• Nenhum resultado encontrado

TÍTULO V – Das Disposições Gerais e Transitórias

4.4 Sistema de Planejamento Urbano

Segundo o PDE, o Executivo deverá promover adequação da sua estrutura administrativa para a incorporação dos objetivos, diretrizes e ações previstas na lei do PDE, mediante a reformulação das competências de seus órgãos da administração direta.

Além disso, segundo o artigo 262 deveriam ser realizados entendimentos com municípios vizinhos e com a região metropolitana, para formulação de políticas, diretrizes e ações comuns que abranjam a totalidade ou parte de seu território, destinadas à superação de problemas setoriais ou regionais comuns. Desta forma, está claro que, no texto da lei existiu a preocupação de uma articulação regional na solução de problemas que deveriam ter um melhor tratamento em esferas de planejamento mais regionais.

Foi também ressaltado que os planos da cidade deverão ser compatíveis entre si e seguir as políticas de desenvolvimento urbano contidas no PDE, bem como considerar os planos intermunicipais e metropolitanos de cuja elaboração a Prefeitura tenha participado. O atendimento desta diretriz pelos planos regionais será analisado no Capítulo 6, que aborda os Planos Regionais.

O Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias, o Orçamento Participativo e o Orçamento Anual deveriam incorporar as diretrizes e prioridades estabelecidas no PDE.

Segundo os artigos 264 a 268 do PDE, o município deveria manter atualizado o Sistema Municipal de Informações, progressivamente geo- referenciadas em meio digital.

O Sistema Municipal de Informações deveria oferecer indicadores de qualidade dos serviços públicos, da infra-estrutura instalada e dos demais temas pertinentes a serem anualmente aferidos, publicados no Diário Oficial do Município e divulgados por outros meios a toda a população.

Os agentes públicos e privados, em especial os concessionários de serviços públicos que desenvolvem atividades no município deveriam também

fornecer ao Executivo todos os dados e informações considerados necessários ao Sistema Municipal de Informações.

Segundo os artigos 269 a 278, o Sistema e o Processo Municipal de Planejamento Urbano seriam desenvolvidos pelos órgãos do Executivo, com a participação da sociedade, garantindo os instrumentos necessários para sua efetivação, sendo composto por órgãos públicos, Planos Municipais, Regionais e Planos de Bairro, Sistema Municipal de Informação e participação popular.

Previstos nos artigos 273 a 278 do PDE, os Planos Regionais deveriam ser elaborados pelas Subprefeituras com a supervisão da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e da Secretaria das Subprefeituras.

Os Planos Regionais deveriam, segundo o PDE, ser elaborados com a participação dos moradores dos bairros que compõem cada região, em todas as fases de desenvolvimento, desde os diagnósticos, concepção, aprovação, monitoramento, fiscalização e revisão em todas as ações, com base em plena informação, disponibilizada pelo Executivo, em tempo hábil para subsidiar o processo de discussão, elaboração e decisão.

Segundo o artigo 277, nos Planos Regionais deveria constar, no mínimo:

− delimitação das novas áreas em que se aplicam os instrumentos da

Lei Federal nº 10.257/01 - Estatuto da Cidade;

− hierarquização do sistema viário local e plano de circulação e

transporte;

− proposta de destinação de áreas e equipamentos públicos e áreas

verdes;

− áreas reservadas para bolsões, conforme Lei 11.322/1992;

− projetos de intervenção urbana;

− proposta de tombamento ou outras medidas legais de prestação e

preservação de bens móveis e imóveis da região;

− aplicação no território da Subprefeitura, das diretrizes de uso e

− proposta de composição, com Subprefeituras vizinhas, de instâncias

intermediárias de planejamento e gestão, sempre que o tema ou serviço exija tratamento além dos limites territoriais da Subprefeitura;

− proposta de ação articulada de planejamento e gestão com as

Subprefeituras e municípios limítrofes, com base em diretrizes governamentais para a Política Municipal de Relações Metropolitanas;

− proposta de ações indutoras do desenvolvimento local, a partir das

vocações regionais;

− indicação de prioridades, metas e orçamento regional, para a

Subprefeitura;

− proposta de prioridades orçamentárias relativas aos serviços, obras e

atividades a serem realizadas no território da Subprefeitura.

Entendemos que estas exigências mínimas relativas ao escopo dos Planos Regionais contêm as diretrizes de integração cuja efetiva implementação estamos verificando neste trabalho.

Foi assegurada no artigo 279 a participação direta da população em todas as fases do processo de gestão da Política Urbana da Cidade, através das seguintes instâncias: Conferência Municipal de Desenvolvimento Urbano, Assembléias Regionais de Política Urbana, Audiências Públicas, iniciativa popular de Projetos de Lei, planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano e Conselhos reconhecidos pela PMSP.

Foi criado no artigo 284 o Conselho Municipal de Política Urbana, constituído por representantes de regiões da cidade indicados pelo Executivo, representantes indicados por entidades representativas de setores econômicos, profissionais, movimentos sociais e entidades da sociedade civil, e representantes de órgãos públicos municipais.

Foi também instituída no artigo 286 a Câmara Técnica de Legislação Urbanística - CTLU, com as seguintes atribuições:

− analisar casos não previstos e dirimir dúvidas na aplicação, da

− emitir parecer técnico sobre propostas de alteração da legislação de

parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, quando solicitado;

− emitir parecer técnico sobre propostas de alteração do Plano Diretor;

− emitir parecer técnico sobre projetos de lei de interesse urbanístico e

ambiental;

− aprovar as propostas de participação dos interessados nas

Operações Urbanas Consorciadas, quando assim dispuser a lei específica;

− acompanhar a aplicação do Plano Diretor Estratégico;

− responder consultas e emitir parecer para os fins previstos na

legislação municipal;

− apoiar tecnicamente o CMPU, no que se refere às questões

urbanísticas e ambientais;

− encaminhar suas propostas para manifestação do CMPU;

− elaborar proposta de seu regimento interno.

Como outras instâncias de participação, o PDE prevê a realização de Audiências Públicas referentes a empreendimentos ou atividades públicas ou privadas em processo de implantação, de impacto urbanístico ou ambiental com efeitos potencialmente negativos sobre a vizinhança no seu entorno, o meio ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população, para os quais será exigido estudo e relatório de impacto ambiental e de vizinhança.

Os conflitos de interesses envolvendo legislação de uso e ocupação do solo seriam resolvidos através de acordos de convivência, mediados e homologados pelo Executivo.

Segundo o artigo 293 do PDE, o Executivo deveria encaminhar à Câmara Municipal o projeto de revisão do Plano Diretor Estratégico em 2006, adequando as ações estratégicas nele previstas e acrescentando áreas passíveis de aplicação dos instrumentos previstos no Estatuto da Cidade, o que efetivamente está ocorrendo.