelado pelo mandado de segurança ou outro remédio constitucional compatível com a demanda.

Também já estudamos que o remédio ora em estudo será cabível não apenas quando o direito de liberdade de locomoção já houver sido violado (HC repressivo), mas também quando ele se encontrar efetivamente ameaçado de ser violado (HC preventivo).

A tutela em questão é obtida por meio de ordem judicial expedida por juiz ou Tribunal, que faz cessar a ameaça ou a efetiva coação à liberdade de locomoção.

O Código de Processo Penal (CPP), mais precisamente em seu art. 648, explicita as hipóteses

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de cabimento do habeas corpus. Conforme o citado dispositivo, a coação considerar-se-á ilegal quando:

(i) Não houver justa causa: justa causa é a necessidade de lastro probatório mínimo dando sustentabilidade à investigação penal. Por consequência, não havendo justa causa para o procedimento investigativo ou para o processo judicial, eles devem ser trancados, é dizer, sumariamente eliminados.

Já a ausência de justa causa para a prisão cautelar, qualquer que seja ela (prisão em flagrante, preventiva ou temporária), importa manifesta ilegalidade, merecendo relaxamento.

A respeito desse ponto, vale mencionar que o habeas corpus pode ser impetrado com o objetivo de apontar a inépcia da denúncia e a ausência de justa causa para a ação penal. Nessa situação, o STF decidiu (no HC 176.7856) que a realização de acordo de transação penal não enseja a perda de objeto de habeas corpus anteriormente impetrado. A 2ª Turma afirmou que, em razão dos riscos e problemas inerentes ao sistema negocial, o controle realizado pelo julgador deve também abranger certa verificação sobre a legitimidade da persecução penal, visto que o Estado não pode autorizar a imposição de uma pena em situações ilegítimas, como, por exemplo, em quadros de manifesta atipicidade da conduta ou extinção da punibilidade do imputado.

Nesse sentido, não se pode permitir que o aceite à transação penal inviabilize o questionamento judicial à persecução penal. Ou seja, não se pode aceitar que um habeas corpus, que, entre outros requerimentos, aponta a atipicidade da conduta, seja declarado prejudicado em razão do aceite à barganha penal.

(ii) Alguém estiver preso por mais tempo que determina a lei: a limitação temporal da prisão cautelar ainda não é uma constante no Brasil. O projeto do novo Código de Processo Penal (PL 156), tem o intuito de prever uma dosagem temporal à subsistência da prisão cautelar. Atualmente, entretanto, a prisão temporária é a única prisão provisória que possui prazo especificado de duração (art. 2º da Lei nº 7.960/1989). Superado o prazo, e persistindo o cárcere, a prisão passa a ser manifestamente ilegal, cabendo o habeas corpus com intuito de obter o relaxamento da prisão.

(iii) Quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo: a garantia constitucional da competência é o escudo protetivo da legitimidade do ato. Deste modo, não só a ordem prisional decretada por autoridade incompetente deve ser combatida, mas também não é aceitável que o processo tramite perante autoridade diversa da estabelecida na norma (ofensa ao princípio do juiz

6. Relatado pelo Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/12/2019 e julgado no informativo 964.

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natural), e até mesmo o inquérito policial não deve transcorrer perante autoridade destituída de atribuição.

(iv) Houver cessado o motivo que autorizou a coação: a manutenção da prisão cautelar exige estrita necessidade, consubstanciada pela coexistência do fumus comissi delicti e do periculum libertatis. Se as hipóteses normativas que autorizariam a prisão cautelar desaparecem, a medida, inicialmente legal, passa a ser desnecessária, exigindo-se a sua revogação, ou eventualmente a concessão de liberdade provisória (art. 310 do CPP).

(v) Não for admitida a prestação de fiança, nos casos em que a lei autoriza: uma vez preenchidos os requisitos legais, a fiança deve ser vista como um direito, e a denegação arbitrária pode caracterizar, inclusive, abuso de autoridade. De regra, a fiança é obtida por requerimento à autoridade que preside a persecução penal, seja o delegado, nos crimes com pena de até 4 anos de privação da liberdade (art. 322 do CPP), ou o juiz. Havendo denegação do delegado, o mais comum é apresentar requerimento, por petição autônoma, ao juiz. Já se o magistrado denega, nada impede que se insista no requerimento perante a autoridade. Nos dois casos, nada impede o manejo imediato do habeas corpus, para que se arbitre a fiança almejada.

(vi) O processo for manifestamente nulo: havendo nulidade na investigação em juízo (art. 564 do CPP), impetra-se habeas corpus com o intuito de que o vício seja declarado, e o processo ordinariamente será refeito a partir do nascimento do defeito apresentado. Os atos que decorrem do ato viciado também devem ser reconstruídos, pois estarão contaminados, em face da extensão objetiva do dano (princípio da consequencialidade).

(vii) Extinta a punibilidade: as hipóteses de extinção da punibilidade estão consignadas no art. 107 do Código Penal, e importam na coisa julgada material, pois definitivamente não mais poderá haver sanção pelo fato praticado, já que a possibilidade de punição está extinta. Podem ser declaradas a qualquer tempo, ex officio pela autoridade judicial (art. 61 do CPP). Nada impede, entretanto, que sejam objeto do habeas corpus.

Importante ressaltar que esse rol previsto no art. 648 CPP é meramente exemplificativo, pois dizer o contrário acarretaria contribuir para a desvalorização do direito fundamental consagrado constitucionalmente, e claramente esta não é a ideia da norma jurídica em análise, não é mesmo?

Vamos estruturar, nesse momento, algumas importantes considerações do STF e da doutrina sobre o cabimento (e o não cabimento) do HC:

(i) O STF entende que o HC é cabível ainda quando a ofensa (ou ameaça) à liberdade de locomoção seja

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indireta, vale dizer, quando do ato impugnado puder resultar a imposição de pena de detenção ou reclusão da pessoa. É o que se passa nos casos em que o HC é utilizado para impedir eventual quebra de sigilo fiscal ou bancário que possa resultar na prisão do indivíduo no curso de um processo criminal. Nas palavras da nossa Corte Suprema: “O habeas corpus é medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal, haja vista a possibilidade destes resultarem em constrangimento à liberdade do investigado” (AI 573623 QO/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, 31.10.2006).

(ii) Tome muito cuidado, meu caro aluno, se porventura a quebra do sigilo for determinada no curso de um processo administrativo: neste caso, o HC não poderia ser manejado, haja vista o fato de um procedimento desta natureza jamais resultar em restrição à liberdade de locomoção (o remédio constitucional que poderia ser utilizado, neste cenário, é o mandado de segurança).

Obs.: Em conclusão: o HC não poderá ser utilizado para impugnar medida que determina a quebra de sigilo bancário, fiscal ou telefônico, se dela não puder resultar condenação à pena privativa de liberdade; por outro lado, se dessa medida que determina a quebra de sigilo puder resultar imposição de pena de privação de liberdade, aí será cabível o manejo do HC.

(iii) Outra consideração indispensável de se fazer neste momento do estudo é a de que não é cabível habeas corpus em se tratando de punição disciplinar militar, por expressa disposição constitucional (art. 142, § 2º, da CF/88: “Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares”). Entretanto, entende-se que apesar de não ser possível a impetração do remédio para se discutir o mérito da punição disciplinar, sua interposição tem cabimento para se impugnar a forma/legalidade da punição como ocorre quando autoridade incompetente autorizou a prisão7.

(iv) Um interessante precedente do Superior Tribunal de Justiça em que se concedeu parcialmente ordem de habeas corpus8 foi o seguinte: o paciente teve a suspensão do seu passaporte determinada no bojo de uma ação executiva cível e o Tribunal considerou que a decisão que decretou a medida restringiu de forma desproporcional e não razoável o direito fundamental de ir e vir do executado. A Corte, entretanto, não conheceu o remédio em relação à suspensão da Carteira Nacional de Habilitação

7. Nesse sentido, conforme jurisprudência do STF, a proibição não abrange os chamados pressupostos de legalidade da sanção disciplinar – hierarquia, poder disciplinar, ato ligado à função e pena suscetível de ser aplicada (HC 70.648, Rel.

Ministro Moreira Alves, e RE 338.840-RS, Rel. Ministra Ellen Gracie, 19.8.2003).

8. STJ - RHC 97.876-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 05/06/2018 e noticiado no Informativo 631.

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(CNH) determinada no mesmo processo, por considerar que esta medida coercitiva não representava ameaça à liberdade de locomoção e, por isso, não poderia ser impugnada via habeas corpus. Conforme o voto do Ministro Luis Felipe Salomão, relator do caso, a suspensão da CNH não violou o direito de ir e vir do condutor, que seguiu podendo ir para todo e qualquer lugar, desde que não o fizesse dirigindo um veículo. O condutor poderia locomover-se por meio de transporte público, por exemplo.

(v) O habeas corpus também será cabível para impugnar medidas cautelares de natureza pessoal diversas da prisão; quando estas forem onerosas ao paciente e puderem ser convertidas em prisão se descumpridas (a ameaça à liberdade de locomoção configura-se em razão do fato de eventual descumprimento de qualquer das obrigações impostas pelo juízo criminal ao réu puder resultar na decretação de prisão preventiva).

Reafirmando esse entendimento, a 1ª Turma do STF9 (em junho de 2020) conheceu o habeas corpus impetrado para impugnar medidas cautelares de natureza criminal diversas da prisão. No caso concreto, o Ministério Público havia solicitado a prisão preventiva da paciente. Entretanto, o Tribunal de Justiça indeferiu o pedido, mas determinou medidas alternativas, sendo elas: a) afastamento do cargo de vereadora e da função de presidente da Câmara dos vereadores; b) comparecimento bimestral em juízo; c) proibição de acesso e frequência à câmara municipal; d) proibição de manter contato com testemunhas; e) proibição de ausentar-se do estado e do País, com a entrega de passaporte; e f) obrigação de manter atualizado, no tribunal, o endereço.

Desta forma, a Suprema Corte entendeu que, havendo descumprimento das medidas alternativas, seria possível o estabelecimento da custódia, alcançando o direito de ir e vir da paciente.

(vi) A respeito do não cabimento de habeas corpus quando da inexistência de ofensa à liberdade de locomoção, o Supremo Tribunal Federal já editou três importantes súmulas, valendo a transcrição delas nesse nosso estudo:

Súmula 693: “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.” Ex.: Crime de porte de drogas. Afinal, se a única pena prevista não pode atingir a liberdade de locomoção, o HC não poderá mesmo ser utilizado.

– Súmula 694: “Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda

9 No HC 170.735/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 30/6/2020 e noticiado no informativo 984.

Referências

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