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4 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS PESQUISADOS

4.3 RESULTADOS DAS ENTREVISTAS

Para uma melhor concepção da visão estratégica do processo decisório de uso na informação para o planejamento governamental efetuou-se entrevista com

Aspec da Forma de Uso da Informação

8% 23% 45% 4% 8% 8% 2% 2%

Decisão orientada para objetivos

Dec. guia por regras, rotinas e progr. de desempenho

Dec. baseada em leis e decretos governamentais. Dec. orientada por objetivos que se conflitam

Dec. com objetivos ambíguos

o Superintendente de Planejamento e Orçamento da SEPLAN, Dr Claudio Ramos Peixoto.

Levando-se em consideração o roteiro de entrevista que foi utilizado, foram as seguintes afirmativas do entrevistado:

- sobre a importância da informação para o processo decisório de elaboração do Planejamento Governamental: “e importante para guiar as decisões e melhorar o esforço do estado na atenção às necessidades sociais”, e “sem informações precisas e confiáveis não há como se planejar com qualidade.”

- sobre as fontes de informação mais utilizadas para a elaboração do Planejamento Governamental: “são fontes oficiais internas, como relatórios e documentos do governo e dos demais órgãos das secretarias que trabalham com planejamento.”

- sobre a elaboração do PPA e as inovações no que se refere à participação da sociedade: “o PPA 2008-2011 foi construído com base no conceito de participação, por isso ocorreram 17 (dezessete) plenárias em todo o estado, nas quais a população pode expor suas opiniões sobre o que deveria constar e ter prioridades na formulação das políticas públicas na Bahia”, e, “as informações oriundas das 17 (dezessete) plenárias não atendem aos requisitos formais necessários para utilização no Planejamento Governamental”.

- sobre como são coletas as informações necessárias para a elaboração do Planejamento Governamental: “os órgãos encaminham suas necessidades para que possam ser inclusas no PPA. Antes do PPA 2008-2011 existia uma vinculação dos setores de planejamento e orçamento dos demais órgãos com a SPO da SEPLAN, hoje não há e assim as necessidades passam por um filtro das Diretorias gerias de cada órgão; não vêm diretamente para a SEPLAN, como no passado, fato que retarda o recebimento e também pode ser omitida alguma informação que tecnicamente seria necessária”, e, “Na formulação do PPA Participativo, cada território encaminha para as plenárias dois representantes eleitos, que levam às plenárias as necessidades dos municípios que fazem parte do seu território”.

- sobre a descrição do processo de coleta de informações para a elaboração do Planejamento Governamental: “os relatórios e demais documentos vem das demais secretarias, conforme as necessidades de cada órgão, sendo ajustados ao que há de disponibilidade orçamentária para o órgão no período

específico. As informações que vêm das plenárias são analisadas e formatadas de formar a se adequar às necessidades de formulação do planejamento. Tem informações oriundas das plenárias que os técnicos não conseguem utilizar, pois não se encaixam em numa das políticas públicas a serem incorporadas no planejamento governamental”.

Da análise da entrevista pode-se deduzir que a Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia utiliza informações oriundas das plenárias do PPA, contudo em volume menor do que seria possível, pois as informações coletas não estão no formato e não se enquadram nas políticas públicas que são inseridas no PPA.

As informações seguem um fluxo oficial via canal hierárquico e por isso há um retardo da sua chegada na SEPLAN, e perda de conteúdo técnico; inferindo-se que há uma conotação política no nível de diretorias gerais; por isso a vinculação técnica dos setores de planejamento e orçamento dos demais órgãos à SEPLAN daria maior agilidade e tecnicidade no fluxo de informações e no seu uso.

Sintetizando os resultados da pesquisa, pode-se afirmar que ficou claro na entrevista que o processo decisório do PPA ocorre com uso de informações internas documentais e com base nas leis, rotinas e regras. Bem assim, o uso de informações oriundas das plenárias é limitado por aspectos técnicos, nesta mesma linha, na pesquisa realizada com os técnicos da secretaria, os resultados também apontaram que eles, em sua maioria, não fazem o uso das informações das plenárias, tendo a maioria declarado que não usa por dois motivos em destaque:

- Só trabalho com informações de órgãos do governo; - As informações das plenárias não são sistematizadas.

Face a estrutura montada para o processo decisório e com base na análise dos dados oriundos da pesquisa junto aos técnicos da SEPLAN verifica-se que o modelo de decisão do planejamento governamental no Estado da Bahia é caracterizado como Modelo Racional, conforme a categorização de Choo (2006), tendo vista que a maioria dos pesquisados informou que:

- A decisão é guiada por regras, rotinas e programas de desempenho; - O modelo de decisão é baseado em leis e decretos governamentais.

Em função do modelo de decisão que caracteriza o planejamento governamental no Estado da Bahia, as três fontes de informações mais usadas, seguindo a tipologia de Choo (2006), por ordem de indicação dos entrevistados:

a) Fontes Documentais

- Publicações governamentais;

- Memorandos, circulares e relatórios internos; - Biblioteca/Centro de Informação ou manuais. b) Fontes Pessoais

- Outros Funcionários Públicos;

- Colegas do mesmo nível hierárquico; - Superiores Hierárquicos;

Nota-se assim que há necessidade de aprimoramento do processo de planejamento governamental no Estado da Bahia, e, mesmo com a evolução no processo de se ouvir a comunidade, há que se desenvolver um sistema de coleta de informações junto aos populares via representantes dos Territórios de Identidade.