• Nenhum resultado encontrado

RESULTADOS PARCIAIS

No documento Anais do evento (4.053Mb) (páginas 91-95)

Em uma leitura documental preliminar, nota-se que, nos documentos Federais extensivos a todos os institutos, há a previsão de que sejam trabalhados valores nas organizações escolares, o texto traz essa perspectiva predominantemente em forma de diretrizes gerais, e algumas mais específicas, relacionadas a valores humanos, presentes tanto na Declaração Universal dos Direitos Humanos, quanto na Constituição Brasileira de 1988.

São citados nos documentos:

Declaração Universal dos Direitos Humanos: Os valores que mais se repetem são:

- Liberdade (7); Direito (5).

- Família (Matrimônio, maternidade) (3); Igualdade (2); Vida (2); Segurança (2); Educação (Instrução) (2); respeito à diversidade (2).

- Justiça (1); Paz (1); Lei (1); Dignidade (1); Humanidade (1); Progresso (1);; Fraternidade (1); Religião (1); Moral (1); Democracia (1); Privacidade (1).

PROFISSIONAL E TECCOLÓGICA

Constituição Brasileira de 1988: Os valores que mais se repetem são:

- Entre 7 e 14 vezes: Lei (14); Direitos (13); Liberdade (Ninguém será obrigado a) (13); Trabalho (8); Família (Filhos, Paternidade, Gestante, Maternidade, amamentação) (7); Saúde (Higiene, Integridade Física e Alimentação) (7); Salário (Remuneração e Previdência Social (7).

- Entre 3 e 6 vezes: Diversidade (Racismo, Mulher, Deficiência, Convicções) (6); Igualdade (Bem de todos) (6); Deus e religião (5); Propriedade (Patrimônio público e cultural) (5); Vida (Nascimento, Óbito) (5); Estado (4); Paz (4); Individualidade (Intimidade, Privacidade, Sigilo e Interesse Pessoal) (4); Autoridade (3); Democracia (3); Soberania e independência nacional (3); Moral (3); Moradia (Casa) (3); Dignidade (Imagem, honra) (3).

- 1 ou 2 vezes: Segurança (2); Justiça (2); Educação (2); Pluralismo (2); Humanidade (2); Lazer (2); Cidadania (1); Fraternidade (1); Solidariedade (1); Progresso (1); Transporte (1); Vestuário (1); Infância (1).

Já nos regulamentos locais, percebe-se que o trabalho de valores na escola está previsto, embora, tenham sido detectadas orientações possivelmente contraditórias aos documentos anteriores, a depender da interpretação, ao serem definidas recomendações de comportamento que restringem o direito à manifestação e de ir e vir, baseados em valores morais específicos da nossa sociedade, relativos a influências de origem religiosa e da concepção moderna de disciplina. Esta observação refere-se aos seguintes documentos:

Termo de acordos e metas dos Institutos Federais: Os valores que mais se repetem são:

- Inclusão (ações afirmativas, prioritária de vagas, políticas afirmativas, democratização do acesso) (10).

- Justiça (1); Equidade (1); Cidadania (1); Ética (1); Preservação do meio ambiente (1); Transparência (1); Gestão democrática (1); Regionalização (1).

Regulamento da Organização Didática do IFS Os valores que mais se repetem neste documento são:

- Educação Escolar (escolaridade, missão de educar, planos de ensino) (5); Inclusão (4); - Ética (3); Trabalho (3); Dignidade (3); Cidadania (2); Democratização (2); Respeito (2);

- Valores estéticos (1); Valores políticos (1); Justiça (1); Não ingerir bebidas alcoólica e não fumar (1); Moralidade (1); Idoneidade (1); Urbanidade (1); Sociabilidade (1); Silêncio (1); Não se ausentar da sala de aula (1); Não praticar atos libidinosos (1); Não namorar (1).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A dinâmica social que afeta famílias e educadores é de difícil compreensão, pois exige profunda análise crítica e suporte teórico. Muitas vezes, a responsabilidade pelos fracassos é atribuída aos indivíduos de maneira acrítica, às famílias ou aos educadores, desconsiderando-se os contextos e as instituições envolvidas.

A liquidez das relações, as mudanças de valores, a miserabilidade, entre outros fatores têm sua determinação num contexto sociocultural mais amplo. Além disso, o acesso às informações, inclusive através das novas tecnologias denotam uma transformação na forma com que os adolescentes lidam com as regras, com pais e professores, que é modificada ao longo das gerações. Tudo isso deve ser considerado.

Percebe-se que os valores burgueses da liberdade, inclusive garantida através das leis e dos direitos garantidos por elas são prioritários. Enfatiza-se, em especial em um dos documentos estudados, a inclusão e a educação escolar.

Não existem no IFS disciplinas específicas para a transmissão da moral, como em uma das pesquisas citadas por Menin (2002), a educação moral no IFS está mais próxima ao estilo

Laissez-faire, ou seja, como não há um direcionamento geral sobre valores morais a serem

seguidos, cada professor ou profissional da educação transmite os valores que considera mais convenientes e adequados.

Isso pode ser devido ao valor mais presente nos documentos estudados, o da liberdade. Após guerras mundiais e ditaduras locais, parece que a disciplina da Modernidade definitivamente tornou-se defasada. Sendo assim, embora haja a previsão de que os professores discutam sobre temas transversais com os estudantes, eles não sentem que são formados para isto, bem como citado em uma das pesquisas que Menin realizou no interior paulista.

A escola parece estar um pouco perdida em relação ao seu papel. Não é mais aquela escola da Modernidade, embora ainda seja bem parecida em diversos aspectos. Temos quadros, carteiras enfileiradas, professor à frente, alunos em silêncio, currículos, mas há algumas diferenças: a família não assume um papel diretivo, as mães não ficam mais em casa, também trabalham. Pais e mães, muitas vezes, não vivem mais juntos. Através da internet, os jovens têm acesso a qualquer informação que queiram. A disciplina da escola não é a mesma, não se consegue, com tanta facilidade, manter os estudantes em silêncio, sentados, as coisas mudaram um pouco. Mas, ao mesmo tempo, permanecem tão iguais!

REFERÊNCIAS

1. BAREMBLITT, Gregorio. Compêndio de análise institucional e outras correntes: teoria e prática. 5ª ed. Belo Horizonte – MG. Instituto Felix Guattari, 2002. Cap. II: Sociedades e

Instituições, p.21-37; Cap. IV: O Desejo e Outros Conceitos no Institucionalismo.

2. BOUMARD, Patrick (1999). O lugar da Etnografia nas Epistemologias Construtivistas. In:

PSI- Revista de Psicologia Social e Institucional. Vol 1, nº 2. Disponível em: www2.uel.br/ccb/psicologia/revista. Acesso em: janeiro de 2005.

3. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF,

Senado. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 28/08/2013. Prêmbulo, Título I (Dos Princípios Fundamentais) e Título II (Dos Direitos e garantias fundamentais – Cap..Ii- Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos e Cap. II- Dos Direitos Sociais).

4. BRASIL, Termo de Acordos, Metas e Compromissos da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Disponível em: www.ifs.edu.br. Acesso em: 28/11/2012.

5. COIMBRA, Cecília Maria B. As Funções da instituição escolar: análise e reflexões. In:

Psicologia: Ciência e Profissão. Ano nº 03/89 Psicologia e Política Educacional.

6. FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualitativa . Porto Alegre: Bookman, 2004.

7. GOERGEN, Pedro. Pós-modernidade, ética e educação. 2.ed. Campinas: Autores Associados,

PROFISSIONAL E TECCOLÓGICA

8. JAQUET, Chantal. A positividade das noções de bem e de mal em Spinoza. Cap VI. A Negação

do Mal (p.273-307). In: MARTINS, André (org.). O mais potente dos afetos: Spinoza e

Nietzsche. São Paulo: WMF Martinsfontes, 2009.

9. MAFFESOLI, Michel. O Tempo Retorna. Formas elementares da pós-modernidade.

Tradução Teresa Dias Carneiro. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

10. LAPASSADE, G. Grupos. Organizações e Instituições. 3ª edição. Rio de Janeiro: Editora

Francisco Alves, 1989. Prólogo para a Segunda Edição (p 13-33).

11. MAIRESSE, Denise. Cartografia: do método à arte de fazer pesquisa. In: FONSECA, T. G. F.;

KIRST, P. G. (orgs). Cartografias e Devires: A Construção do Presente. (p. 259-271). 1ª edição. Porto Alegre: ed. da UFRGS, 2003.

12. MARTINS, André. Nietzsche e a negação do mal. Cap. VI. A Negação do Mal (p.273-307). In: O mais potente dos afetos: Spinoza e Nietzsche. São Paulo: WMF Martinsfontes, 2009. 13. MINAYO, Maria Cecília de Souza. Cap. I. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social.

IN: MINAYO, M.C. (org). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. (p. 9-29) 23ª edição. Petrópolis – RJ: Editora Vozes, 1994.

14. NETO, Otávio Cruz. Cap. III. O Trabalho de Campo como descoberta e criação. IN:

MINAYO, M.C. (org). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. (p.51-79) 23ª edição. Petrópolis – RJ: Editora Vozes, 1994.

15. NIETZSCHE, Friedrich. Além do Bem e do Mal. Coleção Grandes Obras do Pensamento

Universal. São Paulo: Ed. Escala, s.d.- A.

16. PASSOS, Eduardo. e BARROS, Regina Benevides. Complexidade, transdisciplinaridade e

produção de subjetividade. In: FONSECA, T.M.G e KIRST, P.G. Cartografia e devires: a

construção do presente. (p. 81-89). Editora da UFRGS, 2003.

17. Secretaria de Assistência Social de São Paulo & PUC-SP. Trabalho com Famílias: textos de apoio. São Paulo, s.d.

18. SEIJO, Cristina. Los valores desde las principales teorías axiológicas: Cualidades apriorísticas e independientes de las cosas y los actos humanos. Economía, núm. 28, julho-

dezembro, 2009, p. 145-160. Universidad de los Andes Mérida, Venezuela.Disponível em: <http://redalyc.uaemex.mx/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=195617795007>. Acesso em: 05/03/2013.

19. SERGIPE. Regulamento da Organização Didática. Disponível em: www.ifs.edu.br. Acesso

em: : 24/08/2013.

20. SPINOZA, Benedictus. Ética. Tradução e prefácio Lívio Xavier. Coleção Universidade de

Bolso. Ediouro: s.l., s.d., 50342.

21. VERÓN, E. A Produção de Sentido. São Paulo: Cultrix: Ed. da Universidade de São Paulo,

No documento Anais do evento (4.053Mb) (páginas 91-95)