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Saúde do trabalhador no SUS

No documento Educação para a Segurança do Trabalho (páginas 39-43)

trabalhador no Brasil

6.2 Saúde do trabalhador no SUS

Você sabia que é conhecido hoje como Siste- ma Único de Saúde teve várias fases e diferen- tes configurações? Inicialmente foi instituído o Sistema Nacional de Saúde (SNS), pela Lei nº 6.229/75. Em 1987, pelo Decreto nº 94.657 fo- ram criados os Sistemas Unificados e Descentra- lizados de Saúde (SUDS), nos Estados, visando passar para Estados e Municípios as ações de saúde. Posteriormente a Constituição Federal de 1988 tratou a saúde como uma das áreas da Seguridade Social (art. 194, caput) e instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS). Neste as ações e serviços públicos integram uma rede regionalizada e hierarquizada, organizada de acordo com as diretrizes fixa- das nos incisos do art. 198 da Constituição Federal.

Aula 6 - Proteção à saúde do trabalhador no Brasil

Figura 6.1:Trabalhadores Fonte: Fonte: http://www.blackinfo.net/

A Lei nº 8.080/90, chamada Lei Orgânica da Saúde, regulamentou o SUS.

A Lei nº 8.689/93 extinguiu o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS).

A Lei nº 8.212/91, chamada Lei Orgânica da Seguridade Social, dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Traz em seu art. 2º que:

Art. 2º A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido me- diante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

O Sistema Único de Saúde envolve ações preventivas e curativas e poderá contar, supletivamente, com o auxílio da medicina privada.

O financiamento se dá com recursos do orçamento da seguridade social incluindo recursos fiscais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de contribuições sociais listadas no art. 195, incisos I, II e III da Constituição Federal, além de outras fontes.

Cabe à União a responsabilidade de regulamentar, fiscalizar e controlar as ações e os serviços de saúde, pois a ela compete estabelecer normas gerais e partilhar da competência concorrente com os Estados, e o Distrito Federal.

Como saúde do trabalhador pode-se entender um conjunto de atividades que se destina, por meio das ações de vigilância sanitária e vigilância epide- miológica, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, bem como a recuperação e a reabilitação da saúde dos trabalhadores sujeitos aos riscos e agravos decorrentes das condições de trabalho. Segundo Márcia Flávia Santini Picarelli, envolve várias atividades específicas, dentre elas: assistência ao trabalhador acidentado ou portador de doença profissional; participação em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde, existentes no processo de trabalho; avaliação dos impactos que as tecnologias provocam à saúde; informação ao trabalhador, à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidente do trabalho, doença profissional e do trabalho; participação na normatização, na fisca- lização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; garantia ao sindicato dos trabalhadores de re- querer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou

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de todo o ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou a saúde dos trabalhadores.

Como vigilância sanitária entende-se um conjunto de ações capaz de eli- minar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sani- tários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Faz parte do poder de polícia do Estado.

Entende-se como epidemiologia, segundo Maria Cristina Galafassi, “o es- tudo da distribuição de uma doença ou de uma condição fisiológica em determinada população e dos fatores que influenciam essa distribuição.” O levantamento epidemiológico é instrumento para medir os problemas de saúde ocupacional. Os registros realizados possibilitam a adoção de medidas visando evitar as epidemias e proteger a saúde do trabalhador.

O Ministro de Estado da Saúde, através da Portaria nº 1.339/GM, de 18 de novembro de 1999, instituiu nova lista de doenças relacionadas ao trabalho, a ser adotada como referência dos agravos originados no processo de traba- lho no Sistema Único de Saúde, para uso clínico e epidemiológico, visando colaborar no estabelecimento de políticas públicas no campo da vigilância da saúde dos trabalhadores.

Resumo

Nesta aula estudamos veremos como a saúde do trabalhador se encontra resguardada no Brasil por instrumentos internacionais ratificados pelo país, e por diversas normas legais e regulamentares.

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Nesta aula vamos conhecer algumas das normas que visam dar pro- teção aos trabalhadores, e com as quais você irá trabalhar diaria- mente na profissão que escolheu. Vamos tratar da Lei nº 6.514/77, que alterou o capítulo da CLT referente à segurança e medicina do trabalho. Também serão abordadas as tão comentadas Normas Regulamentadoras (NR), aprovadas pela Portaria nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho.

Ao final desta aula teremos condições de apontar a normatização vigente e disciplinadora de cada aspecto da segurança do trabalho.

7.1 Lei nº 6.514/77

A Lei nº 6.514/77, que altera o Capítulo V, do Titulo II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à segurança e medicina do trabalho e dá outras providências é um verdadeiro marco na proteção do trabalhador. Essa Lei deu nova redação aos artigos 154 a 201 da CLT.

Alterou a denominação do CAPÍTULO V da CLT para “Da Segurança e da Medicina do Trabalho”, dando maior alcance à matéria, uma vez que o título anterior “Da Segurança e Higiene do Trabalho” era mais restrito. Comenta Sérgio Pinto Martins que “o uso da palavra higiene mostrava o enfoque que era feito apenas quanto à conservação da saúde do trabalhador”. E sobre a nova denominação, complementa: “o vocábulo medicina é mais abrangen- te, pois evidencia não só o aspecto saúde, mas também a cura das doenças e sua prevenção no trabalho”.

7.2 Portaria nº 3.214/78 do Ministério do

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