1) Desastres naturais e sociais
São vários os eventos que podem ocorrer com impactos significativos na SATA na medida em que colocam em causa o planeamento efectuado e constrangimentos na rede. Eventos climáticos (maremotos, terramotos, nevoeiros fortes e cinzas vulcânicas) e eventos sociais (guerras civis, greves, acções terroristas) são difíceis de gerir e além de provocarem constrangimentos sociais, que são um factor relevante dado o carácter regional da SATA, podem acarretar perdas de receita significativas e/ou custos adicionais.
Como mitigar?
Na sua mitigação, a SATA gere o impacto da sua ocorrência contratualizando seguros para garantir a continuidade do negócio e os objectivos estratégicos.
Além disso, e como já referido na mitigação do risco de Safety&Security, existe na SATA desde 2007, um Grupo de Gestão de Emergência que gere todas as situações de crise que possam ocorrer, em particular as relacionadas com desastres naturais. Esta equipa está estruturada e actua de acordo com o Manual de Procedimentos de Emergência, para dar uma resposta rápida, adequada e fiável aos stakeholders envolvidos.
55 2) Riscos políticos
A SATA é uma empresa detida a 100% por capitais públicos. Cumpre, desta forma, obrigações de serviço público, ou seja, obrigações definidas a nível regional e nacional, que visam garantir e facilitar as ligações aéreas entre as ilhas dos Açores e as da Madeira, entre as duas Regiões Autónomas e entre os Açores e o Continente. A actividade da SATA , as suas orientações e
objectivos estratégicos estão, assim, expostos, a mudanças de natureza política e legislativa quer a nível regional, quer a nível nacional.
Também, e tal como no risco de marca, as consequências dos eventos de risco político têm impactos na reputação e notoriedade da SATA junto dos seus principais stakeholders, exigindo, no seu relacionamento, um tratamento cuidado e fiável destas matérias.
Como mitigar?
A SATA adopta uma postura de diálogo e conversação de base diária com o seu accionista no sentido de lhe providenciar feedback do cumprimento dos objectivos definidos e de todos os temas que a Gestão considere relevante analisar, de acordo com as exigências do mercado e da actividade operacional da SATA.
3) Danos na frota
A SATA detém uma frota para realizar a sua operação e necessita que ela esteja preparada e reúna todas as condições de segurança. Actualmente a gestão da frota é assegurada pelos departamentos operacionais de Continuidade e Aeronavegabilidade (SATA Internacional) e Manutenção e
Engenharia (SATA Air Açores) para garantir que as aeronaves estão aptas para a realização de voos e são reparadas, quando necessário, pelos técnicos mais competentes e adequados.
Como mitigar?
O impacto deste risco pode assumir 3 tipos de criticidades: a) média, nos casos em que o dano provocado resulta na paragem da aeronave ou no cancelamento do voo; b) alta, quando o dano causado é estrutural e requer a substituição da aeronave; e c) critica quando se dá a perda total da aeronave. Para os mitigar, as empresas de transporte aéreo da SATA (SATA Internacional e SATA Air Açores) são certificadas (AOC – Air operator’s certificate) pelas entidades creditadas para a prática de voos comerciais. A manutenção desta creditação implica uma monitorização atenta e cuidada dos seus requisitos e medidas de conformidade, que são devidamente avaliadas nas auditorias internas e externas a que estão sujeitas regularmente.
Além disso, são efectuados contratos de seguros que minimizam a exposição da SATA aos danos/perdas de frota.
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Riscos Financeiros
Relativamente aos riscos financeiros, importa destacar que é efectuada na SATA uma monitorização mensal dos principais riscos financeiros a que está sujeita a actividade da companhia. Esse controlo está formalizado e identifica:
o Director Administrativo e Financeiro e o CFO como os seus principais owners;
os níveis de risco a assumir por cada tipo de risco identificado;
a periodicidade de reporte desses riscos; e;
a escala de classificação da taxa de cobertura de cada risco.
De seguida destacam-se os principais riscos analisados e salientam-se as principais acções de mitigação efectuadas.
1) Preço do Jet Fuel
A SATA consome cerca de 72 milhões de toneladas por ano de combustível, o que representa cerca de 30% do total de custos operacionais. A volatilidade dos preços tem um impacto significativo nos resultados operacionais e pode condicionar a disponibilidade de tesouraria de curto e médio prazo e impactar decisões de investimento no longo prazo.
Como mitigar?
A SATA contrata operações de hedging num total variável que poderá ir até 80% do total de consumo anual de Jetfuel sendo o horizonte temporal das operações até 24 meses, ao mesmo tempo que assegura uma monitorização cuidada e periódica da variação dos preços de petróleo..
2) Risco cambial
A exposição da SATA a este risco traduz-se no desequilíbrio entre as receitas e os gastos
denominados em USD, sendo a SATA deficitária em USD em face da generalização desta moeda como unidade de conta e de pagamento na aviação. As principais divisas transaccionadas na SATA são o Dólar Americano, Dólar Canadiano e Libra Esterlina, sendo a SATA excedentária em todas as moedas à excepção do Dólar Americano.
Como mitigar?
A conciliação entre pagamentos e recebimentos nas divisas originais permite uma análise mais assertiva da posição cambial da SATA. Esta actividade permite à SATA quantificar a sua exposição às divisas referidas (Dólar Americano, Dólar Canadiano e Libra Esterlina), contratando operações de hedging sempre que necessário para mitigação do risco cambial a que está exposta. Existem
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ainda transacções noutras divisas estrangeiras que, no entanto, não têm a relevância das enumeradas, razão pela qual não é contratada qualquer operação de hedging.
3) Risco de crédito
As transacções realizadas pela SATA aumentam a sua exposição ao risco de crédito, na medida em que a sua contraparte pode não cumprir com as suas obrigações contratuais.
Como mitigar?
A existência de uma política de limites de crédito, operacionalizada e assegurada pelo
Departamento de Contas de Receber, garante que o processo de cobrança é efectuado nos termos contratuais definidos. Semanalmente, monitorizam o saldo de clientes e analisam o seu impacto na posição financeira da SATA, tomando as acções e as iniciativas necessárias para a optimizar, sempre validadas pelo CFO do grupo. Neste processo, o departamento financeiro conta com a colaboração do departamento jurídico que procura garantir a transparência nos contratos negociados para minimizar a exposição da SATA ao incumprimento. Mensalmente é enviado automaticamente para o CA um relatório com os saldos devedores já vencidos incluindo-se ainda o atraso médio ponderado.
Adicionalmente importa referir que a SATA monitoriza e contrata operações de hedging para a cobertura do risco associado à taxa de juro.
4) Revenue Managment
A receita da SATA é altamente sensível às condições económicas e financeiras dos mercados onde a SATA opera. O mercado nacional identifica-se com especial destaque, já que se encontra neste momento a atravessar uma grande crise económica com repercussões a nível do poder de compra, das condições de vida e das condições sociais em geral.
Como mitigar?
O Departamento de Revenue Managment assegura uma gestão e controlo diário da receita assegurando que as melhores tarifas são colocadas à disposição dos clientes ao mesmo tempo que zela pela posição financeira da SATA. Existe uma interacção permanente deste departamento com o departamento financeiro, no sentido de avaliar os impactos da receita na posição financeira da SATA como forma de honrar os seus compromissos financeiros de médio e longo prazo.
58 5) Cobertura de CO2
Tal como qualquer companhia aérea cujos voos têm destino ou origem num aeródromo situado no território de um Estado-Membro da União Europeia., a SATA cumpre com a regulação emitida pelo Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), que tutela a emissão de gases com efeitos de estufa nos vários sectores de actividade. Ao abrigo desta regulação, as organizações devem realizar uma monitorização das quantidades emitidas e assegurar o seu reporte periódico. Ao abrigo da referida legislação a SATA apresentou atempadamente às autoridades competentes os planos de monitorização e dados operacionais por forma a obter licenças de emissão de CO2 gratuitas para o primeiro período de inclusão da aviação no CELE, ou seja 2012 e 2013. As licenças gratuitamente atribuídas não serão suficientes para suprir todas as necessidades do grupo pelo que será
necessário proceder à aquisição em mercado das licenças em falta. Como mitigar?
Para mitigação deste risco são identificadas 3 acções de mitigação.
A primeira prende-se com a monitorização do volume de emissões, na qual a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) obriga às companhias aéreas à elaboração de um Relatório de Emissão de CO2. Este relatório foi entregue pela SATA em Março de 2011, cumprindo com este requisito de
comunicação. Também, para a sua contabilização e controlo existe um manual de monitorização onde são reportadas as quantidades de CO2 emitidas. O inventário destas quantidades é efectuado trimestralmente, através de uma aplicação informática desenvolvida internamente de acordo com os requisitos da APA. Para mais detalhe do tratamento que é dado ao CO2 na SATA, consultar o Relatório de Sustentabilidade, capitulo 4, secção 4.2.
A última acção de mitigação que importa referir prende-se com a aquisição de licenças de emissão adicionais a que está sujeita a SATA, caso exceda o volume de emissões constantes nas licenças de emissão gratuitas atribuídas. Desta forma, o Departamento financeiro com a colaboração do CFO asseguram que são efectuadas as coberturas financeiras necessárias. No início de 2012 foi realizada uma operação de cobertura de risco preço das licenças de CO2 com o objectivo de suprir este risco relativamente às licenças a adquirir para fazer face à actividade de 2012.
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