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3 CIDADES MÉDIAS NO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL:

3.3 SANTO ÂNGELO

Emancipada de Cruz Alta em 1873, Santo Ângelo é conhecida como "Capital das Missões" por fazer parte dos Sete Povos das Missões. De acordo com dados do IBGE, no período de 1930-1979 a cidade apresentava enorme desenvolvimento econômico e industrial, porém nos anos 80 ocorreram diversas emancipações, reduzindo o território de Santo Ângelo em 10%.

Figura 5 – Mapa de Santo Ângelo

Fonte: Google Maps.

A cidade é reconhecida como Polo Educacional, com quatro instituições de ensino superior, a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA), a Uníntese e uma Unidade da Faculdade Integrada FEMA e a FASA - Faculdade Santo Ângelo. Em 2010 o IDH santo-angelense atingiu 0,772, elevando o desenvolvimento do município.

Foram os jesuítas os primeiros desbravadores da área em que se situa o município de Santo Ângelo, ao tempo em que a região estava compreendida nos domínios espanhóis da margem esquerda do rio Uruguai. Coube ao padre Roque Gonzales, mais tarde morto pelos nativos, transpor o Uruguai em 1626, e iniciar o estabelecimento de reduções para catequese dos indígenas.

Depois de sua morte em 15 de novembro de 1628, outros jesuítas continuaram a obra, chegando a fundar, até 1634, dezoito reduções, duas das quais em terras do atual município de Santo Ângelo: a de São Carlos de Capi, erigida em 1631 pelos padres João Mola e Felipe Viveiros, e a de Apóstolos de Caçapaguaçu, à margem direita do rio Ijuizinho, criada dois anos mais tarde pelo padre Adriano Crespo. Os dados históricos, oriundos de arquivos atualmente disponíveis na internet, mostram a grande influência da cultura indígena nos primórdios da região. A presença jesuíta trouxe as primeiras marcas da conquista europeia sobre os nativos da terra, repetindo assim a história que já conhecemos ao revisitar o passado de Cruz Alta e de Ijuí.

A “Capital das Missões”, como é chamado o município, destaca-se como um centro de serviços públicos, por sediar vários órgãos das esferas estadual e federal. Terra com história riquíssima e belezas naturais e arquitetônicas, Santo Ângelo desponta novamente como um dos polos do Noroeste do Rio Grande do Sul, mostrando sua beleza e potencial. São fatores que se consolidaram ao longo do tempo como diferenciais da cidade, e fizeram-na ponto de convergência de outros municípios da região. Entre esses fatores, está a herança cultural, marcada pela miscigenação.

O município possui uma rica cultura, graças à diversidade de etnias que se estabeleceram com a vinda dos imigrantes. As etnias que mais se destacam são de origem alemã, italiana, espanhola e portuguesa. A cidade possui um comércio bem estruturado, conta com inúmeras opções no setor de prestação de serviços, bons locais para entretenimento e lazer, boa gastronomia e hotelaria. O turismo é importante atividade econômica no município.

Santo Ângelo pertence ao Corede Missões, Região Funcional 7, é o quarto município mais populoso do Noroeste Rio-Grandense e o 27º mais populoso do Rio Grande do Sul.

O COREDE Missões comparado aos COREDEs da Região Funcional 7, base econômica do COREDE Missões, está voltado à Agropecuária, destacando-se a criação de suínos e bovinos, além do cultivo de soja, milho, trigo e mandioca.

Com pouca participação, a Indústria está ligada ao beneficiamento de produtos primários. Merece destaque também o turismo histórico e cultural, com os sítios arqueológicos remanescentes das Reduções Jesuíticas de São João Batista, em Entre-Ijuís; de São Lourenço, em São Luiz Gonzaga; de São Miguel das Missões e de São Nicolau (ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, 2015).

O município se encontra no Nível Médio de desenvolvimento, destacando-se favoravelmente no ranking estadual, com 0,745, e possui valor de IDESE maior que a média do Estado (ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, 2015).

Segundo o FEE/RS, Santo Ângelo conta com uma população de 79.422 habitantes (2017). A densidade demográfica é de 112,09 hab/km2 (2010). O coeficiente de Mortalidade Infantil (2016) é de 10,68 por mil nascidos vivos. A área do Município totaliza 680,5 km2. A escolaridade dos entrevistados em Santo Ângelo revela que 85% possuem grau superior.

A base da economia do município está na exploração agropecuária. Os principais produtos cultivados são soja, milho e trigo. Na pecuária, destacam-se as criações de bovinos e suínos.

O crescimento de Santo Ângelo nos últimos tempos foi marcado pela presença da educação e dos serviços, o que vem trazendo novas perspectivas para o desenvolvimento da cidade em todos os níveis – econômico, social e cultural. Exemplo disso são as iniciativas de incentivo ao turismo, que buscam resgatar a rica tradição missioneira presente na arquitetura e na herança cultural da cidade.

O crescimento da oferta de vagas no ensino superior privado é outro sinal dessa capacidade do município em formar a base de recursos humanos necessários para atuar nas mais diversas áreas do mercado de trabalho, contribuindo para reforçar a identidade de Santo Ângelo como polo regional de excelência em educação.

Tudo isso se soma para colocar a cidade entre as referências em sua área geográfica, o que faz referi-la, aqui, como cidade de porte médio. Tal como aponta a bibliografia previamente revisada (PEREIRA, 2005; SPOZITO, 2007), as cidades de porte médio representam a intersecção entre os pequenos e os grandes centros, e têm por característica agregar valor às atividades de que participam, transformando-se em pontos de convergência para outras cidades.

A Capital Missioneira é um dos municípios que desponta, na região de sua abrangência, como polo agregador e gerador de desenvolvimento em termos econômicos e culturais.

A última das cidades que vamos descrever fica mais ao norte do estado e sua alcunha já mostra o peso de sua atuação na região e no país: é Santa Rosa.