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4.1 Quais são as relações entre os padrões das práticas de ensino (tarefas e mediação) e o

4.1.3 Variáveis do esforço do professor que promovem as Práticas Epistémicas dos

4.1.3.3 Sintetizar

Outro esforço deste professor que é progressivamente (de intervenção para intervenção) mais utilizado é o sintetizar.

O esforço do professor de "sintetizar" vai permitir que o aluno aceite a resposta certa ou verifique que aquilo para o qual esteve a trabalhar tem um dado rumo como era previsto ou não tem outro rumo.

A figura 16 é a representação de um excerto da 1ª NM de 2012, onde se pode verificar que o professor se esforça a completar a resposta do aluno fechando assim uma tarefa.

Figura 20. Excerto da NM em 2012 e sua análise no NVivo8® relativamente a sintetizar. 4.1.3.4 Como os artefactos e as representações visuais foram introduzidos e utilizados.

A Figura 21 mostra, em termos quantitativos, como é que os mediadores epistémicos (representações visuais e artefactos) foram introduzidos. Assim, da esquerda para a direita

apresentam-se em primeiro lugar a introdução e uso de artefacto pelo professor e pelo aluno (primeiros seis itens). Seguidamente (nos últimos seis itens) apresentam-se nas abcissas as representações visuais, como são introduzidas e usadas pelos professores e pelos alunos respectivamente. O número de representações visuais (RV) introduzidos pelo professor diminui de 2006 para 2008 e 2012. No entanto, o número de utilizações de representações visuais por parte dos alunos aumentou significativamente, em particular em 2012. Também o uso de representações visuais pelo aluno aumentou consideravelmente quer no caso em que esta é introduzida pelo professor ou é introduzida pelo aluno. Isto significa que as representações visuais e artefactos introduzidos pelo professor são mais adequados para os alunos os usarem por si próprios a partir de 2008 e principalmente em 2012. A representação visual é mais utilizada pelos alunos se for introduzida pelos próprios alunos do que se for introduzido pelo professor.

Figura 21. Introdução e uso de artefactos e representações visuais em 2006, 2008 e 2012

Em 2006, a representação visual e o artefacto permitiram que os alunos observassem sons com dois tipos de ondas electromagnéticas. Em 2008, os artefactos apresentados permitiram aos alunos fazer mais coisas e testar mais ideias. Isto é, em 2006, a manipulação do artefacto é limitada. E em 2012 foi possível os alunos introduzirem as representações visuais autonomamente e usarem-nas com maior frequência do que nos anos anteriores. Este aumento pode explicar a maior ocorrência de PE dos alunos que são relevantes para usar

conhecimentos teóricos na construção do seu próprio conhecimento. Estas duas fases da introdução e uso de representações e artefactos pelos alunos e professor que mostram também uma maior autonomia dos alunos, em termos epistémicos, e também uma maior atenção do professor para o trabalho epistémico dos alunos. O excerto de NM apresentado na figura 20 ilustra como o uso de artefacto introduzido pelos alunos que permitiu ao professor sinalizar os alunos que trabalham de forma epistémica. Esta figura refe-se ao ano 2006 e pode-se verificar que com a introdução do artefacto há de facto PE dos alunos.

Figura 22. Excerto de uma NM, em 2006, e sua análise feita em NVivo8® relativamente ao professor "introduzir artefacto" e seu uso pelos alunos

Também na figura 21, que é referente à intervenção do ano de 2008, se pode verificar que a introdução do artefacto e agora com a apresentação da tarefa desafio em simultâneo (pois já houve evolução na mediação do professor) aparecem PE dos alunos em maior quantidade e de nível superior a 2006.

A figura 22 também se refere ao ano de 2008, mas serve para elucidar o facto de o professor do nosso estudo apresentar não só o artefacto, mas também as representações visuais (elaboradas pelos alunos). Aqui as representações visuais juntamente com outros esforços do professor como se pode ver na figura permitem ao aluno evoluir na sua aprendizagem, pois aparecem PE destes. Esta figura permite visualizar que as praticas epistémicas dos alunos emergem muitas vezes em simultâneo.

Figura 23. Excerto de uma NM, em 2008, e sua análise feita em NVivo8® relativamente ao professor "introduzir artefacto" e seu uso pelos alunos

Figura 24. Excerto de uma NM, em 2008, e sua análise feita em NVivo8® relativamente ao professor "introduzir artefacto" e seu uso pelos alunos

Figura 25. Excerto de uma NM, em 2012, e sua análise feita em NVivo8® relativamente ao professor "introduzir artefacto" e seu uso pelos alunos.

Na intervenção do professor no ano de 2012 verifica-se uma evolução muito acentuada desde 2006, como se pode verificar pela figura 23 pois apenas servindo-se da introdução de artefacto faz emergir uma série de PE nos alunos. Isto permite verificar que os alunos já são muito autónomos na execução da tarefa e na sua aprendizagem, pois houve pouca intervenção da parte do professor e estes mostraram ter aprendido algo.

A evolução na mediação deste professor ao longo do tempo levou a que os alunos fossem cada vez mais autónomos no desenvolvimento das suas tarefas e na sua aprendizagem. Seguidamente apresentam-se os perfis das PE ao longo do tempo de intervenção e a evolução do tipo de solicitação epistemica PE atingidas pelos alunos ao longo do tempo (figuras 22 e 23).

4.2 Que traços de práticas de ensino (na concepção das tarefas e na

mediação efectiva) se alteraram ao longo do tempo?

Com vista a responder à segunda questão de investigação - “Que traços de práticas de

ensino (na concepção das tarefas e na mediação efectiva) se alteraram ao longo do tempo? -

avaliou-se as características da mediação realmente efectuada que se alteraram com as intervenções nomeadamente as que visavam o envolvimento produtivo dos alunos e o desenvolvimento de práticas epistémicas, tirando partido da análise feita em 4.1.

Também se analisou nas intervenções entre 2006 e 2012 a formulação das tarefas tendo em conta a formulação das tarefas propriamente ditas e a forma de as usar.