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Resultados e Controlo

No documento + ATIVO/APRENDER + (páginas 36-40)

2. Estratégias de Intervenção

2.4. Resultados e Controlo

A realização deste programa, +Ativo aprender+, no qual incide o presente relatório de estágio foi extremamente importante, pois permitiu-me o contacto com a realidade que me espera num futuro próximo e preparou-me como docente. Ao longo da aplicação do programa foram- me proporcionadas novas aprendizagens, pois segundo jensen (2002), os seres humanos sobrevivem por milhares de anos por experimentarem situações novas”, desenvolvendo-se um

conhecimentos ao lecionar e planear diversas sessões, para além disto, no final de cada sessão fiz diversas reflexões sobre o desempenho dos alunos no decorrer dessas mesmas sessões, lecionada por mim. De acordo com Morgado, 2004, “o desenvolvimento da qualidade na educação solícita que os professores assumam uma postura de reflexão e investigação, uma atitude de cooperação e uma disponibilidade para a aprendizagem permanente”.

Ao longo da aplicação deste programa consegui percecionar que cada criança é um ser único e se, crianças com a mesma idade, têm diferentes formas de estar, de pensar e de aprender, crianças com idades diversas apresentam ainda mais diferenças, desta forma, coube-me a mim, enquanto orientadora, proporcionar estratégias diversificadas para conseguir chegar a todas as crianças de um mesmo grupo. Desta forma, a realização deste estágio, ajudou-me a perceber que, um orientador tem de ter soluções para as diferentes situações apresentadas, de forma a solucionar e encontrar estratégias para que os alunos, com mais dificuldades, consigam acompanhar o resto do grupo não sendo prejudicados.

Através da aplicação deste tipo de programa diversas estratégias de intervenção/implementação foram usadas ao longo do ano como já referido anteriormente, tais como: Feedback; Controlo; Motivação; e Comunicação. Estas estratégias ajudaram-me ao longo do ano a atingir os objetivos planeados, da melhor maneira, no início da intervenção. A avaliação efetuada inicialmente, antes da intervenção, permitiu-me conseguir perceber que os alunos apresentavam bastantes défices em relação as capacidades físicas, cognitivas e sociais. Após análise destes dados os planos de aula foram desenhados consoante as dificuldades de cada aluno com o objetivo da melhoria das mesmas.

As primeiras sessões realizadas foram uma constante luta, uma vez que, este tipo de população (crianças desfavorecias) é bastante retraída e pouco recetiva a estes tipos de iniciativas. Este tipo de crianças gosta de estar no seu espaço, não gosta de praticar atividade física e preferiam realizar outro tipo de atividades, como por exemplo, jogar computador, play station, jogar as cartas entre outros. Desta forma, viam a nossa aula como uma obrigação, ou seja, se não fossem as educadoras a obrigarem a participar na nossa aula poucos eram os alunos que a realizariam. Esta limitação foi mais tarde revertida, uma vez que, os alunos começaram a ser mais recetivos as sessões realizadas. Esta situação foi observada, pois como referido inicialmente os alunos viam as nossas aulas como uma obrigação e tinham de ser as educadoras a obriga-los a executar a mesma, com o passar do tempo eram os próprios alunos que chamavam os seus colegas para realizarem a aula. Desta forma, deixaram de ver as sessões como uma obrigação, e sim, como um momento de diversão, de aprendizagem e passaram a ver a atividade física como um bem essencial para a sua saúde.

No início do programa contávamos com um número maior de amostra mas devido ao explicado anteriormente, alguns desistiram de participar no programa ficando apenas com 11 alunos

para amostra. Contudo o abandono destes alunos não foi incentivado para tal, pois sempre que conseguíamos tentávamos conversar esses mesmos alunos para voltarem a participar, explicando-lhes que o exercício físico é um bem essencial a saúde e que as atividades programadas eram completamente diferentes do que eles imaginavam, sendo como uma aula de educação física.

Uma das dificuldades encontradas no decorrer dos exercícios, inicialmente, foi a falta de espirito de equipa, de cooperação, de amizade, entusiasmo e autoiniciativa em relação as competências sociais e em relação aos objetivos de aprendizagem também apresentavam dificuldades em relação aos benefícios da atividade física, balanço energético, frequência cardíaca e posturas corporais.

Um exemplo que pode confirmar o referido anteriormente, em relação as competências socias e de aprendizagem de conceitos é o exercício 2 do plano de aula nº8 (anexo 2), em que os alunos tinham de ultrapassar diferentes obstáculos, em equipa, para conseguirem alcançar imagens de vários tipos de alimentos, e no final construírem uma refeição do dia que contenha as menos de calorias possíveis. Como este exercício tinha de ser todo realizado em equipa os alunos tiveram algumas dificuldades na execução do mesmo, desta forma, foi necessário eu intervir e dar feedbacks aos alunos para a execução mais correta do exercício. Em relação aos objetivos de aprendizagem, inerentes a este exercício, foram igualmente atingidos com pouco êxito, contudo alguns alunos apresentavam um nível de conhecimento, sobre este assunto, superior a outros.

Para conseguir contornar este problema coloquei por trás das imagens, referentes a cada alimento, o número de calorias que cada um continha, para desta forma facilitar na construção da refeição e dar a conhecer, aos alunos, quais os alimentos com mais calorias. Após esta alteração no exercício os alunos conseguiram atingir o objetivo proposto. Com o decorrer das sessões outros exercícios foram aplicados, com o tema de balanço energético, e no final da intervenção este exercício foi novamente aplicado (plano de aula nº27, no anexo 2). No entanto, foram novamente retirados o número de calorias das imagens para constatar se os alunos retiveram os conhecimentos anteriormente abordados. Observou-se que os alunos conseguiram executar o exercício sem nenhum problema de execução, conseguindo construir uma refeição saudável sem ser preciso mostrar o número de calorias de cada alimento. Apesar de terem existido algumas dificuldades nas primeiras sessões realizadas, verificou-se com o decorrer das mesmas que ocorreram melhorias tanto a nível físico, social e de aprendizagem de conteúdos. Por exemplo, esta melhoria verificou-se claramente na execução do exercício 3 do plano de aula nº 31 (anexo 2), onde os alunos executaram o que lhes era pretendido sem necessitarem de ajuda do orientador para o realizarem. O exercício consistia na construção de uma estação/circuito, em equipas, com o material disponível para tal e relacionar essa estação com um dos conceitos tratados ao longo das sessões.

Este exercício já tinha sido realizado mais que uma vez e foi novamente testado nas ultimas sessões da intervenção, para conseguir verificar as melhorias que ocorreram. A primeira vez que executaram o exercício, os alunos não conseguiram realizar o mesmo no tempo pretendido e eram poucos os elementos da equipa que ajudavam na construção da estação. Na sessão nº31 verificou-se completamente o contrário, os alunos conseguiram acabar o percurso no tempo certo e todos os elementos da equipa deram ideias para a construção da estação. Não foi necessário aplicar estratégias de motivação nem de controlo como foi necessário na primeira vez que o executaram. Uma das grandes melhorias encontradas, na realização deste exercício, foi a capacidade de relacionar os conteúdos teóricos, abordados ao longo das sessões, com a estação que construíram. Ou seja, estas facilidades que apresentaram reflete um aumento no conhecimento sobre os conteúdos iniciais programados. Os objetivos deste programa foram todos programados, inicialmente, com bastante precisão de forma a serem seguidos ao longo do ano. Contudo, houve a preocupação de que para além de termos de cumprir esses objetivos estávamos a lidar com crianças, e as crianças gostam de se divertir, fazer coisas mais lúdicas e dinâmicas, desta forma tivemos que organizar e planear os exercícios tendo em conta este mesmo aspeto e os objetivos pretendidos.

Um dos principais objetivos que pretendíamos com aplicação deste programa, era que as valências sociais e os conteúdos aprendidos dentro das sessões fossem aplicados no dia-a-dia dos alunos para que estes conseguissem viver em sociedade da melhor maneira. Sendo este um dos fatores mais importantes que queríamos transmitir com a aplicação deste projeto. Em síntese, a aplicação deste programa, + ativo aprender +, foi bastante gratificante tanto a nível pessoal como para os participantes do mesmo. Em suma, este foi um período de grandes aprendizagens a nível de desenvolvimento das capacidades técnicas-pedagógicas para desenvolver estratégias necessárias a realização das sessões, como por exemplo, autonomia e responsabilidade na orientação, na comunicação efetuada e na intervenção. Os momentos marcados por alguns anseios foram ultrapassados e no fim ficou a sensação de satisfação por conseguir atingir os objetivos propostos no início do programa, sendo esta uma experiência verdadeiramente importante para o futuro.

Capítulo III - Trabalho de introdução à

No documento + ATIVO/APRENDER + (páginas 36-40)