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4. RESULTADOS

4.2 Resultados obtidos

Com o objetivo de estudar a percepção que os Peritos Criminais Federais possuem sobre a competências mais relevantes para o exercício de cargo de chefia nas unidades de criminalísticas do Departamento de Polícia Federal e do ambiente organizacional presente nas unidades da Perícia Federal, os dados provenientes do questionário foram submetidos às técnicas da estatística descritiva e analisados (Apêndices B e C).

4.2.1. Competências comportamentais e técnicas

Conforme mostrado anteriormente no item 4.1 Validação dos dados, os blocos I, II, III e IV contém as questões relacionadas às competências comportamentais e técnicas, classificadas numa escala Likert, de 1 (nenhuma importância) a 5 (extrema importância), com uma nota apenas para cada questão (1, 2, 3, 4 e 5). Adicionalmente, ao final de cada bloco o respondente foi solicitado a selecionar as 5 (cinco) competências mais relevantes de acordo com sua opinião.

O resultado da percepção dos Peritos Criminais Federais correspondentes ao Bloco I, questões 1 a 19, referentes às competências comportamentais relacionadas as habilidades e atitudes voltadas à liderança, encontra-se listado no Apêndice D.

Considerando a pontuação máxima de 270 pontos, a pontuação média dos dados referentes ao Bloco I é igual a 141,2, que se situa em torno de 53% do valor máximo da pontuação. Verificou-se que as competências apontadas com maior frequência foram aquelas relacionadas com a visão sistêmica (45,5%), motivação (45,5%), competências dos subordinados (42.4%), tomada de decisão (42.4%) e visão estratégica (36,4%). As competências apontadas com menor frequência estão relacionadas com raciocínio verbal (9,1%), comunicação (9,1%), autodesenvolvimento (6,1%) e por último a capacidade de demonstrar inteligência na execução das tarefas do cargo (3,0%).

Com relação ao Bloco II, questões de 20 a 36, o resultado da percepção dos Peritos Criminais Federais sobre as competências técnicas relacionadas com conhecimentos e habilidades técnicas envolvidas nas atividades de gerenciamento encontra-se listado no Apêndice E. Considerando a pontuação máxima de 270 pontos, a pontuação média dos dados referentes ao Bloco II é igual a 138,8 que se situa em torno de 51,4% do valor máximo da pontuação.

Verificou-se que as competências apontadas com maior frequência foram aquelas relacionadas com a capacidade de aliar os interesses da Instituição e as necessidades dos servidores (48,5%), capacidade de planejar, adequadamente, a utilização dos recursos humanos disponíveis (42,4%), capacidade de distribuir as atividades aos membros da equipe com base na natureza das atividades e nas competências e disponibilidades individuais (42,4%), capacidade de planejar, antecipadamente, as etapas de ação até sua conclusão com o resultado final esperado (42,4%) e capacidade de organizar a realização das atividades administrativas e operacionais da unidade (36,4%) e capacidade de solucionar problemas relativos à falta de recursos (36,4%). As competências apontadas com menor frequência estão relacionadas com capacidade de mapear as necessidades de treinamento e capacitação dos servidores (12,1%), capacidade de identificar o grau de dificuldade das atividades desempenhadas pelos subordinados de acordo com as atribuições da unidade (12,1%) e capacidade de contribuir para o atendimento integral da saúde do servidor (6,1%).

O Bloco III refere-se às competências técnicas relacionadas com as atividades de liderança, questões 37 a 43, e o resultado da percepção dos Peritos Criminais Federais sobre essas competências encontra-se listado no Apêndice F. Considerando a pontuação máxima de 270 pontos, a pontuação média dos dados

referentes ao Bloco III é igual a 143,7 que se situa em torno de 53,2% do valor máximo da pontuação.

Verificou-se que as competências apontadas com maior frequência foram aquelas relacionadas com a capacidade de delegar tarefas (81,8%), capacidade de gerenciar as demandas administrativas e operacionais (78,8%), capacidade de reconhecer as competências de cada membro da equipe de trabalho (75,8%), capacidade de interagir com ocupantes de outras funções da Polícia Federal (72,7%) e capacidade de exercer liderança, com base nos princípios de gestão e da administração pública (69,7%) As competências apontadas com menor frequência estão relacionadas com capacidade de ao chefiar equipes (48,5%) e capacidade de fazer o levantamento das necessidades do setor (48,5%).

O Bloco IV, refere-se às competências técnicas relacionadas com as competências técnicas voltadas às atividades de visão organizacional, questões 44 a 54, e resultado da percepção dos Peritos Criminais Federais encontra-se listado no Apêndice G. Considerando a pontuação máxima de 270 pontos, a pontuação média dos dados referentes ao Bloco IV é igual a 141,8 que se situa em torno de 52,5% do valor máximo da pontuação.

Verificou-se que as competências apontadas com maior frequência foram aquelas relacionadas com a capacidade de gerar resultados efetivos e de qualidade ao desempenhar as tarefas relativas ao cargo (66,7%), capacidade de utilizar a experiência pessoal e profissional ao planejar ações (51,5%), capacidade de aprender, de forma contínua, sobre o uso de novas ferramentas e equipamentos necessários à execução das tarefas inerentes à função (48,5%), capacidade de delimitar ações a fim de atingir as metas estabelecidas, seguindo normas, doutrinas e legislações pertinentes (48,5%) e capacidade de manter-se atualizado por meio de ações que visem o aprendizado continuo (48,5%) As competências apontadas com menor frequência estão relacionadas com a capacidade de aplicar conhecimentos relativos à estrutura organizacional da Polícia Federal (33,3%) e capacidade de Capacidade de resumir, com clareza, informações obtidas de acordo com o conhecimento das tarefas realizadas e das pendências a serem sanadas (27,3%).

4.2.2. Perfil dos respondentes

Conforme mostrado na Tabela 3 e considerando a amostra composta por 33 (trinta e três) indivíduos, os Peritos Criminais Federais que exercem ou exerceram cargos de chefia nas unidades da Perícia Federal são predominantemente do sexo masculino, com mais da metade de efetivo com idade abaixo dos 40 (quarenta) anos e com menos de 10 anos no cargo de Perito Criminal Federal. Do total da população amostrada, 42,4% não possuem experiência profissional anterior em cargos de chefia e a 81,8% possuem um curso de pós graduação.

Predomina, considerando a população amostrada, os respondentes lotados na região norte (54,5%), que incluem as localidades de Rondonópolis/MT, Sinop/MT, Rio Branco/AC, Santarém/PA, Boa Vista/RR, Macapá/AP, Vilhena/RO, Palmas/TO e Marabá/PA, localidades onde o índice de intenção de remoção é alto.

Entre os respondentes, de acordo com os dados, 24 (vinte e quatro) assumiram o posto de chefia com um tempo médio de 1,8 anos, destes 1 (um) na primeira classe, 9 (nove) na 2a classe e 14 na 3a classe; 9 (nove) assumiram o posto de chefia com um tempo médio de 4,8 anos após a posse, destes 3 (três) na primeira classe e 6 (seis) na 2a classe.

Considerando que em qualquer programa de gestão de competências é imprescindível que ocorra o alinhamento estratégico entre as competências organizacionais e as individuais, as questões 66 a 67 do questionário aplicado busca realçar a percepção que os respondentes possuem sobre planejamento estratégico da Perícia Criminal Federal, do Departamento de Polícia Federal e sobre as atribuições do cargo de Perito Criminal Federal (Figura 8).

4.2.3. Clima organizacional

O clima organizacional é relacionado com as interações entre as características pessoais do colaborador e as características organizacionais presentes no local de trabalho. Essas interações afetam os valores e atitudes das pessoas como padrões de autoridade, sinceridade, relações sociais e diversos outros padrões de relacionamento humano (relacionamento com as mudanças, com as ações do dia-a-dia, com líder/colaborador e interpessoal) (TAGLIOCOLO e ARAÚJO, 2007).

Figura 8 - Demonstrativo da percepção dos Peritos Criminais Federais sobre os indicadores estratégicos e

atribuições do cargo de Perito Criminal Federal. Fonte: Elaborado pelo autor.

As questões 70 a 73 do questionário aplicado busca realçar a percepção que os respondentes possuem sobre o clima organizacional em seu ambiente de trabalho. As 4 (quatro) questões foram classificadas numa escala Likert de -2 (muito ruim) a 2 (muito boa), com uma nota apenas para cada questão (-2, -1, 0, 1 e 2) cujos resultados encontram-se descritos nas Figuras 9 e 10.

Figura 9- Demonstrativo da percepção dos Peritos Criminais Federais sobre o clima organizacional do

local de trabalho (questões 70 e 71). Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 10 - Demonstrativo da percepção dos Peritos Criminais Federais sobre o clima organizacional do

local de trabalho (questões 72 e 73). Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2.4. Questões abertas

A parte final do questionário é composta por duas questões em aberto descritas a seguir (questões 74 e 74):

Questão 74 - No seu curso de formação na Academia Nacional de Polícia – ANP havia alguma disciplina que contemplasse o estudo das competências assinaladas por Vossa Senhoria como prioritárias para seu desempenho como chefe ou subchefe de uma descentralizada?

Questão 75 - Após o seu curso de formação na Academia Nacional de Polícia – ANP houve algum curso ou treinamento que contemplasse o estudo das competências assinaladas por Vossa Senhoria como prioritárias para seu desempenho como chefe ou subchefe de uma descentralizada?

As respostas das questões 74 e 75 do questionário aplicado estão transcritas no Apêndice H. Para ambas as questões as respostas tiveram caráter negativo, com exceção de uma resposta para a questão 75 (respondente 26), relacionada a um curso por ensino à distância ministrado pela Escola Nacional de Administração Pública- ENAP.

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