• Nenhum resultado encontrado

A resultante dos três vetores: mais e melhor APS para os próximos 25 anos Em conclusão, este texto propõe, de maneira bastante preliminar, que, se os custos continuarão

crescendo e se as crônicas terão peso cada vez maior na demanda dos serviços de saúde, fortalecer a APS parece ser a direção lógica a seguir e tal agenda segue inconclusa no Brasil. Os dados sugerem que há importante agenda a ser cumprida para melhorar a qualidade dos serviços, tornar a atenção mais próxima do usuário e reforçar os mecanismos de coordenação entre os níveis de atenção. No momento em que o SUS completa seus 25 anos, este texto propõe que, a fim de prepará-lo para en- frentar os desafios do século XXI, além da adequação do nível de financiamento à magnitude da tarefa a ser cumprida (uma necessidade conhecida), é imperativo manter fortalecida a agenda de melhoria da organização e da eficiência dos serviços (uma necessidade aparentemente esquecida).

Interessantemente, a necessidade de melhorar a organização e a eficiência dos serviços no Brasil não é exclusiva do setor público. Ao contrário, o fortalecimento da atenção primária segundo princípios de primeiro ponto de contato, longitudinalidade, acessibilidade e integralidade provavel- mente têm expressão muito mais forte na Estratégia Saúde da Família que na maior parte dos servi- ços com financiamento privado da saúde suplementar. Os princípios da APS são alguns dos principais pilares da eficiência na experiência internacional, seja para o National Health System britânico ou para a Kaiser Permanente estadunidense. Portanto, o contínuo fortalecimento da atenção primária deve ser um dos pontos centrais da experiência de melhoria da organização e da eficiência dos ser- viços de saúde, com o objetivo de preparar o SUS, se não para os próximos 100, pelo menos para os próximos 25 anos.

Referências bibliográficas

1

1. Paim JS. A Constituição Cidadã e os 25 anos do Sistema Único de Saúde (SUS). The Citizen Consti- tution and the 25th anniversary of the Brazilian Unified National Health System (SUS). La Constitución ciudadana y el 25 o aniversario del Sistema Único de Salud brasileño (SUS). 2013;29(10):1927-36. 2. Soares A. Financiamento do Sistema Único de Saúde nos governos FHC, Lula e Dilma. 2014;18-25. 3. Lourenço C, Andrade T de. Federal funding of health policy in Brazil: trends and challenges. O finan- ciamento federal da política de saúde no Brasil: tendências e desafios. Financiamiento federal de la política de salud en Brasil: tendencias y desafíos. 2014;30(1):187-200.

4. Marques RM, Mendes Á. A problemática do financiamento da saúde pública brasileira. 2008;2(1):345-62. 5. Bengoa R. Transforming health care: an approach to system-wide implementation. Int J Integr Care [Internet]. 2013 Jan;13(September):e039.

6. Schoen C, Osborn R, Squires D, Doty MM. Access, affordability, and insurance complexity are often worse in the United States compared to ten other countries. Health Aff (Millwood) [Internet]. 2013 Dec [cited 2013 Dec 13];32(12):2205-15.

7. Berwick DM, Nolan TW, Whittington J. The triple aim: care, health, and cost. Health Affairs. 2008;27(3):759-69.

8. Savedoff WD, de Ferranti D, Smith AL, Fan V. Political and economic aspects of the transition to uni- versal health coverage. Lancet [Internet]. Elsevier Ltd; 2012 Sep 8 [cited 2012 Oct 5];380(9845):924- 32.

9. Gaag J Van Der, Stimac V. Toward a New Paradigm for Health Sector Development. Washington, DC; 2008. (Technical Partner Paper N.: 3).

10. Jamison DT, Summers LH, Alleyne G, Arrow KJ, Berkley S, Binagwaho A, et al. Global health 2035: a world converging within a generation. Lancet [Internet]. Elsevier Ltd; 2013 Dec 7 [cited 2014 Jul 10];382(9908):1898-955.

11. World Bank. World Development Indicators, 2013. Washington, DC: World Bank; 2013.

12. De la Maisonneuve C, Martins JO. Public spending on health and long-term care: a new set of pro- jections. Paris; 2013. (Report N.: 26).

13. Beaglehole R, Bonita R, Horton R, Adams C, Alleyne G, Asaria P, et al. Priority actions for the non-communicable disease crisis. Lancet [Internet]. Elsevier Ltd; 2011 Apr 23 [cited 2013 May 28];377(9775):1438-47.

14. Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME). GBD Compare. Seattle, WA: IHME, University of Washington; 2013. Disponível em http://vizhub.healthdata.org/gbd-compare. (Dados obtidos em 10 de abril de 2014).

15. Jaime PC, da Silva a CF, Gentil PC, Claro RM, Monteiro C a. Brazilian obesity prevention and control initiatives. Obes Rev [Internet]. 2013 Nov [cited 2014 Aug 15];14 Suppl 2(November):88-95.

16. Closs VE, Helena C, Schwanke A. A evolução do índice de envelhecimento no Brasil, nas suas regiões e unidades federativas no período de 1970 a 2010. Rev Bras Geriatr Gerontol 2010;15(3):443-58.

17. Starfield B. Is primary care essential? Lancet 1994 Oct 22 [cited 2014 Aug 17];344(8930):1129- 33.

18. Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília-DF: Organização Pan-Americana da Saúde; 2011.

19. Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasília-DF: Organização Pan-Americana da Saúde; 2012.

20. García-Goñi M, Hernández-Quevedo C, Nuño-Solinís R, Paolucci F. Pathways towards chronic-ca- re focused healthcare systems: evidence from Spain [Internet]. Health (San Francisco). LSE Health working papers; 2011. (Report N.: 24/2011. Available from: http://eprints.lse.ac.uk/41678/).

21. Bengoa R. Empantanados. Rev Innovación Sanit y Atención Integr. 2008;1(1):1-10.

22. García-Goñi M, Hernández-Quevedo C, Nuño-Solinís R, Paolucci F. Pathways towards chronic-ca- re focused healthcare systems: evidence from Spain [Internet]. Health (San Francisco). LSE Health working papers; 2011. (Report N.: 24/2011. Available from: http://eprints.lse.ac.uk/41678/).

23. Inter-American Development Bank. Assessing the performance of health systems in Latin America. (Economic and Sector Work RG-K1330). Unpublished report.

24. Schoen C, Osborn R, Squires D, Doty MM, Pierson R, Applebaum S. How health insurance design affects access to care and costs, by income, in eleven countries. Health Aff (Millwood) [Internet]. 2010 Dec [cited 2012 Mar 28];29(12):2323-34.

25. Schoen C, Osborn R, Doty MM, Bishop M, Peugh J, Murukutla N. Toward higher-performance health systems: adults’ health care experiences in seven countries, 2007. Health Aff (Millwood) [Internet]. 2007 [cited 2012 Mar 13];26(6):w717-34.

26. Schoen C, Osborn R, Huynh PT, Doty M, Davis K, Zapert K, et al. Primary care and health system performance: adults’ experiences in five countries. Health Aff (Millwood) [Internet]. 2004 [cited 2012 Sep 10];Suppl Web:W4–487-503.

27. Schoen C, Doty MM. Inequities in access to medical care in five countries: findings from the 2001 Commonwealth Fund International Health Policy Survey. Health Policy [Internet]. 2004 Mar [cited 2012 Sep 21];67(3):309-22.

28. Guanais F, Macinko J. Primary care and avoidable hospitalizations: evidence from Brazil. J Ambul Care Manage [Internet]. 2009 [cited 2013 May 6];32(2):115-22.

29. Guanais FC, Macinko J. The health effects of decentralizing primary care in Brazil. Health Aff (Millwood) [Internet]. 2009 [cited 2012 Mar 9];28(4):1127-35.

30. Starfield B. Primary Care. Balancing Health Needs, Services, and Technology. New York, NY: Oxford University Press; 1998.

31. Feachem RGA, Sekhri NK, White KL. Getting more for their dollar: a comparison of the NHS with California’s Kaiser Permanente. BMJ [Internet]. 2002 Jan 19 [cited 2013 Jul 12];324(7330):135-41.

SÍNTESE DOS DEBATES