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Desenvolvimento de procedimento de avaliação de práticas de responsabilidade social das organizações produtivas

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. SHIRLEY PACZKOWSKI. DESENVOLVIMENTO DE UM PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO DE PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES PRODUTIVAS. FLORIANÓPOLIS – SC 2003.

(2) SHIRLEY PACZKOWSKI. DESENVOLVIMENTO DE UM PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO DE PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES PRODUTIVAS. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção, sob orientação do Prof. Dr. Alexandre Ávila Lerípio.. FLORIANÓPOLIS 2003.

(3) E74c. Paczkowski, Shirley. Desenvolvimento de um procedimento de avaliação de práticas de responsabilidade social das organizações produtivas / Shirley Paczkowski -Florianópolis: UFSC, 2003. 215p. Orientador: Prof. Dr. Alexandre Ávila Lerípio. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC Florianópolis, 2003. 1. Responsabilidade Social. 2. Ética. 3. Sociedade. 4. Organização. 5. Negócios. 6. Indivíduos. I. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. II.Título.. CDD: 352.3.

(4) SHIRLEY PACZKOWSKI. DESENVOLVIMENTO DE PROCEDIMETO DE AVALIAÇÃO DE PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES PRODUTIVAS. Esta dissertação foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina.. Florianópolis, 10 de outubro de 2003. _____________________________________. Prof. Edson Pacheco Paladini, Dr. Coordenador do Programa. BANCA EXAMINADORA. _________________________________ Prof. Alexandre Ávila Lerípio, Dr. Universidade Federal de Santa Catarina Orientador. _________________________________ _________________________________ Profª Araci Hack Catapan, Drª. Profª Lucila Maria de Souza Campos, Drª Universidade Federal de Santa Catarina Universidade Federal de Santa Catarina ___________________________________ Prof. Amarildo Jorge da Silva, MsC Universidade Estadual do Oeste do Paraná.

(5) DEDICATÓRIA. Dedico este trabalho a minha mãe, pelo espírito de luta e coragem e especialmente ao meu grande amigo Mestre Amarildo Jorge da Silva e sua maravilhosa família, Márcia, Mateus, Suzana e Celina. Não tenho palavras para descrever a minha gratidão..

(6) AGRADECIMENTOS. A Deus por ter permitido mais esta conquista de vida e pela própria vida. Ao Professor Dr. Alexandre Ávila Lerípio, pelas preciosas orientações. A Profª Drª Araci Hack Catapan e a Profª Drª Lucila Maria de Souza Campos, pela gentileza de aceitarem o convite para compor a banca examinadora. Aos amigos Rodriguez Peña Esculápio e José Carlos Rolim de Moura, pelas contribuições ad hoc. Ao amigo Amílcar Pacheco, pelo incentivo incondicional. Ao Curso de Administração da UNIOSTE, pelo apoio financeiro. A FAFIPAR pelo apoio logístico. A minhas amigas superpoderosas: Rosana, Solange e Lute pelo carinho e atenção. Aos Professores Ivan, Diretor da FAFIPAR e Antonio Alpendre Vice-diretor pelo apoio incondicional. Ao meu amigo querido José Sampaio, um ser humano inigualável. Ao amigo e colega de trabalho Evando, pelo apoio moral e pela solidariedade demonstrada. A minha maravilhosa amiga Liliana Marilene Wespianski Cwikla, pela amizade e fé que sempre depositou em mim. Aos colegas da SPEI, pelo carinho de todos os dias. A minha grande amiga Marinês Falkenback da Costa, exemplo de luta e persistência. Aos servidores da FAFIPAR, pelo incentivo e compreensão. A minha irmã Neide e meus sobrinhos Marcos e Bárbara, por me agüentarem nos últimos tempos. Aos colegas da turma de Mestrado. A minha amiguinha Glória, que sempre tem uma palavra de carinho e incentivo. Ao casal de amigo Marcelo e Dulce pela amizade. A minha Chefe de Departamento Nádia, pelo apoio e incentivo. Aos amigos da UNIOESTE, professores Neron, Valdecir, Idvani e Marcos Sena, pela convivência de alguns anos. A família Gómez, Mirta, Artêmio, Wilson, Sandra e Elisabete pelos longos anos de amizade. Ao meu namorado Fernando Antônio A. Borges, pelo carinho e compreensão de algumas ausências nos momentos decisivos na conclusão dessa dissertação. As empresas que aceitaram participar desta pesquisa. A todas as pessoas que direta e indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho..

(7) LISTA DE FIGURAS Figura 1: Os Elementos Basilares da Responsabilidade Social. .............................. 41 Figura 2: Modelo Teórico para Avaliar Responsabilidade Social............................ 107 Figura 3a: Formalização das crenças e valores ..................................................... 112 Figura 4a: Restrições de práticas ilícitas nas atividades organizacionais............... 113 Figura 5a: Disseminação de crenças, normas e valores culturais na organização 113 Figura 6a: Avaliação sobre ética na prática organizacional.................................... 211 Figura 7a: Cumprimento da Legislação e da Lei de Mercado................................. 114 Figura 8a:Transparência nas negociações com clientes internos e externos......... 114 Figura 9a: Processos legais e denúncias de atividades desleais ........................... 115 Figura 10a: Avaliação sobre concorrência nas atividades empresariais ................ 211 Figura 11a: Recolocação profissional e empregabilidade ...................................... 116 Figura 12a: Promoção, desenvolvimento e capacitação profissional na empresa.. 116 Figura 13a: Política organizacional na prevenção de doenças ocupacionais......... 117 Figura 14a: Avaliação sobre respeito ao trabalhador no ambiente organizacional. 211 Figura 15a: Impacto ambiental, controle e monitoramento..................................... 118 Figura 16a: Redução do consumo de insumos básicos na organização ................ 118 Figura 17a: Investimento em programas de educação ambiental na organização 119 Figura 18a: Avaliação sobre meio ambiente e educação ambiental....................... 212 Figura 19a: Material de comunicação institucional para consumidores.................. 120 Figura 20a: Material de comunicação institucional para a clientela ........................ 120 Figura 21a: Respeito e confiança no processo de parcerias organizacionais ........ 121 Figura 22a: Relacionamento da organização com os principais stakeholders ....... 212 Figura 23a: Investimentos em projetos comunitários.............................................. 121 Figura 24a: Parcerias com o terceiro setor para fortalecimento institucional.......... 122 Figura 25a: Conhecimento e apoio às atividades comunitárias.............................. 123 Figura 26a: Relacionamento da organização com a comunidade ......................... 212 Figura 27a: Auditoria .............................................................................................. 124 Figura 28a: Financiamento e manutenção de institutos e fundações .................... 124 Figura 29a: Disponibilidade de pessoal para atuar em projetos sociais ................ 125 Figura 30a: Relacionamento da organização com o terceiro setor......................... 213 Figura 31a: Avaliação geral das práticas de responsabilidade social..................... 213 Figura 3b: Formalização das crenças e valores ..................................................... 127 Figura 4b: Restrições de práticas ilícitas nas atividades organizacionais............... 127 Figura 5b: Disseminação de crenças, normas e valores culturais na organização 128 Figura 6b: Avaliação sobre ética na prática organizacional.................................... 214 Figura 7b: Cumprimento da Legislação e da Lei de Mercado................................. 129 Figura 8b:Transparência nas negociações com clientes internos e externos......... 130 Figura 9b: Processos legais e denúncias de atividades desleais ........................... 131 Figura 10b: Avaliação sobre concorrência nas atividades empresariais ................ 214 Figura 11b: Recolocação profissional e empregabilidade ...................................... 131 Figura 12b: Promoção, desenvolvimento e capacitação profissional na empresa.. 132 Figura 13b: Política organizacional na prevenção de doenças ocupacionais......... 133 Figura 14b: Avaliação sobre respeito ao trabalhador no ambiente organizacional. 214 Figura 15b: Impacto ambiental, controle e monitoramento..................................... 134 Figura 16b: Redução do consumo de insumos básicos na organização ................ 135 Figura 17b: Investimento em programas de educação ambiental na organização 136 Figura 18b: Avaliação sobre meio ambiente e educação ambiental....................... 215 Figura 19b: Material de comunicação institucional para consumidores.................. 137.

(8) Figura 20b: Material de comunicação institucional para a clientela ........................ 137 Figura 21b: Respeito e confiança no processo de parcerias organizacionais ........ 138 Figura 22b: Relacionamento da organização com os principais stakeholders ....... 215 Figura 23b: Investimentos em projetos comunitários.............................................. 139 Figura 24b: Parcerias com o terceiro setor para fortalecimento institucional.......... 140 Figura 25b: Conhecimento e apoio às atividades comunitárias.............................. 140 Figura 26b: Relacionamento da organização com a comunidade ......................... 215 Figura 27b: Auditoria .............................................................................................. 141 Figura 28b: Financiamento e manutenção de institutos e fundações .................... 142 Figura 29b: Disponibilidade de pessoal para atuar em projetos sociais ................ 142 Figura 30b: Relacionamento da organização com o terceiro setor......................... 216 Figura 31b: Avaliação geral das práticas de responsabilidade social..................... 216 Figura 3c: Formalização das crenças e valores...................................................... 144 Figura 4c: Restrições de práticas ilícitas nas atividades organizacionais............... 144 Figura 5c: Disseminação de crenças, normas e valores culturais na organização 145 Figura 6c: Avaliação sobre ética na prática organizacional .................................... 217 Figura 7c: Cumprimento da Legislação e da Lei de Mercado................................. 145 Figura 8c:Transparência nas negociações com clientes internos e externos......... 146 Figura 9c: Processos legais e denúncias de atividades desleais ........................... 146 Figura 10c: Avaliação sobre concorrência nas atividades empresariais................. 217 Figura 11c: Recolocação profissional e empregabilidade....................................... 147 Figura 12c: Promoção, desenvolvimento e capacitação profissional na empresa.. 148 Figura 13c: Política organizacional na prevenção de doenças ocupacionais ......... 148 Figura 14c: Avaliação sobre respeito ao trabalhador no ambiente organizacional. 217 Figura 15c: Impacto ambiental, controle e monitoramento ..................................... 149 Figura 16c: Redução do consumo de insumos básicos na organização ................ 149 Figura 17c: Investimento em programas de educação ambiental na organização 150 Figura 18c: Avaliação sobre meio ambiente e educação ambiental ....................... 218 Figura 19c: Material de comunicação institucional para consumidores .................. 151 Figura 20c: Material de comunicação institucional para a clientela ........................ 151 Figura 21c: Respeito e confiança no processo de parcerias organizacionais......... 152 Figura 22c: Relacionamento da organização com os principais stakeholders........ 218 Figura 23c: Investimentos em projetos comunitários.............................................. 152 Figura 24c: Parcerias com o terceiro setor para fortalecimento institucional.......... 153 Figura 25c: Conhecimento e apoio às atividades comunitárias.............................. 153 Figura 26c: Relacionamento da organização com a comunidade ......................... 218 Figura 27c: Auditoria............................................................................................... 154 Figura 28c: Financiamento e manutenção de institutos e fundações .................... 155 Figura 29c: Disponibilidade de pessoal para atuar em projetos sociais ................ 155 Figura 30c: Relacionamento da organização com o terceiro setor......................... 219 Figura 31b: Avaliação geral das práticas de responsabilidade social..................... 219.

(9) LISTA DE QUADROS Quadro 1: Stakeholders (interessados) e a Responsabilidade Social ...................... 13 Quadro 2: Doutrina da Responsabilidade Social e do interesse do acionista........... 28 Quadro 3: Vetores da Responsabilidade Social de uma Empresa ........................... 56 Quadro 4: Áreas de Avaliação da Responsabilidade Social..................................... 58 Quadro 5: Modelo de Hopkins para Avaliar a Responsabilidade Social ................... 71 Quadro 6: Áreas de abrangência da responsabilidade social do Instituto Ethos ...... 74 Quadro 7: Síntese dos Modelos de Mensuração de Responsabilidade Social....... 106 Quadro 8: Modelo Teórico-Metodológico da Responsabilidade Social................... 108 Quadro 9: Temas da Responsabilidade Social....................................................... 109 Quadro 10: Síntese Percentual das Práticas.......................................................... 110.

(10) LISTA DE TABELAS. Tabela 1: Evidências influenciadoras do grau de indiferença e discordância sobre práticas de responsabilidade social nas empresas A, B e C. ................................. 155 Tabela 2: Análise temática e geral das práticas de responsabilidade social. ......... 159 Tabela 2.1: Análise das práticas de responsabilidade social sobre código de ética160 Tabela 2.2: Análise das práticas de responsabilidade social sobre concorrência . .163 Tabela 2.3: Análise das práticas de responsabilidade social sobre respeito e QVT.165 Tabela 2.4: Análise das práticas de responsabilidade social sobre meio ambiente. 171 Tabela 2.5: Análise das práticas de responsabilidade social com os stakeholders 175 Tabela 2.6: Análise das práticas de responsabilidade social com a comunidade.....179 Tabela 2.7: Análise das práticas de responsabilidade social sobre ONGs................183 Tabela 2.8: Análise geral das práticas de responsabilidade social............................186.

(11) RESUMO. PACZKOWSKI, Shirley. Desenvolvimento de um procedimento de avaliação de práticas de responsabilidade social das organizações produtivas.2003. 219f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis.. Orientador: Prof. Alexandre Ávila Lerípio, Dr.. A presente pesquisa, um estudo multicaso, trata de investigar e analisar as práticas de responsabilidade social de três empresas de prestação de serviços. da Região Portuária do Paraná. Para atingir este propósito foram elencados os seguintes objetivos específicos: pesquisar e identificar as principais características e abordagens dos modelos e indicadores de avaliação de Responsabilidade Social existentes; analisá-los comparativamente; desenvolver e propor um procedimento de avaliação da responsabilidade social. O trabalho caracteriza-se como pesquisa exploratória de natureza qualitativa, configurada num estudo multicaso. A dissertação foi desenvolvida a partir de dados secundários obtidos em fontes bibliográficas clássicas e as mais recentes sobre Responsabilidade Social e ainda, foram coletadas informações e dados secundários por meio de análise documental das informações fornecidas pelas empresas que representaram as unidades de análise dessa pesquisa. Os dados primários foram coletados com o uso da técnica de questionário na forma de escala Likert e da técnica de entrevista semiestruturada. Os resultados obtidos demonstraram que as empresas pesquisadas estão preocupadas com algumas práticas de Responsabilidade Social, entretanto é preciso evidenciar que estas práticas requerem atitudes de seus dirigentes em promover as mudanças para a nova maneira de gerenciar negócios, não mais para o reducionismo econômico do século XX, mas para o desenvolvimento de uma sociedade justa e humanizada.. Palavras-Chaves: Responsabilidade Negócios, Indivíduos.. Social,. Ética,. Sociedade,. Organização,.

(12) ABSTRACT. PACZKOWSKI, Shirley. Developing an evaluation procedure of the social responsibility of the productive organizations. 2003. 219s. Dissertation (Master’s degree in Production Engineering) - Post Graduation Program in Production Engineering, Federal University of Santa Catarina, Florianópolis.. Guider: Prof. Alexandre Ávila Lerípio, Dr.. The present research, a multi-case study, analyses and investigates social responsibilities in three contractor companies located on the Port Area of the Parana State. To reach this proposal I have choose the following specific objectives: Research and identify the main scope and characteristics of the models and the existing Social Responsibility indicators; analyze it comparatively; and develop and suggest an evaluation procedure of social responsibility. This work is characterized as a qualitative exploratory research, configured on a multi-case study. The dissertation was developed not only based on secondary data obtained on classical literature and on the most recent Social Responsibility bibliographic sources but also were collected information and secondary data from a documental analysis on information provided from the companies involved on this research. The primary data were collected through the Likert scale questionnaire technique and semi-structured interview technique. The obtained results have demonstrated that all of the companies involved are concerned about Social Responsibility, otherwise it is mandatory to highlight that it requires a changing managers attitude towards the new way of conducting business, not promoting the economy reductionism of the twentieth century, but developing an equal and humanized society.. Key Words: Social responsibility, Ethics, Society, Organization, Business, Individuals..

(13) SUMÁRIO. 1 INTRODUÇÃO .........................................................................................12 1.1 PANORAMA GERAL ...............................................................................................14 1.1.1 Empresa Cidadã..................................................................................................15 1.2 TEMA E PROBLEMA...............................................................................................17 1.3 OBJETIVOS.............................................................................................................19 1.3.1 Objetivo Geral.....................................................................................................20 1.3.2 Objetivos Específicos.........................................................................................20 1.5. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA...........................................................................20 1.6. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO...........................................................................21. 2 BASES TEÓRICAS QUE ANCORAM O DESENVOLVIMENTO DE UM PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO DE PR ÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES PRODUTIVAS 22 2.1 PERSPECTIVA HISTÓRICA DO DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES ..22 2.2 RESPONSABILIDADE SOCIAL ..............................................................................24 2.2.1 Ética.....................................................................................................................26 2.2.2 As Organizações e a Responsabilidade Social................................................29 2.2.3 Responsabilidade Ambiental.............................................................................35 2.2.4 Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)...............................................................41 2.2.4.1 Cultura Organizacional ......................................................................................46 2.2.5 As Organizações e os Stakeholders................................................................49 2.3 MODELOS DE AVALIAÇÃO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL ..........................53 2.3.1 Modelo de Avaliação de Melo Neto de Responsabilidade Social...................53 2.3.1.1 Gestão da Responsabilidade Social Interna ......................................................54 2.3.1.2 Gestão da Responsabilidade Social Externa.....................................................55 2.3.2 Certificações.......................................................................................................56 2.3.3 Norma SA 8000 ...................................................................................................60 2.3.3.1 Requisitos de Responsabilidade Social.............................................................62 2.3.4 Indicadores de Hopkins.....................................................................................70 2.3.5 Indicadores Ethos de Responsabilidade Social...............................................74 2.3.6 Análise do Modelo de Avaliação de Responsabilidade Social do Instituto Ethos.............................................................................................................................76 2.3.6.1 Valores e Transparências ..................................................................................76 2.3.6.2 Relações Transparentes com a Sociedade .......................................................77 2.3.6.3 Público Interno...................................................................................................78 2.3.6.4 Meio Ambiente...................................................................................................78 2.3.6.5 Fornecedores.....................................................................................................79 2.3.6.6 Consumidores/Clientes......................................................................................80 2.3.6.7 Comunidades.....................................................................................................81 2.3.7 Análise do Modelo de Avaliação de Hopkins...................................................81 2.3.8 Análise do Modelo de Avaliação de Responsabilidade Social de Melo Neto81 2.3.9 Análise da Norma SA 8000.................................................................................82. 3 PROCESSO METODOLÓGICO ..............................................................84 3.1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................84 3.2 PERGUNTAS DE PESQUISA .................................................................................85 3.3 DELINEAMENTO DA PESQUISA E CARACTERIZAÇÃO ......................................86.

(14) 3.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ..................................................................................88 3.4.1 Procedimento de Coleta, Análise e Interpretação das Informações..............89 3.5 DA COLETA DE DADOS ........................................................................................90 3.5.1 Protocolo de Compromisso com a Empresa “A”............................................94 3.5.1.1 Da Coleta de Dados por meio de Questionário na Empresa “A”.......................95 3.5.1.2 Da Coleta de Dados por meio de Entrevista na Empresa “A”............................95 3.5.1.3 Da Coleta de dados por meio de Documentos na Empresa “A”........................96 3.5.2 Protocolo de Compromisso com a Empresa “B” ...........................................96 3.5.2.1 Da Coleta de Dados por meio de Questionário na Empresa “B”.......................97 3.5.2.2 Da Coleta de Dados por meio de Entrevista na Empresa “B”............................98 3.5.2.3 Da Coleta de Dados por meio de Documentos na Empresa “B”........................98 3.5.3 Protocolo de Compromisso com a Empresa “C”............................................98 3.5.3.1 Da Coleta de Dados por meio de Questionário na Empresa “C” ......................99 3.5.3.2 Da Coleta de Dados por meio de Entrevista na Empresa “C”............................99 3.5.3.3 Da Coleta de Dados por meio de Documentos da Empresa “C”.....................100. 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA 110 4.1 HISTÓRICO DA EMPRESA A ...............................................................................111 4.1.1 Análise e Interpretação dos Dados e Informações da Empresa A...............112 4.2 HISTÓRICO DA EMPRESA B ...............................................................................125 4.2.1 Análise e Interpretação dos Dados e Informações da Empresa B...............126 4.3 HISTÓRICO DA EMPRESA C ...............................................................................143 4.3.1 Análise e Interpretação dos Dados e Informações da Empresa C...............143 4.4 ANÁLISE COMPARATIVA DO RESULTADO DA PESQUISA SOBRE RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS EMPRESAS A, B e C. ......................................158 4.4.1 Código de Ética.................................................................................................159 4.4.2 Concorrência.....................................................................................................162 4.4.3 Respeito ao Trabalhador..................................................................................165 4.4.4 Meio Ambiente ..................................................................................................170 4.4.5 Stakeholders .....................................................................................................174 4.4.6 Comunidade......................................................................................................177 4.4.7 Organizações Não Governamentais................................................................181 4.4.8 Responsabilidade Social: Avaliação Geral.....................................................185. 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...............................................190 5.1 CONCLUSÕES ....................................................................................................190 5.1.1 Quanto ao Objetivo Geral.................................................................................191 5.1.2 Quanto aos Objetivos Específicos..................................................................182 5.1.3 Quanto aos Conceitos Apresentados na Fundamentação Teórica..............193 5.1.4 Quanto à Consolidação da Análise Prática....................................................193 5.1.5 Quanto à Estruturação do Modelo Proposto..................................................194 5.1.6 Quanto à Validação e Generalização do Modelo Proposto...........................195 5.2 DIFICULDADES APRESENTADAS ......................................................................196 5.3 RECOMENDAÇÕES .............................................................................................197. REFERÊNCIAS .........................................................................................199 APÊNDICES ..............................................................................................205 APÊNDICE A – MODELO DE QUESTIONÁRIO .........................................................205 APÊNDICE B – DEFINIÇÃO DE TERMOS .................................................................209 APÊNDICE C – ANÁLISE GRÁFICA DOS ELEMENTOS/TEMAS BASILARES DA RESPONSABILIDADE SOCIAL ..................................................................................211.

(15) 12. 1 INTRODUÇÃO. A compreensão do homem sobre a importância de todos os seres vivos no planeta e no universo é o que garantirá a sustentabilidade, a manutenção e a preservação da vida no nosso habitat no presente e principalmente no futuro. Capra (1997) argumenta que a forma como se tem lidado com a natureza, fundamenta-se numa visão mecanicista de perceber a realidade das coisas. Essa visão foi plenamente desenvolvida no século XIX, e por conveniência social e principalmente econômica, permanece vigente nesse início de século XXI. O modelo reducionista mecanicista tem levado o homem a acreditar que pode dominar e controlar a natureza. O autor ressalta que esta não é a maneira mais apropriada de tratar a natureza, mas pelo contrário, a relação do homem para com ela deveria ser de respeito e de diálogo. Historicamente pela primeira vez, a humanidade olha para toda a vida do planeta e não apenas as partes separadas. Wishard (1997) argumenta que pela primeira vez na História, a história essencial que nos define como uma espécie não é aquela que nos define como raça ou tribo, mas uma saga da humanidade como parte da história revelada do universo. Nesse sentido, o presente trabalho tem como propósito fundamental analisar as organizações em especial a clientela interna, numa perspectiva holística, pois, essa forma de ver as organizações tem como pressupostos básicos, por exemplo, a questão da Responsabilidade Social (RS) e a questão da sustentabilidade econômica, social e política. Entende-se que a Responsabilidade Social caracteriza-se como o elemento que possibilitará que as empresas sejam mais benignas para a teia da vida, mais humanas para os stakeholders (interessados), principalmente para sua.

(16) 13. clientela interna, mais justa para a sociedade e mais responsável pelo processo de educação continuada, bem como pela qualidade de vida no trabalho. No quadro 1, pode-se visualizar o ambiente das organizações, seus principais stakeholders (interessados) e a sua relação com a Responsabilidade Social.. O AMBIENTE EMPRESARIAL E A RESPONSABILIDADE SOCIAL. Governo. ONG's. Concorrência. Clientes e Consumidores. Meio Ambiente. EMPRESA Fornecedores. Comunidade. Acionistas. Público Interno. Sindicatos. Quadro 1: Stakeholders (interessados) e a Responsabilidade Social Fonte: Oliveira, 1997, p. 12 - Adaptado..

(17) 14. 1.1 PANORAMA GERAL. Neste contexto, de acordo com Estes (1997, p. 120), as organizações originariamente não foram criadas para maximizar os lucros para os acionistas. As empresas eram licenciadas aproximadamente até o ano de 1800 pelos governos para atenderem ao objetivo público, elas recebiam concessões de licença com o propósito de realizar um bem social sem a participação direta do governo. O autor diz que aos investidores era permitido um lucro como um incentivo para financiar a empresa, mas proporcionar um lucro aos investidores era secundário ao real objetivo das firmas, que era proporcionar um retorno para o público. Por muito tempo as organizações foram vistas como servidoras benignas do bem público, mas elas já não são mais as servidoras, e freqüentemente não são tão benignas. Embora muitos de seus produtos sejam excelentes, muitos também causam danos e em função desses danos os trabalhadores podem ser feridos, envenenados ou brutalizados no trabalho e depois dispensados. Baseado no pensamento desse autor, nos últimos duzentos anos as organizações têm causado alguns malefícios ao ser humano e a natureza. A obsessão pelo lucro financeiro conduz a uma perspectiva de curto prazo que leva as empresas a reduzirem gastos em treinamento, serviços, manutenção, pesquisa e desenvolvimento (esta evidência é uma abordagem de curto prazo o que prejudica o desempenho financeiro de longo prazo). Para se falar em responsabilidade social é necessário que as organizações juntamente com seus dirigentes levem em conta não somente a unidimensionalidade humana, mas sim a sua multidimensionalidade e que a responsabilidade social seja.

(18) 15. pautada na ética da convicção do indivíduo, a qual Paulo Freire chama de ética universal do ser humano. Falar de responsabilidade social fundamentada na razão funcional e na ética da responsabilidade, que visa somente o aspecto econômico, tratase de incongruência, ou seja, a ética da responsabilidade e a razão funcional estão intrinsecamente ligadas a um sistema capitalista selvagem, que visa unicamente a obtenção de resultado econômico. A Responsabilidade Social deve ser embasada em uma ética que leve em conta a multidimensionalidade humana e a preservação e manutenção da vida de modo geral (GUERREIRO RAMOS, 1983; WEIL, 2000).. 1.1.1 Empresa Cidadã. As organizações historicamente e principalmente após a revolução industrial tiveram como preocupação básica, oferecer ao mercado consumidor, produtos e serviços a sua clientela, contribuições ou ações sociais eram atitudes individuais e dependiam da visão individual do empresário. A instabilidade social e política da sociedade mundial têm ajudado na redefinição do papel das organizações, o quadro social do mundo é assustador. Segundo dados do Banco Mundial, a diferença entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres do planeta era de 11 vezes em 1913, passou para 30 vezes em 1960, e para 60 vezes em 1990 e em 1994 foi de 74 vezes. Vinte por cento da população mundial detém 86% da renda. (Gragew, 2001)..

(19) 16. Os dez países mais ricos do mundo são responsáveis por 84% das despesas mundiais de pesquisa e desenvolvimento e controlam 95% das patentes. (Grajew, 2001). Baseado nos dados acima, nota-se que a desigualdade é desoladora e construir uma sociedade justa será o desafio das grandes, médias e pequenas empresas (GALBRAITH, 1996, p. 18). A grande transformação está nas mãos das organizações [tendo em vista que vivemos numa sociedade de organizações], e esta já está em transformação mesmo que de forma ainda incipiente. Para Grajew (2001), o setor empresarial é o mais poderoso da sociedade, pois é detentor de imensos recursos financeiros, tecnológicos e econômicos. O autor diz que a mídia, a indústria cultural e o setor de propaganda são controlados por empresas privadas, formando valores culturais e influenciando o comportamento da maior parte da população. Ele assevera que o poder desses meios implica em uma grande responsabilidade. O pensamento de Grajew complementa e corrobora a visão de Napoleon Hill [visão do início do século XX] de que as três instituições que podem mudar o mundo são: as igrejas, as escolas e os meios de comunicações. Em decorrência do movimento social, surgem as empresas cidadãs, que buscam no compromisso com a promoção da cidadania e o desenvolvimento da comunidade os seus diferenciais competitivos (MELO NETO, 2001). A organização cidadã em função da excelência de sua atuação na área social tem da sociedade o reconhecimento e naturalmente a confiança e a admiração dos seus consumidores..

(20) 17. Para Melo Neto (2001), na concepção dos consumidores, a consciência social da empresa entra em sinergia com a consciência cívica. Neste contexto sinérgico, o consumidor identifica-se com a empresa sob o prisma do exercício da cidadania. A nova visão empresarial é uma tendência que nasceu para nortear os processos estratégicos das organizações, a responsabilidade social deixa de ser vista como filantropia, assistencialismo, para ser uma prática social, contribuindo assim para a diminuição das mazelas do mundo. Ressalta-se que filantropia e assistencialismo não se caracterizam objeto desse trabalho. Elegeu-se como temática e problemática a Responsabilidade Social na perspectiva da ecologia profunda [paradigma holístico]. No Brasil muitas empresas estão em busca de ser responsavelmente social e ser uma organização cidadã, entre elas podemos destacar: a Natura, a Fundação Bradesco, a Iochpe-Maxion, o Grupo Votorantin, a Gessy Lever, a Ceval, a Fundação Abrinq e a Xerox do Brasil, etc.. 1.2 TEMA E PROBLEMA. As últimas décadas do século XX foram palco de grandes transformações, inovações tecnológicas, processo de globalização, avanços significativos no meio da produção, mas principalmente as crescentes disparidades e desigualdades da nossa sociedade moldaram um panorama triste e desolador. Neste mesmo panorama, surge uma consciência coletiva, agravada por crises econômicas e nos fazem repensar sobre o desenvolvimento econômico, social e.

(21) 18. ambiental. Qual seria o papel do Estado, das organizações e da própria sociedade? Como resposta surge a responsabilidade social, não apenas como ação filantrópica ou assistencialista, mas como uma estratégia de negócios envolvendo a todos (Estado, Empresas, e a Sociedade). A conscientização do consumidor, a procura de produtos e práticas que geram melhoria para o meio ambiente ou comunidade norteiam as estratégias empresarias. Segundo Ashley (2002, p. 18), “o mundo empresarial vê, na responsabilidade social, uma nova estratégia para aumentar seu lucro ou potencializar seu desenvolvimento”. Para a autora, essa tendência norteará os processos estratégicos das organizações neste novo milênio. O objetivo fundamental da responsabilidade social deveria ser o de servir benignamente o homem e a comunidade. O tema responsabilidade social vem crescendo significativamente, porém não há ainda uma única interpretação, seu conceito ainda está em fase de construção, mas a realidade nos mostra que existe uma conscientização entre as organizações e que elas deverão assumir um papel importante na sociedade. As grandes empresas brasileiras estão seguindo essa tendência mundial, estão analisando e discutindo o seu papel na sociedade, não apenas como geradoras de riqueza, mas também como agentes sociais no processo de desenvolvimento. A elaboração do presente trabalho se justifica em função do interesse desta pesquisadora na obtenção de dados e informações no campo da responsabilidade social, em relação a toda forma de vida e principalmente no que diz respeito ao modo como as organizações interagem com os seus empregados. Além do aspecto de.

(22) 19. responsabilidade social para com o ecossistema, esta pesquisa também se justifica em função da dimensão interna da responsabilidade social na organização levando em conta a inclusão total do ser humano nesta, ou seja, não somente a inclusão do individuo cumpridor de tarefas, mas sim do individuo multidimensional (valores, crenças, ética, princípios e cultura geral). A escassez de trabalhos científicos produzidos no país sobre responsabilidade social, aliado especificamente à inexistência de pesquisa enfocando o tema na Região Portuária do Paraná e, ainda, em função da pressão exercida pela sociedade sobre esse assunto, encontra essa pesquisa sua principal justificativa. Para o desenvolvimento dessa dissertação parte-se do pressuposto que as organizações da Região Portuária do Paraná, de modo incipiente, já exercitam algumas práticas de Responsabilidade Social. Diante do exposto esta pesquisa tem como questão norteadora, a seguinte pergunta: quais as principais práticas de Responsabilidade Social que são exercitadas pelas organizações da Região Portuária do Paraná?. 1.3 OBJETIVOS. Visando proporcionar uma visão didática ao propósito do presente trabalho, os objetivos foram divididos em geral e específicos, conforme segue..

(23) 20. 1.3.1 Objetivo Geral. Desenvolver um procedimento de avaliação da responsabilidade social nas organizações.. 1.3.2 Objetivos Específicos:. a) identificar as principais características e abordagens dos indicadores de avaliação de responsabilidade social existente; b) analisar comparativamente os indicadores existentes de responsabilidade social; c) desenvolver e propor um procedimento de avaliação da responsabilidade social.. 1.4 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA. A presente pesquisa apresenta relevância por considerar a necessidade de obter conhecimento com maior profundidade sobre responsabilidade social, que é algo novo na prática empresarial, pela escassez de pesquisas científicas sobre o tema e ainda por não haver nenhuma pesquisa científica que trate do tema com a urgência e a responsabilidade que ele requer, tendo em vista a necessidade de mudança de.

(24) 21. consciência que os homens precisam ter para com a nossa casa terra na atualidade e no futuro.. 1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO. No primeiro capítulo dessa pesquisa, além da exposição do tema e problema e da contextualização, encontram-se os objetivos da pesquisa. Na continuidade, apresenta-se a justificativa e a relevância do estudo. No segundo capítulo, descreve-se os fundamentos teóricos e a revisão da literatura dos aspectos pesquisados sobre responsabilidade social. No terceiro capítulo encontram-se os procedimentos metodológicos. Inicia-se com uma breve introdução do seu significado e a importância da metodologia na pesquisa cientifica. Em seguida, demonstra-se a caracterização do tipo de pesquisa, seu delineamento, os procedimentos para coletar dados, bem como o procedimento para analisar e interpretar as informações e, ainda, as limitações do trabalho. Para finalizar descreve-se a proposta do procedimentos de avaliação de responsabilidade social. No quarto capítulo apresentam-se as análises e interpretações dos dados e informações coletadas pela técnica de questionário e pela técnica de entrevista em três organizações da Região Portuária do Paraná (a empresa A é do terceiro setor; a empresa B é do segundo setor e a empresa C é do primeiro setor). Tanto o questionário como a entrevista, foram estruturadas. No quinto capítulo apresentam-se as conclusões da dissertação, bem como as recomendações para pesquisas futuras..

(25) 22. 2 BASES TEÓRICAS QUE ANCORAM O DESENVOLVIMENTO DE UM PROCEDIMENTO. DE. AVALIAÇÃO. DE. PRÁTICAS. DE. RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES PRODUTIVAS. Nesse capítulo descreve-se e apresenta-se o arcabouço teórico conceitual para sustentar a pergunta de pesquisa, bem como seus objetivos.. 2.1 PERSPECTIVA HISTÓRICA DO DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES. Para alcançar o atual estágio de desenvolvimento das organizações, a sociedade passou, sucessivamente, por várias etapas que caracterizaram uma verdadeira revolução. Na Idade Média predominou o espírito religioso com o universalismo. Os séculos XVIII e XIX caracterizaram-se pelo abrandamento das influências estatais e pelo desenvolvimento do capitalismo através do liberalismo econômico e social. No século XX, o socialismo praticamente obriga o capitalismo a produzir o máximo desenvolvimento. possível.. A. atualidade. se. caracteriza. pela. sociedade. das. organizações, das quais, os seres humanos dependem para nascer, viver e morrer (ETZIONI, 1989; HALL 1984). Esta sociedade vem ao longo do tempo ampliando os conceitos em relação às organizações (mais do que uma máquina, como na estrutura de Fayol, elas são mais do que econômicas). Drucker (1997) argumenta que elas são definidas pelos resultados alcançados no mercado. O autor enfatiza que a organização é acima de tudo social. As.

(26) 23. empresas são criadas em função das pessoas e por elas e o propósito organizacional é tornar eficazes os seus pontos fortes e irrelevantes suas fraquezas. Na verdade, essa é a única razão pela qual a organização deve existir, isto é, para que os indivíduos possam alcançar objetivos sociais, econômicos e políticos. Para Hammer (1997), uma organização é mais do que um conjunto de bens e serviços. É também uma sociedade humana e, como todas as sociedades, desenvolve formas específicas de cultura (as empresariais). Senge (1999, p. 23) explica a complexidade das organizações como se fosse um sistema vivo e afirma que muitas pessoas pensam e falam naturalmente de empresas como se estivessem falando de uma criatura orgânica, viva, com mente e personalidade próprias. Esse uso comum da linguagem não é surpreendente. Todas as empresas exibem comportamentos e certas características de entidades vivas.Todas as empresas aprendem. Todas as empresas, explicitamente ou não têm uma identidade que determina sua coerência. Todas as empresas constroem relacionamentos com outras entidades, e todas as empresas crescem e se desenvolvem até o momento em que morrem.. Como todos os organismos vivos, a empresa existe primeiramente para procurar sua própria sobrevivência e desenvolvimento: para realizar seu potencial e crescer o máximo possível, dentro dos limites estabelecidos em termos de responsabilidade social (WEBER, 1979). A organização não existe unicamente para fornecer produtos aos clientes ou para dar retorno de investimento aos acionistas, pois, nas suas relações existem também outros interessados como os clientes internos, os sindicatos, os fornecedores e outros parceiros de negócios (MORGAN, 1996). Como foi salientado na introdução o objetivo principal de análise dessa dissertação são os clientes internos das organizações..

(27) 24. Para Alves (2002, p. 37), a empresa é uma organização técnico social e exerce inúmeras funções, ao realizar suas tarefas sociais, entra em contato com o ambiente externo no qual está inserida e interage com ele, sendo assim parte de um sistema social aberto e dinâmico.. 2.2 RESPONSABILIDADE SOCIAL. Os seres humanos, cada vez mais conscientes e conhecedores de seus direitos, exigem das organizações um re-estudo do seu papel no atual cenário econômico, político e social, envolvendo questões como a globalização da economia, crescimento econômico, avanços tecnológicos, comunicação global, desigualdades crescentes, destruição progressiva do meio ambiente, aumento da concentração de poder e riqueza, elevação da taxa de desemprego e subemprego. O cenário organizacional está passando por alterações, uma abordagem diferenciada está surgindo, não para substituir as antigas, mas para sobrepô-las e atingir um bom desempenho no mercado. Assim, pode-se dizer que as organizações que respeitarem um código de conduta ética, não apenas alcançarão objetivos econômicos, como também, o velho sonho utópico, de obtenção de objetivos sociais e políticos. O propósito dessa nova visão de fazer negócios, como afirma Ashley (2002), começou a ganhar corpo quando os benefícios da instituição ética traduziram-se em resultados financeiros..

(28) 25. Durante a breve história das grandes organizações comerciais, a ênfase na medida do lucro e análise do retorno do investimento esteve tradicional e principalmente relacionadas com os interesses dos proprietários. Para Parston (1997, p. 365), o mundo dos negócios tem se baseado nos lucros para avaliar o sucesso das organizações e de suas administrações. Na atualidade, as análises empresariais estão repletas de referências ao valor para o acionista como principal critério de julgamento do sucesso da mudança organizacional. Neste contexto, o valor para os acionistas ainda domina as bolsas de valores, mas consumidores e funcionários, também estão sendo reconhecidos como reivindicadores importantes e legítimos de informações sobre a empresa. No entendimento desse autor, os acionistas e clientes estão exigindo mais responsabilidades de suas organizações, Muitos executivos descobriram que responder às reivindicações dos trabalhadores também pode trazer recompensas. Ao permitir que as organizações melhorem as ofertas para os funcionários em termos de desenvolvimento de carreira, condições de trabalho flexíveis, reconhecimento e participação no projeto do trabalho, os executivos também conseguiram obter de seus trabalhadores maior produtividade, práticas de trabalho irrestritas e até mesmo, lealdade empresarial.. A busca do inter-relacionamento entre os principais interessados passa pelas concepções éticas da organização, em função do seu relacionamento com a sociedade (GUERREIRO RAMOS, 1983). Para se ter uma concepção e compreender a questão da ética, apresenta-se na próxima seção os principais conceitos relacionados a ela..

(29) 26. 2.2.1 Ética. A preocupação com princípios éticos e valores morais permeiam toda a sociedade. Nunca se discutiu tanto a respeito, e nesse contexto, insere-se as organizações com suas lideranças e práticas. Para Ashley (2002), existe um reconhecimento de que a ética, valores morais e cultura são inseparáveis de qualquer noção de responsabilidade empresarial. Este pensamento é corroborado com o de Maximiano (1997), ao argumentar que as questões éticas e a responsabilidade social andam juntas, pois ambas abrangem decisões e atitudes comportamentais das organizações. Para Fonseca (1994), ética é o campo do conhecimento que trata da definição e avaliação do comportamento de pessoas e organizações, e está relacionado com aquilo que pode ser diferente do que é, da aprovação ou reprovação do comportamento considerado ideal, sendo este comportamento definido por meio de um código de conduta, ou como código de ética, implícito ou explícito. Ter responsabilidades éticas corresponde a atividades práticas, políticas e comportamentos esperados, podendo ser positivas ou negativas, positivas quando as normas e padrões correspondem às expectativas dos stakeholders (interessados) e negativo quando não se interagem. São os valores morais das práticas e políticas e comportamentos esperados que definem dentro da organização o que será ético, nascendo daí os códigos de ética, que serão os norteadores das condutas dos negócios (ASHLEY, 2002). Os códigos de ética fazem parte do sistema de valores que orientam o comportamento das pessoas, dos grupos e das organizações e de seus.

(30) 27. administradores. A noção de ética e as decisões pessoais e organizacionais que são tomadas com base em qualquer código de ética, refletem os valores vigentes na sociedade. Conceitos como civilização, virtude coletiva, igualdade, respeito às pessoas e diretos humanos estão intimamente ligados à mudança evolutiva dos costumes, sendo assim, o processo de administrar as organizações é influenciado por essa evolução (GUERREIRO RAMOS, 1983). Pode-se citar como exemplo dessa evolução, a preocupação com a segurança dos automóveis: até meados dos anos 60, não fazia parte das preocupações das grandes montadoras responsabilizar-se por acidentes e danos corporais causados nos passageiros e motoristas decorrentes da segurança dos automóveis; pois os riscos eram assumidos pelos consumidores no momento da compra do veículo. Só a partir de uma ação contra a General Motors, na qual um dos seus carros foi para o banco dos réus é que nasce a era do cinto de segurança e reforços nas estruturas dos carros (KOTLER, 1997). A evolução ética nas organizações acompanha a evolução dos valores da sociedade, como afirma Maximiano (1997). Para este autor, há um crescente desenvolvimento moral das ações nas organizações, não sendo mais aceito pela sociedade indicadores como: cada um por si, o negócio é levar vantagem em tudo, e os outros que se danem. A ética na administração tem sua origem na opinião de que as organizações têm responsabilidades sociais, obrigação de agir no melhor interesse da sociedade. Cabe salientar que a atual sociedade é chamada de sociedade das organizações, e elas, no.

(31) 28. nosso entendimento devem servir benignamente o homem, bem como respeitar toda a teia da vida no planeta e no universo (CAPRA, 1997). Maximiano (1997) apresenta duas perspectivas sobre a responsabilidade social das empresas: a doutrina da responsabilidade social e a doutrina do interesse do acionista, ambas baseadas na premissa de que as organizações são instituições sociais, que existem com a autorização da sociedade, utilizando-se dos recursos dessa sociedade e afetando a sua qualidade de vida. Essas perspectivas podem ser vistas no Quadro 2, a seguir.. Doutrina da responsabilidade social As empresas são depositárias de recursos sociais. As empresas existem com a autorização da sociedade. As empresas, e outras organizações afetam a qualidade de vida da sociedade. As empresas têm obrigações de agir segundo os interesses da sociedade. As empresas devem prestar c ontas de sua ação à sociedade.. Doutrina do interesse dos acionistas A responsabilidade primária da empresa é defender o interesse de seus acionistas. Defendendo o interesse do acionista a empresa faz o que sabe fazer melhor e beneficia a sociedade pela produção de riquezas. Não cabe à empresa resolver problemas sociais que pertencem ao âmbito das organizações de caridade e do governo.. Quadro 2: Doutrina da responsabilidade social e do interesse do acionista Fonte: Maximiano (1997).. Neste contexto, uma organização pode definir princípios, valores e padrões que vão orientar o comportamento, mas quem determina que um comportamento específico é certo ou errado, ético ou não, aceitável ou não, são os chamados stakeholders (interessados), ou seja, investidores, clientes, grupos de interesses, empregados, o sistema jurídico vigente e a comunidade. Isto quer dizer que as empresas estão sendo.

(32) 29. cada vez mais vigiadas, avaliadas e analisadas por estes grupos e a partir da visão destas pessoas é que se inicia a relação de negócio (MINTZBERG, 2001; PORTER, 1999). As organizações nessa nova abordagem estão procurando vencer os desafios, e nesse sentido há o reconhecimento da necessidade de redefinição da missão das empresas. Toda essa transformação tem uma justificativa: as organizações estão percebendo que elas possuem uma grande influência na qualidade de vida dos seus trabalhadores e de toda a sociedade.. 2.2.2 As Organizações e a Responsabilidade Social. Em função do desenvolvimento científico e principalmente do desenvolvimento tecnológico, a partir da Segunda Guerra Mundial, e ainda, do advento da tecnologia da informação (que permite acesso mais rápido em tempo real a toda comunidade planetária), e considerando a percepção por parte da sociedade da busca do lucro pelo lucro, principalmente pelas organizações utilitárias, e ainda, considerando a mobilização da sociedade civil, estes fenômenos têm levado nas últimas décadas as organizações a se preocuparem mais com suas obrigações sociais. Essa preocupação está relacionada com o crescimento dos movimentos ecológicos que ganharam força a partir da deterioração dos ecossistemas, provocada pela poluição, que estimulou o debate sobre os benefícios e malefícios da economia de mercado, principalmente, a partir da Revolução Industrial e com a criação do código de defesa do consumidor, que nasceu.

(33) 30. em função dos eventos supracitados, que tem como foco de interesse o relacionamento entre a empresa e a sociedade. Neste sentido, como afirma DeLuca (1998), a sociedade está, cada vez mais exigindo respostas aos problemas socioeconômicos decorrentes do desempenho das empresas. Vale ressaltar que as organizações utilitárias, conforme Weber (1978), visam produzir bens e serviços e se manter no mercado. Todavia, conforme Guerreiro Ramos (1983), a ética da responsabilidade tem predominado nas ações das organizações nos últimos quatro séculos, e a prática dessa ética, naturalmente levou e tem levado as organizações do sistema capitalista a não se preocuparem com o desaparecimento da vida no planeta. Em outras palavras, a ética da responsabilidade baseada na racionalidade funcional permitiu e a sociedade legitimou que as organizações obtivessem resultados econômicos, praticamente sem arcar com responsabilidades sociais. Como exemplo, segue o pensamento de Holland (1999, p. 217), que argumenta, Há quem acredite que os organismos maiores são os melhores, de forma que o jaguar seria o rei das florestas. Entretanto, 90% da biomassa numa floresta tropical correspondem às bactérias, organismos unicelulares. Dos 10% restantes, 90% encontram-se em organismos menos complexos do que os insetos. Portanto, menos de 1% da biomassa da floresta amazônica corresponde a vertebrados e animais superiores. Se considerarmos os primatas, eles representam uma porcentagem ínfima da biomassa. Logo, é preciso ter cuidado extremo para evitar o erro de pensar em um ótimo.. O pensamento do autor corrobora a importância das organizações agirem de forma ética e responsável em termos de preservação da vida em todos os sentidos, pois de modo contrário, além do desaparecimento de espécies, corre-se o risco de no futuro desaparecermos junto com o próprio planeta, nossa casa terra..

(34) 31. No relacionamento empresa e sociedade existem obrigações, tais como a preservação do meio ambiente, a criação e manutenção de empregos, a contribuição para a formação profissional, a qualidade dos bens/serviços e outras que não são legalmente assumidas, mas que são importantíssimas até mesmo para a continuidade da empresa, como por exemplo à consciência social que o homem deveria ter com a preservação de outras espécies para que o planeta terra possa re-estabelecer seu equilíbrio. O estágio mais avançado do exercício da cidadania é a Responsabilidade Social, que teve seu início nas práticas de ações filantrópicas de empresários bem sucedidos em seus negócios, que decidiram dividir parte dos ganhos obtidos nas suas atividades empresariais (MELO NETO, 2000). A filantropia desenvolveu-se através das atitudes e ações individuais desses empresários e tem no seu bojo o assistencialismo, no socorro aos pobres, desfavorecidos e excluídos, que é diferente da responsabilidade social, pois esta tem a ver com a consciência social. Neste contexto as empresas têm um novo papel e uma velha utopia a cumprir, através de suas ações sociais, devem resgatar a solidariedade e a sociabilidade da sociedade. A incapacidade do Estado em ser o provedor do bem-estar social, só fez aumentar a legião dos excluídos e dos desassistidos. A população ficou órfã do Estado do bem-estar social, quando este incapaz de promover a ação social ofereceu à população serviços de baixa qualidade com altos custos para a sociedade. Com a fragilidade do Estado, as empresas e a sociedade civil têm buscado alternativas para com os problemas sociais, segundo afirma Melo Neto (2001)..

(35) 32. De acordo com Maximiano (1997), o princípio da responsabilidade social se baseia na premissa de que as organizações são instituições sociais, que existem com a autorização da sociedade, utilizando-se dos recursos dela e como conseqüência afetando a sua qualidade de vida. Seguindo a ótica desse autor é de responsabilidade da organização promover a qualidade de vida no ambiente de trabalho, bem como na sociedade. A empresa existe em função da sociedade e do que a ela pertence, pois, consome seus recursos naturais, que podem ser renováveis ou não, e que direta ou indiretamente são patrimônio gratuito da humanidade; utiliza-se também de capitais financeiros e tecnológicos e da capacidade de trabalho dessa sociedade, nada mais justo, que a empresa preste contas do uso de todos esses recursos. Para Soares (1998, p. 12), A sociedade está a exigir uma filosofia de atuação dos empresários. Os novos tempos exigem a postura de empresa cidadã, como fonte irradiadora e indutora de uma nova consciência social que induza os dirigentesa uma visão holística da humanidade, proporcionando o bem-estar e despertando as pessoas, fazendo-as acreditar nas suas possibilidades como indivíduos e como cidadãos.. A empresa que pratica e demonstra uma atitude de respeito e estímulo à cidadania corporativa está intrinsecamente exercitando a responsabilidade social e a cidadania empresarial. As ações de responsabilidade sociais são extensivas a todos os que participam da vida em sociedade, indivíduos, governos, empresas, grupos sociais, movimentos sociais, igrejas, partidos políticos e outras instituições. Para Grajew (2000, p. 2), O conceito de responsabilidade social está se ampliando, passando da filantropia, que é a relação socialmente compromissada da empresa com a comunidade, para abranger todas as relações da empresa: concorrentes, meio ambiente e organizações públicas e estatais..

(36) 33. A responsabilidade social não pode ser uma responsabilidade só do governo, mas de toda a sociedade. As empresas têm um grande papel a cumprir em relação ao compromisso social. Isso implica introduzir novos conceitos de gestão nas organizações, principalmente diante da idéia de que se pode criar novos mercados. Para tanto, as empresas devem balizar suas ações sociais em princípios e valores éticos e reforçar as suas relações com seus funcionários e familiares, clientes, fornecedores, acionistas, governo e comunidade (GUERREIRO RAMOS, 1983; MINTZBERG, 2001). O Instituto Ethos (2001), conceitua a Responsabilidade Social como uma forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira e coresponsável pelo desenvolvimento social. Para este órgão, a empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviços, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente) e conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários, sendo assim, para ele a Responsabilidade Social trata diretamente dos negócios da empresa e como ela os conduz. A Responsabilidade Social é muitas vezes confundida com a filantropia, cabe aqui ressaltar, que a filantropia é uma ação social externa a empresa, tendo como beneficiário principal a comunidade em suas diversas formas (conselhos comunitários, organizações não governamentais e associações comunitárias etc). A base da responsabilidade Social é a Ética e se expressa através dos princípios e valores adotados pela organização. Não há Responsabilidade Social sem ética nos negócios..

(37) 34. Não adianta uma empresa, por um lado pagar mal seus funcionários, corromper a área de compras de seus fornecedores, pagar propinas a fiscais do governo e, por outro, desenvolver programas junto a entidades sociais da comunidade. Essa postura não condiz com uma empresa que quer trilhar um caminho de Responsabilidade Social. É importante seguir uma linha de coerência entre ação e discurso (ETHOS, 2001). A Responsabilidade Social é um processo que nunca se esgota, pois sempre a empresa terá algo a fazer para a construção de uma sociedade justa, portanto não há limites para as ações sociais. Na visão de Galbraith (1996), a responsabilidade pelo bem estar social e econômico é de todos, é transnacional. Para o referido autor, identificar e defender uma sociedade justa e alcançável pode ser o esforço de uma minoria, mas antes esse esforço do que nenhum. Nesta revisão conceitual de Responsabilidade Social. é preciso citar alguns. clássicos como Carrol (1979), Freeman (1984) e o premio Nobel, Friedman (1962), para este autor, organização já cumpre o seu papel na sociedade e defende que Responsabilidade Social empresarial não é outra senão remunerar os acionistas e que a função social da empresa é preenchida com sua própria existência na sociedade, sendo qualquer outra atividade desenvolvida que não aquela que vise a remuneração do investimento entendida como desperdício de recursos, pois estaria, sendo aplicados fora do objetivo primordial da empresa que é a obtenção do lucro. Esta visão caracteriza um período anterior a atual. A visão moderna indica que é necessário e possível ter lucratividade com Responsabilidade Social. Na visão de Carrol (1979), Responsabilidade Social é definida através de uma pirâmide, formada por quatro categorias, sendo elas:.

(38) 35. a) econômica b) social c) ética; d) discricionária (filantrópica). Para o autor o não cumprimento da categoria econômica, função básica da empresa, legal, obedecendo às leis e normas, e/ou ética considerada a mais complexa delas, pode estar pondo em risco a sobrevivência da organização e a caracterizando como socialmente irresponsável. O mesmo não ocorre, segundo este autor, com a quarta categoria, a filantropia, ou seja, a empresa que não desenvolve atividades voltadas para a filantropia não é caracterizada como socialmente irresponsável, sendo esta atividade uma possível, mas não necessariamente, complementação da atividade empresarial. Ampliando as dimensões de Responsabilidade Social temos a abordagem de Freeman (1984) que apresenta a idéia de incluir os grupos ou indivíduos que afetam de forma direta ou indireta as organizações, os chamados stakeholders, para o referido autor, é necessário compreender que a ampliação do grupo pode influenciar na sobrevivência da organização.. 2.2.3 Responsabilidade Ambiental. Um dos itens principais do arcabouço das dimensões da responsabilidade social, certificações e do balanço social é a questão da responsabilidade ambiental. No dizer de Wishard (1997, p. 29),.

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