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Reunião de divulgação, promoção e levantamento de expectativas/necessidades

IV. Enquadramento Metodológico do Estágio

5.3. Reunião de divulgação, promoção e levantamento de expectativas/necessidades

projeto “Laços” e ao projeto de estágio

Esta reunião, realizada em Janeiro de 2014, tinha intenção de divulgar, promover e levantar expectativas e necessidades do público, relativas ao projeto “Laços” e ao projeto de estágio. Foi convocada por escrito, convocatória essa entregue a pais, filhos, educadoras e restante comunidade institucional (cf. apêndice 30). Foi realizada no auditório da instituição e conduzida por mim e pela responsável do projeto “Laços”, minha Acompanhante de estágio. Trabalhamos cooperativamente para a estruturação da reunião que implicou a organização de um PowerPoint (cf. apêndice 31) que sustentasse a nossa apresentação, capaz de responder às necessidades e interesses de cada uma. Neste sentido, a minha Acompanhante tinha as suas intenções focadas na divulgação do seu projeto e consequentemente da mediação familiar; a mim interessava-me divulgar as minhas estratégias de intervenção no âmbito da mediação, em específico da mediação socioeducativa, dando-a e dando-me a conhecer. Para uma melhor compreensão de ambas as áreas, os pressupostos e características da mediação e do mediador foram clarificados por ambas.

5.3.1. Reunião de divulgação, promoção e levantamento de expectativas/necessidades relativas ao

projeto “Laços” e ao projeto de estágio - avaliação

Tal como a estratégia anteriormente analisada, não foi fácil avaliar esta reunião. No entanto, de forma geral adianta-se que o feedback transparecido pelos presentes no final da mesma foi muito positivo. A comprovar isso, salienta-se as intervenções das pessoas presentes, que mostraram interesse em saber mais sobre a área, esclarecendo algumas dúvidas. No que respeita às intervenções apresentadas no âmbito do meu estágio, estas também despertaram muito interesse. No final da reunião, uma mãe e avó vieram conversar comigo, reconhecendo a importância, em especial, dos espaços de formação em habilidades sociais, comunicacionais e de mediação. Faziam questão de que o seu filho/neto (do 5º ano) participasse nas mesmas, pois ele apresentava algumas problemáticas

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que poderiam ser atenuadas com a frequência nestas sessões. Mostrei-me desde logo disponível para seguir o caso do menino em causa, acompanhando a sua participação nas sessões. Segundo estas senhoras, a criança já tinha falado sobre a minha presença na instituição e sobre o meu trabalho junto do CATL, falando inclusive muito bem das mesmas. Ao longo do ano esta avó sempre que me encontrava na instituição falava comigo, salientando as alterações comportamentais que observava no neto, relacionando-as com a minha intervenção. Segundo ela, o facto de assuntos como a escola, a cidadania, as regras, os sentimentos entre outros serem abordados por uma pessoa mais jovem, fomentou um impacto mais positivo. Este feedback contínuo foi-me muito importante. Infelizmente o número de participantes nesta reunião foi baixo, embora considere que esta estratégia tinha muito potencial.

No final da reunião, eu e a minha Acompanhante fomos ainda abordadas por duas senhoras, uma delas mãe de uma criança da instituição. Estas eram proprietárias de um centro de estudos e, baseadas na reunião e na nossa apresentação, decidiram fazer-nos um convite de colaboração com o seu centro de estudos. Valorizaram imenso a nossa ação, formas de trabalhar e intervenções, referindo que a mediação, explorada de acordo com a nossa apresentação, seria uma mais-valia para a entidade que gerem. Julgo que esta situação é um indicador claro da adequação desta estratégia.

5.4. I Encontro Laços

O “I Encontro Laços” foi realizado a 20 de Junho de 2014. Foi uma ação que teve mais impacto do que o que eu tinha idealizado, o que me deixou bastante realizada. Para além de ter respondido a uma necessidade expressa no que respeita à divulgação do projeto “Laços, espaço de intervenção e mediação familiar”, foram muitos os objetivos alcançados com este evento. Deste modo, uma das primeiras ações para tornar este evento uma realidade possível foi a definição de objetivos que pretendíamos alcançar com esta iniciativa, a saber:

1. Divulgar o projeto Laços;

2. Refletir sobre a situação atual da prática da mediação;

3. Difundir a mediação como prática de gestão positiva de conflitos;

4. Refletir sobre o papel e impacto da mediação familiar no âmbito do divórcio e das responsabilidades parentais.

5. Promover a expansão da mediação, através da divulgação de iniciativas, ações e projetos futuros ou desenvolvidos;

6. Analisar o papel da mediação como meio de salvaguardar os interesses da criança.

Para responder de forma apropriada a estes objetivos, seguiu-se a definição de uma série de tarefas como:

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 Definição do nome do evento, nomeadamente do tema - “Mediação e praxis” – e do título - “Mediar a Família para Proteger a Criança” e dos subtemas a tratar, organizados em duas mesas para as quais foi de igual modo necessário definir títulos. Deste modo, após sugestões mútuas, a Mesa I ficou denominada de Mediação: âmbitos de intervenção e potencialidades e Mesa II, Justiça e Mediação Familiar;

 Do dia e hora. Para a definição do mesmo, tentamos respeitar o tempo para convidar oradores, para divulgar e ainda tivemos em atenção o facto de ser o último dia da semana, sexta-feira, de modo a potenciar uma maior adesão. O horário também foi bastante discutido mas optamos por agendar o mesmo para a tarde de sexta-feira, das 14h às 18h30, evitando dispersões durante a hora do almoço, caso este fosse dividido entre manhã e tarde;

 Definição de subtemas (dispostos em duas mesas), oradores para os mesmos e uma moderadora. Reconheço que a tarefa relacionada com a definição dos oradores foi a mais crítica para mim pois ainda não tinha muitos conhecimentos sobre a área e por isso foi-me mais complexo identificar nomes de notoriedade. No entanto, este constrangimento foi facilmente ultrapassado com o apoio constante da minha Acompanhante e Orientadora de estágio. Aquando o convite, tivemos o cuidado de propor temas mais específicos e títulos para a intervenção desejada, de modo a que os oradores aos quais formalizamos convite pudessem perceber se poderiam responder de forma positiva à nossa solicitação. De qualquer das formas, mostramo-nos sempre flexíveis e frisamos que o tema podia ser alterado consoante a vontade dos oradores (desde que se enquadrasse no assunto em foco) ou então sugerimos que indicassem algum colega mais à-vontade com o tema sugerido. Estes aspetos organizacionais foram resolvidos o mais atempadamente possível, de modo a que a divulgação fosse realizada com a devida antecedência;

 Meios de divulgação: Apostamos bastante na divulgação, de forma a difundir o máximo possível a nossa área, ou seja, a mediação. Deste modo, foram enviados e-mails a convidar para o evento, no qual anexamos o programa do mesmo (cf. apêndice 32). Os e-mails foram enviados para numerosos contactos, não só do foro pessoal, nomeadamente para meus conhecidos e da minha Acompanhante mas também tivemos o cuidado de fazer uma busca na internet e recolher o máximo de endereços eletrónicos de diversas entidades do distrito de Braga, como Câmaras Municipais, Juntas de Freguesias, IPSS’s, CPCJ’s, Instituições cujo tema fosse de interesse, professores da Universidade do Minho, nomeadamente da área de Direito, Psicologia e Educação, entre tantos outros. Aproveitamos as redes sociais, nomeadamente os nossos facebook pessoais para uma maior propaganda, partilhando o programa não só no nosso mural mas também em grupos relacionados com a mediação.

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Outro meio de divulgação do evento foi a afixação de cartazes (cf. apêndice 33), que foram elaborados por nós, com base no programa já totalmente definido. Estes cartazes foram afixados na instituição e em outros locais como na Universidade do Minho (Instituto de Educação, Psicologia e Escola de Direito). O Blog do projeto “Laços” foi também palco de divulgação do evento. Por último, recorremos ainda à comunicação social, que teve um grande impacto fundamentalmente para divulgar o projeto “Laços” pois a notícia relativa ao evento foi complementada com uma explicação sobre o projeto. De referir que, no dia do evento, estiveram presentes dois jornais que, graças à sua ação, me permitiram obter uma avaliação do “I Encontro Laços”. Deste modo, foram publicadas duas notícias, uma em cada jornal, dotando a iniciativa com maior protagonismo.

 Inscrições: A definição de aspetos relativos às inscrições foi também decidida antes da divulgação para que todas as informações fossem difundidas de forma completa. Totalizamos mais de 70 inscrições. Para este efeito, as pessoas deviam enviar um e-mail para o endereço eletrónico do projeto “Laços” ou então optar por ligar para a instituição. No dia do evento, e de forma a controlar os presentes, fizemos uso de uma tabela que previamente construímos e que foi assinada à medida que os participantes iam chegando. O balanço final foi muito positivo, as faltas de comparência foram muito pontuais. Ainda surgiram situações de pessoas que apareceram sem inscrição prévia.

 Outras tarefas: para além do já registado, a organização deste Encontro implicou outras tarefas. De forma geral, tivemos o cuidado de aprimorar a decoração do auditório, no qual a colaboração de todos os funcionários da instituição foi fundamental. Toalhas feitas por medida, com cores de acordo com as usadas na divulgação, arranjos de flores, cadeiras com uma disposição cuidada, águas, teste de som (microfones e colunas), coffee break bastante completo e variado, entre tantas outras situações. Para além disso, num evento desta natureza, não podia faltar material de registo da informação disponibilizada pelas apresentações dos oradores. Para isso, com o apoio de um patrocinador, foi possível facultarmos capas, blocos de notas e canetas aos presentes, em quantidade mais do que suficiente. Dentro destas capas acrescentamos um panfleto sobre o projeto “Laços”, um programa do evento e um certificado de participação. Isto envolveu muitas horas de trabalho, muita criatividade e empenho pois são tarefas minuciosas, que apesar de serem breves de enunciar, levam muitas horas para executar.

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5.4.1. I Encontro Laços – avaliação

Embora não fossem desenvolvidos instrumentos específicos de avaliação desta intervenção, é possível analisar o impacto da mesma, resultado do feedback que nos chegou e das referidas notícias que foram publicadas na comunicação social.

O balanço geral é bastante positivo; no entanto, foram tecidas algumas críticas no que respeita ao horário definido. Para além deste feedback (obtido através de conversas informais), tanto eu como a minha Acompanhante concluímos que haveria opções que teriam sido mais adequadas. Como alguns oradores não respeitaram o limite de tempo de intervenção que foi previamente informado (30 minutos), o evento acabou muito mais tarde do que a hora prevista. Assim, como o seu término se aproximou das 20h, muitos dos presentes foram abandonando o local, o que foi muito constrangedor para os últimos oradores, cujo público ficou reduzido. Para além disso, os últimos oradores tiveram de acelerar a sua apresentação o que foi, de todo, uma situação desconfortável não só para eles mas também para nós, enquanto organizadoras. Fazendo uso deste feedback, dotando-o de um cariz construtivo, ficou conversado de que, num próximo evento, o ideal será mesmo dividir as apresentações entre manhã e tarde.

No entanto, todas as restantes criticas foram muito positivas e os temas abordados revelaram- se de extrema pertinência pois, principalmente a Mesa I, relacionou a teoria com a prática (sendo inclusive narrados casos reais) o que enriqueceu ainda mais a análise do tema. O facto de estarem presentes elementos da CMB e do ISS do distrito de Braga, dotou o encontro de outra notoriedade. O diretor do centro distrital do ISS de Braga, em entrevista aos jornais presentes, avançou com uma informação de extrema importância para todos os profissionais e iniciativas de mediação, em especial a familiar. Lê-se, como título de uma das notícias que “Fundos comunitários ajudam a criar centros de mediação”. A notícia inicia com a seguinte comunicação:

“A nova legislação vai permitir, através dos fundos comunitários do Programa Operacional Potencial Humano (POPH), alargar a mais instituições os Centros de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP). A garantia foi deixada ontem pelo diretor do Centro Distrital do Instituto de Segurança Social de Braga, Rui Barreira, que participou no encontro “Mediar a Família para Proteger a Criança”, promovido pelo projeto Laços” (Sousa, 2014, p. 5).

Esta notícia apresenta um significado especial para o projeto “Laços”, não só pela visibilidade que lhe foi concedida mas precisamente pela informação que é prestada. De relembrar que, em Abril de 2014, apresentamos ao ISS uma candidatura devidamente formalizada de acordo com as exigências desta entidade, solicitando cooperação na implementação de um CAFAP no âmbito do Projeto “Laços”. Compreende-se que esta notícia, despoletada pelo nosso evento, apresenta uma “luz

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ao fundo do túnel”. “Assim, a expetativa é que os novos centros de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental obtenham grande apoio, ao longo de três anos, por parte dos fundos europeus” (Anónimo, 2014, p. 8). Apesar da boa notícia, é de mencionar que, nesta entrevista, o Diretor do ISS de Braga também adiantou que as candidaturas apresentadas pelas instituições serão muito selecionadas pois apenas se justifica a implementação de mais um ou dois CAFAP em Braga. Neste sentido, “diversas instituições de solidariedade social do distrito começam a colocar-se na linha de partida para instituírem aquele serviço de apoio (…)” (ibidem). Será uma conquista muito grande se este financiamento avançar e o projeto “Laços” for selecionado. De acordo com a minha contribuição para a formalização dessa candidatura, sentir-me-ei bastante orgulhosa e reconhecida.

Todo este feedback foi complementado com alguns comentários escritos em grupos do facebook. As publicações referentes a este evento despoletaram “muitos parabéns” e para além disso, foram alvo de algumas partilhas, inclusive para grupos de mediação no Brasil.

Conclui-se que o evento apresentou grande impacto, no qual as redes sociais, apesar da sua informalidade, foram um excelente auxílio. Espero que este encontro seja o primeiro de muitos e sinto- me realmente realizada e feliz por esta iniciativa ter sido despoletada no âmbito do meu estágio nesta instituição e neste projeto. O “Laços, espaço de mediação e intervenção familiar” conseguiu atingir níveis de divulgação muito amplos, respondendo-se de forma muito completa à necessidade expressa e urgente de divulgação.