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Em primeiro lugar, será realizada uma descrição do desempenho dos participantes nos instrumentos aplicados para que seja possível conhecer como a amostra se comportou nos constructos avaliados. No que se refere às práticas educativas parentais usadas pelos responsáveis da amostra avaliado pelo IEP (GOMIDE, 2006), os resultados podem ser visualizados na Tabela 9. É importante ressaltar que os responsáveis podem fazer uso de mais de uma prática. A maioria dos participantes obteve um desempenho regular acima da média e ótimo nas práticas positivas de Monitoria Positiva (77%) e Comportamento Moral (69,2%), indicando um uso frequente destas práticas pela amostra. Já com relação às práticas consideradas negativas, houve uma variação de frequência de uso. Quase metade dos participantes da amostra relatou fazer uso frequente da prática de Punição Inconsistente e de Negligência (46,2% e 46,1%, respectivamente), situando-se para estas práticas na faixa de risco ou regular abaixo da média. Já quanto às práticas negativas de Abuso Físico e Monitoria Negativa, houve um predomínio de uso avaliado como de risco ou regular abaixo da média dessas práticas, contemplando 76,9% da amostra para a primeira prática e 69,2% para a segunda. A única prática negativa em que a maior parte dos participantes obteve desempenho regular, acima da média ou ótimo foi a prática de Disciplina Relaxada, totalizando 69,2% da amostra. Ou seja, a prática de Disciplina Relaxada não representa uma prática frequentemente usada pelos responsáveis da amostra estudada. Com relação ao Estilo Parental adotado, o qual refere-se ao conjunto das práticas parentais adotadas, a amostra ficou com 50% dos participantes com estilo avaliado como de risco ou regular abaixo da média, e 50% com estilo considerado regular acima da média ou ótimo.

Tabela 9. Descrição dos resultados em frequência e porcentagem da amostra no

Inventário de Estilos Parentais - IEP

Classificação Monitoria Positiva Comportamento Moral Punição Inconsistente Negligência F % F % F % F % Risco 3 11,5 3 11,5 4 15,4 7 26,9 Regular abaixo da média 3 11,5 5 19,2 8 30,8 5 19,2 Regular acima da média 10 38,5 4 15,4 1 3,8 4 15,4 Ótimo 10 38,5 14 53,8 13 50,0 10 38,5 Total 26 100,0 26 100,0 26 100,0 26 100,0

Classificação

Disciplina

Relaxada Monitoria Negativa Abuso Físico Estilo Parental Total

F % F % F % F % Risco 6 23,1 11 42,3 16 61,5 9 34,6 Regular abaixo da média 2 7,7 7 26,9 4 15,4 4 15,4 Regular acima da média 7 26,9 5 19,2 0 0,0 7 26,9 Ótimo 11 42,3 3 11,5 6 23,1 6 23,1 Total 26 100,0 26 100,0 26 100,0 26 100,0

Legenda: F= Frequência; %=Porcentagem.

Com relação à percepção dos responsáveis quanto ao suporte familiar que recebem (Tabela 10), avaliado pelo IPSF (BAPTISTA, 2010), 60% e 64% da amostra relataram satisfação alta ou médio alta quanto ao fator Afetivo-Consistente e ao fator Adaptação Familiar, respectivamente. Tais dados significam que apenas um pouco mais da metade da amostra tem acolhimento em sua família, com expressão de afetividade e diálogo entre os membros familiares, bem como ausência de comportamentos e sentimentos negativos com relação aos demais membros da família. Resultado similar se aplica ao fator Autonomia, em que 68% reportou percepção alta ou médio alta de relações de confiança, liberdade e privacidade entre os membros de sua família. Por último, o índice total do IPSF indicou que apenas metade (52%) da amostra está satisfeita com o suporte que recebe de sua família, classificando este suporte como médio alto ou alto. Os demais 48% percebem o suporte recebido como baixo ou médio baixo.

Tabela 10. Descrição dos resultados em frequência e porcentagem da amostra no

Inventário de Percepção do Suporte Familiar - IPSF

Classificação

Afetivo-

Consistente Adaptação Familiar Autonomia IPSF Total

F % F % F % F % Baixo 5 20,0 3 12,0 4 16,0 7 28,0 Médio Baixo 5 20,0 6 24,0 4 16,0 5 20,0 Médio Alto 3 12,0 5 20,0 5 20,0 2 8,0 Alto 12 48,0 11 44,0 12 48,0 11 44,0 Total 25 100,0 25 100,0 25 100,0 25 100,0

Já com relação à percepção pelos responsáveis da qualidade de vida, os resultados estão apresentados por domínio (Tabela 11 e Figura 1) e por conteúdo abordado em cada item (Figura 2) no Instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida - WHOQOL-Bref (FLECK et al., 2000). A Tabela 11 e a Figura 1 apresentam as pontuações do grupo nos diferentes domínios do WHOQOL-Bref, sendo que a Tabela 11 contém as médias e desvios-padrão e a Figura 1 as porcentagens de satisfação do grupo nestes domínios. Ao analisar o desempenho dos responsáveis como um grupo, todos os domínios, de certa forma, receberam avaliação final satisfatória. Entretanto, dentre todos os domínios, houve avaliação melhor do domínio de relações sociais e pior do domínio de meio ambiente. Tais resultados indicam que houve uma tendência por parte dos responsáveis deste estudo a estarem mais satisfeitos com suas relações pessoais (amigos, parentes, conhecidos e colegas), com sua vida sexual e com o apoio que recebe da comunidade do que com a sua segurança física, lugar onde reside, meio de transporte, serviços de saúde e oportunidades de recreação e lazer. Já a Figura 2 mostra uma visão geral do grupo no que se refere à satisfação refletida em cada item do WHOQOL-Bref. É possível verificar que os responsáveis, de modo geral, estão muito satisfeitos com a sua capacidade de mobilidade física (item “Quão bem você é capaz de se locomover?)” e poucos satisfeitos no que se refere aos itens de dor e desconforto (item “Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de fazer o que você precisa?”), dependência de medicações ou de tratamentos (item “O quanto você precisa de algum tratamento médico para levar sua vida diária?”) e de sentimentos negativos (“Com que frequência você tem sentimentos negativos tais como mau humor, desespero, ansiedade, depressão?”). Ou seja, os responsáveis da amostra tenderam a ter pontuações elevadas nestes três itens.

Tabela 11. Descrição das médias e desvios-padrão da amostra no Instrumento

abreviado de avaliação da qualidade de vida - WHOQOL-Bref.

Domínio WHOQOL-Bref M DP Físico 14,68 2,32 Psicológico 14,39 2,29 Relações Sociais 15,09 2,92 Meio Ambiente 13,52 1,96 TOTAL 14,26 1,71

Figura 1. Descrição dos resultados em porcentagens da amostra no Instrumento

abreviado de avaliação da qualidade de vida - WHOQOL-Bref por domínio

Figura 2. Descrição por item dos resultados em porcentagens da amostra no

Instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida - WHOQOL-Bref 66,76 64,97 69,33 59,50 64,10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Físico Psicológico Relações Sociais Ambiente TOTAL 33,00 61,46 59,00 90,00 61,00 36,00 65,00 59,00 63,00 75,00 69,00 39,00 63,00 69,00 73,00 66,00 67,00 69,00 41,00 73,00 64,00 47,00 54,00 61,00 63,00 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Dor e desconforto Energia e fadiga Sono e repouso Mobilidade Atividades da vida cotidiana Dependência de medicação ou de tratamentos Capacidade de trabalho Sentimentos positivos Pensar, aprender, memória e concentração Auto-estima Imagem corporal e aparência Sentimentos negativos Espiritualidade/religião/crenças pessoais Relações pessoais Suporte e apoio pessoal Atividade sexual Segurança física e proteção Ambiente do lar Recursos financeiros Cuidados de saúde Novas informações e habilidades Recreação e lazer Ambiente físico Transporte Auto-avaliação da Qualidade de Vida

No que se refere à percepção dos responsáveis sobre seus próprios problemas de comportamento, mensurada pela Escala das Síndromes do ASR (ACHENBACH, RESCORLA, 2001) e apresentada na Tabela 12, os participantes de uma maneira geral relataram poucos problemas de comportamento. Serão apresentados os problemas de comportamento relatados pelos responsáveis por ordem de maior frequência de classificação clínica ou limítrofe: Ansiedade/Depressão (20,9%), Problemas Somáticos (20,9%), Quebrar Regras (20,9%), Agressividade (20,8%), Retraimento Social (16,7%), Problemas de Atenção (16,7%). Apenas um participante relatou problemas com o pensamento e nenhum fez menção à comportamento intrusivo.

Quanto à percepção dos problemas externalizantes, internalizantes e totais, reportados na Escala das Síndromes do ASR a partir dos problemas de comportamento, os resultados podem ser verificados na Tabela 13. Dos problemas apresentados, houve um predomínio dos problemas internalizantes (45,8%) com relação aos externalizantes (29,2%), o que resultou em 29,2% de problemas totais apresentados pela amostra. Na Tabela 13, ainda são apresentados os resultados para a amostra com relação aos itens críticos do instrumento. Os itens considerados críticos no ASR referem-se à comportamentos que podem colocar em risco a integridade física do respondente, no caso o responsável pela criança, como também a das pessoas a sua volta. Como pode ser observado, a maior parte dos responsáveis (87,5%) teve pontuação baixa nestes itens, situando-se na faixa normal.

Já na Escala de Funcionamento Adaptativo do ASR (Tabela 14), apenas 25%, 16% e 15% da amostra obteve classificação entre clínico e limítrofe nos índices de Forças Pessoais, de Parceiro e de Trabalho, respectivamente. Ou seja, com relação ao parceiro e trabalho, a maior parte dos responsáveis relatou ter relações satisfatórias nestas duas áreas. Já no que se refere às forças pessoais, a maioria também se considera aberta à novas experiências e atenta às necessidades do próximo. Os demais índices foram ainda mais satisfatórios para a amostra, com apenas 8,4% com classificação considerada clínico ou limítrofe no que se refere à existência de uma rede de amigos próximos e todos os participantes situaram-se na faixa normal no índice referente à qualidade das relações estabelecidas com os membros da família. Com isso, a média de adaptação foi normal para a maior parte dos participantes (91,7%). Nenhum participante relatou fazer uso de substâncias.

Tabela 12. Descrição dos resultados em frequência e porcentagem da percepção dos

responsáveis sobre seus próprios problemas de comportamento na Escala das Síndromes do ASR.

ASR Classificação

Ansiedade/

Depressão Retraimento Social Problemas Somáticos Problemas com Pensamento

F % F % F % F % Clínico 4 16,7 1 4,2 1 4,2 0 0 Limítrofe 1 4,2 3 12,5 4 16,7 1 4,2 Normal 19 79,1 20 83,3 19 79,1 23 95,8 Total 24 100,0 24 100,0 24 100,0 24 100,0 Classificação Problemas de

Atenção Agressividade Quebrar Regras Comportamento Intrusivo

F % F % F % F %

Clínico 3 12,5 3 12,5 4 16,7 0 0,0

Limítrofe 1 4,2 2 8,3 1 4,2 0 0,0

Normal 20 83,3 19 79,2 19 79,1 24 100,0

Total 24 100,0 24 100,0 24 100,0 24 100,0 Legenda: F= Frequência; %=Porcentagem. Nota: Dois participantes não responderam este instrumento.

Tabela 13. Descrição dos resultados em frequência e porcentagem da percepção dos

responsáveis sobre seus próprios problemas de comportamento internalizantes, externalizantes e totais da Escala das Síndromes do ASR.

ASR Classificação

Problemas

Internalizantes Externalizantes Problemas Problemas Totais Itens Críticos

F % F % F % F %

Clínico 9 37,5 5 20,8 6 25,0 2 8,3

Limítrofe 2 8,3 2 8,4 1 4,2 1 4,2

Normal 13 54,2 17 70,8 17 70,8 21 87,5

Total 24 100,0 24 100,0 24 100,0 24 100,0 Legenda: F= Frequência; %=Porcentagem. Nota: Dois participantes não responderam este instrumento.

Tabela 14. Descrição dos resultados em frequência e porcentagem da autopercepção

dos responsáveis na Escala de Funcionamento Adaptativo do ASR.

ASR

Classificação Forças Pessoais Amigos Parceiro

F % F % F %

Clínico 4 16,7 1 4,2 1 5,3

Limítrofe 2 8,3 1 4,2 2 10,5

Normal 18 75,0 22 91,7 16 84,2

Classificação Família Trabalho Média de Adaptação F % F % F % Clínico 0 0,0 1 7,7 0 0,0 Limítrofe 0 0,0 1 7,7 2 8,3 Normal 24 100,0 11 84,6 22 91,7 Total 24 100 13 100,0 24 100,0

Legenda: F= Frequência; %=Porcentagem. Nota: Dois participantes não responderam a este instrumento. As escalas “Parceiro” e “Trabalho” eram optativas.

No que se refere à percepção dos responsáveis quanto aos problemas de comportamento das crianças mensurado no CBCL/6-18 (ACHENBACH, RESCORLA, 2001), os resultados estão disponíveis na Tabela 15. O principal problema relatado pelos responsáveis e que é compatível com a queixa que motivou a busca pela avaliação foi o problema de atenção, com 84,6% da amostra entre clínico e limítrofe. O segundo problema mais frequente nas crianças, de acordo com o relato dos responsáveis, foi ansiedade/depressão (65,4%), seguido de problemas sociais, problemas com o pensamento e agressividade (57,7% para cada problema). Já para os demais problemas de comportamento, mais da metade das crianças foram classificadas pelos responsáveis na faixa normal, como pode ser observado em problemas somáticos (65,4%), retraimento/depressão (65,4%) e comportamento de quebrar regras (80,8%), não representando problemas de comportamento frequentes na amostra enquanto grupo estudado. Com isso, como mostra a Tabela 16, as crianças foram percebidas com alto índice tanto de problemas internalizantes (80,8% entre clínico e limítrofe) como de problemas externalizantes, embora de menor frequência que o primeiro (65,3% entre clínico e limítrofe), resultando em 88,4% de problemas totais entre clínico e limítrofe. Assim como ocorreu com os responsáveis no ASR, houve predominância de problemas internalizantes nas crianças, segundo a percepção dos responsáveis.

Já na Escala Total de Competências do CBCL/6-18 (Tabela 17), 60% das crianças da amostra tiveram desempenho na escola entre clínico e limítrofe, o que significa que apresentam problemas na escola, podem já ter repetido algum ano escolar ou frequentar sala de recursos especiais. No que se refere ao desempenho social e em atividades das crianças, 30,7% e 46,2% das crianças, respectivamente, foram classificadas como clínico ou limítrofe de acordo com a percepção dos responsáveis. Com isso, o índice total de competências, calculado a partir do desempenho nas três subescalas anteriores, foi classificado como normal apenas para 36% das crianças.

Tabela 15. Descrição dos resultados em frequência e porcentagem da percepção dos

responsáveis sobre os problemas de comportamento das crianças na Escala das Síndromes do CBCL/6-18.

CBCL/6-18 Classificação

Ansiedade/

Depressão Retraimento/ Depressão Problemas Somáticos Problemas Sociais

F % F % F % F % Clínico 10 38,5 6 23,1 4 15,4 9 34,6 Limítrofe 7 26,9 3 11,5 5 19,2 6 23,1 Normal 9 34,6 17 65,4 17 65,4 11 42,3 Total 26 100,0 26 100,0 26 100,0 26 100,0 Classificação Problemas com o Pensamento Problemas de

Atenção Quebrar Regras Agressividade

F % F % F % F %

Clínico 10 38,5 19 73,1 2 7,7 10 38,5

Limítrofe 5 19,2 3 11,5 3 11,5 5 19,2

Normal 11 42,3 4 15,4 21 80,8 11 42,3

Total 26 100,0 26 100,0 26 100,0 26 100,0 Legenda: F= Frequência; %=Porcentagem.

Tabela 16. Descrição dos resultados em frequência e porcentagem da percepção dos

responsáveis sobre os problemas internalizantes, externalizantes e totais das crianças na Escala das Síndromes do CBCL/6-18

CBCL/6-18 Classificação

Problemas

Internalizantes Externalizantes Problemas Problemas Totais

F % F % F %

Clínico 19 73,1 14 53,8 20 76,9

Limítrofe 2 7,7 3 11,5 3 11,5

Normal 5 19,2 9 34,6 3 11,5

Total 26 100,0 26 100,0 26 100,0

Tabela 17. Descrição dos resultados em frequência e porcentagem da percepção dos

responsáveis sobre as crianças na Escala Total de Competências do CBCL/6-18.

CBCL/6-18 Classificação Competências em Atividades Competências Sociais Competências

Escolares Total Competências

F % F % F % F %

Clínico 6 23,1 3 11,5 6 24,0 12 48,0

Limítrofe 6 23,1 5 19,2 9 36,0 4 16,0

Normal 14 53,8 18 69,2 10 40,0 9 36,0

Total 26 100,0 26 100,0 25 100,0 25 100,0 Legenda: F= Frequência; %=Porcentagem. Nota: A escala “Escola” não foi respondida por um dos participantes, não sendo possível calcular o Total de Competências para esta criança.

Com relação à percepção pelos professores quanto aos problemas de comportamentos das crianças pelo TRF/6-18, os resultados podem ser verificados na Tabela 18. Contrariamente aos responsáveis, os professores perceberam bem menos problemas de comportamentos no ambiente escolar, sendo que nenhum problema de comportamento foi frequentemente percebido. Os problemas de comportamento classificados como normais pelos professores serão apresentados por ordem de maior frequência, ou seja, aqueles que estão mais ausentes na amostra. São eles: problemas somáticos (92%), problemas com o pensamento (84%), ansiedade/depressão (80%), depressão (76%), problemas sociais (76%), comportamento de quebrar regras (76%), problemas de atenção (72%) e agressividade (68%). Considerando todos os problemas interalizantes, 36% das crianças obteve classificação clínica para este índice, em comparação à 48% que obteve classificação entre clínico e limítrofe para os problemas externalizantes. Com isso, o índice de problemas totais foi clínico ou limítrofe para 64% da amostra. Diferentemente da percepção dos responsáveis, os professores perceberam mais problemas extenalizantes (Tabela 19).

Já na Tabela 20, é possível verificar os resultados das crianças para os comportamentos de desatenção e hiperatividade/impulsividade que constituem escala separada do TRF/6-18. Nesta escala, os professores relataram comportamentos de desatenção e hiperatividade/impulsividade dentro da faixa normal para 64% e 72% das crianças, respectivamente, o que indica presença maior de comportamentos de desatenção que de hiperatividade/impulsividade, percebidos pelos professores no ambiente escolar.

Por último, na Escala Total de Competências do TRF/6-18 apresentada na Tabela 21, os professores relataram desempenho normal para mais da metade das crianças da amostra nas seguintes subescalas: felicidade (83,3%), desempenho acadêmico (72%), esforço (68%), aprendizagem (58,3%) e bom comportamento (52%). Com isso, o índice total de competências, calculado a partir da soma das subescalas, foi avaliado como normal apenas para 52,2% das crianças da amostra.

Tabela 18. Descrição dos resultados em frequência e porcentagem da percepção dos

professores sobre os problemas de comportamento das crianças na Escala das Síndromes do TRF/6-18.

TRF/6-18 Classificação

Ansiedade/

Depressão Depressão Problemas Somáticos Problemas Sociais

F % F % F % F % Clínico 4 16,0 1 4,0 2 8,0 1 4,0 Limítrofe 1 4,0 5 20,0 0 0,0 5 20,0 Normal 20 80,0 19 76,0 23 92,0 19 76,0 Total 25 100,0 25 100,0 25 100,0 25 100,0 Classificação Problemas com Pensamento Problemas de

Atenção Quebrar Regras Agressividade

F % F % F % F %

Clínico 3 12,0 2 8,0 6 24,0 4 16,0

Limítrofe 1 4,0 5 20,0 0 0,0 4 16,0

Normal 21 84,0 18 72,0 19 76,0 17 68,0

Total 25 100,0 25 100,0 25 100,0 25 100,0

Legenda: F= Frequência; %=Porcentagem. Nota: Um professor não respondeu este instrumento.

Tabela 19. Descrição dos resultados em frequência e porcentagem da percepção dos

professores sobre os problemas internalizantes, externalizantes e totais das crianças na Escala das Síndromes do TRF/6-18

TRF/6-18 Classificação

Problemas

Internalizantes Externalizantes Problemas Problemas Totais

F % F % F %

Clínico 9 36,0 10 40,0 10 40,0

Limítrofe 0 0,0 2 8,0 6 24,0

Normal 16 64,0 13 52,0 9 36,0

Total 25 100,0 25 100,0 25 100,0

Tabela 20. Descrição dos resultados em frequência e porcentagem da percepção dos

professores sobre os comportamentos de desatenção e hiperatividade/impulsividade das crianças no TRF/6-18.

TRF/6-18

Classificação Desatenção Hiperatividade/ Impulsividade

F % F %

Clínico 3 12,0 3 12,0

Limítrofe 6 24,0 4 16,0

Normal 16 64,0 18 72,0

Total 25 100,0 25 100,0

Legenda: F= Frequência; %=Porcentagem. Nota: Um professor não respondeu este instrumento.

Tabela 21. Descrição dos resultados em frequência e porcentagem da percepção dos

professores sobre as crianças na Escala Total de Competências do TRF/6-18.

TRF/6-18 Classificação

Desempenho

Acadêmico Esforço Bom Comportamento

F % F % F %

Clínico 6 24,0 4 16,0 7 28,0

Limítrofe 1 4,0 4 16,0 5 20,0

Normal 18 72,0 17 68,0 13 52,0

Total 25 100,0 25 100,0 25 100,0

Classificação Aprendizagem Felicidade Soma dos Itens

F % F % F %

Clínico 4 16,7 2 8,3 4 17,4

Limítrofe 6 25,0 2 8,3 7 30,4

Normal 14 58,3 20 83,3 12 52,2

Total 24 100,0 24 100,0 23 100,0

Legenda: F= Frequência; %=Porcentagem. Nota: Um professor não respondeu este instrumento. As escalas “Aprendizagem” e “Felicidade” não foram respondidas por um participante, sendo que não foi o mesmo nas duas escalas. Com isso, não foi possível calcular o total para duas crianças.

No que se refere ao desempenho das crianças e adolescentes da amostra nos testes cognitivos, os resultados serão apresentados a seguir. Na Tabela 22 estão disponíveis os resultados do desempenho nos índices do Teste Wisconsin de Classificação de Cartas - WCST. A partir dos dados disponibilizados na tabela, é possível verificar que as crianças e adolescentes da amostra não fizeram uma quantidade significativa de erros no instrumento, pois todos os participantes situaram-se dentro ou acima da média quanto aos erros e ao percentual de erros. Entretanto, apesar de não terem cometido muitos erros, a maior parte da amostra teve erros qualificados como perseverativos. Ou seja, dos erros cometidos, a maioria era do tipo perseverativo em que

a criança insistia em uma resposta mesmo após saber que estava errada na tentativa anterior. Do total de crianças da amostra, 92% e 64% obteve classificação entre moderadamente comprometido e abaixo da média para erros perseverativos e para percentual de erros perseverativos, respectivamente. Consequentemente, foram poucos os erros do tipo não-perseverativo, com 84% para os índices de total de erros perseverativos e de percentual de erros perseverativos. Já quanto às respostas perseverativas, que englobam tanto os erros quanto os acertos (possível no caso de respostas ambíguas), mais da metade da amostra (64% e 56%) também teve número elevado de respostas deste tipo, com desempenho classificado entre moderadamente comprometido e abaixo da média nos índices de total de respostas perseverativas e de percentual de respostas perseverativas, respectivamente. No que se refere às respostas de nível conceitual, que indicam que a criança entendeu qual era a categoria vigente, apenas um participante teve desempenho não satisfatório, classificado como levemente comprometido neste índice. Os demais tiveram desempenho considerado dentro ou acima da média.

A Tabela 23 apresenta quantas categorias os participantes conseguiram completar, sendo que praticamente metade (52%) da amostra conseguiu completar todas as seis categorias. Já a Tabela 24 apresenta quantos ensaios foram necessários para os participantes completarem a primeira categoria. A partir desta informação é possível saber quantas tentativas foram feitas até que a criança entendesse qual era critério vigente ao se subtrair o número total usado de ensaios por dez (quantidade de acertos consecutivos necessário para uma categoria ser completada). Com isso, a maior parte da amostra (68%) aprendeu rapidamente qual era o princípio vigente, necessitando de no máximo duas tentativas para descobrir a regra e completar a categoria. Apenas 8% da amostra precisou de uma quantidade elevada de tentativas (entre 54 e 74 tentativas) até descobrir qual era o princípio vigente e os 24% restantes da amostra tiveram desempenho intermediário, ou seja, não foram extremamente rápidos na descoberta do critério, mas também não demoraram como os 8% já mencionados. Estes 24% precisaram entre 4 e 11 tentativas até descobrir a categoria correta.

No caso da quantidade de ensaios usada para realizar o teste, a Tabela 25 mostra que quase metade da amostra (48%) precisou usar todas as cartas (ensaios) do baralho para realizar o teste. Os demais participantes conseguiram completar as seis categorias do teste antes de esgotar as cartas do baralho, com total de cartas usadas variando entre

86 e 123. Já na Tabela 26 é possível verificar se houve fracasso em manter o contexto no teste, ou seja, se os participantes erraram após sequência de pelo menos cinco acertos consecutivos no teste, e quantos fracassos ocorreram. Do total da amostra, 60% teve pelo menos um fracasso em manter o contexto.

Tabela 22. Descrição dos resultados em frequência e porcentagem do desempenho das

crianças e adolescentes da amostra nos índices do Teste Wisconsin de Classificação de Cartas- WCST.

Classificação Total de Erros

Percentual do Total de

Erros Perserverativas Respostas

F % F % F % Moderadamente comprometido 0 0 0 0 1 4,0 Levemente comprometido 0 0 0 0 9 36,0 Abaixo da média 0 0 0 0 6 24,0 Dentro da média 7 28,0 5 20,0 7 28,0 Acima da média 18 72,0 20 80,0 2 8,0 Total 25 100,0 25 100,0 25 100,0 Classificação Percentual de Respostas

Perseverativas Erros Perseverativos

Percentual Erros Perseverativas F % F % F % Moderadamente comprometido 1 4,0 3 12,0 2 8,0 Levemente comprometido 9 36,0 13 52,0 11 44,0 Abaixo da média 4 16,0 7 28,0 3 12,0 Dentro da média 9 36,0 1 4,0 7 28,0 Acima da média 2 8,0 1 4,0 2 8,0 Total 25 100,0 25 100,0 25 100,0 Classificação Erros Não

Perseverativos Percentual de Erros Não Perseverativos Percentual de Respostas de Nível Conceitual

F % F % F % Moderadamente comprometido 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Levemente comprometido 2 8,0 2 8,0 1 4,0 Abaixo da média 2 8,0 2 8,0 0 0,0 Dentro da média 8 32,0 8 32,0 7 28,0 Acima da média 13 52,0 13 52,0 17 68,0 Total 25 100,0 25 100,0 25 100,0

Tabela 23. Descrição da quantidade de categorias completadas do Teste Wisconsin de

Classificação de Cartas – WCST em frequência e porcentagem.

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