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3. E STÁGIO

3.2. Contexto Prático

3.2.1. Grupo de idosos da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

3.2.1.4. Resultados

Após a conclusão do programa anual de treino de musculação, a bateria de testes usada inicialmente para avaliar a aptidão física dos alunos deve ser novamente aplicada, de forma a verificar se ocorreram melhorias ou até mesmo se regrediram ao longo do programa.

De forma a tornar as avaliações mais rigorosas, estas deveriam ter sido realizadas em três momentos, no início, a meio e no final do programa anual. No entanto, uma vez que o número de aulas de que dispomos é reduzido, optei por realizar apenas as avaliações iniciais e finais de forma a poder trabalhar mais algumas aulas com os alunos.

De seguida apresento então a avaliação final (momento 2 - M2) e a comparação entre os resultados iniciais e finais, de modo a verificar a significância das diferenças.

Convém frisar que alguns alunos não realizaram as avaliações finais, pelo que optei por considerar somente os resultados dos alunos que realizaram ambas as avaliações (avaliação inicial e a avaliação final) para os testes de comparação de médias iniciais e finais para cada um dos parâmetros.

Para realizar esta comparação recorri à análise estatística, verificando a normalidade de cada variável nos dois momentos de avaliação. Assegurada a normalidade da população em ambos os momentos, realizei o teste paramétrico de comparação de médias para amostras emparelhadas (T Test amostras emparelhadas), onde para um intervalo de confiança de 95%, verifiquei se o valor de p é inferior a 0,05 (verificam-se diferenças significativa entre o M1 e M2) ou p superior a 0,05 (não se verificam diferenças significativas entre o M1 e M2).

Na tabela 12 estão apresentados os valores da média e desvio padrão de cada parâmetro nos dois momentos de avaliação, assim como o valor de p resultante da comparação da avaliação final com a avaliação inicial.

Média e Desvio Padrão Comparação entre M1 e M2

Parâmetros avaliados M1 M2 Valor de p

Peso (Kg) 69,86±13,86 70,53±14,45 0,023

Índice de massa corporal (IMC) 27,33±3,63 27,56±3,78 0,038

Percentagem de massa gorda

(%MG) 30,91±6,98 25,20±8,64 0,006 Levantar e sentar (LS) 20,58±5,57 23,17±5,87 0,000

Flexão do antebraço (FA) 19,42±6,07 21,50±6,25 0,016*

Sentado e alcançar (SA) -3,50±11,76 0,04±11,65 0,019

Alcançar atrás das costas (AAC) 5,23±0,86 4,68±0,91 0,628

Sentado, caminhar 2,44m e voltar a

sentar (SC) -9,13±13,93 -8,88±13,58 0,000 Andar 6 minutos (A6) 613,75±83,15 624,58±75,69 0,457

Legenda: *Teste não paramétrico

Tabela 12 – Resultados médios da turma de musculação por parâmetro, no Momento 1 e no Momento 2.

Peso

Como podemos observar na Tabela 12, quando comparamos os resultados da avaliação final com os da avaliação inicial verifica-se um aumento ligeiro da média de peso da turma.

Relativamente à significância na comparação das avaliações, podemos observar que o valor de p, para um intervalo de confiança de 95%, é igual a 0,023 o que nos permite dizer que as diferenças encontradas são significativas, ou seja, os alunos aumentaram o peso da primeira para a segunda avaliação.

Índice de massa corporal (IMC)

No que diz respeito aos valores do IMC, também é possível verificar um aumento estatisticamente significativo (p =0,038) dos valores da avaliação final para a inicial.

Percentagem de massa gorda (%MG)

A observação da tabela anteriormente exposta (Tabela 12) permite verificar que a medição da percentagem de massa gorda no momento de avaliação final quando comparada com a avaliação inicial, apresentou valores estatisticamente (p= 0,006) mais reduzidos.

Aqui é de referir que, devido à indisponibilidade de uma aluna para realizar o teste, em vez da medição efetuada aos habituais 12 indivíduos, apenas me foi possível registar os valores de 11 alunos, tendo sido calculado o valor médio da turma a partir dos resultados desses mesmos indivíduos.

Levantar e sentar na cadeira (LS)

Contabilizado o número de repetições realizadas pelos alunos no momento da avaliação final deste teste, foi possível verificar que todos os alunos melhoraram os seus valores pessoais, o que consequentemente se refletiu na média da turma. Registou-se assim um aumento de quase 3 repetições da avaliação final para a inicial, valores estes possíveis de serem consultados na Tabela 12.

Como resultado obteve-se um valor de p igual a 0,000, revelando que as diferenças registadas foram significativas.

Flexão do antebraço (FA)

De forma a comparar as médias da avaliação inicial para a avaliação final desta variável, foram seguidos os procedimentos habituais para analisar se as diferenças entre testes seriam significativas, tendo-se verificado que a população não é normal nem simétrica em nenhum dos momentos de avaliação para a variável “Flexão do antebraço” (M1 e M2). Assim, tive de recorrer ao teste não paramétrico para amostras emparelhadas (Nonparametric tests - Related samples) para comparação de médias do teste “Flexão do antebraço” no momento de avaliação inicial e final, onde se obteve o seguinte resultado:

Tabela 13 - Resultados do teste não paramétrico para amostras relacionadas nas variáveis AI: Flexão do Antebraço e AF: Flexão do Antebraço.

Na tabela anterior (Tabela 13) podemos observar que o valor de p é de 0,016, o que nos permite concluir que as diferenças registadas são significativas, uma vez que o valor obtido é inferior 0,05.

Na Tabela 12, podemos ainda observar que no momento de avaliação inicial desta variável, a média era de 19,42 repetições, tendo-se assim registado um aumento do número médio de repetições deste momento para o momento de avaliação final, onde se registou um valor médio de 21,50 repetições.

Sentado e alcançar (SA)

Podemos ainda observar na Tabela 12 que também se registou um aumento dos valores médios da turma no momento da avaliação inicial (-3,50cm) para o momento da avaliação final (0,04cm) no que diz respeito ao teste “Sentado e alcançar”.

O valor de p obtido após a realização do teste de comparação foi igual a 0,019, o que significa que as diferenças verificadas são significativas.

Alcançar atrás das costas (AAC)

Na tabela anteriormente apresentada (Tabela 12), verifica-se uma diminuição dos valores médios da turma da avaliação final para a inicial neste teste, no entanto esta diferença não foi estatisticamente significativa (p= 0,628).

Sentado, caminhar 2,44 metros e voltar a sentar (SC)

Quanto a este teste verifica-se uma melhoria estatisticamente significativa (p=0,000) dos resultados médios da turma do segundo para o primeiro momento

de avaliação. Esta melhoria é visível pela diminuição do tempo que os alunos demoraram a realizar o teste (Tabela 12).

Andar 6 minutos (A6)

No último teste de avaliação realizado podemos então observar um aumento da distância percorrida pelos alunos durante os 6 minutos em que realizam este teste (Tabela 12), não sendo, todavia, a diferença entre o momento final e inicial estatisticamente significativa (p= 0,457).

3.2.1.5. Reflexão sobre o efeito do treino de

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