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SEFISC SISTEMA ELETRÔNICO ÚNICO DE FISCALIZAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL

No documento SIMPLES NACIONAL INSTRUTORA CLAUDIA ROVERI (páginas 87-96)

V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;

SEFISC SISTEMA ELETRÔNICO ÚNICO DE FISCALIZAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL

Com a disponibilização do SEFISC, as regras concernentes à fiscalização dos contribuintes do Simples Nacional passaram as seguintes:

01) A fiscalização ficou sob a responsabilidade da União, dos Estados e do Distrito Federal, dependendo da localização do estabelecimento. E, quando se tratar de empresa prestadora de serviços, a competência também será dos Municípios, observada a LC 116/03.

A ação fiscal deverá abranger todos os estabelecimentos da empresa, ainda que estabelecidos em outros municípios e/ou estados, independentemente das atividades exercidas.

02) Na hipótese de realização, por Secretaria de Fazenda ou de Finanças de Estado, do Distrito Federal ou de Município, de ação fiscal em contribuinte com estabelecimento fora do seu território, a administração tributária do outro ente federativo deve ser comunicado para que, havendo interesse, se integre à ação fiscal. A comunicação deve ser feita por meio eletrônico, com antecedência mínima de 10 dias.

03) As Secretarias de Fazenda ou de Finanças dos Estados poderão celebrar convênio com os Municípios de sua jurisdição para atribuir a estes a fiscalização de empresas que não façam prestação de serviços.

37 São os serviços de construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; e de serviço de vigilância, limpeza ou conservação.

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04) A competência para fiscalizar poderá ser plenamente exercida pelos entes federativos, de forma individual ou simultânea, inclusive de forma integrada, mesmo para períodos já fiscalizados.

05) No caso de períodos já fiscalizados ou em fiscalização, a autoridade fiscal deverá tomar conhecimento para evitar duplicidade de lançamentos.

06) O planejamento das ações tributárias será feito de acordo com as diretrizes de cada ente tributante.

O SEFISC foi regulamentado através do art. 78 da Resolução 94/11:

01) As ações fiscais serão registradas no Sistema Único de Fiscalização, Lançamento e Contencioso (Sefisc), disponibilizado no Portal do Simples Nacional, com acesso pelos entes federados.

02) O mesmo ente tributante que abrir ação fiscal deverá encerrá-la, de acordo com os prazos previstos em sua legislação. O início da ação fiscal deve ser registrado em até 07 (sete) dias.

03) O Sefisc conterá relatório gerencial com informações das ações fiscais em determinado período.

04) A Fazenda que iniciar a ação fiscal deverá registrar, no mínimo, os seguintes dados:

- data de início da fiscalização;

- abrangência do período fiscalizado;

- os estabelecimentos fiscalizados;

- informações sobre:

a) planejamento da ação fiscal, a critério de cada ente federado;

b) fato que caracterize embaraço ou resistência à fiscalização;

c) indício de que o contribuinte esteja praticando, em tese, crime contra a ordem tributária;

d) fato que implique hipótese de exclusão de ofício do Simples Nacional;

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- resultado, inclusive com indicação do valor do crédito tributário apurado, quando houver;

- data de encerramento.

A entrega do AINF e demaisdocumentos emitidos em procedimento fiscal podem ser

entregues ao sujeito passivo:

01) em meio impresso;

02) mediante utilização do sistema de comunicação eletrônica; ou

03) em arquivos digitais, devendo, neste caso, ser entregues também em meio

impresso:

a) os termos, as intimações, o relatório fiscal e a folha de rosto do AINF; ou

b) somente os termos e as intimações, desde que o relatório fiscal e a folha

de rosto do AINF sejam assinados com certificado digital, e possam ser

validados em endereço eletrônico informado pelo autuante.

No caso da entrega ser feita em arquivos digitais:

o os documentos serão entregues ao sujeito passivo por meio de mídia não regravável; e

o a entrega dos documentos será feita com o respectivo termo de encerramento e ciência do lançamento, no qual devem constar a descrição do conteúdo da mídia digital, o resumo do crédito tributário lançado e demais informações pertinentes ao encerramento.

11.2 – Contencioso Administrativo e Judicial

11.2.1 – CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO (art. 39, §§ 4°, 5° e 6° da LC 123/06).

O processo contencioso administrativo está regulado no art. 39 da LC 123/06 c/c art. 109 da Resolução 94/11, e as regras são as seguintes:

01) O julgamento do contencioso administrativo relativo ao Simples Nacional será de competência do órgão julgador do ente federativo que praticar o ato administrativo.

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02) Serão objeto de julgamento o lançamento, o indeferimento da opção ou a exclusão de ofício.

03) A exceção fica por conta dos caso em que o contribuinte exerça atividades incluídas no campo de incidência do ICMS e do ISS e seja apurada omissão de receita de que não se consiga identificar a origem, quando o julgamento caberá ao Estado ou ao Distrito Federal do Município autuante, salvo na hipótese de o lançamento ter sido efetuado pela RFB, caso em que o julgamento caberá à União.

04) O Município poderá, mediante convênio, transferir a atribuição de julgamento exclusivamente ao respectivo Estado em que se localiza.

05) O indeferimento da opção e a exclusão de ofício poderão ser julgados em órgão diverso do competente para julgar os lançamentos.

DICA!

O Município pode prever um procedimento mais ágil e sumário para julgar tanto os casos de exclusão quanto os de indeferimento, já que nesses casos a situação do contribuinte fica em suspenso enquanto não houver o julgamento final.

11.2.2 – PROCEDIMENTOS.

01) As regras aplicáveis ao contencioso administrativo serão aquelas previstas na legislação deste ente federativo responsável pelo julgamento.

02) O ente federado que considerar procedente recurso administrativo do contribuinte contra o indeferimento de sua opção deverá registrar a liberação da respectiva pendência em aplicativo próprio disponível no Portal do Simples Nacional.

03) O deferimento da opção será efetuado automaticamente pelo sistema do Simples Nacional caso não tenha havido pendências com outros entes federados, ou, se existirem, após a liberação da última pendência que tenha motivado o indeferimento.

04) Aplica-se aqui também as regras referentes ao sistema eletrônico de comunicação, previsto no art. 110 da Resolução 94/11.

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11.2.3 – CONSULTA

As regras concernentes ao processo de consulta estão previstas no art. 40 da LC 123/2006 c/c arts. 113 e 114 da Resolução 94/2011.

01) As consultas poderão ser solicitadas pelo contribuinte da obrigação principal e pelo contribuinte da obrigação acessória, e ainda por entidade representativa de categoria econômica ou profissional, caso haja previsão na legislação do ente federado competente.

02) No caso da ME ou da EPP possuírem mais de um estabelecimento, a consulta deve ser feita pela matriz e comunicada aos demais estabelecimentos, exceto nos casos de consulta do ICMS ou do ISS.

03) A consulta poderá ser respondida em única instancia, sem direito de recurso, exceto quando a legislação do ente federativo preveja o recurso de divergência.

04) É competente para solucionar a consulta: o Estado ou o Distrito Federal, quando se tratar do ICMS; o Município ou o Distrito Federal, na hipótese do ISS; o Estado de Pernambuco, quando se referir ao ISS no Distrito Estadual de Fernando de Noronha; e a RFB, nos demais casos.

05) A consulta formalizada junto a ente não competente para solucioná-la será declarada ineficaz.

06) Na hipótese de a consulta abranger assuntos de competência de mais de um ente federado, o contribuinte deverá formular consultas em separado para cada administração tributária.

07) Caso seja consulta em matéria para a qual seja incompetente, a administração tributária receptora declarará a ineficácia da consulta.

08) Será observada a legislação de cada ente competente quanto ao processo de consulta, no que não colidir com a Resolução 94/11.

09) Os entes federados terão acesso ao conteúdo das soluções de consultas relativas ao Simples Nacional.

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11.2.4 – COBRANÇA JUDICIAL.

As regras referentes à cobrança judicial estão previstas no art. 41 da LC 123/06 e arts. 125 a 128 da Resolução 94/11.

11.2.4.1 – Competência da PGFN e exceções.

Inicialmente absoluta, a competência da PGFN para executar créditos tributários do Simples Nacional agora comporta três exceções:

01) O crédito tributário decorrente de auto de infração lavrado exclusivamente em face de descumprimento de obrigação acessória prevista na legislação do ente federativo;

02) A cobrança judicial dos valores devidos pelo MEI, no tocante aos créditos do ICMS e do ISSQN;

03) A existência de convênio para transferência dos créditos do ICMS e do ISSQN para Estados e Municípios, que será visto no próximo tópico.

Também é de competência da PGFN a cobrança dos valores declarados e não pagos no PGDAS e na DEFIS.

Portanto, restou aos demais entes federados somente a cobrança dos valores acima, já que os créditos decorrentes de lançamento de ofício, decorrente da não declaração do contribuinte, também deverão ser inscritos na DAU (art. 125, §§ 1° e 2° da Resolução 94/11).

11.2.4.2 – Convênio entre a PGFN e os Municípios para inscrição em Dívida Ativa e cobrança do ISS (art. 41, § 3° da LC 123/06 c/c arts. 126 e 127 da Resolução 94/2011).

Mediante convênio, a PGFN poderá delegar aos Estados e Municípios a inscrição em dívida ativa estadual e municipal e a cobrança judicial do ICMS e do ISSQN.

A existência do convênio implica a delegação pela União, da competência para a administração, a inscrição, a cobrança e a defesa relativas ao ICMS ou ao ISS, ficando

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ressalvado o direito da União, representada pela PGFN, integrar a demanda na qualidade de interessada.

Depois da transferência dos dados relativos aos débitos de ICMS ou de ISS ao Estado ou Município que tenha firmado o convênio, a responsabilidade pela sua administração fica transferida ao respectivo ente federado.

Na área restrita para acesso aos entes tributantes, há um manual orientando como esse convênio pode ser firmado. Basicamente há dois modelos: o convênio integral e o convênio parcial.

Na modalidade de convênio total, A PGFN manterá a sua competência exclusiva para inscrição e ajuizamento dos débitos fiscais relativos a impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional, que são de competência da União.

Ao ente convenente, contudo, caberá a inscrição e o ajuizamento dos débitos declarados e não pagos, assim como os constituídos por lançamento de ofício decorrentes de autos de infração lavrados pelo convenente durante a chamada fase transitória de fiscalização e que abranjam apenas créditos próprios.

Será atribuição do convenente, também, a inscrição e cobrança dos tributos de sua competência lançados de ofício por meio do Sistema Único de Fiscalização, Lançamento e Contencioso – SEFISC.

Na modalidade de convênio parcial, a PGFN manterá a sua competência exclusiva para inscrição e ajuizamento dos seguintes débitos fiscais:

 decorrentes de tributos federais lançados durante a fase transitória;

 decorrentes de tributos federais, estaduais ou municipais lançados após o implemento do aplicativo unificado de lançamento.

Já os Estados, Distrito Federal e Municípios terão competência para inscreverem e ajuizarem os créditos de sua competência tributária lançados de ofício durante a fase transitória do Simples Nacional.

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Ressalte-se que o convênio parcial apenas abrange os créditos constituídos mediante lançamento de ofício. Os créditos declarados (mediante DASN) e não pagos pelo contribuinte são administrados pela SRFB. Em não havendo pagamento, a PGFN inscreve em dívida ativa e promove a sua cobrança judicial, se for o caso.

ATENÇÃO!!!!!

De acordo com os incisos I e II, do artigo 1o, da Portaria MF no 75, de 22 de

março de 2012, a PGFN não inscreve em Dívida Ativa da União débitos de um mesmo devedor, cuja soma for igual ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais), bem como não ajuíza execução fiscal igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

11.3 – Infrações e Penalidades

As penalidades estão previstas tanto na LC 123/06 quanto no art. 88 da Resolução nº 94/2011. São elas:

10.2.1 – PENALIDADES POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL  75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença do tributo não pago

ou recolhido;

 150% (cento e cinqüenta por cento) sobre a totalidade ou diferença do tributo não pago ou recolhido, nos casos de sonegação, fraude e conluio, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis;

 112,50% (cento e doze e meio por cento) sobre a totalidade ou diferença do tributo não pago ou recolhido, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para prestar esclarecimentos ou para apresentar arquivos ou documentação técnica referentes aos sistemas eletrônicos de processamento de dados utilizados para registrar negócios e atividades econômicas ou financeiras, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contábil ou fiscal;

 225% (duzentos e vinte e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença do tributo não pago ou recolhido, nos casos de sonegação, fraude e conluio e caso se trate ainda de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação

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para prestar esclarecimentos ou para apresentar arquivos ou documentação técnica referentes aos sistemas eletrônicos de processamento de dados utilizados para registrar negócios e atividades econômicas ou financeiras, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contábil ou fiscal, (independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis).

Essas multas poderão ser reduzidas nos seguintes percentuais:

 em 50% (cinqüenta por cento) se o contribuinte pagar no prazo de 30 (trinta) dias contados da data em que tiver sido notificado do lançamento;

 em 30% (trinta por cento) nas hipóteses do contribuinte pagar o débito dentro de 30 dias da decisão de 1ª instância à impugnação tempestiva (ou seja, apresentada dentro do prazo) do lançamento, ou ainda da data em que tiver sido notificado da decisão de recurso de ofício38 interposto por autoridade julgadora de primeira

instância.

11.3.1 – PENALIDADES POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

Há duas previsões distintas: a LC 123/06 prevê algumas penalidades, reproduzidas pela Resolução nº 94/2011, que ainda determina que também que deve ser aplicada a legislação do ente tributante competente para instituir obrigações acessórias específicas para seus tributos.

As penalidades por descumprimento de obrigações acessórias são:

 Não comunicar sua exclusão obrigatória do Simples: 10% dos tributos devidos no mês que anteceder a exclusão;

 Apresentar declaração fora do prazo: 2% sobre o montante dos tributos;

 Apresentar declaração com erros: R$ 100,00 para cada grupo de 10 informações incorretas ou omitidas.

 O valor mínimo de multa a ser aplicado será de R$ 200,00 (Duzentos reais).

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