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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.3 DESCRIÇÃO INDIVIDUAL DOS SISTEMAS COOPERATIVOS

4.3.6 Sistema Cooperativo F

4.3.6.1 Processo de formulação e decisão estratégica e a autonomia das Singulares

No Sistema Cooperativo F, o processo de formulação e decisão estratégica era

realizado para o período de três anos, e, agora, para cinco anos, com a liderança da

cooperativa de crédito Central, que faz reuniões para esse fim. De acordo com os

entrevistados, o processo é participativo, entre as Singulares e a Central, na construção das

estratégias e do planejamento estratégico do Sistema Cooperativo F:

Nós, aqui da Central, nós temos o nosso papel, que é puxar, que é desenvolver, que é

desenhar cenários, que é fazer alguma coisa, algum estudo mais aprofundado. [...]

Nós temos um planejamento estratégico, nós começamos a fazer ele por três anos. E

agora, ano passado, nós já fizemos ele para cinco anos. [...] É envolvido todas as

esferas, políticas, estratégicas técnicas do negócio. [...] Primeiro, as estratégias. É

definido pelos diretores, pelo conselho de administração [composto por presidentes

das Singulares]. [...] Aqui, se define toda estratégia. [...] Validar missão, visão,

valores, projeção de crescimento, quanto espera crescer, e nos vários itens que a

gente quer. À medida que a parte política estratégica determina isso, traz a diretrizes

estratégicas para nós, entramos nós, os técnicos, fazendo a parte de planejamento

técnico mesmo. (E1F)

O planejamento estratégico, ele foi feito [...] para cinco anos, os direcionadores

estratégicos por cinco anos, isso coordenado pela Central junto com as [...]

singulares. [...] foram três dias [...] que nós ficamos reunidos e foi feito

anteriormente [...] um diagnóstico, juntos com os gerentes de agências de todas as

singulares, para ver pontos fortes a serem desenvolvidos, oportunidades, ameaças.

(E3F)

As reuniões de planejamento são mediadas também por consultores contratados para

auxiliar no processo. De acordo com a Central, as cooperativas do Sistema Cooperativo F são

bastante homogêneas, o que facilita o alcance de consenso sobre os assuntos:

A coordenação de tudo fica na Central, mas nós contratamos consultores para fazer a

intermediação, a mediação dos debates. [...] Nós temos um nível de cooperativas

muito homogêneo. [...] Não vamos dizer que nós não temos divergência nenhuma.

Mas não temos muitas assim. (E1F)

Quando tem algo nesse sentido [divergências] é conversado pra se adequar ao

máximo possível que possa ser dividido com os outros. (E3F)

Em seguida, com base nos objetivos do planejamento estratégico para todo o Sistema

Cooperativo F, são criadas as metas das Singulares, geralmente para um ano:

Como a gente precisa envolver as agências, ou seja, distribuir as metas. Aí,

chamamos todos os [...] gerentes de agências para também contribuir nesse... Então,

é assim, tem planejamento Central, a gente vê que é totalmente participativo [...].

Por que quando a gente lança, quando a gente começa o ano com o desafio, a

informação está disseminada por toda a organização. (E1F)

Depois desse processo que foi consolidado aí que veio para dentro das pras

singulares pra fazer o plano de ação. [...] Aí, a Singular, em cima daqueles objetivos

que foram montados naquele mapa estratégico [da Central], do nosso público alvo,

parametrizações que foram determinadas ali, acordadas entre todos, veio para a

Singular fazer seu planejamento estratégico. Funciona dessa forma, e dentro da

Singular, aí é feito junto com a área de negócios faz a sua parte, o gerente de

negócios faz a sua parte, o gerente administrativo financeiro faz a sua parte que é

mais a área de controles, de números nesse sentido, então é, e junto com cada

gerência de cada agência chamam todos eles e faz a apresentação do que nós

pensávamos para o planejamento, quais eram as diretrizes macros e cada agência fez

o seu planejamento saindo com objetivos estratégicos e os planos de ação que vai

dar, em consequência, nos que vão acontecer durante o ano. (E3F)

Há ajustes nos planejamentos, evitando o descompasso entre as demandas do mercado

e a atuação das cooperativas de crédito.

Todo mês tem reunião de gerentes. Parte pesado aqui nos produtos, serviços que a

gente quer. (E1F)

A Central controla as Singulares no sentido de acompanhar seus resultados, por meio

de auditorias locais, ou remotas, via sistema de informações:

Então hoje, se você perguntar assim, onde que a Central, o foco onde ela visa seus

trabalhos, de auditoria e fiscalização e tudo mais... carteira de crédito. A gente

monitora diuturnamente. (E1F)

Eles têm como monitorar, até porque eles fazem a auditoria de forma remota e é

uma por semestre que eles fazem, de forma remota, eles pegam todos os

movimentos e conseguem ver eles. (E3F)

4.3.6.2 Autonomia das Singulares na área de marketing

As campanhas de marketing das Singulares do Sistema Cooperativo F são realizadas,

preferencialmente, pela Central. De acordo com o entrevistado da Central, as Singulares não

devem fazer ações de marketing porque devem centrar-se no foco do negócio, e não em

atividades secundárias como marketing, o qual a Central realiza com profissionais

especializados:

Tudo na Central. A Singular precisa de uma peça de marketing lá, ela pede para a

Central, a Central faz. Ou através de uma agência, ou através dela mesma. [...] São

dois meninos aqui, das agências [...]. Nós temos nossas campanhas aqui. No inicio

do ano, a gente já sabe, quais os produtos que a gente vai trabalhar, e em qual mês.

(E1F)

Tem um padrão, nada impede da cooperativa [Singular] fazer um folder, mas precisa

olhar a aplicação da marca se está dentro dos layouts adequados tudo isso. (E3F)

Desse modo, folders e outras formas de divulgação de produtos e serviços são quase

que totalmente padronizados para todas as cooperativas. De forma semelhante, as fachadas de

agências são padronizadas de acordo com o manual de comunicação da Central.

Quanto à criação de produtos e serviços, as Singulares possuem pouca liberdade, haja

vista que está sendo padronizado esse processo, por motivos de ganhos de escala, através da

centralização na cooperativa Central. No entanto, como o Sistema Cooperativo F encontra-se

nessa fase de transição, ainda há produtos e serviços diferentes nas Singulares, assim como

ainda há a possibilidade de criação de certos produtos pelas Singulares:

Aqui dentro da Central nós temos uma gerência, que [se] chama gerência de

desenvolvimento. É nessa gerencia que está a responsabilidade pela criação e

ordenação dos produtos. Se tu me perguntar hoje [...] todos, só produtos nossos de

crédito são padrão? Não! Ainda não. Não conseguimos chegar lá. Ainda tem muita

coisa que é da cooperativa. Mas a nossa ideia é assim: vai ter um produto padrão,

vão ter linhas padrões, com comunicação, marketing, panfletos nossos... padrão. E

qualquer criação, de novo, vai ter que passar por dentro da Central. [...] Então, a

gente está padronizando. (E1F)

[Depende] do tipo de produto. Por exemplo, uma linha de crédito mais especifica

nós [Singulares] conseguimos criar porque ela tem... linha de crédito é um geral e eu

posso ir criando abaixo, isso não interfere. Por exemplo, um cartão novo, aí não. Eu

começo a pegar coisas porque eu não tenho tecnologia, não tenho condições de ficar

controlando isso sozinho e é muito melhor eu ganhar em escala. (E3F)

O mesmo processo está ocorrendo em relação às taxas de juros, tarifas, prazos e

formas de parcelamentos, de produtos e serviços do Sistema Cooperativo F. Assim, há

iniciativas para se padronizar números, valores e percentuais, evitando diferenças entre as

cooperativas. O entrevistado da Singular afirmou que as taxas de juros e tarifas já são

padronizadas, assim como o entrevistado da Central afirmou que possuem um nível razoável

de padronização:

Então vou explicar com um cooperado que transita com outro, que é parente do

outro, que a ali está pagando 101% de CDI, e aqui está pagando 95% de CDI. Se é a

mesma [marca do Sistema Cooperativo]. E é mesma aplicação, a mesma base.

Então, assim, esse canibalismo entre [as cooperativas], a gente quer evitar, e também

manter um padrão no estado. (E1F)

[Ao ser questionado se as Singulares decidem os prazos e formas de parcelamentos,

o entrevistado da Central respondeu:] Esse ano sim, se ano que vem você vir aqui,

você vai ver que vai ter uma padronização. (E1F)

[Taxas de juros e tarifas] É padronizado. (E3F)

4.3.6.3 Autonomia das Singulares na área de recursos humanos

O recrutamento e seleção de empregados no Sistema Cooperativo F é realizado de

duas maneiras. Para os cargos da alta hierarquia da Singular, como gerentes, o processo é

centralizado na Central, a qual seleciona três candidatos para a Singular decidir qual contrata.

No caso dos demais empregados, de nível hierárquico mais baixo, as Singulares tem

autonomia para a seleção e contratação, mas podem solicitar apoio à Central:

Nós temos a nossa política de gestão de pessoas. E dentro da política de gestão de

pessoas tem esse subgrupo que é de recrutamento e seleção. Ali dentro dessa

política, tem assim, quais são os cargos que é responsabilidade da Central fazer

recrutamento e seleção, e quais são os da cooperativa. Assim, só para se ter um

exemplo: de gerente de agência, para cima, é Central. (E1F)

Recrutamento e seleção a Central tem lá a sua equipe e ela faz um direcionamento

[...]. A Central possa participar e dar um apoio, são apoios estratégicos. Mas a

contratação de um gerente geral, as contratações de gerente de negócios, então eles

dão um apoio maior nesse sentido. (E3F)

O conselho de administração, por sua vez, é eleito em assembleias das Singulares, não

tendo participação da Central.

As políticas de treinamento são centralizadas na Central, a qual faz planejamentos

anuais conforme as necessidades de treinamento do Sistema Cooperativo F. Poucos são os

treinamentos que as Singulares fazem por conta própria, mas elas tem essa possibilidade:

[Treinamento é] Centralizado. Nós aprovamos todo ano a nossa política de

treinamento. Seja ele técnico, departamental, então, nós temos uma grade aqui, com

o ano preenchido. [...] O que eles tem lá, que é deles, é o seminário do funcionário,

coisa interna, e alguma coisa assim, a cooperativa faz por conta dela. De resto é tudo

por aqui. Nós temos uma área de gestão de pessoas, contato de pessoas, e esses

treinamentos, é tudo centralizado. (E1F)

É comunicado a Central o que está se pensando em fazer [de treinamentos na

Singular], dentro de toda a política de ter um alinhamento, até porque eu vou fazer

alguma coisa especifica aqui [pela Singular] e mês que vem a Central vai fazer, eu

não preciso fazer. (E3F)

No que se refere à remuneração, a política de cargos e salários é centralizada na

cooperativa Central, de acordo com o porte de cada Singular. Se uma Singular quiser alterar o

salário de um funcionário, ela pode fazer, desde esteja dentro da faixa de salário especificada

para aquele cargo, no plano de cargos e salários.

Por que se nós definimos as estruturas das cooperativas, se hoje a gente for olhar, o

organograma é o mesmo das cooperativas. Cada caixinha daquelas tem ... é, um

cargo, está descrito no nosso plano, nós fazemos descrição de cada dado do

recrutamento de seleção, que é básico para eles saberem isso. E, depois desse

desenho de cargo, estrutura, e tudo mais, nós temos a caixa de salário ali. Essas

funções cada um tem uma tabela salarial [...]. Salários hoje [...] são todos padrões.

Plano de cargos e salários ele já foi aprovado e entrou em vigor agora, desde o início

do ano, padrão para todas as cooperativas [...]. E está procurando se padronizar

também a questão de tabela única, remuneração, tabela de remuneração. (E3F)

Alguns processos de trabalho das Singulares são manualizados pela cooperativa

Central e outros estão em processo de padronização:

[A Central define o] desenho de cargo, estrutura, e tudo mais [...]. (E1F)

Manual, tem algumas coisas mais está se procurando fazer uma padronização dos

processos (E3F)

4.3.6.4 Autonomia das Singulares na área de finanças e contabilidade

As aplicações dos valores captados pelas cooperativas Singulares são realizadas pela

cooperativa Central:

Nós chamamos de centralização financeira. Nós temos coletados uns 600 milhões

de reais diariamente. Que é as sobras das cooperativas. (E1F)

Nós enviamos para a Central e eles fazem a aplicação. Todo o excesso de liquidez

está na Central e a Central faz as aplicações para nós. (E3F)

A ênfase em determinados produtos e serviços para maior captação nas Singulares, de

acordo com as peculiaridades locais, é uma decisão da Singular.

As Singulares do Sistema Cooperativo F tem autonomia para executar o processo de

análise de crédito. Há alçadas de decisões padronizadas nas Singulares, que liberam o total do

crédito. Inclusive, a Central seleciona e treina um analista de crédito, o qual é contratado para

cada Singular, e este não tem contato com os cooperados, a fim de que faça análises

imparciais nos processos de liberação de crédito:

Na hora da aplicação [aprovação do crédito], autonomia total das singulares. Nós

instrumentalizamos elas, para fazerem isso. A auditoria da Central, ela chega, a

operação já concretizou. Ela não é mais preventiva. [...] Mas onde que a gente

[Central] participa antes do crédito se configurado? Nós montamos [...] um sistema

chamado monitor de crédito. Então toda proposta de crédito que entra [no Sistema

Cooperativo F], tem que passar pelo sistema automatizado. E esse sistema

automatizado, ele tem as alçadas correspondentes ali dentro, na Singular [...] tem a

alçada do gerente da agência, passou daquele valor, vai para uma alçada de

administrativa [...], que ainda é técnica. Se passou dessa, para uma diretoria. Tem

que ter basicamente três alçadas. [...] e tem um analista de crédito, que é uma pessoa

exclusiva dentro da cooperativa. Ele olha todo o parecer que é dado ali,

independentemente da alçada, então passa pelo analista. [...] Cada Singular tem um

analista. (E1F)

[Análise de crédito é] Tudo aqui [na Singular]. (E3F)

O índice de inadimplência da Singular, do Sistema Cooperativo F, segundo os

entrevistados, é definido pela própria Singular, conforme suas peculiaridades mercadológicas

e operacionais. No entanto, conforme o entrevistado da Central, esta audita frequentemente os

índices das Singulares para corrigir eventuais situações fora dos padrões aceitos:

Nós procuramos ficar abaixo de 2 [%], esse é o nosso objetivo para esse ano. Isso é

nosso interno aqui. É uma questão da cooperativa [Singular], porque vai depender

também de mercado, de estratégia. Eu posso ter um spread maior, com uma

inadimplência um pouco maior; eu posso ter um spread menor, com uma

inadimplência mais baixa. (E3F)

Se uma cooperativa esta com problema de gestão, a gente percebeu que vai ter

dificuldade de continuidade do negócio dela. Ou sei lá, por que concentrou na

carteira, ou o índice de inadimplência está alto [...], nós convocaríamos a diretoria da

cooperativa [Singular], conforme a legalidade e o conselho fiscal junto [...].

Daríamos uma data, para se constituir um plano de ação, apoiar nisso. E a partir dali,

reverter o quadro. (E1F)

Sobre o repasse ou endividamento por associado, as Singulares do Sistema

Cooperativo F seguem os limites normativos do Banco Central:

15% do patrimônio por grupo. Somando todos os sócios do grupo, não pode ter mais

que 15%. (E1F)

O Banco Central diz que as cooperativas têm condições até 15% de referências para

fazer liberações, no máximo até o valor. Por cooperado ou grupo. (E3F)

A política de distribuição de sobras das cooperativas Singulares do Sistema

Cooperativo F segue a norma de repasses percentuais exigidos por lei (Reserva Legal e o

Fates), e, o restante, as Singulares definem nas assembleias, como serão distribuídos. Mas

existe a política da Central de direcionar o valor para a conta capital, e a Central pretende

padronizar os procedimentos de distribuição de sobras para todas as Singulares:

Hoje nós temos 5% para o Fates, e 10% para reserva legal, que é um mínimo legal.

[...] É tudo distribuído em conta capital. É uma política nossa. Nós não distribuímos

em conta corrente não. Até pelo estágio em que a gente está. O nosso patrimônio

ainda não é tão alto. Então nós precisamos hoje, capitalizar um pouco. Agora, a

gente está incrementando o estatuto padrão da Unicred do Brasil. Então ali,

provavelmente a gente vai padronizar isso. (E1F)

[Decisão sobre distribuição de sobras] É aqui, a AGO. A Central dá um indicativo,

através do planejamento, foi colocado a necessidade das cooperativas estarem se

capitalizando mais, e feito uma sensibilização, mas é definida a proposta e levada

pela diretoria à AGO, é a AGO que vai votar isso. (E3F)

A contabilidade das Singulares, no Sistema Cooperativo F, é realizada pela Central:

As nossas afiliadas [Singulares] não fazem contabilidade. Lá não faz. (E1F)

Ela [a contabilidade] é centralizada [na Central]. (E3F)

4.3.6.5 Autonomia das Singulares na área de recursos patrimoniais e materiais

As Singulares do Sistema Cooperativo F possuem a autonomia para a aquisição de

patrimônio e bens móveis, desde que estejam dentro dos limites legais de imobilização. No

entanto, a política da Central é alugar, e não imobilizar, sempre que possível.

Ela pode [comprar/imobilizar], mas não deve. Não tem lugar nenhum escrito essa

política. Nós temos, hoje, o nosso ranking no sistema, na medida que eu tiver mais

que 30% de imobilização em relação a patrimônio, já começo a perder ponto, já

começo a perder rendimento de ranking. A nossa norma do banco Central, acho que

é 50%. Ela permite até 50%. Mas nós, tecnicamente aqui, qualquer estudo

financeiro, que a cooperativa faça para adquirir um prédio, nós botamos num papel,

o que ela ganharia com esse recurso. [...] Eu vou lá, e provo financeiramente para ela

[Singular], que não vale a pena, mas ela diz assim: “eu quero”, ela [Singular] tem

autonomia de fazer isso. (E1F)

[Sobre bens móveis:] Nós [Central] temos o padrão visual das dependências, então

assim, um padrão com cores, com a fachada externa, um padrão. Se houve esse

padrão, se ela quiser comprar mais uma cadeira, mais uma mesa, isso é por conta da

cooperativa. Nós não entramos nesse detalhamento, desde que esteja no padrão.

(E1F)

O percentual é o índice de imobilização [do Banco Central]. (E3F)

Em relação aos recursos materiais, as cooperativas Singulares tem autonomia para

adquirir materiais de expediente e outros itens de estoque necessários para as suas operações.

No entanto, a tendência no Sistema Cooperativo F é a centralização desse processo:

Hoje é bem decentralizado. Mas agora estamos implementando o sistema aqui de

contas a pagar, e pensamos em dar uma disciplinada nisso. Mas hoje, aqui, compras,

é cada cooperativa ... compras e serviços. (E1F)

[Compra de materiais] Na Singular. (EF3)

4.3.6.6 Autonomia das Singulares na área de informática

As Singulares podem adquirir hardware, como computadores. Quando o hardware não

será usado pelo sistema de informações, a Singular decide a compra e suas características.

Quando o hardware será usado com o sistema de informações, deve-se seguir os padrões

definidos pela empresa de tecnologia, para que haja a adequada operação do sistema de

informações. Convém registrar que o Sistema Cooperativo F é sócio de uma empresa de

tecnologia, a qual fornece o hardware necessário às Singulares:

É tudo padrão nosso [da Central]. Nós temos uma empresa de tecnologia, [...] e é

tudo desenvolvido nessa empresa. [...] Ela é desenvolvedora dos nossos hardwares.

(E1F)

Equipamentos, móveis layout tem um manual que ele deve ser seguido que vem da

Central. (E3F)

O software – sistema de informações - é padrão (terceirizado) para todas as Singulares,

as quais não possuem autonomia para efetuar mudanças no sistema. Pode-se solicitar as

alterações e serão analisadas pela Central e pela empresa de tecnologia, proprietária do

sistema:

Nós temos um sistema [...] nosso [...]. Ela [empresa de tecnologia] que desenvolve.

E, a partir dali, como ela que desenvolve, toda parte de segurança lógica, campo de

dados, fica tudo com ela. [...] Qualquer relatório novo, qualquer função do sistema

que ela [Singular] quiser [...] pode entrar lá, e registrar o que ela quer. Vem com

crivo aqui da Central. A Central analisando esse, do que é esse relatório, “isso aqui

já existe, isso aqui...”, e já nem sobe. Isso já descarta. Aí a Central analisou, disse

“Opa! Isso aqui é uma melhoria legal, esse relatório não tem”. Aí sim, alar.faz um

crivo disso daqui, e remete para a nossa empresa de tecnologia. [...] a empresa de

tecnologia vai botar lá na fila, de todos esses projetos. (E1F)

É da Central, nem é da Central, é uma empresa que presta serviço que a Central e

que as cooperativas tem parte [...]. Ele manda pra Central [as solicitações de

alterações no sistema] e a Central demanda via [empresa do sistema] e entra na fila

pra desenvolvimento. (E3F)

As alterações no sistema de informações ficam disponíveis para as demais

cooperativas Singulares do Sistema Cooperativo F.

4.3.6.7 Autonomia das Singulares na área de relações públicas

As Singulares do Sistema Cooperativo F possuem programas de ações institucionais

na sociedade, por meio de projetos sociais, promovidos de modo centralizado pela Central.

São ações mais afetas ao seu grupo de associados. Cada cooperativa Singular, no entanto,

pode fazer ações locais para seus associados e a comunidade:

A gente tem um plano, a Central acaba tendo algumas ações a nível estadual, então

onde nós nos inserimos a nível estadual. [...] começar alguma coisa no ano que vem,

começar algo pra poder começar trazer o cooperado mais pra participar da vida da

cooperativa. (E3F)

4.3.6.8 Quadro resumo da análise da autonomia estratégica no Sistema Cooperativo F

Área/processo de Análise sobre a autonomia

1

Formulação e

decisão

estratégica

- Processo realizado de modo centralizado pela cooperativa Central, para cinco

anos, com revisões anuais, junto com representantes de cada uma das

Singulares, os quais deliberam sobre estratégias, objetivos e metas, e constroem

o planejamento estratégico do Sistema Cooperativo F, que deve nortear as

operações das Singulares. Podem existir ajustes no planejamento estratégico.

- De acordo com o planejamento estratégico e as metas estabelecidas, a Central

controla os resultados das Singulares por meio de: verificações on line,

inclusive diárias, via sistema de computador, e auditorias internas e externas.

2 Marketing

- Ações, programas e campanhas de marketing: são realizadas, na sua maioria,

de modo centralizado pela Central, ainda que as Singulares possam fazer ações

de marketing locais, dentro de padrões de comunicação definidos na Central.

- Criação de produtos e serviços: as Singulares não possuem a autonomia para a

criação de produtos e serviços, os quais devem ser criados via Central.