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4. VERIFICANDO AS EMOÇÕES DESENCADEADAS

4.3. Resultados e discussão do Experimento 3

Neste experimento, tive a colaboração de Pedro Dias, músico da EMUSUFBA, para fazer a gravação em vários instrumentos e consegui estudar a influência do timbre nas emoções tendo em vista que a música seria a mesma para todos os instrumentos. Segundo os dados coletados nesta experiência e tendo em vista os quatro instrumentos (cordas, harpa, piano e vibrafone) em que a música foi executada, obteve-se com o maior número de julgamentos a Serenidade. Ainda assim, é impossível afirmar por enquanto que essa categoria fosse dominante fora deste primeiro bloco sem antes apresentar uma análise mais detalhada do comportamento das cinco emoções para cada um deles.

Neste experimento, foi utilizada uma música inédita, feita com exclusividade para esta experiência Nubes, de minha autoria. Curiosamente, ouvi o relato de um/uma participante que expressou de forma escrita e oral que conhecia a música. Corroboram-se aqui algumas ideias que foram discutidas previamente quando falei de reconhecimento de padrões da estrutura musical ocidental. Vale ressaltar que esse/essa participante é assíduo/a ouvinte de música desde os primeiros anos de sua vida e estudou piano por um tempo.

Para esta terceira experiência, o número de participantes com nível superior de escolaridade era 23 que estavam inseridos em várias áreas do conhecimento. Das outras 25 pessoas que formaram parte do público-alvo existiam sujeitos que tinham parado os seus estudos no oitavo ano do Ensino Fundamental,

Emoções Internet (Percentual) Presencial (Percentual)

Raiva 2 % 0%

Medo 1% 0%

Tristeza 3% 3,12%

Serenidade 52% 50%

Alegria 42% 46,87%

Tabela 8 Percentuais recebidos por cada categoria emocional para os Experimentos 1 e 2

outros tinham segundo grau completo e a maior parte destes possuía nível superior incompleto.

Tal variabilidade de níveis e formas de enxergar o mundo a partir da formação não influenciou consideravelmente nos pareceres emocionais obtidos. Decidi, entretanto, por chamar a minha atenção, verificar estatisticamente a influência da mesma sobre os pareceres emocionais aqui comentados ainda neste capítulo. No que diz respeito às preferências musicais, os gêneros mais mencionados durante os questionários foram MPB, Rock, Pop e Música Clássica. Só uma pessoa indicou a Música Gospel e sete indicaram ouvir todos os gêneros musicais.

A elevada porcentagem da Serenidade para a harpa resultante do processo de escuta do primeiro bloco de aleatoriedade completa não atenua a importância de outras indicações que poderiam parecer menos significativas. Ainda que o primeiro resultado tenha sido chamativo no que diz respeito ao número de indicações, destaco aquelas que receberam um mínimo de pareceres, pois tal diversidade sugere que tem existido influência do timbre e, portanto, a hipótese é verificada. É importante esclarecer que as condições relativas à estrutura da música foram as mesmas em todas as execuções existindo unicamente variação no timbre.

Encontram-se entre as categorias emocionais que receberam menos indicações do que outras a Raiva e a Alegria. A primeira delas recebeu uma indicação, na segunda não existiu uma regularidade nos pareceres e também eles não foram significativos conforme Tabela 9.

Emoções Cordas PER Harpa PER Piano PER Vibra PER Total

Medo 2 16,6% 2 16,6% 1 8,3% 1 8,3% 6

Raiva 0 0% 0 0% 0 0% 1 8,3% 1

Tristeza 3 25% 2 16,6% 4 33,3% 4 33,3% 13

Serenidade 6 50% 8 66,6% 5 41,6% 6 50% 25

Alegria 1 8,3% 0 0% 2 16,6% 0 0% 3

Tabela 9 Apresenta o primeiro bloco de aleatoriedade completa para o experimento 3 com os percentuais relativos a cada indicação nas categorias emocionais

No caso específico da harpa para este bloco 1, por obter o maior número de indicações para a Serenidade (8) com 66,6%, foi considerada a emoção dominante para este bloco e, portanto, acho pertinente discutir sobre o comportamento das bandas de frequências harmônicas para este instrumento. Cordas e vibrafone tiveram o segundo maior número de julgamentos (6) – um percentual de 50% – dando à Serenidade a categoria de tendência dominante. No que diz respeito às categorias com menores indicações como Raiva e a Alegria, elas obtiveram porcentagens máximas de 8,3% para a Raiva em sua única indicação no vibrafone e 16,6% para a Alegria no piano. Essas duas emoções foram as únicas que receberam julgamentos nulos neste processo experimental na harpa.

Tendo em vista aquelas categorias emocionais que obtiveram maior porcentagem para determinado timbre e aquelas que foram menos indicadas ainda que fosse para o mesmo timbre anterior (a harpa), pode-se pensar que se os elementos da estrutura musical e do som (andamento, altura, volume, estrutura harmônica e melódica, modalidade) para o estímulo musical utilizado foram os mesmos com independência do instrumento, então tais flutuações nos pareceres emocionais foram devido à diversidade de timbres.

O Gráfico 5 mostra o comportamento harmônico para os quatro instrumentos utilizados no Experimento 3. Inicialmente, percebe-se que as cordas a partir de 7k 500 Hz aproximadamente há uma diminuição da amplitude dos harmônicos do som estudado. Vale lembrar que o harmônico que possui a máxima amplitude refere-se à frequência fundamental. Próximo dos 20 kHz se vê como a amplitude harmônica diminui consideravelmente ao ponto que chega quase a ser nula na vizinhança deste valor.

No caso das cordas, há instrumentos cujas frequências fundamentais estão entre 315 e 500 Hz, e outros que atuam em uma zona do espectro sonoro em que as frequências são mais agudas. Eles têm as suas fundamentais situadas na faixa de 630-1 kHz, em que também se encontram fundamentais e harmônicas de instrumentos de percussão e teclados.

0 5000 10000 15000 20000 25000 0 10 20 30 40 50 60 Amp lit u d e Frequência Cordas VF

O gráfico referido à contribuição harmônica correspondente a cordas é o que aparece a seguir. Neste caso as três faixas de maior contribuição em ordem decrescente: faixas 6, 7 e 8. Tais faixas correspondem aos intervalos de (1k 250-2k 500 Hz); (2k 500-5 kHz) e (5k-7k 500 Hz) respectivamente. É válido destacar que não digo que sejam as únicas faixas de frequências harmônicas que influenciam o timbre, mas sim aquelas que possuem maior amplitude dentro do espectro para o trecho das cordas utilizado como estímulo sonoro. De maneira que, em matéria de forma de onda, todas elas contribuem para o timbre e influenciam os julgamentos oferecidos pelos participantes. Apresentam menor contribuição harmônica as faixas 1, 2, 3 e 10, que correspondem aos intervalos de frequência (32-64 Hz), (64-125 Hz), (125-250 Hz) e (10k-16 kHz). Gráfico 5 Espectro harmônico do trecho musical executado em cordas para o Experimento 3

0 2 4 6 8 10 0 5 10 15 20 25 As cordas VF Amp lit u d e (m) Frequência (Hz) 0 2 4 6 8 10 0 10 20 30 40 50 60 A Harpa VF Amp lit u d e (m) Frequência (Hz)

Gráfico 7 Contribuição harmônica da harpa Gráfico 6 Contribuição harmônica das cordas

0 2 4 6 8 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 O Vibrafone VF Amp lit u d e (m) Frequência (Hz) 0 2 4 6 8 10 0 5 10 15 20 25 30 35 O piano VF Amp lit u d e (m) Frequência (Hz)

Ao visualizar os gráficos 7, 8 e 9, percebe-se que as bandas de maior contribuição estão, de maneira geral, entre as quartas e as sexta bandas de frequências harmônicas respectivamente entre os intervalos 250-500 Hz, 500- 1k250 Hz e 1k 250-2k 500 Hz. Só nas cordas, gráfico 6, as faixas de maior contribuição vão desde o sexto intervalo de frequências até o oitavo, desde 1k

Gráfico 9 Contribuição harmônica do piano Gráfico 8 Contribuição harmônica do vibrafone

250-2k 500 Hz até 5k- 7k 500 Hz, que pode ser devido aos instrumentos que conformam este naipe musical.

Ainda assim, a envolvente dos gráficos (harpa e vibrafone) assemelha-se a um sino, pois nos intervalos de frequências centrais se encontram as máximas amplitudes e nas frequências extremas as menores. Contudo, são os espectros acústicos desses instrumentos que mostram as particularidades dos timbres.

No que diz respeito às cordas assim como para os demais instrumentos utilizados, percebeu-se que outros fatores influenciaram os julgamentos. Sobre esse aspecto, discorrerei durante o desenvolvimento do capítulo em questão, pois é preciso antes mostrar outros resultados obtidos para os diferentes blocos de aleatoriedade completa com as suas respectivas unidades experimentais.

 SEGUNDO BLOCO DE ALEATORIEDADE COMPLETA PARA O EXPERIMENTO 3

No caso da tabela 10, correspondente ao segundo bloco de aleatoriedade completa, levei em consideração a seguinte sequência instrumental de forma que se obtiveram os resultados a seguir.

Emoções Piano PER Cordas PER Vibra PER Harpa PER Total

Medo 0 0% 1 8,3% 8 66,6% 1 8,3% 10 Raiva 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 Tristeza 7 58,3% 4 33,3% 1 8,3% 2 16,6% 14 Serenidade 5 41,6% 7 58,3% 3 25% 4 33,3% 19 Alegria 0 0% 0 0% 0 0% 5 41,6% 5

À primeira vista, percebem-se diferenças e similaridades com respeito ao primeiro bloco. Enquanto neste obteve-se só uma emoção dominante, para o segundo bloco três emoções cumprem com essa condição: Medo com (8) indicações para o vibrafone e porcentagem de 66,6%, Tristeza para o piano

Tabela 10 Segundo bloco de aleatoriedade completa para o Experimento 3 com os percentuais relativos a cada indicação nas categorias emocionais

com 58,3% para (7) indicações e Serenidade com igual número de indicações e porcentagem para as cordas. Vale reparar que o número de indicações dadas pelos participantes neste instrumento difere na unidade dos pareceres para as cordas no primeiro bloco.

Por sua vez, foi pouca a diferença – de um julgamento – para as cordas no Medo quando comparado o primeiro bloco com o segundo. Entretanto, no vibrafone, essa diferença entre ambos os blocos foi de (7) indicações. Para o timbre das cordas, essa categoria esteve longe de ser considerada uma emoção dominante em ambos os blocos; no timbre do vibrafone, passou de 16,6% no primeiro bloco para 66,6% no segundo, adquirindo o maior número de pareceres.

No que diz respeito às regularidades entre ambos os blocos, reparei novamente naquelas emoções que foram menos julgadas durante a etapa anterior. A Raiva não obteve nenhum julgamento em nenhuma das execuções da música. Por sua parte, a Alegria foi a segunda categoria emocional que resultou menos indicada pelos participantes com (5) indicações para a harpa que constituiu a última unidade experimental para este bloco. No primeiro, para a Alegria, esse instrumento na segunda posição da sequência não obteve julgamentos.

Tal variação acontecida para os mesmos timbres pode ter sido devido à eliminação do efeito da ordem de apresentação dos estímulos e à não associação das categorias emocionais com os blocos de aleatoriedade (tratamentos). As diferenças evidenciadas até aqui no que se refere ao comportamento dos julgamentos para determinados instrumentos nestes dois blocos marca em certa medida que os pareceres não foram tendenciados pela aplicação das sequências instrumentais, mas pelos timbres.

Nesta discussão sobre o efeito da ordem, é válido assinalar que o contrabalanço feito não só neste experimento mas nos sucessivos foi com o objetivo de distribuir as mesmas condições experimentais para igual número de participantes a fim de eliminar qualquer fadiga, cansaço ou tédio. Tal princípio foi o que me levou a criar os blocos de aleatoriedade como apresentados. Fazendo alusão aos participantes deste bloco todos – exceto uma pessoa – tinham nível superior concluído, e a pessoa que não tinha estava cursando a universidade. Além disso, todos declararam escutar música diariamente

(mínimo de uma hora e máximo de nove horas). Dentre eles, cinco declararam ter estudado música em alguma etapa de suas vidas; destes, três estudaram violão e as outras duas pessoas, canto e piano respectivamente.

Dos participantes desta etapa só uma pessoa disse ter sido remetida a momentos de tranquilidade na sua vida, momentos de paz e foi ela mesma a única em dizer que conhecia a música. Entre as sugestões mais declaradas pelos participantes estiveram: aumentar o tempo dos trechos do experimento, mais opções entre as categorias emocionais, fazer mais experimentos e coleta de dados com público e colocar mais áudios.

 TERCEIRO BLOCO DE ALEATORIEDADE COMPLETA PARA O EXPERIMENTO 3

O terceiro bloco deste experimento foi apresentado tendo em vista a sequência: vibrafone, piano, harpa e cordas. Assim como no primeiro bloco de aleatoriedade, obteve-se a Serenidade como emoção dominante com (8) indicações na harpa com 66,6%. Essa categoria emocional teve a maior quantidade de julgamentos, considerando os pareceres recebidos nos quatro instrumentos (20).

Emoções Vibra PER Piano PER Harpa PER Cordas PER Total

Medo 3 25% 3 25% 2 16,6% 2 16,6% 10

Raiva 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0

Tristeza 3 25% 4 33,3% 0 0% 6 50% 13

Serenidade 6 50% 5 41,6% 8 66,6% 1 8,3% 20

Alegria 0 0% 0 0% 1 8,3% 3 25% 4

Para o terceiro bloco, o Medo e a Serenidade receberam julgamentos para todos os instrumentos em que foi apresentada a música. No caso da Raiva, aconteceu o mesmo do bloco dois em que não recebeu nenhum parecer. Para as cordas, vale reparar que nos primeiros dois blocos tem um comportamento similar (6) e (7) julgamentos respectivamente para a Serenidade. Para o Tabela 11 Terceiro bloco de aleatoriedade completa do experimento 3 com os percentuais relativos a cada indicação nas categorias emocionais

terceiro bloco, esse número de indicações é reduzido para (1) nessa mesma emoção e máximo de (6) indicações para a Tristeza. Essa categoria obteve (6) julgamentos no quarto bloco.

Esse comportamento me mostrou que, quando as cordas estão situadas no início dos blocos (ver blocos 1 e 2), primeira e segunda unidade experimental, induzem Serenidade. Quando esses instrumentos, contudo, estão situados nas posições (4) e (3) nas últimas sequências neste experimento provocam Tristeza.

No terceiro bloco como no primeiro, contei com a participação de sujeitos de vários níveis de formação indo desde o oitavo ano até o Doutorado. A maioria dos participantes declarou ouvir todo tipo de música, como MPB, Rock e Samba. Só houve duas sugestões feitas pelos participantes: modificar a velocidade de transmissão das músicas e utilizar músicas mais alegres.

O timbre do vibrafone para este bloco indica desencadeamento de Serenidade com (6) julgamentos para uma porcentagem de 50%, categoria com tendência a dominante. É válido destacar aqui que, para os blocos 1 e 3, o timbre do vibrafone induziu Serenidade, levando a considerar essa categoria com tendência a dominante em ambos. Ainda assim, para o segundo bloco, o vibrafone recebeu o maior número de julgamentos (8) entre todos os instrumentos em que foi executada a música.

Os oito pareceres indicados no Medo só são iguais em quantidade à Serenidade, indicada pela harpa no primeiro bloco de aleatoriedade com uma porcentagem de 66,6%; assim, tornou-se emoção dominante. Isso aconteceu também para a harpa no terceiro bloco de aleatoriedade completa. Sobre esse último instrumento, discorrerei mais amplamente na análise que será feita para o quarto bloco.

Ainda sobre o timbre do vibrafone, a Serenidade se mostra com tendência a dominante nos bloco 1 e 3 com (6) indicações. Devo lembrar que, na análise do bloco 2, a quantidade de julgamentos recebidos para esse instrumento foram (8) e a categoria emocional respectiva foi o Medo. Serenidade (blocos 1 e 3) e Medo (bloco 2) receberam para o quarto bloco igual número de indicações (5) para essa mesma execução. Assim, nos blocos ímpares, em que o vibrafone tem respectivamente ordem de execução a quarta e a primeira posição, ele obteve (6) julgamentos.

 QUARTO BLOCO DE ALEATORIEDADE COMPLETA PARA O EXPERIMENTO 3

Com respeito à harpa, conforme Tabela 12, o maior número de julgamentos indicou a Serenidade como dominante em três dos quatro blocos. Só no segundo bloco essa emoção obteve menos de 50% dos julgamentos e a Alegria recebeu o maior número de indicações para o experimento.

Emoções Harpa PER Vibra PER Cordas PER Piano PER Total

Medo 4 33,3% 5 41,6% 3 25% 1 8,3% 13

Raiva 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0

Tristeza 1 8,3% 2 16,6% 6 50% 4 33,3% 13

Serenidade 7 58% 5 41,6% 2 16,6% 4 33,3% 18

Alegria 0 0% 0 0% 1 8,3% 3 25% 4

No que diz respeito ao nível de formação dos participantes, sete pessoas eram estudantes universitárias e as outras cinco faziam Pós-graduação ou já concluíram o curso superior. Dos participantes três estudaram música: um deles violão e os outros dois piano. Os gêneros musicais mais citados foram Rock, Música erudita e MPB. Deste grupo, só um não escuta música diariamente, indicando uns poucos minutos durante a semana; para os demais, o número de horas de audição de música oscila entre 1 e 8 horas diárias.

A Serenidade alcançou maior número de pareceres emocionais totalizando (18) para a harpa, indicando uma porcentagem de 58% – emoção dominante como declarado por Ramos (2008). O timbre das cordas neste bloco e no terceiro atingiu (6) julgamentos para a Tristeza. Existiu, assim, a indução de um estado emocional diferente do desencadeado nos primeiros dois blocos de aleatoriedade completa quando indicavam Serenidade.

Fazendo uma análise geral dos blocos levando em consideração o comportamento emocional induzido nos participantes pelo piano e pelo vibrafone, percebi que para o primeiro e segundo blocos o piano obteve (5) e (7) indicações de Serenidade e Tristeza respectivamente. Esse mesmo

Tabela 12 Quarto bloco de aleatoriedade completa para o experimento 3 com os percentuais relativos a cada indicação nas categorias emocionais

instrumento para o último bloco obteve igual número de julgamentos para essas duas emoções (4) para a Tristeza e (4) para a Serenidade.

Situação semelhante aconteceu com o vibrafone no primeiro e no segundo blocos em que obteve (6) e (8) indicações para a Serenidade e o Medo respectivamente. No quarto bloco, esse instrumento recebeu igual número de pareceres para a Serenidade (5) e (5) para o Medo. Destarte, a Alegria e a Raiva foram as emoções menos indicadas. A seguir apresento o comportamento geral dos julgamentos oferecidos pelos participantes às categorias emocionais para todos os blocos de aleatoriedade.

Emoções Cordas POR Harpa POR Piano POR Vibra POR

Medo 8 16,6% 9 18,7% 5 10,4% 17 35,4%

Raiva 0 0% 0 0% 0 0% 1 2,0%

Tristeza 19 39,5% 5 10,4% 19 39,5% 10 20,8%

Serenidade 16 33,3% 27 56,2% 19 39,5% 20 41,6%

Alegria 5 10,4% 6 12,5% 5 10,4% 0 0%

Essa tabela apresenta o total de julgamentos recebidos por cada um dos instrumentos (timbres) e a porcentagem relativa em relação às emoções provocadas durante a experiência. No caso da Raiva, sua única indicação resultou em um 2%. Tal diferença com respeito às outras categorias emocionais fez parte da dinâmica dos resultados do experimento, assim como dos estados emocionais eliciados pelas diferentes execuções da música.

Por sua vez, a Serenidade durante a aplicação dos blocos foi a categoria que recebeu o maior número de julgamentos entre todos os timbres, mantendo o seu caráter dominante com 56,2% dos pareceres emocionais para a harpa. Esse instrumento teve dominância no primeiro, terceiro e quarto blocos de aleatoriedade completa.

O Sistema Circumplexo para esta tabela geral do Experimento 3 é o representado a seguir, tendo em vista o nível de arousal e valência afetiva das categorias emocionais julgadas pelos participantes.

Tabela 13 Apresenta o comportamento geral de indicações e percentuais recebidos por cada categoria emocional

Neste experimento, percebe-se que o conhecimento de parâmetros relativos à estrutura musical tem mais a ver com os pareceres emocionais dos participantes do que a história de vida dos mesmos. As respostas à pergunta sobre se a música escutada lhes fazia lembrar algum acontecimento de suas vidas não foi respondida afirmativamente por nenhum dos participantes. Esse fato de não terem conseguido associar os trechos musicais a uma experiência de vida não lhes impediu que julgassem as execuções apresentadas.