As revistas da área de Serviço Social

Antes de adentrar nas revistas se faz importante destacar a informação de que os

sites de grande parte dessas não trazem a história nem outros dados necessários à

pesquisa deste trabalho, como por exemplo, os assuntos mais discutidos, objetivos da revista, a história, entre outros, não são encontrados em buscas ou abas específicas. Essa dificuldade objetiva limita o aprofundamento de algumas informações. No sentido de buscar ter acesso a dados mais precisos, foram realizadas tentativas de contato, via

email, solicitando essas informações, porém do total de quinze revistas apenas seis

responderam e dessas somente duas com respostas positivas às solicitações.

As informações solicitadas às revistas foram: “a quantidade de artigos produzidos desde o seu início até 2018; os assuntos mais trabalhados nos artigos publicados; e também a da história da revista.”26

As Revistas Ser Social, Katálysis, Serviço Social & Sociedade e O Social em Questão no retorno dado colocaram que as informações solicitadas estavam disponíveis no site. As três primeiras enviaram o site da revista informado que as informações solicitadas se encontravam nele. Porém, o que foi possível conseguir nos sites foi apenas a quantidade de artigos e especificamente na revista Serviço Social & Sociedade a história. A O Social em Questão solicitou que a contagem da quantidade de artigos fosse realizada de forma manual pela pesquisadora e também que não possuíam as outras informações solicitadas.

A Serviço Social em Revista enviou uma edição que continha a história da revista e que as outras informações estavam no site disponibilizado. A Serviço Social em Perspectiva cedeu informações sobre a criação e enviou o projeto editorial, e as outras informações poderiam ser consultadas no site da revista.

Assim, com as poucas informações que já tinham sido colhidas nos sites antes mesmo desse contato via email e algumas acrescentadas pelas duas revistas que cederam mais alguns dados, além de pesquisas externas na tentativa que colher mais sobre as revistas foi construída uma exposição que não pôde ser linear porque os dados que se tinham de uma revista não eram os mesmos sobre outra.

26

Com o momento da ampliação no Serviço Social na pesquisa através da criação dos programas de pós-graduação stricto sensu com a criação do mestrado e doutorado na área surge a necessidade de difusão desse conhecimento para mediação por Assistentes Sociais Docentes ou não. Então, conforme Prates (2013, p. 214) “a criação da revista Serviço Social e Sociedade em 1979 foi de suma relevância para dar conta desse processo que repercutirá de modo significativo na socialização de produções a partir da década de 80 do século XX.”

A revista Serviço Social e Sociedade é a pioneira. Segundo informações contidas no site, ela é contemporânea ao movimento de Reconceituação e surge num período de efervescência política no país. Em toda sua trajetória trouxe e traz imensuráveis contribuições ao Serviço Social da América Latina, onde a mesma é a única revista que chegou ao número 100. Abrange as mais diversas áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, além de Serviço Social, Políticas Públicas, entre outras. Possui como objetivo

Dar visibilidade à produção acadêmica e profissional de assistentes sociais e de pesquisadores de áreas afins, bem como contribuir com o debate e o aprofundamento crítico e analítico da teoria social, enfocando, preferencialmente, temas que dizem respeito à realidade brasileira e latinoamericana (SERV. SOC. SOC, online).

Após onze anos é criada a Serviço Social & Realidade, fundada em 1991 num contexto de pós-criação da Constituição Brasileira. Está no volume 24 e está vinculada ao Programa de Pós-Graduação de Serviço Social da Universidade Estadual Paulista (UNESP) campus Franca. Sua linha de trabalho é também diversa na área de Serviço Social. (SERVIÇO SOCIAL & REALIDADE, online).

A Revista Praia Vermelha, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é da década de 1990, porém não se conseguiu ter acesso ao ano específico, como também à sua história, por não ser uma revista de acesso livre, mas sim restrito e difícil. Ela tem a periodicidade semestral e seu objetivo é “servir como espaço de diálogo entre centros de pesquisa em serviço social e áreas afins, colocando em debate, sobretudo, os temas relativos às políticas sociais, políticas públicas e serviço social.” (PRAIA VERMELHA, online).

Criada em 1997, a Revista Katálysis, está vinculada ao Programa de Pós- Graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina. Está no volume de número 22 e cada volume possui uma temática específica considerada e escolhida dentro do contexto em questão. É uma das revistas mais difundidas no

Serviço Social, tendo uma grande importância formativa na área. A idéia de criação da revista nasce em 1970, mas devido à diversas dificuldades tem sua criação apenas vinte sete anos depois. (SCHMICKLER, 2007).

Ainda no ano de 1997 é lançada a Revista SER Social, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Política Social da Universidade de Brasília (UnB). Conforme o

site em que está hospedada, a revista destina-se a publicações nacionais e internacionais

sobre as temáticas correlacionadas ao Serviço Social e Políticas Sociais. Tem sua primeira edição no ano mencionado, porém apenas a partir de 1998 passa a ter regularidade semestral, em cada edição possui um tema central e espaço para temas livres. (SER SOCIAL, online).

O ano de 1997 abre uma década de criações de revistas no Serviço Social, são criadas dez revistas nesse espaço de tempo. Sendo uma década importantíssima para a área de Serviço Social, pois em dez anos são criadas dez revistas, ampliando e fortalecendo-o como área do conhecimento e como profissão. Tais revistam resistem até hoje.

A terceira revista criada em 1997 é a Revista Inscrita, especificamente em novembro. Ela é uma produção do Conselho Federal de Serviço Social e não está associada a nenhum programa de pós-graduação. Não possui uma regularidade em suas edições e está em seu 14º volume. Nasce

Com o propósito de contribuir para o debate crítico dos temas relacionados ao serviço social e de incluir cada vez mais o/a assistente social na história de luta por transformações na sociedade brasileira. A revista traz artigos que promovem a atualização do conhecimento e, ao mesmo tempo, se caracterizam como um valioso registro histórico das discussões da categoria. (CFESS, online).

O Social em Questão é criada em 1998 descrita como revista do Departamento

de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUCRIO), vinculada e veículo oficial de publicações de seu programa de pós-graduação. Ela possui publicações quadrimestrais regulares e desde o ano de 2018 passou a ter seus volumes apenas online. Seu objetivo é

Contribuir com a produção de conhecimento, o debate acadêmico e a capacitação docente e discente nas áreas de Serviço Social e afins, e com a construção de agendas em diversas instâncias da sociedade, com vistas a influenciar a construção de políticas públicas que busquem a redução das desigualdades sociais. (O SOCIAL EM QUESTÃO, online).

Em 1998 é criada também outra revista, a Serviço Social em Revista. É vinculada ao Programa de Pós Graduação em Serviço Social e Política Social da Universidade Estadual de Londrina (UEL) no Paraná. Ela nasce com uma publicação em julho de 1998 em comemoração aos 25 anos do curso de Serviço Social na universidade

Essa publicação que recebeu o título de ‘Serviço Social em Revista’ buscava ser um instrumento técnico e político de posicionamento do S. Social naquele momento, no contexto regional e nacional. O 1º volume, dava início a uma trajetória que denotava, antes de tudo, um desafio.” (FORTUNA, 2018, 163).

A Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) cria em 2000 a Revista Temporalis. Uma revista de peso no Serviço Social. Tem na edição, no seu conselho editorial, na comissão editorial grandes nomes do Serviço Brasileiro como Yolanda Guerra, Elaine Rossetti Behring, Ivete Simionato, Maria Carmelita Yasbek, José Paulo Netto, Ana Elizabete Mota, Berenice Rojas Couto, Marilda Iamamoto, entre muitos outros. Ela “objetiva divulgar o debate sobre a formação profissional e a produção de conhecimento em Serviço Social nas suas interfaces com outras áreas de conhecimento” (TEMPORALIS, 2018, p.3).

Criada em 2001, a Revista Libertas é vinculada à Faculdade de Serviço Social e do Programa de Pós Graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Possui publicação semestral e seu

Objetivo é estimular o intercâmbio da produção intelectual acadêmica, de conteúdo crítico, produzida a partir de pesquisas empíricas e teóricas, no âmbito nacional e internacional, sobre temas atuais e relevantes da área do Serviço Social e das Ciências Sociais e Humanas, com as quais mantém interlocução (LIBERTAS, online).

Fundada em 2002 a Revista Serviço Social e Saúde está vinculada ao Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas. A criação da revista conforme Maria Rita Fraga, diretora do Serviço Social do hospital, é “uma iniciativa de caráter coletivo dos Serviços Sociais da Unicamp, que traz uma contribuição nas áreas científicas, sociais e políticas.” (LUCILUS; MANCINE, online).

A Revista Textos & Contextos também criada em 2002 tem se consolidado na área do Serviço Social desde seu início, o qual se deu em comemoração aos 25 anos do mestrado do curso, iniciado em 1977. Vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, possui como objetivo

Contribuir para que ocorra uma maior disseminação da produção do conhecimento em Serviço Social, nos meios acadêmicos e fora deles, no âmbito nacional e internacional. Pretende-se compor estes debates e dar visibilidade para a produção desta área do conhecimento (MENDES, 2002, p. 3-4).

Como última revista dessa década tão importante para a área de Serviço Social tem-se a Revista Em Pauta lançada em 2007. É vinculada ao Programa de Pós- Graduação em Serviço Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Esse periódico tem como objetivo a

Compreensão de determinações e contradições socioculturais que envolvem a esfera da política e o mundo do trabalho, com destaque para as lutas sociais no Brasil e nos países hispano-americanos, em seus embates por políticas públicas, liberdade e democracia. São lutas e processos que, seguramente, circunscrevem a profissão na América Latina e exigem respostas teóricas, políticas, éticas e novas formas interventivas. (REVISTA EM PAUTA, online)

Criada em 2009 a Revista Argumentum, a revista está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Política Social da Universidade Federal do Espírito Santo. Teve periodicidade semestral desde seu início até 2015, desde então passou a ser quadrimestral. A sua missão é “ser um periódico de excelência na área de Serviço Social por meio da publicação de pesquisas, artigos e discussões nos eixos Política social, Estado e Sociedade e suas diversas interações.” (ARGUMENTUM, online).

A revista mais recente da área, Serviço Social em Perspectiva, criada em 2016 com a primeira publicação em 2017, nasce de uma necessidade do corpo docente do curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Montes Claros, Minas Gerais, de publicizar e estimular a produção científica. Tem periodicidade semestral (SESO EM PERSPECTIVA, 2016). Ela é “ao mesmo tempo um espaço para o intercâmbio de ideias produzidas em diversos contextos. Direciona-se a pesquisadores, assistentes sociais e profissionais de áreas afins, pós-graduandos, graduandos” (SESO EM PERSPECTIVA, online).

Anteriormente já foi citado sobre da importância do periódico para as profissões e no Serviço Social não é diferente. Essas 15 revistas trouxeram e trazem contribuições que não são mensuráveis para a profissão e área do conhecimento. No quadro a seguir alguns dados a mais que não foram mencionados ainda serão expostos e analisados. Estando em negrito os dados das revistas em que os artigos elegidos na pesquisa foram encontrados.

Quadro 7 - Dados gerais das Revistas em Serviço Social até 2018

Revista Local Início Qualis Total publ. Publ.

Docência

Temáticas mais

abordadas Antes 2010

Estados dos artigos

Serviço Social & Sociedade Cortez Editora. SP. 1979 A1 352 2 DI - CE, MG.

Serviço Social & Realidade PPGSS. UNESP Franca. 1991 B3 223 1 DI - SP.

Revista Inscrita Brasília. CFESS. 1997 NP 25* 0 DI -

Katálysis PPGSS. UFSC. 1997 A1 310 3 DI - DF, ES/RS, RJ.

Revista SER Social PPGPS UNB. 1997 A2 245* 0 DI -

O Social em Questão PPGSS. PUCRJ. 1998 B2 324* 0 DI 1 (2000)

Serviço Social em Revista UEL. PPGSSPS. (PR) 1998 B2 224 0 DI -

Temporalis ABEPSS. Brasília. 2000 B1 341 2 DI - RN, DF.

Libertas PPGSS UFJF (MG) 2001 B2 258 0 DI -

Serviço Social e Saúde HC Unicamp. Campinas. SP. 2002 B3 227 ₀ DI 1 (2006)

Textos & Contextos PPGSS PUCRS 2002 A2 504 0 DI 1 (2004)

Revista Em Pauta PPGSS. UERJ. 2007 A2 517 0 DI -

Argumentum PPGPS. UFES. 2009 A2 400* 0 DI -

Serviço Social em Perspectiva UNIMONTES - Curso de Serviço

Social (MG) 2017 NP 106 0 DI -

Revista Praia Vermelha PPGSS. UFRJ. 199? NP 125 0 DI -

Total 4181 8 3

* Contagem da Autora NP: Não Possui. _{DI: Dados Inexistentes} Fonte: Elaboração Própria (2019).

Como mencionado no início desse tópico, algumas informações das revistas não foram possíveis de serem conseguidas. Em todas não foi possível saber as temáticas mais abordadas. Outras não disponibilizaram o número total de artigos publicados e foi necessário uma contagem da pesquisadora.

Importante perceber que não há uma autoavaliação constante das revistas quanto, por exemplo, as temáticas publicadas. Não dá para aferir se há ou não um planejamento estratégico em suas temáticas, mas percebe-se não há um trabalho mais aprofundado sobre elas. Não foi pesquisado se existe essa preocupação em revistas de outras áreas, pois não era o foco sair das revistas do Serviço Social, porém é válido ser analisado pelas revistas. Com esse planejamento estratégico e aprofundamento temático elas podem alcançar metas que acrescentariam muito para a área do conhecimento, e mais do que isso fortaleceria a área se, além disso, elas pudessem se articular coletivamente.

No início da pesquisa desta monografia percebeu-se uma tendência das pesquisas sobre revistas usarem como critério de escolha a pontuação Qualis Capesque a revista recebe. E como uma oposição a esse sistema cruel e inconsistente de qualificação das revistas foi decidido que a seleção das revistas a serem pesquisadas não usaria esse critério.

Algumas revistas não possuem a pontuação Qualis Capes: a Revista Inscrita, a qual não possui regularidade em suas publicações e não está vinculada a uma pós- graduação; a Serviço Social em Perspectiva, que foi criada após o resultado de classificação do último quadriênio; e a Revista Praia Vermelha, a qual não foi possível descobrir o motivo e também não respondeu a tentativa de contato realizada.

Do total de quinze revistas apenas quatro possuem publicações na área pesquisada, 27% das revistas. Do total dos 4.181 artigos produzidos os oito encontrados corresponde a aproximadamente 0,2%. Um número alarmante que vai confirmando ao longo deste trabalho a baixa produção sobre a docência.

Outra informação importantíssima de ser ressaltada são as localidades das revistas, apesar de existirem diversos programas de graduação no nordeste e alguns no norte, essas duas regiões não possuem revistas do Serviço Social. Como pode ser visto nos próximos dois gráficos que respectivamente trazem os estados e regiões das revistas.

Gráfico 3 - Revistas de Serviço Social por Estado até 2018

Fonte: Elaboração própria (2019).

Gráfico 4 - Revistas de Serviço Social por Região até 2018

No que se refere à revistas esses quadros mostram o regionalismo ainda bem presente na hierarquia dos cursos e pós-graduações por mais que as outras regiões possuam cursos bem conceituados o sudeste predomina e o norte e nordeste desaparecem. A questão que fica é: por que esse cenário ainda não mudou já que o nordeste possui o percentual aproximado ao sudeste em números de programas de pós- graduação?

A perspectiva é que poderá haver um início de mudanças se ela for enxergada e colocada em debate nos diversos espaços da categoria em níveis locais, regionais e nacionais; outras estratégias associadas criadas e discutidas coletivamente podem contribuir para essa mudança de cenário. Todavia, esse caminho à mudança certamente não será linear devido à totalidade de enfrentamentos que envolvem o Ensino Superior Brasileiro. Iamamoto (2014, p. 625) faz uma contribuição sobre todo esse cenário chamando à coerência e trazendo que

A construção coletiva de proposta de formação acadêmica no Serviço Social norteia-se pela defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade, direcionada aos interesses da coletividade e enraizada na realidade regional e nacional; a universidade que cultiva razão crítica e o compromisso com valores universais, coerente com sua função pública, não limitada e submetida a interesses particulares exclusivos de determinadas classes ou frações de classes; uma instituição a serviço da coletividade, que incorpore os dilemas regionais e nacionais como matéria da vida acadêmica, participando da construção de respostas aos mesmos no âmbito de suas atribuições. 3.3 Abordagens das publicações sobre o exercício da docência: procurando agulha no palheiro

É preciso reafirmar que a presente pesquisa buscou artigos em todas as revistas de Serviço Social, vinculadas ou não a programas de pós-graduação, mas que fossem exclusivamente da área. Realizaram-se buscas de artigos online em todos os sites os quais as revistas estão hospedadas com período datado aberto, pois não existia a opção de seleção de tempo na maioria deles, e com os termos "serviço social", “docência”, “docente”, “professor”, “ensino”. Um dado interessante é que quando havia resultado nas buscas mesmo alterando os termos apareciam os mesmos artigos.

Depois do resultado da seleção os artigos foram lidos verificando o alinhamento com a pesquisa considerando se estavam dentro da temática da docência em Serviço Social, se foram produzidos por Assistentes Sociais e se foram publicados entre 2010 e 2018. O resultado final foram oito artigos em quatro revistas diferentes, os quais serão expostos a seguir. A apresentação das publicações e suas abordagens serão realizadas sequencialmente considerando a data de publicação. Assim, iniciando dos mais antigos

até os mais recentes. Ressalta-se que as análises após as apresentações dos artigos referem-se aos resultados encontrados especificamente nas revistas de Serviço Social.

O primeiro artigo, de 2012, é da Revista Serviço Social & Realidade intitulado “Reflexões Sobre o Trabalho Docente no Contexto Universitário” das autoras Tatiana M. C. Souza e Cirlene A. H. S. Oliveira. Sendo a primeira psicóloga, mestra e doutora em Serviço Social e a segunda graduada, mestra e doutora em Serviço Social, ambas docentes e formadas pela UNESP/Franca.

Souza e Oliveira (2012) trazem em seu artigo algumas análises por meio de pesquisa bibliográfica acerca do trabalho docente no meio universitário e fazem partindo da subjetividade do professor em tal contexto com vistas em “busca conhecer e compreender tal subjetividade e suas implicações no processo de construção de conhecimento” (p. 84). Para isso em um texto corrido perpassam e analisam assuntos como o docente em sua carreira, concepções antigas e atuais acerca dele, sua constituição subjetiva; a categoria marxiana trabalho; o exercício docente e suas implicações cotidianas; ausência de formação para a atuação no ensino superior.

Olhando para o título, suas palavras-chave, seu resumo e conteúdo, na leitura pode-se perceber que o título engloba o assunto, porém poderia ser mais específico quanto ao conteúdo tratado. Além disso, o texto contém um bom desenvolvimento e é o único dentre todos que tem sua ênfase no exercício docente em si mantendo-o como central durante sua construção.

O segundo artigo, de 2014, da Revista Serviço Social & Sociedade tem por título “Condições sócio-ocupacionais do trabalho docente e a formação profissional” da autora Marina Barbosa Pinto. A qual é graduada e mestra pela UFRJ, doutora e docente pela UFJF, todos em Serviço Social.

Marina Pinto (2014) em seu texto permeia as condições do Ensino Superior como espaço sócio-ocupacional ao docente e o faz através de pesquisa bibliográfica. Seu objetivo é “problematizar a formação profissional dos assistentes sociais (...), refletir sobre as condições sócio-ocupacionais no ensino superior, seja no âmbito público ou no privado” (p. 663). Em seu trajeto de construção a autora trata o trabalho docente, seus contornos e sua organização; as suas condições sócio-ocupacionais; o surgimento do novo ethos docente devido à formação profissional em Serviço Social como mercadoria e os rebatimentos na docência.

O texto alinha desenvolvimento e conclusão, conseguindo acrescentar informações significativas sobre a formação em Serviço Social com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e analisando a

realidade cada vez mais presente da oferta dos cursos ofertados majoritariamente em instituições privadas, com um número superior de cursos e vagas oferecidas quando comparados a instituições públicas. E conclui propondo a organização coletiva e de classe para o enfrentamento às políticas neoliberais para a educação, juntamente a um fortalecimento do compromisso coletivo com a classe trabalhadora. Assim, ainda que