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Sociograma da Rede Transassociativa Conexões entre as entidades de classe pela pre sença comum em suas diretorias de dois ou mais grupos econômicos e financeiros Identificação pelo

sistema de representação.

Legenda:

Circle Corporativo

Square Extra corporativo

Fonte: Elaboração do autor.

Aqui é necessário observar que em relação a quantidade de atores presentes na rede era esperado que houvesse mais atores do sistema extra corporativo como reflexo da seleção das entidades no início da pesquisa. Porém, a baixa presença das entidades do sistema corporativo conectadas com outras entidades através dos grupos é uma caracte- rística da própria rede.

O sistema corporativo parece ser dominado por firmas individuais que não parti- cipam em diferentes sindicatos e também não aparecem na direção das associações pri- vadas, está aquém deste trabalho explicar esse fenômeno, mas o caso é que tão pouco uma parcela significativa dos grupos econômicos e financeiros atuam simultaneamente em mais de um sindicato. Sua atuação, embora existam exceções, é mais intensa nas associ- ações privadas e nesse caso os grupos atuam em associações que representam diversos setores da economia, a consequência desse fenômeno é a centralidade ponderada maior do sistema extra corporativo.

Esse achado na rede está de acordo com o que diz a literatura, ao longo do segundo capitulo, sobre o aumento do espaço e da força do sistema extra corporativo. As

características do sistema extra corporativo que possibilitam liberdade de organização interna, acesso direto ao aparato estatal e autonomia em relação ao Estado, devem ser levadas em consideração como variáveis explicativas para essa preponderância das enti- dades privadas de representação na Rede Transassociativa.

A próxima análise da centralidade das entidades é feita conjuntamente com a uti- lização de dois atributos para os atores nesse modo: setor e ramo da economia, além do sistema ao qual a entidade pertence (corporativo e extra corporativo).

O sociograma 4 mostra a preponderância do setor terciário, seguido do multisse- torial e do secundário, havendo uma notável baixa centralidade e pouca presença do sub- ramo comercial que está praticamente ausente como representação específica.

Das quatro entidades extra corporativas do setor primário duas aparecem com grande centralidade ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) e IBA (Instituto Bra- sileiro das Árvores). A ABAG é uma das centrais do setor primário e ambas aparecem fortemente conectada com os demais setores. Chama atenção a notável centralidade de duas entidades do setor primário.

A preponderância do setor terciário deve ser relativizada considerando que foram incluídas onze entidades extra corporativas e nove corporativas que representam esse se- tor. Sendo que seis delas apresentam alta centralidade, todas as seis do setor financeiro, das quais duas são corporativas (CNSEG e CONSIF). Nesse caso, apenas os serviços financeiros é que estão presentes. Pois todas (seis) entidades do setor terciário que ga- nham centralidade são deste segmento: ABECIP, AMBIMA, FEBRABAN, ACREFI (ex- tra corporativas), CONSIF e CNSEG (corporativas). A análise enfatiza a forte conexão que existe entre as entidades vinculadas ao segmento financeiro e a forte presença delas na rede como um todo.

São três as entidades de representação multissetorial aparecendo em destaque: ABRASCA, CEBDS e em menor grau a ABRAREC.

A ABRASCA reúne as companhias brasileiras de capital aberto (S.A.) e entre seus objetivos está buscar maior eficácia para a economia brasileira através da democratização do capital através do aprimoramento da política empresarial no que se refere ao mercado de capitais. O CEBDS é o conselho empresarial para o desenvolvimento sustentável e de acordo com a própria entidade seu objetivo é “mobilizar empresas e atuar em rede para influenciar políticas públicas, visando transformar a economia do país para a construção

de um futuro sustentável250”. A ABRAREC é a associação das relações empresa-cliente que cria e divulga práticas de bom relacionamento entre empresas e clientes.

Fica claro que o componente que garante a centralidade de determinadas entidades é a participação de um grupo que conecta diversas entidades sendo ele mesmo um ator central e o que se constatou foi uma forte presença dos grupos em duas entidades impor- tantes do setor primário.

Sociograma 4 – Sociograma da Rede Transassociativa. Conexões entre as entidades de classe pela pre- sença comum em suas diretorias de dois ou mais grupos econômicos e financeiros. Identificação pelo setor da economia.

Legenda:

Circle Sistema Corporativo

Square Sistema Extra Corporativo

Primário

Secundário

Terciário

Multissetorial

Fonte: Elaboração do autor.

Em relação a presença do setor secundário, aparecem duas, entre as entidades de maior centralidade: ABIQUIM e ABRAMAT, indústria química e materiais de cons- trução respectivamente. Secundariamente aparecem a ABDIB (Industria de base), se- guida pela ANFAVEA (veículos automotores) e ABRAGEL (energia). Considerando

que foram incluídas sete entidades extra corporativas do setor secundário, poderíamos considerar que o setor tem centralidade na rede, muito maior que o subsetor comércio.

No sociograma 5 temos os ramos de atuação das entidades conectadas através da Rede Transassociativa. O ramo mais presente é o de Atividades Financeiras, de se- guros e serviços relacionados, esse fato é uma provável consequência da maior centra- lidade dos grupos financeiros. Não obstante, a diversidade de ramos presentes na rede reflete a atuação econômica diversificada dos próprios grupos que atuam na represen- tação de diversos ramos e setores criando a possibilidade de conectar essa miríade de entidades de representação, como é confirmado pela existência da rede.

Sociograma 5 – Sociograma da Rede Transassociativa. Conexões entre as entidades de classe pela