• Nenhum resultado encontrado

- solução de coleta de águas pluviais – sistema de calhas – toda edificação deve necessariamente lidar com as águas das chuvas (apesar de, conceitualmente, edificação ser tanto algo quase imateriais, como as alterações que um passante pode fazer num

0 ,2

lugar deserto, para seu conforto e eventuais impulsos autorais, quanto o pavimento de uma praça, uma caminho calçado; mesmo assim, em meio às sutilezas conceituais já dadas ao que seja edificação, a chuva pode arruinar as nossas obras). Uma edificação pode (a) tentar livrar-se DE UMA VEZ das águas pluviais, ou (b) tentar livrar-se EM ETAPAS.

“Livrar-se de uma vez” significa lançar a água da chuva livremente sobre o solo, que irá absorvê-la e/ou transportá-la até algum reservatório natural, rio, lago, mar, etc. O registro desse transporte se chama hidrografia (...) e é fundamental para a compreensão das áreas risco naturais (locais de enchentes que pré- existem à ocupação humana) e das áreas de riscos artificiais (criadas pela ocupação humana, que geralmente agrava os riscos naturais). Para as edificações significa (a) a queda livre da água desde sua cobertura, ou (b) o escorrer da água pela superfície da cobertura que, nesse caso, não apresenta descontinuidade com a superfície das paredes (como uma grande cúpula sobre o chão).

“Livrar-se em etapas” significa receber as águas de chuva sem lançá-las ao solo imediatamente. Por quê faríamos isso? (a) porque esse lançamento direto é... proibido por muitas prefeituras no Brasil e no mundo, contribuindo para enchentes, empoçamentos, formação de entulhos e erosões nos logradouros públicos (além de fazer com que, nas cidades tradicionais, um dia de chuva seja um dia de “cachoeiras” urbanas, tal a quantidade de água lançada desde os telhados); (b) porque queremos controlar o fluxo de águas de chuva em nosso próprio lote, de forma a que não o inundemos imprudentemente – e ainda que não aproveitemos NADA dessa abundante água de chuvas; (c) porque queremos aproveitar a água de chuva, tanto aquela mais pura, vinda do telhado, quando aquela

que escorria pelo lote, indo “perder-se” na hidrografia local. Em todos esses casos, as calhas podem ser usadas... mas o estudante de projeto deve entender um ponto fundamental: não se trata de PROJETAR CALHAS, mas FORMAS DE COLHER A ÁGUA DE CHUVA EM ETAPAS, DE FORMA CONTROLADA. Nesse aspecto particular, a indicação da solução das calhas se deve ao caráter comum dessa solução, prática e muito utilizada, segura e com uma grande variedade de soluções.

- solução de coleta de águas pluviais – sistema de retirada de água das calhas – Como vimos, o projeto deve “contar direitinho” o que fazer com as águas de chuva, assim como outras intempéries incidentes. Assim, como os Grandes Vãos estão invariavelmente associados a Grandes Coberturas (com importantes exceções, como em... pontes – que eventualmente são cobertas, mas com o emprego de pequenos vãos, locais), Grandes Coberturas estão associadas a grandes quantidades de água quase instantâneas, vindas literalmente DO CÉU. Devemos, arquitetos, calcular essas quantidades de água, usar a ciência da PLUVIOMETRIA em nossos projetos (afirmação que é feita para o espanto dos estudantes que já aprenderam, em poucos semestres de seu curso de Graduação, que “arquitetos não fazem esses cálculos estranhos”...).

Neste ponto você deve explicar como “a água pluvial retida quase instantaneamente nas calhas deve ser – tão rapidamente quanto possível – retirada dessas calhas. Essa retirada se dá, ordinariamente, através de TUBOS DE QUEDA. Mas, como sabemos, as calhas podem “se transformar” em outros artefatos que cumprem essa finalidade de forma, digamos, engenhosa.

0 ,2

- solução de coleta de águas pluviais – destinação final – Esse ponto dá seqüência ao raciocínio anterior: você demonstrou como as

0 ,2

águas das chuvas são recolhidas, mas ainda não demonstrou sua destinação final. Saída comum: os TUBOS DE QUEDA se comunicam com uma rede local (no pavimento térreo, e em subsolo) de tubos de coleta, que podem levar às grandes canalizações de recolhimento de águas pluviais da cidade. É através desses grandes sistemas de recolhimento que as cidades evitam as previsíveis ENCHENTES, que levam tanto perigo às vidas e às edificações. Isso é o que dá viver no Planeta Água.

Contudo, a coisa não é assim tão fácil: esses canos que comunicam (a) o sistema CALHAS-TUBOS DE QUEDA ao (b) sistema de recolhimento das águas pluviais urbanas (totalmente distinto do sistema de recolhimento dos esgotos)... deve ter seu trajeto indicado em PLANTA específica (ainda que possamos ter essa indicação na PLANTA DE LOCAÇÃO, bem adequada a essas mazelas de subsolo).

Por quê faríamos isso? Porque isso também é arquitetura, ainda que invisível... os eixos de passagem dessas importantes instalações devem ser previstas, como parte fundamental do projeto de arquitetura (ainda que seja raro que uma prefeitura municipal solicite essa informação na fase de aprovação do Anteprojeto de Arquitetura).

Esses eixos de passagem das canalizações de águas pluviais são de indicação fundamental para que eventuais mudanças no projeto ou na obra, criação de áreas de estacionamento não- previstas inicialmente, expansões das edificações no lote e desmembramentos (divisão, separação de parte) do próprio lote, entre outras alterações na ocupação, podem levar a prejuízos nessas importantes instalações.

Em grandes edificações (com ou sem grandes vãos, mas com grandes áreas cobertas), esses eixos de passagem podem ser

soluções permanentes, com obras próprias, de galerias custosas e de porte considerável, que limitarão seriamente as mudanças na ocupação do lote.

Além disso, é provável que o uso da água de chuvas seja exigido pelo empreendimento. O armazenamento de grandes quantidades de água de chuva (em volumes que superem 1/25 do volume da construção, propõe-se) deve também exigir algum sistema de tratamento dessa água – de sua conservação em estado higiênico, para uso apropriado. A definição dos eixos de canalização é o primeiro passo para o planejamento desses componentes acessórios do sistema de instalações de águas pluviais.

A figura mostra “alternativas” de implantação de edificação (modulada, digamos, permitindo diferentes composições dos módulos e diferentes disposições no lote), em que os eixos de “descida” das canalizações de águas pluviais são expostos. Observe o quanto é importante prever esses eixos, que indicam a DESTINAÇÃO FINAL das águas pluviais. Evidentemente, a mesma indicação deve ser pensada para os esgotos, etc.

25 A C D B 25 20 20 15 15 10 10 5 Logradouro (rua, avenida, praça, largo, etc.) 5 25 25 20 20 15 15 10 10 5 Logradouro (rua, avenida, praça, largo, etc.) 5 25 25 20 20 15 15 10 10 5 Logradouro (rua, avenida, praça, largo, etc.) 5 25 25 20 20 15 15 10 10 5 Logradouro (rua, avenida, praça, largo, etc.) 5