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Assim como observado no primeiro sistema, o modelo de integração cana-pecuária adotado neste estudo deveria ser subsidiado pelo governo, gerando um custo para a sociedade de R$ 5,3 milhões por fazenda. Outra alternativa seria a partir do aumento dos preços, em 43% acima do praticado em 2011.

A diferença residual do subsídio à produção da atividade pecuária, do S1 para o S2, refere-se ao preço adotado para o bagaço de cana-de-açúcar. Como está sendo considerado o preço do custo de oportunidade de deixar de produzir bioeletricidade e direcionar para

Variação (em milhões) Variação % SP Biorrefinaria 11.906 626,48% SP Cana-de-açúcar 348 2,89% SP Adubos e fertilizantes 100 8,72% SP Milho em grão 86 11,73% SP Outros da agricultura 69 1,03% SP Açúcar -2.804 -30,73% SP Resto da geração de energia elétrica -2.651 -47,40% SP Pecuária Intensiva -1.295 -91,80% SP Serviços privados -892 -0,22% RB Cana-de-açúcar -696 32,34% PIB Setorial

alimentação animal, o preço do bagaço está 2,5 vezes maior do que o preço praticado para a venda da silagem de milho.

Em um planejamento de intensificação da atividade pecuária, se os dois sistemas (intensivo e integrado) resultam na mesma quantidade de carne produzida, quais seriam os benefícios para o pecuarista de se utilizar o bagaço para nutrição animal?

Segundo TAUBE et al. (2012) a produção de carne integrada com o setor sucroenergético gera retornos e ganhos financeiros para o pecuarista. Apesar do resultado divergente encontrado neste estudo é importante destacar que os sistemas avaliados e premissas adotadas são diferentes e por isso não devem ser comparados sem uma análise mais profunda.

Como resultado do modelo referente ao segundo sistema, a partir da introdução dos sistemas de pecuária integrada e da biorrefinaria na economia paulista, agora com produção de levedura e direcionamento do bagaço para alimentação animal, alguns setores sofreram impactos positivos, outros negativos.

Em comparação com o S1, quanto ao nível de produção setorial, o resultado foi positivo, com aumento de 147 milhões de reais, maior concentração no estado de São Paulo (87,8%) e nível de transbordamento de 12% para as regiões do Centro-Oeste e Resto do Brasil, como pode ser observado na Tabela 33.

Tabela 33 - Nível da Produção Setorial em nível nacional e regional – Sistema Integração (S2)

Fonte: Elaboração Própria.

Esses impactos estão relacionados ao acréscimo do valor da produção dos setores de milho (2,59%) e soja em grão (1,34%), principalmente devido ao aumento da demanda por esses produtos para nutrição animal na fase de confinamento para a pecuária integrada no estado de São Paulo. Ao utilizar o bagaço de cana-de-açúcar como volumoso, para balancear

Região Valor da Produção

(em milhões de reais) Participação

São Paulo (SP) 130 87,87% Centro-Oeste (CO) 2 1,37% Resto do Brasil (RB) 16 10,76% Brasil 147 100,00%

a dieta animal de forma adequada, é necessária maior quantidade de milho em grão. O setor de soja é acionado devido à produção secundária de milho.

Como observado na Tabela 34, o setor resto da geração de energia elétrica também obteve elevação do nível de produção setorial em 0,3%. Este aumento está relacionado à expansão de outras fontes de energia elétrica devido à queda da produção de bioeletricidade. Como parte do bagaço está sendo direcionada para nutrição animal, a biorrefinaria do estado de São Paulo deixa de produzir 0,5% de bioeletricidade excedente (502 GWh para 500 GWh), para ofertar alimentação de volumoso para o gado de corte da pecuária integrada do estado paulista.

Os setores outros da agricultura e adubos e fertilizantes tiveram impactos positivos, porém muito pequenos, de 0,10% e 0,06%, respectivamente, refletindo o aumento de demanda e produção dos outros setores. O valor da produção dos outros setores da economia para as três regiões ficou praticamente estável, com pouca alteração quando comparado ao primeiro sistema.

Tabela 34 - Nível de produção setorial - impactos positivos no Sistema Integração (S2)

Fonte: Elaboração Própria.

Vale ressaltar que apenas o setor outros produtos alimentares sofreu impactos negativos de 0,002%, no estado de São Paulo. Devido à produção adicional de levedura de cana-de-açúcar por parte da biorrefinaria, demandada pelo setor de pecuária integrada, o setor outros produtos alimentares obteve redução no valor da produção principalmente devido à substituição da levedura de cerveja por levedura de cana-de-açúcar.

Além disso, o produto silagem de milho obteve declínio no estado de São Paulo em comparação ao primeiro modelo, principalmente devido à substituição deste volumoso por bagaço de cana-de-açúcar in natura no sistema de pecuária integrada no estado de São Paulo. A partir dos resultados encontrados, evidencia-se que a região Centro-Oeste sofreu pouco

Região Setor Variação Valor da Produção

(em milhão de reais)

SP

Milho em grão

2,59%

1.329

SP

Soja em grão

1,34%

1.005

SP

Resto da geração de energia

elétrica

0,33%

5.123

SP

Outros da agricultura

0,10%

11.748

impacto, para a variável relacionada ao valor da produção, sendo menos dependente da economia paulista do que o Resto do Brasil.

Como demonstrado na Tabela 35, em relação aos empregos (diretos e indiretos), observa-se que foram criados aproximadamente 3.188 empregos em nível nacional, com maior participação do estado de São Paulo, em 93% (2,9 mil empregos) e nível de transbordamento de 7% para as regiões Centro-Oeste e Resto do Brasil, com um número de empregos gerados pouco expressivo, de 225 empregos.

Tabela 35 - Impactos nos Empregos (nacional e regional) – Sistema Integração (S2)

Fonte: Elaboração Própria.

Após acionar maior quantidade de setores agrícolas intensivos no fator trabalho e que demandam mais mão-de-obra para realizar a produção, são gerados maiores impactos na variável de emprego. A partir da Tabela 36, estão destacados os setores que tiveram maior impacto na variável de emprego e que contribuíram em 86% com a geração de emprego no Brasil, no segundo sistema.

Devido ao aumento de demanda por milho, a partir da atividade de pecuária integrada, destinada para alimentação animal, o setor de milho do estado de São Paulo, por ser intensivo no fator trabalho, para atender o aumento da produção, teve geração de 2.246 mil empregos. Em termos proporcionais foi o que mais aumentou a produção, aliado à combinação dele ser mais intensivo no fator L. Este aumento foi responsável por praticamente 76% dos novos empregos gerados no estado de São Paulo e 70% dos empregos criados em âmbito nacional.

Região Emprego (em mil) Participação

São Paulo (SP) 2.964 93% Centro-Oeste (CO) 20 1% Resto do Brasil (RB) 205 6% Brasil 3.188 100%

Tabela 36 - Principais setores com impactos positivos para a variável de emprego – Sistema Integração (S2)

Fonte: Elaboração Própria.

Além do setor do milho em grão, outros setores sofreram menores impactos positivos na variável de emprego. Porém, os setores de comércio, outros da agricultura, serviços privados e soja em grãos somaram juntos aproximadamente 500 novos empregos gerados na economia brasileira, após a introdução dos setores de pecuária integrada e de biorrefinaria, no estado de São Paulo. Os impactos nesses setores estão relacionados aos reflexos de aumento do valor da produção no estado de São Paulo.

Por outro lado, destaca-se o setor outros produtos alimentares como o único setor com impacto negativo para emprego. Isso se deve, principalmente devido à queda do valor da produção setorial. Este setor agrega o produto levedura de cerveja. Por isso, ao deixar de ser consumido pelo setor de pecuária integrada, o setor perde tanto no valor da produção como na quantidade de pessoas empregadas, por ser mais intensivo no fator trabalho.

Em relação às variáveis remuneração do fator trabalho e capital, as alterações em comparação com o primeiro sistema foram bem pequenas, principalmente porque não houveram grandes mudanças relevantes nos coeficientes técnicos desses fatores, como pode ser observado a partir da Tabela 37.

Para a remuneração do fator trabalho, o estado de São Paulo teve grande participação com 88% (18 milhões de reais) dos impactos e nível de transbordamento de 12% para as regiões do Centro-Oeste e Resto do Brasil. Ao longo das variáveis analisadas até o momento, nota-se que a cadeia produtiva de São Paulo depende mais da cadeia da região Resto do Brasil do que do Centro-Oeste.

Região Setores Variação (em mil)

SP

Milho em grão

2.246

SP

Comércio

215

SP

Outros da agricultura

161

SP

Serviços privados

84

SP

Soja em grão

42

Total

2.747

Tabela 37 - Impactos para Remuneração do Fator Trabalho e Fator Capital (em milhões de reais) – Sistema Integração (S2)

Fonte: Elaboração Própria.

O mesmo movimento pode ser observado para a variável remuneração do fator capital, que concentra maior parte dos impactos no estado de São Paulo em 89% (46 milhões de reais) e 11% nas outras regiões. A movimentação dessas variáveis específicas pode ser observada de forma mais clara, quando evidenciados os principais setores afetados.

Primeiramente, para a variável remuneração do fator trabalho, nota-se a partir da Tabela 38 que os principais setores afetados foram: milho, comércio, serviços privados, transportes e resto da geração de energia elétrica, todos para a região do estado de São Paulo. Esses setores juntos correspondem a 55% dos impactos totais para a variável remuneração do fator trabalho.

Tabela 38 – Principais Setores para Remuneração do fator trabalho – Sistema Integração (S2)

Fonte: Elaboração Própria. Região Variação Rem.

Trabalho Participação Variação Rem. Capital Participação São Paulo (SP) 18 88% 46 89% Centro-Oeste (CO) 0,228 1% 0,703 1% Resto do Brasil (RB) 2 11% 5 10% Brasil 21 100% 52 200%

Região Setores Variação (em

milhões de reais) Participação Nacional SP Milho em grão 4,41 21,06% SP Comércio 3,00 14,33% SP Serviços privados 1,46 6,97% SP Resto da geração de energia elétrica 1,38 6,61% SP Transportes 1,27 6,08% Total 11,53 55,05%

O uso intensivo da mão-de-obra na fase agrícola está relacionado a uma baixa remuneração do fator trabalho por emprego gerado. Com a criação de mais de 2 mil empregos no setor do milho no estado de São Paulo, a remuneração do fator trabalho neste setor aumentou 4,4 milhões de reais, para 2011.

A remuneração média por trabalhador, para o período de um mês, seria equivalente a R$ 163,62. Apesar do aumento de pessoas empregadas, não se pode avaliar as condições de trabalho. Este valor de salário mensal está 70% abaixo do salário mínimo praticado na economia brasileira de 2011, de R$ 545,00 por mês.

O aumento da remuneração do fator trabalho dos setores do comércio e serviços privados acompanha a geração de empregos do próprio setor. Ao utilizar maior número de mão-de-obra, os custos com remuneração do fator trabalho aumentam. O setor de transporte está sendo acionado de forma indireta pelos outros setores, com impacto de 6%. Os outros setores da economia tiveram impactos abaixo daqueles apresentados.

O setor de transporte passa a ser acionado após a elevação do valor da produção do setor do milho e também corresponde à mudança do coeficiente técnico da biorrefinaria, que ao aumentar o valor da produção, altera as proporções de comércio e transporte. Ao introduzir a quantidade adicional de levedura de cana-de-açúcar que o setor sucroenergético paulista teria que produzir para atender o setor de pecuária integrada, para alimentação animal, os setores destacados anteriormente são acionados.

Além disso, acompanhando a movimentação de aumento no valor da produção, a remuneração do fator trabalho do setor resto da geração de energia elétrica também teve uma variação positiva de aproximadamente 1,3 milhão de reais, com participação de 6,6% dos impactos no Brasil. O setor outros produtos alimentares, novamente aparece como o único setor afetado de forma negativa, com queda de 0,12 milhões de reais. Esta redução pode ser interpretada como reflexo de queda das outras variáveis, valor da produção e empregos, para a levedura de cerveja, agregada a este setor.

Para a remuneração do fator capital, como observado a partir da Tabela 39, os principais setores afetados, excluindo o setor de comércio, foram os principais setores impactados positivamente quanto ao nível da produção setorial, tanto nacional quanto da região do estado de São Paulo.

Tabela 39 - Principais setores para Remuneração do fator capital, para o Sistema Integração (S2) - (impactos positivos)

Fonte: Elaboração Própria.

O setor do milho em grão obteve aumento de aproximadamente 16 milhões de reais para remuneração do fator capital, com participação de 32% na variação nacional. Isto é reflexo do aumento do valor da produção e aumento de demanda do setor de pecuária integrada por produtos destinados à alimentação animal. Isso se explica também para os setores soja em grão e outros da agricultura, que tem o milho como produto secundário.

O resto da geração de energia elétrica, por ser um setor mais intensivo no fator capital, para atender o aumento da produção, devido à queda na oferta de bioeletricidade na região paulista, aciona o fator capital com aumento de 6,6 milhões de reais, para atender a demanda da economia brasileira.

O setor de comércio obteve impacto positivo de 3 milhões de reais, como reflexo da interdependência do mercado nacional, com pouca participação (6%) na variação total para a remuneração do fator capital. Porém, este aumento também se justifica a partir da mudança do coeficiente técnico do setor sucroenergético paulista, que devido à produção adicional de levedura reflete no aumento do valor da produção deste setor.

Por outro lado, ainda para a variável de remuneração do fator capital, o setor outros produtos alimentares continua seguindo a movimentação de queda observada nas outras variáveis, com redução de 0,10 milhões de reais.

Mesmo com o aumento das variáveis remuneração do trabalho e capital, o PIB setorial do segundo sistema obteve queda de 0,25 milhões de reais. Isso aconteceu principalmente devido ao aumento do subsídio à produção para o sistema de pecuária integrada paulista. A diferença adicional foi de 80,6 milhões de reais, com participação de 98% nos impactos totais

Região Setores Variação (em

milhões de reais) Participação Nacional SP Milho em grão 16,67 31,98% SP Soja em grão 7,23 13,88% SP Resto da geração de energia elétrica 6,59 12,64% SP Outros da agricultura 4,98 9,55% SP Comércio 3,14 6,02% Total 38,61 74,07%

dos subsídios à produção (82 milhões de reais) e concentração de 98% no estado de São Paulo. Como já destacado anteriormente, o setor de pecuária integrada gera maior custo para o governo e para a sociedade quando comparado com o primeiro sistema, que introduz o sistema de pecuária intensiva, sem integração com o setor sucroenergético.

A partir da Tabela 40, evidencia-se que dois setores sofreram impactos negativos no PIB setorial, mas que são responsáveis pelo declínio desta variável. Além da pecuária integrada (variação negativa de 80 milhões de reais), o setor outros produtos alimentares (variação negativa de 0,27 milhões de reais) seguiu a mesma tendência de queda observada nas outras variáveis deste setor.

Apesar de aumento nos outros 160 setores da economia brasileira, os impactos negativos ficaram sobrepostos aos impactos positivos, devido ao aumento dos subsídios à produção. Porém, vale a pena destacar que os setores que apareceram com maiores elevações foram os mesmos destacados para as variáveis: valor da produção, empregos, remuneração do trabalho e capital. Os setores do milho, resto da geração de energia elétrica, soja em grão, outros da agricultura e comércio foram aqueles que mais contribuíram para reverter um possível maior impacto causado pela pecuária integrada.

Tabela 40 - Principais Setores para PIB Setorial – Sistema Integração (S2)

Fonte: Elaboração Própria.

Após a avaliação dos resultados analisados e discutidos, notam-se alguns impactos positivos para a economia regional e brasileira, como o aumento do valor da produção, quando comparado ao primeiro sistema. Porém, devido à necessidade de maior subsídio à

Região Setores Variação (em

milhões de reais) SP Pecuária Integrada -80,00 SP Outros produtos alimentares -0,27 SP Milho em grão 21,16 SP Resto da geração de energia elétrica 9,72 SP Soja em grão 8,64 SP Outros da agricultura 7,01 SP Comércio 6,54

produção da atividade pecuária integrada, o PIB Setorial nacional e do estado de São Paulo tiveram impactos negativos.

5 CONCLUSÕES

Este estudo buscou avaliar os impactos socioeconômicos de dois sistemas de intensificação das atividades pecuária e sucroenergética no estado de São Paulo, avaliando os impactos para a economia brasileira de 2011 (desagregada em três regiões: São Paulo, Centro- Oeste e Resto do Brasil).

Para cumprir com o objetivo proposto, usou-se a Análise de Insumo-Produto para captar os efeitos diretos e indiretos ao longo das cadeias produtivas associadas aos sistemas investigados, bem como os efeitos de transbordamento para as regiões onde não foram feitos os choques, a partir da introdução de dois novos setores mais intensivos na economia paulista. Os resultados socioeconômicos mostram que o sistema de pecuária intensificada, quando comparado ao retrato da economia brasileira de 2011, apresenta queda no valor de produção de 196 milhões de reais e aumento do PIB setorial de 660 milhões de reais, como pode ser observado na tabela 41 abaixo, com resumo dos principais impactos do sistema intensivo (S1). Aquele último, o PIB setorial, principalmente relacionado ao aumento da remuneração do fator capital da biorrefinaria paulista (destilaria autônoma otimizada 1G) em 2493%.

Tabela 41 - Resumo dos principais impactos do Sistema Intensivo

Fonte: Elaboração Própria.

Por outro lado, o sistema de pecuária integrada ao setor sucroenergético, quando comparado ao S1, apresenta aumento no valor da produção de 147 milhões de reais e queda no PIB setorial de 0,25 milhões de reais, principalmente devido à elevação de 80,6 milhões de reais dos outros subsídios à produção da pecuária integrada paulista.

Ao comparar empregos e remuneração do fator trabalho, o primeiro sistema apresenta queda nas duas variáveis de 208.236 empregos e 4,3 bilhões de reais, respectivamente,

Região Valor da Produção (em milhões de reais)

Emprego (em mil)

PIB Setorial (em milhões de reais)

São Paulo (SP) 4.927 -151.995 3.396

Centro-Oeste (CO) -1.136 -7.774 -584

Resto do Brasil (RB) -3.987 -48.467 -2.152

enquanto o segundo sistema (S2) aciona outros setores mais intensivos no fator trabalho e, por isso, demandam maior número de trabalhadores, com 3.188 empregos adicionais.

Portanto, apresentam saldo positivo no número de empregos gerados e na remuneração do fator trabalho (21 milhões de reais), apesar de ter acionado maior número de trabalhadores na fase agrícola, onde a remuneração média é mais baixa.

Assim, verifica-se que o sistema de intensificação da pecuária, sem integração com o setor sucroenergético, possui maior eficiência econômica com relação ao setor trabalho, pois apresenta aumento do PIB setorial com menor demanda de mão-de-obra e saldo positivo de 7 bilhões de reais na remuneração do capital.

O efeito de transbordamento é relevante e só foi possível de ser analisado devido ao uso da análise de Insumo-Produto. Com relação ao PIB setorial para o primeiro sistema, o impacto sobre o Centro-Oeste e Resto do Brasil corresponde à perda de 584 milhões de reais e 2,1 bilhões de reais, respectivamente, enquanto no estado de São Paulo o impacto foi positivo em 3,9 bilhões de reais.

Por outro lado, no segundo sistema, foi possível identificar um movimento contrário de aumento do PIB setorial nas regiões Centro-Oeste e Resto do Brasil, de 1,02 milhão de reais e 8,09 milhões de reais, respectivamente, com queda no estado de São Paulo de 9,36 milhões de reais e também em nível nacional, com 0,25 milhão de reais, como observado na tabela 42 abaixo, com resumo dos principais impactos no sistema integração (S2).

Tabela 42 - Resumo dos principais impactos do Sistema Integração

Fonte: Elaboração Própria.

Em relação ao número de empregos gerados para o segundo sistema analisado, 93% ficam concentrados no estado de São Paulo, com geração de 2.964 empregos, com efeito de

Região Valor da Produção

(em milhões de reais)

Emprego (em mil)

PIB (em milhões de reais) São Paulo (SP) 130 2.964 -9 Centro-Oeste (CO) 2 20 1 Resto do Brasil (RB) 16 205 8 Brasil 147 3.188 -0,25

transbordamento de 7% para o Centro-Oeste e Resto do Brasil. No sistema de intensificação da atividade pecuária, sem integração com o setor sucroenergético, os efeitos indiretos são maiores, com transbordamento de 27% da redução de empregos para as regiões Centro-oeste e Resto do Brasil.

A partir do nível de transbordamento foi possível identificar que o estado de São Paulo depende muito mais da região Resto do Brasil do que do Centro-Oeste. Além disso, para as variações das remunerações do trabalho e do capital, para os dois sistemas os efeitos ficaram concentrados no estado de São Paulo. Para o valor da produção, os efeitos indiretos do primeiro sistema foram muito maiores, quando comparados ao segundo.

O resultado deste estudo mostra que o sistema de intensificação das atividades de pecuária e sucroenergética no estado de São Paulo gera riqueza para a economia brasileira, com aumento do PIB setorial e redução de emprego, com maior uso do fator capital. Porém, destaca-se a necessidade de subsídios à produção para fomentar a atividade pecuária