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- Caderno com a descrição ilustrada de princípios de linguagem (ou CADERNO DO PARTIDO, contendo os princípios do Partido Arquitetônico adotado, que se expressam como “linguagem”) – Pense nesse caderno como uma Memória mais Explicativa que Justificativa, assim como uma primeira PREPARAÇÃO PARA A DEFESA DE SEU TRABALHO JUNTO À BANCA EXAMINADORA. Esse Caderno deve ser entregue juntamente com o jogo de pranchas de arquitetura. Sua formatação é livre, mas recomenda-se: (a) tamanho A4 ou A3; (b) encadernação e colocação de capa plástica; (c) confecção de forma a que cada um dos grupos-de-princípios que se seguem ocupe pelo menos UMA PÁGINA POR GRUPO (de princípios).

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princípios mínimos relacionados à forma geral – explicação da solução formal, como um todo, esclarecendo (a) como a forma foi buscada e encontrada, (b) como o programa de necessidades foi interpretado, (c) como sintetiza o lançamento formal: seu caráter, seus pontos mais fortes, suas principais dúvidas, etc.

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princípios mínimos relacionados à implantação – a explicação da implantação é um dos argumentos mais fundamentais e complexos do projeto. Envolve referências aos acessos, à distribuição de funções no lote ou gleba, ao aproveitamento da topografia, das vistas, dos padrões de insolação e ventilação, do sistema viário interno, etc. Faça croquis

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explicativos desses aspectos de suas decisões projetuais.

princípios mínimos relacionados à orientação de clientes e visitantes – como as pessoas acham os lugares nos espaços propostos por você? Como você sinalizou e dispôs os lugares, as circulações, de forma a facilitar a orientação dos visitantes, assim como sua evasão quando necessário? Faça croquis explicativos desses aspectos de suas decisões projetuais.

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princípios mínimos relacionados ao uso (in)expressivo de cores – não há projeto preto-e-branco (ou há, e você pode demonstrar isso, e explicar sua preferência, os efeitos que buscou obter). Explique a PALETA DE CORES que usou em seu projeto. Mostre qual a sua estratégia do uso de cores, especialmente: (a) como as cores SE COMBINAM na imagem mais importante da edificação; (b) como as cores são usadas para SINALIZAR, na escala do conjunto das edificações, cada uma delas, ou subconjuntos delas; (c) como as cores são usadas a partir dos MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E ACABAMENTO, em composições “sem pintura”, sem o acréscimo de pigmentos que não sejam os dos próprios materiais; (d) como as cores são usadas a partir de pigmentos, em tintas, com a criação de PALETAS DE CORES ESPECÍFICAS, cujo uso pode ocorrer de forma associada a texturas; (e) como as cores são usadas para a AMBIENTAÇÃO de Espaços Externos e Espaços Internos; (f) como as cores são usadas para transmitir SIGNIFICADOS intencionados pelo projetista, de forma associada à sua FUNÇÃO; (g) como as cores são usadas para transmitir SIGNIFICADOS intencionados pelo projetista, de forma associada à sua FORMA. Faça croquis explicativos desses aspectos de suas decisões projetuais.

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texturas – como as cores, as texturas são usadas expressivamente, e criam percepções que são paralelas às percepções das cores, assim como percepções que jogam com as percepções das cores, fortalecendo determinados significados e efeitos. Observações assemelhadas às observações oferecidas para os estudos de cores também são feitas para os estudos de texturas: (a) como as texturas SE COMBINAM na imagem mais importante da edificação; (b) como as texturas são usadas para SINALIZAR, na escala do conjunto das edificações, cada uma delas, ou subconjuntos delas; (c) como as texturas são usadas a partir dos MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E ACABAMENTO, usando efeitos apropriados a cada um dos próprios materiais; (d) como as texturas são usadas a partir de instrumentos específicos, como o picão, a colher de pedreiro, jateadores, etc.; (e) como as texturas são usadas para a AMBIENTAÇÃO de Espaços Externos e Espaços Internos; (f) como as texturas são usadas para transmitir SIGNIFICADOS intencionados pelo projetista, de forma associada à sua FUNÇÃO; (g) como as texturas são usadas para transmitir SIGNIFICADOS intencionados pelo projetista, de forma associada à sua FORMA. Faça croquis explicativos desses aspectos de suas decisões projetuais.

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princípios mínimos relacionados ao uso de elementos naturais – o uso de elementos naturais consiste na aplicação de soluções com (a) a manipulação do solo natural, expondo suas cores e texturas, de forma associada a (b) o uso da cobertura vegetal natural (gramíneas, arbustos, árvores, palmeiras, etc.), de forma associada a (c) uso de espécies vegetais exóticas (não- nativas do ecossistema cerrado, como mangueiras, coqueiros, figueiras, etc.). Em especial, a preservação de espécimes já existentes é decisão projetual de grande importância. A depender

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da posição ocupada pelo(s) espécime(s), sua aparência (cores de folhas e casca, presença de flores e frutos, de epífitas ou espécies trepadeiras), seu volume de copa, sua “presença cênica”, o(s) espécime(s) pode(m) ter papel decisivo na composição arquitetônica. O uso de elementos naturais deve ser explicitado, e pode ter uma poderosa combinação com as aberturas proporcionadas por grandes vãos arquitetônicos. Nesse particular, a antecipação de conceitos elementares dos estudos de paisagismo é experimentada, sem o prejuízo do aprofundamento dos estudos que são feitos mais adiante, conforme a atual grade curricular. Faça croquis explicativos desses aspectos de suas decisões projetuais.

princípios mínimos relacionados ao uso de elementos da estrutura – a grande composição estrutural, isto é, dos elementos portantes da edificação, pode adquirir significado expressivo fundamental para a composição arquitetônica. Ao projetarmos grandes vãos nos esforçamos pelo uso parcimonioso, criterioso, econômico de materiais construtivos, e pela obtenção de seu mais expressivo (de acordo com os critérios do projetista) ajuste. Os estudantes devem relatar sucintamente como o uso dos materiais e componentes utilizados na proposta da estrutura portante é parte de sua composição arquitetônica.

Além da ênfase expressiva, evidentemente a concepção estrutural deve ser explicitada. Como a estrutura portante vai, efetivamente, comportar-se? Como o(s) grande(s) vão(s) é(são)

alcançados, concebidos? Quais os elementos críticos,

fundamentais, da concepção estrutural, especialmente quanto à economia de cargas?

Faça croquis explicativos desses aspectos de suas decisões

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projetuais.

princípios mínimos relacionados ao uso de elementos de vedação – de forma complementar à concepção da estrutura portante, solicita-se ao projetista a explicitação do modo as vedações (paredes externas e internas, não-estruturais mas apenas divisoras dos espaços; esquadrias que não desempenham papel estrutural; painéis divisórios não-estruturais, cobogós, etc.); esses princípios devem ser criticamente examinados, pois pressupõem o uso de elementos de vedação que não são estruturais (o que pode não ser verdadeiro, no todo ou em parte, como nas arquiteturas de cascas e membranas, em cúpulas e abóbadas, em arquiteturas de terra, etc.). Outro pressuposto acerca do que seja “estrutura” também é colocado sob crítica: falamos de estruturas como sistemas de componentes físicos que são responsáveis pela manutenção da integridade da forma física da edificação em face dos pesos dos materiais, dos esforços impostos à edificação (por seu uso, pelo solo, pelo vento, por sua própria geometria, que lança partes de seu corpo em balanço, etc.); em especial, o que chamamos de estrutura é responsável pela sustentação da cobertura da edificação, tornando possíveis os grandes vãos COBERTOS, abrigados, protegidos. Essa não é uma definição pacífica: podemos ter estruturas dentro de estruturas, em várias composições “independentes”, semi-independentes, ou com dependências complexas. Esse é um debate relevante, difícil, mas aberto à experimentação e ao projeto.

Esses princípios também levam o projetista a explicitar uma dimensão fundamental de expressividade da composição arquitetônica, pois as paredes não-estruturais, os painéis, os cobogós, as esquadrias, entre outros elementos, são “estruturas

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em si mesmos”, como sub-projetos dentro de um projeto mais abrangente.

Faça croquis explicativos desses aspectos de suas decisões projetuais.

princípios mínimos relacionados à contextualização da edificação – a contextualização da edificação diz respeito a aspectos especiais de sua implantação (de certo modo, esse aspecto da argumentação solicitada retoma a exposição de motivos da implantação); contudo, podemos entender a contextualização em termos da integração do edifício na paisagem

urbana mais abrangente, no campus, no bairro. A

contextualização que é solicitada exige alguma reflexão sobre a “história da formação da paisagem circunjacente”: de que maneira o novo projeto DIALOGA com os projetos que o precedem e, se o projetista tem coragem e clareza, sobre os projetos que podem vir a seguir. Variáveis de contextualização (que podem merecer discussão e explicitação, com o emprego de croquis) são, por exemplo: (a) a importância, ou desimportância, o desejo de mimetismo, de fusão na paisagem pré-existente, VISUAL E VOLUMÉTRICA, do conjunto proposto; (b) o eventual papel de PORTAL, de ELEMENTO DE CONTINUIDADE, de ELEMENTO DE CONTRASTE, de DESTINO FINAL, de FOCO, de SUPORTE AO PERCURSO, etc., da nova proposta em meio à organização urbana circunjacente; (c) a importância de aspectos de seu IMPACTO NA VIZINHANÇA, quando o projetista pode antecipar argumentos de “vizinhos” e/ou usuários (como os que você entrevistou para a elaboração do estudo de Topografia de Opiniões) com relação ao novo conjunto a ser edificado: há prejuízo ou há benefício pela nova presença edificada? Ruídos, a presença de automóveis, a

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atração de público ocorrem de forma a ampliar ou a minorar o impacto na vizinhança?

Faça croquis explicativos desses aspectos de suas decisões projetuais.

princípios mínimos relacionados ao uso de elemento simbólico (o símbolo da UnB) – grandes vãos podem estar ligados a grandes empreendimentos – e geralmente estão. Grandes instituições, com poderosas marcar corporativas, ou com o intenso desejo de promover essa marca. Em alguns casos “a marca gerou o projeto”, assim como “o projeto gerou a marca” (como no Banco Central do Brasil, em Brasília). O uso da marca da instituição tem aspecto simbólico imediato (a marca simboliza a instituição), e pode ser usada, na arquitetura, de forma a realçar esse papel, de forma planejada, em sua comunicação visual, em seus padrões de cores (como o verde azul e branco da UnB), em seus portais e pórticos, como SUTIL motivo de azulejos e cobogós.

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Princípios específicos enunciados pelo estudante – algo realmente criativo e pessoal – esses princípios deveriam ser MAJORITÁRIOS, mas os jovens estudantes ainda estão em pleno aprendizado do repertório, da história, das teorias da arquitetura. Eventualmente, alguns estudantes podem empreender uma listagem mais pessoal de aspectos de seus projetos a serem avaliados – pelo orientador “oficial”, por orientadores externos, como os chefes dos escritórios de arquitetura para os quais trabalham como estagiários, outros professores, etc. Como exemplos, os estudantes eventualmente oferecem princípios como:

- o uso de pré-fabricados de concreto armado no sistema construtivo (exemplos em argamassa armada);

- proposta de pilares feitos de blocos intertravados

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- desenvolvimento de vigas treliçadas especiais (especialmente os estudos de vigas de seção triangular);

- paginação de cobogós segundo o Código de Athos; - desenvolvimento de cobogós intertravados;

- estudos de cobogós com micro-janelas embutidas;

- uso de curvas de visibilidade nas vistas para o Lago Paranoá;

- criação de espaços cenográficos para festas dos estudantes;

- criação de circuito de separação automática de materiais de construção;

- criação de elevadores-pilares;

- utilização da cobertura para a captação de energia solar e sua transformação em energia elétrica;

- utilização de esculturas produzidas pelo projetista, nos jardins internos do conjunto;

- proposta de logomarca para o Canteiro Experimental;

- criação de “circuitos integrais” com a provisão de recursos de acessibilidade que alcançam todas as edificações;

- uso do bambu de forma integral (estrutura, vedações, acabamentos, revestimentos);

- uso da água como filtro de luz – estudo de iluminação zenital;

- uso de membranas em estruturas tensegrity;

- proposta de elevador totalmente mecânico, sem o uso de motores;

- proposta de rampa levadiça (escada levadiça também foi estudada);

rotatória acionada por um dos pneus;

- proposta de teleférico ICC – Canteiro;

- criação de ciclos de reutilização da água cinza e de água das chuvas captadas;

- criação de ícones de iluminação externa à base da queima de óleo de sementes do cerrado;

- “fachadas de luz”;

- “edifícios-lanterna” (sugestão do prof. Luiz Alberto Gouvea, urbanista, a uma estudante);

- criação de luminárias internas de grandes proporções (como espécies de candelabros);

- modelação do solo com finalidade expressiva;

- captação da energia do vento (correntes atmosféricas) x captação da energia do vento (correntes criadas pela edificação);

- criação de mobiliário multi-utilitário para as oficinas; - estudos de biombos multi-utilitários;

- estudos de painéis fixos com garrafas-pet;

- proposta de esculturas com materiais reciclados;

- desenvolvimento de brise-soleil em estrutura semi- geodésica;

- desenvolvimento de terraço-jardim sobre abóbadas de feixes de bambu;

- estudo de cataventos para o bombeamento perene de água dos reservatórios subterrâneos para os reservatórios suspensos (castelo de água);

- estudos de iluminação da cerca limitante do canteiro (postes especiais ao longo de alambrado);

- estudos de peças especiais de fibra de vidro para cobertura em domus auto-portantes;

- (tentativas de) reinvenção de telhas e tijolos;

- detalhamentos de treliças espaciais inovadoras (variações de seções e geometrias);

- detalhamentos de sheds inovadores (variações nas dimensões, superfícies das “capas”, brises ou esquadrias das aberturas, etc.).

Esses princípios específicos enunciados pelos estudantes, como se vê, são, em boa parte, o RESGATE da(s) idéia(s) mais original(is) oferecidas pelo Anteprojeto.