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O Grupo EDA apresenta na sua Demonstração do rendimento integral o rédito associado à aquisição/construção de ativos para a infraestrutura da concessão. Os dispêndios associa-dos à construção de infraestruturas (construção nova, requalificação, substituição/renova-ção) são registados diretamente, pela sua natureza, nas rubricas de gastos da Demonstração do rendimento integral.

Relativamente aos encargos financeiros, uma vez que a atividade de Transporte e Distribui-ção se encontra, para efeitos regulatórios, num regime do price cap, os encargos financeiros estimados são considerados como uma componente do preço de aquisição/construção.

w) Locações

Locações de ativos fixos tangíveis, relativamente às quais a EDA detém substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo são classificadas como loca-ções financeiras. São igualmente classificados como localoca-ções financeiras os acordos em que a análise de uma ou mais situações particulares do contrato aponte para tal natureza. Todas as outras locações são classificadas como locações operacionais.

As locações financeiras são capitalizadas no início da locação pelo menor entre o justo valor do ativo locado e o valor presente dos pagamentos mínimos da locação, cada um determi-nado à data de início do contrato. A dívida resultante de um contrato de locação financeira é registada líquida de encargos financeiros, na rubrica de Empréstimos. Os encargos finan-ceiros incluídos na renda e a depreciação dos ativos locados, são reconhecidos em resulta-dos na rubrica de Gastos financeiros, no período a que dizem respeito.

Os ativos tangíveis adquiridos através de locações financeiras são depreciados pelo menor entre o período de vida útil do ativo e o período da locação quando o Grupo não tem opção de compra no final do contrato, ou pelo período de vida útil estimado quando o Grupo tem a intenção de adquirir os ativos no final do contrato.

Nas locações operacionais, as rendas devidas são reconhecidas como custo na demonstra-ção do rendimento integral numa base linear, durante o período da locademonstra-ção.

5. Políticas de gestão do risco financeiro

5.1. Fatores do risco financeiro

As atividades da EDA estão expostas a uma variedade de fatores de risco financeiro, incluin-do os efeitos de alterações de preços de mercaincluin-do: risco de crédito, risco de liquidez e risco de fluxos de caixa associado à taxa de juro, entre outros.

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A evolução dos mercados é analisada em consonância com a política de gestão de riscos determinada pelo Conselho de Administração.

A gestão do risco é conduzida centralmente pelo departamento financeiro com base em políticas aprovadas pela Comissão Executiva. O departamento financeiro identifica, avalia e remete à aprovação da Comissão Executiva, mecanismos de cobertura apropriados a cada exposição com vista à minimização dos riscos financeiros em cooperação com as unidades operacionais da EDA.

A Comissão Executiva define os princípios para a gestão do risco como um todo e políticas que cobrem áreas específicas, como o risco cambial, o risco de taxa de juro, risco de crédito, o uso de derivados e outros instrumentos financeiros não derivados, bem como o investi-mento do excesso de liquidez.

i. Risco de taxa de câmbio

O Grupo EDA não tem operações significativas em moeda estrangeira.

ii. Risco de crédito

O risco de crédito do Grupo EDA deve ser avaliado por área de negócio:

Eletricidade:

O risco de crédito existe, uma vez que parte significativa da venda de eletricidade resulta da faturação emitida aos consumidores finais de eletricidade. O risco de crédito é contudo ponderado pela natureza essencial do bem fornecido, a energia elétrica, pelos mecanismos legais disponíveis para persuadir ao pagamento e pela dispersão da faturação por um nú-mero muito elevado de clientes.

Telecomunicações e Outros serviços:

Nas empresas do Grupo, com atividades inseridas em sectores de mercado concorrenciais, o risco de crédito de clientes é elevado.

No que se refere aos depósitos bancários do grupo, classificadas como Caixa e equivalentes de caixa, estas estão contratadas junto de instituições financeiras com um rating de crédito de Ba3, conforme a classificação da Moody’s.

Menos de 1 ano Entre 1 a 5 anos Mais de 5 anos 31 de Dezembro de 2011 Empréstimos obtidos: - empréstimos bancários 56.213.635 110.704.598 70.527.433 - empréstimos obrigacionistas 9.999.135 112.266.922 - - papel comercial 3.175.401 46.006.571 - - créditos cedidos 3.945.748 3.264.906 - - descobertos bancários - - -

Fornecedores e contas a pagar 29.559.146 -

Instrumentos financeiros derivados - - -

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iii. Risco de liquidez

O Grupo EDA efetua a gestão do risco de liquidez através da contratação e manutenção de linhas de crédito e facilidades de financiamento, com compromisso de tomada firme, para garantir o acesso imediato aos fundos. Estas linhas contratadas junto de instituições nacio-nais são utilizadas em complemento a programas de emissão de papel comercial e emissão de obrigações, assim como de créditos financeiros, contratados junto de instituições nacio-nais e internacionacio-nais, neste caso, quase exclusivamente contratados com o Banco Europeu de Investimento, os quais permitem diversificar as fontes de financiamento de curto e mé-dio e longo prazo do Grupo EDA.

A tabela seguinte analisa os passivos financeiros da EDA e os derivados financeiros pelo líquido, por grupos de maturidade relevantes, tendo por base o período remanescente até à maturidade contratual à data do relato financeiro. Os montantes que constam da tabela são cash-flows contratuais não descontados:

Menos de 1 ano Entre 1 a 5 anos Mais de 5 anos

31 de Dezembro de 2010 Empréstimos obtidos: - empréstimos bancários 20.293.571 103.477.898 74.898.632 - empréstimos obrigacionistas 3.370.323 108.960.825 - - papel comercial 315.970 31.837.392 - - créditos cedidos 3.264.906 5.786.291 - - descobertos bancários - - -

Fornecedores e contas a pagar 27.862.747 - -

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iv. Risco de taxa de juro

O risco associado à flutuação da taxa de juro tem dois impactos nas contas do Grupo: na remuneração dos ativos da empresa, conforme o regulamento tarifário; e no serviço da dívida contratada.

Uma vez que parte significativa dos ativos da EDA tem um rendimento garantido através das tarifas, refletindo tendencialmente a taxa de juro do mercado, os seus fluxos de caixa operacionais são substancialmente afetados pelas alterações da taxa de juro de mercado. Acréscimos desta taxa determinam aumentos substanciais dos fluxos de caixa e vice-versa. A EDA apresenta ainda exposição ao risco de taxa de juro, por via dos empréstimos obtidos pelas empresas do grupo. Os empréstimos emitidos com taxa variável expõem a EDA ao risco associado aos fluxos de caixa, decorrentes de alterações na taxa de juro. Os emprésti-mos emitidos com taxa fixa expõem a EDA ao risco de justo valor, decorrente de alterações na taxa de juro.

Análise de sensibilidade dos custos financeiros a variações na taxa de juro

Foi efetuada uma análise de sensibilidade com base na dívida total do Grupo EDA subtraída das aplicações de fundos e das disponibilidades, com referência a 31 de Dezembro de 2010 e 2011.

31 de Dezembro de 2010:

Tendo por referência a dívida líquida do Grupo Em 31 de Dezembro de 2010 um acréscimo de 1,5% nas taxas de juro resultaria num incremento dos custos financeiros líquidos anuais de 4.274 milhares de euros.

31 de Dezembro de 2011

Tendo por referência a dívida líquida do Grupo em 31 de Dezembro de 2011, um acréscimo de 0,5% nas taxas de juro resultaria num incremento dos custos financeiros líquidos anuais de 1 485 milhares de euros.

v. Riscos da atividade regulada

Os ganhos registados em cada período pela EDA resultam diretamente dos pressupostos considerados pelo regulador, a ERSE, na definição das tarifas.

5.2. Gestão do risco de capital

O objetivo do Grupo EDA em relação à gestão de capital, que é um conceito mais amplo do que o capital relevado na face da Demonstração da posição financeira, é manter uma estrutura de capital ótima, através da utilização prudente de dívida e mantendo um rating de crédito sólido que lhe permita reduzir o custo de capital.

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A contratação de dívida é analisada periodicamente através da ponderação de fatores como: i) as necessidades de construção de ativos para a concessão e ativos de empresas de produção a partir de energias renováveis; ii) a taxa de remuneração dos ativos regulados prevista no regulamento tarifário em vigor; e iii) a política de dividendos definida.

A EDA monitoriza ainda o seu capital total com base no rácio de gearing, o qual é determi-nado como sendo a dívida líquida a dividir pelo capital. A dívida líquida é calculada como o montante total de empréstimos (incluindo os saldos correntes e não-correntes confor-me divulgado na Demonstração da posição financeira deduzido dos montantes de caixa e equivalentes de caixa). O capital total é calculado através da soma dos capitais próprios (como divulgado na Demonstração da posição financeira) acrescido da dívida líquida. Em 2011, a estratégia da EDA foi no sentido de reduzir ligeiramente o rácio de gearing, para variar entre 65% e 70%, como medida de prudência e em consequência da decisão de adia-mento de investiadia-mentos, tendo em conta as fortes restrições de acesso ao crédito. Os rácios de gearing em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 eram os seguintes:

2011 2010

Empréstimos totais (nota 22) 360.306.653 332.538.180

Menos: Caixa e equivalentes de caixa (nota 18) 1.525.130 12.044.246

Dívida líquida 361.831.783 344.582.426

Capitais próprios 168.555.360 158.386.693

Capital Total 530.387.143 502.969.118

Gearing 68% 69%

5.3. Contabilização de instrumentos financeiros derivados

Como parte da sua atividade de produção de eletricidade a EDA negoceia contratos for-ward de licenças de CO2. Estes contratos não qualificam como instrumentos financeiros derivados a registar nas demonstrações financeiras do Grupo, uma vez que qualificam como derivados negociados para uso próprio e a sua liquidação será física e não financeira. Desde Agosto de 2011, a EDA deixou de ter qualquer derivado de cobertura económica no âmbito da gestão de risco de taxa de juro.

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6. Principais estimativas e julgamentos apresentados

As estimativas e julgamentos com impacto nas demonstrações financeiras consolidadas do Grupo EDA são continuamente avaliados, representando à data de cada relato a melhor estimativa do Conselho de Administração, tendo em conta o desempenho histórico, a ex-periência acumulada e as expectativas sobre eventos futuros que, nas circunstâncias em causa, se acreditam serem razoáveis.

A natureza intrínseca das estimativas pode levar a que o reflexo real das situações que ha-viam sido alvo de estimativa possam, para efeitos de relato financeiro, vir a diferir dos mon-tantes estimados. As estimativas e os julgamentos que apresentam um risco significativo de originar um ajustamento material no valor contabilístico de ativos e passivos no decurso do período seguinte são as que seguem: