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4.4 ANÁLISE COMPARATIVA DO RESULTADO DA PESQUISA SOBRE

4.4.8 Responsabilidade Social: Avaliação Geral

Sabe-se que a organização que reconhece e se compromete com o seu corpo social (colaboradores internos) de modo responsável e efetivo (políticas de relações internas transparentes) cria no interior da empresa o sentimento de pertencer. Quando o ser humano tem esse sentimento e acredita nele, não existe nada que ele ou ela não possa fazer. Criar na organização o sentimento de pertencer pode ser uma excelente estratégia de negócios e uma boa prática de responsabilidade social (CAPRA, 1997, 2000; DASILVA, 2001; LERÍPIO, 2001;).

Na visão de Melo Neto (2001) o exercício da responsabilidade social não é uma tarefa fácil e simples, todavia a sua prática fortalece o nascimento da empresa cidadã. Esse argumento do autor pode ajudar a organização na criação do sentimento de pertencer. As organizações começam neste início de século desenvolver ações de responsabilidade social que vão de investimentos na qualidade de vida e no bem estar dos colaboradores e seus dependentes até programas e projetos sociais em suas comunidades.

Aos homens e as suas criações (empresas) urge a necessidade de compreender que toda a forma de vida humana e não humana pertence a um sistema, que se continuar sendo agredido, como até então o foi, pode comprometer a teia da vida, não só com o desaparecimento de espécies, mas com o aniquilamento e o desaparecimento do próprio planeta (CAPRA, 2000).

Cabe aos homens e as organizações agir com responsabilidade social no presente e no futuro, para o bem da humanidade e de toda a vida que habita o planeta terra.

Na seqüência apresenta-se uma análise geral das práticas de responsabilidade social exercitadas pelas organizações produtivas objetos de estudo dessa pesquisa.

Tipo de Empresa A (Cooperativista) B (Pública) C (Privada) TEMA CT % C % I % D % DT % CT % C % I % D % DT % CT % C % I % D % DT % Avaliação Geral: Responsabilidade Social 20 37 25 13 5 29 20 23 16 12 25 27 11 25 12

Tabela 2.8: Análise geral das práticas de responsabilidade social Fonte: Figuras do Apêndice D.

Na Tabela 2.8 visualiza-se a avaliação geral das práticas de responsabilidade social exercitadas nas empresas pesquisadas (A, B e C).

Na Tabela 2.8 verifica-se que 57% dos respondentes da empresa A externaram que concordam ou conhecem alguma atitude socialmente responsável que são praticadas e exercitadas por esta organização. Entretanto, é importante ressaltar que 43% dos respondentes são indiferentes e discordantes, e, isto pode apontar para problemas de comunicação ou falta de reconhecimento das atitudes que são empregadas e exercitadas no cotidiano organizacional.

Nas palavras do entrevistado 1 (Presidente da empresa A), a organização que ele coordena tem comprometimento com as práticas de responsabilidade social. Sua fala confirma a avaliação geral de 57% dos entrevistados (Tabela 2.8) que concordam que a empresa desenvolve algumas práticas de responsabilidade social.

O entrevistado 1 argumenta que as organizações devem se envolver com as questões sociais da comunidade, principalmente aquelas próximas da localização da empresa. Entretanto, o percentual de 43% dos entrevistados que são indiferentes ou discordantes sobre a avaliação geral sobre práticas de Responsabilidade Social pode demonstrar que em algumas temáticas esta empresa necessita fortalecer o seu processo de comunicação ou ainda consolidar suas atitudes.

Visualiza-se na Tabela 2.8 a avaliação das práticas de responsabilidade social da empresa B. O percentual de 49% de concordância permite afirmar que os entrevistados concordam e acreditam que a organização desenvolve e pratica ações sociais. Este percentual é relevante e aponta a prática de responsabilidade social nessa organização. Os percentuais de 23% dos entrevistados que são indiferentes e 38% dos entrevistados que são discordantes, totalizando 51% indicam, alguns aspectos:

b) desinteresse e apatia dos colaboradores em relação às práticas de responsabilidade social;

c) ineficiência da organização em comunicar efetivamente suas práticas de responsabilidade social.

Nas palavras do entrevistado 2 (Diretor da empresa B), a organização que ele dirige está comprometida com a prática de responsabilidade social, tendo em vista que no seu entendimento as organizações devem ser socialmente responsáveis. Sua fala confirma a avaliação de 49% dos entrevistados (questionário) que concordam que a empresa desenvolve algumas práticas de responsabilidade social.

O entrevistado 2 argumenta que “a responsabilidade social é uma obrigação de todos, não somente do governo, mas uma obrigação de toda a sociedade”. Ele entende que ter preocupações sociais, se preocupar com o social é uma obrigação de todos os cidadãos. Para o entrevistado 2, o Estado como agente e provedor de programas sociais ao longo da história não tem cumprido com eficiência o seu papel de gestor do bem-estar-social.

A crença e o julgamento do entrevistado 2 é que do mesmo modo que os cidadãos devem ser responsáveis pela prática de ações sociais, as organizações que são criações humanas, devem, além de ser responsáveis por essas práticas, patrocinar e promover projetos de cunho social que possam trazer benefícios para toda a comunidade.

Porém, é importante destacar que o percentual de 61% de avaliações negativas,apontados pelos colaboradores da empresa B demonstra que alguns temas necessitam ser interpretados para detectar os aspectos mais relevantes.

A Tabela 2.8 mostra a avaliação geral das práticas de responsabilidade social na empresa C. O índice de 52% de respondentes que concordam que a organização tem práticas de responsabilidade social é significativo. Entretanto, o percentual de 48% dos entrevistados que são indiferentes ou discordantes também é significativo, e isto pode apontar para falhas de comunicação ou ainda, a inexistência de ações voltadas à temática de responsabilidade social.

O entrevistado da empresa C tem uma boa visão do que venha ser responsabilidade social, principalmente quando se discute a participação da sociedade e do estado na construção de uma comunidade mais justa. Para ela a ação social é responsabilidade de cada um, em suas palavras:

Devemos, fazer a nossa parte contribuindo para que todos se beneficiem das ações em conjunto, o empresário dirigindo empresas mais humanas, dentro da família o respeito e o amor e o Estado gerenciando melhor os programas de ação social.

No próximo capítulo encontra-se a conclusão final dessa dissertação, bem como recomendações para o desenvolvimento de trabalhos acadêmicos sobre responsabilidade social.