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3. RESULTADOS/DISCUSSÃO

3.2 Subteste Cubos

As categorias de análise do subteste cubos utilizadas, de acordo com o WISC III, foram coordenação visomotora, capacidade de conceptualização, aptidões para análise e síntese, rapidez e exatidão para enfocar um problema e flexibilidade, já antecipadas. A tarefa consistia em reproduzir desenhos abstratos utilizando de 2 a 9 cubos. Uma atuação eficiente significava bom desempenho nas categorias de análise. A tentativa podia ser mal sucedida por causa da construção errada, uma rotação dos cubos de 30 graus ou mais, ou pela ultrapassagem do tempo limite. A construção correta na 1ª tentativa, nos modelos 1 a 3 recebia 2 pontos. Para os modelos 4 a 12, registrar um mínimo de 4 pontos para cada

construção. O tempo mínimo de execução é garantia de pontos extras. O protocolo de registro traz toda a pontuação.

No final da aplicação, foi realizada a contagem dos pontos obtidos pelo sujeito e, da mesma forma que ocorre no subteste Vocabulário, é feita a conversão de pontos brutos em pontos ponderados, consultando as tabelas especificas do WISC III.

Na análise realizada os resultados apontam para um desempenho dos sujeitos com escores variados, acima da média, na média e abaixo da média. Assim, 3 sujeitos tiveram resultados numéricos acima da média; 1 obteve escore médio; e 1 ficou com escore abaixo da média. Isso indica que 4 dos sujeitos da pesquisa têm bom desempenho nas categorias de análise ou boa coordenação visomotora, capacidade de conceptualização, aptidões para análise e síntese, rapidez e exatidão para enfocar um problema, flexibilidade. Um sujeito de pesquisa apresentou resultados pobres e possíveis problemas perceptivos; conceptualização espacial pobre; presença de defeitos visomotores; insegurança; possível cegueira cromática.

O sujeito I atingiu 25 pontos brutos, situa-se, portanto, na parte final da tabela para sua faixa etária. Na conversão de pontos brutos em pontos ponderados, conseguiu o escore 14, o que lhe confere desempenho acima da média esperada para sua faixa etária, nas categorias analisadas.

O sujeito II assegurou uma pontuação bruta de 48 pontos, que equivalem ao resultado numérico de 14, posicionando-se acima da média prevista para sua faixa etária.

O sujeito III, com 31 pontos brutos e 10 pontos ponderados, situa-se no centro da escala; ou seja, seu desempenho foi na média proposta para sua faixa etária.

O sujeito IV aferiu na prova Cubos, um resultado bruto de 43 pontos com escore 13 e atuação considerada acima da média.

O sujeito V conseguiu uma pontuação bruta de 38, que é equivalente ao escore 8 - baixo. Este escore está abaixo da média esperada para sua faixa etária, o que aponta para

problemas perceptivos; conceptualização espacial pobre; presença de defeitos visomotores, insegurança e possível cegueira cromática.

A Tabela 6 representa o desempenho dos sujeitos no Subteste Cubos – WISC III, de forma a visualizar os resultados obtidos pelos sujeitos de pesquisa, em termos de pontos brutos, ponderados, escores, possibilitando a comparação considerando a faixa etária.

Tabela 6 - Desempenho dos sujeitos no Subteste Cubos - WISC III

Sujeito Idade Pontos brutos Pontos

ponderados Escala de 1 a 19 I 7 a 9 m 25 14 Escore 14 II 10 a 6 m 48 14 Escore 14 III 12 a 10 m 37 10 Escore 10 IV 11 a 6 m 43 13 Escore 13 V 15 a 8m 38 8 Escore 8

Os números mostram que o sujeito com a faixa etária mais alta atingiu um desempenho, em termos de escore, bem abaixo da média esperada para sua idade. Em termos comparativos, usando o padrão etário como parâmetro, o quadro mostra que as faixas etárias mais altas conseguiram escores menores e que o sujeito I apresentou a melhor performance número/idade. Observando-se os números alcançados no subteste Vocabulário, em que todos os sujeitos obtiveram escores acima da média, percebe-se uma variação significativa entre o desempenho verbal e o não-verbal, conforme o quadro que se segue.

Tabela 7 - Desempenho dos sujeitos no subteste Vocabulário e Cubos – WISC III Sujeito/ Idade Pontos Brutos Vocabulário Pontos Brutos Cubos Pontos Ponderados Vocabulário Pontos Ponderados Cubos Escala 1 a 19 Escores Vocabulá -rio Escala 1 a 19 Escores Cubos I 7a 9m 24 25 17 14 Alto Alto

II 10a 6m 43 48 19 14 Alto Alto

III12a10m 36 37 14 10 Alto Médio

IV11a 6m 33 43 15 13 Alto Alto

V15a 8m 37 38 12 8 Alto Baixo

Os escores obtidos pelos sujeitos de pesquisa, nos subtestes vocabulário e cubos, mostram que pode haver a variação existente entre o desempenho verbal e o desempenho do

pensamento em ação questionada na presente pesquisa. Os sujeitos conseguiram desempenhos altos no subteste verbal e não conseguiram performance semelhante no subteste não verbal ou de execução, cubos. Apesar de os sujeitos I, II e IV terem obtido escores altos nos Cubos, eles não se igualaram aos obtidos no Vocabulário, foram menores. O sujeito III, que obteve escore alto no vocabulário, nos cubos ficou com resultado numérico na média. E o sujeito V, que obteve um escore alto no Vocabulário, ficou com escore abaixo da média nos Cubos. Um estudo de 5 casos, em que comparece a variação no desempenho de dois sujeitos, pode ser sugestivo e indicar a possibilidade de encontrar tal variação em pesquisa com amostra maior visibilidade de incidências.

Na segunda apreciação do desempenho dos sujeitos com os Cubos, procurou-se avaliar as seguintes categorias de análise: atenção ao problema, adaptação, tomada de consciência, autocrítica – eficiência da adaptação, vetores da percepção direta – impressão e elementos de construção. É interessante registrar que, para cada categoria de análise, foram planejadas subcategorias que pudessem auxiliar as observações e registros do pesquisador. (vide anexo: Matriz para Avaliação do Desempenho no Subteste “Cubos” – WISC III)

Luria (1987) afirma que a tarefa intelectual que o sujeito deve empreender é vencer os vetores da percepção direta e converter os elementos da impressão em elementos de construção. A solução deste problema surge assim que o sujeito conseguir vencer a percepção direta do desenho e recodificar a estrutura dessa percepção nos elementos dos blocos de construção.

Optou-se pela apresentação detalhada do desempenho dos sujeitos de pesquisa, em cada categoria analisada, por considerar que elas centram as particularidades do desenvolvimento do pensamento em ação.

Sujeito I

Atenção ao Problema ou Atenção Voluntária

O sujeito I manteve a atenção que foi observada nas consultas que ele realizou aos modelos que deveria reproduzir com os cubos; na escolha da figura como um todo, como referência para a montagem com os cubos de madeira; atenção verificada, também, na rapidez das construções e na verbalização sobre “ver tudo na figura”; e pelo fato de conduzir sua ação com os cubos guiando-se pelo modelo, sem o uso do ensaio-e-erro, comum nessa atividade de reproduzir os modelos em cartão. Considera-se que a atenção voluntária foi um fundamento importante para a busca do caminho a trilhar, tanto em termos de empreender movimentos corretos, quanto de retornar para corrigir eventuais erros na construção de sua atividade com os cubos.

Adaptação, Tomada de Consciência do Problema a ser Solucionado

As subcategorias de análise, presentes na ação do sujeito I com os cubos, foram observadas em comportamentos, tanto de execução rápida, sugestiva de planejamento do caminho certo a ser seguido, quanto de percepção do erro e da necessidade de mudança, e, de sua imediata realização.

Autocrítica – Eficiência da Adaptação

Esta categoria de análise foi observada, a princípio, na expressão corporal do sujeito I, que refletiu satisfação pelo desempenho correto; na sua verbalização fluente e descritiva da ação; na rapidez com que realizou as mudanças necessárias; quando apresentou, de forma descritiva, a sua percepção do erro e como este ocorreu; na fala que traduz vibração pelo êxito da construção; na satisfação pela ajuda da pesquisadora ter lhe conduzido ao acerto; na percepção do seu limite diante da dificuldade por meio da desistência após algumas tentativas de montagem de determinada figura e, ainda, no comportamento de não montar determinada figura, pela consciência da dificuldade.

Vetores da Percepção Direta – a Impressão

As características dos vetores da percepção direta, impressão se fizeram presentes na atividade do sujeito I, quando da permanência na ação sem produzir mudança, que é característica da impressão, do ensaio-e-erro, da percepção direta do que é concreto e o sujeito, em determinada montagem com os cubos (figura 11), apresentou essa característica. Verbalizar que não gosta de certo cubo por ele ser difícil, pode parecer um sinal claro de percepção direta, no entanto, Vigotski (1998) afirma que a imaginação está estreitamente relacionada ao afeto.

Elementos de Construção

Quanto ao desempenho do sujeito I nas atividades com os cubos, os elementos de construção foram observados na descrição da ação, ou seja, na verbalização fluente sobre o planejamento e resultado da ação; ao realizar comparações da montagem com os cubos com a construção de uma casa; na analogia estabelecida entre a figura modelo com algo conhecido (como a bandeira do Japão, por exemplo); quando o sujeito elegeu a figura como um todo, como critério para a montagem com os cubos; quando percebeu a diferença entre o cubo e o quadrado demonstrando a apreensão das várias dimensões do cubo, ou seja, realizando a análise e síntese da figura; a forma como dispôs os cubos na construção da figura 4 (quatro) deixa transparecer o caminho traçado pela função psíquica para atingir o objetivo; o planejamento, a intencionalidade da ação observada na rapidez com que manipula os cubos; analisar a ajuda recebida, em determinado momento, como importante para que ele chegasse ao êxito de sua ação com os cubos.

Sujeito II

Atenção ao Problema ou Atenção Voluntária

Quanto ao desempenho do sujeito II, pode-se afirmar que ele deixou transparecer a atenção voluntária nas ações de fazer escolhas quanto aos referenciais para a montagem com

os cubos, e ao verbalizar que observou “o formato, a junção das cores e a ordem dos cubos e que, em cada figura que se vai virando os cubos, dá uma outra forma”, também nas observações e conferências que o sujeito realizou da figura com o modelo desenhado no papel; ao falar sobre observar “a forma de virar o quadrado” como referência para a montagem da figura. De maneira análoga, a atenção pode ser percebida quando ele verbalizou a escolha dos referenciais: forma, cores, os quadrados; no ato de falar sobre “perceber melhor o fundo em função de o quadrado estar dividido” para a montagem de determinadas figuras; ao consultar com freqüência o modelo, por meio da fixação do olhar ora na construção com os cubos de madeira, ora no modelo em papel e ainda ao selecionar como referência para a construção de determinada figura, os “quadradinhos e as cores”. A atenção foi uma preocupação verbalizada pelo sujeito. Pode-se afirmar que ele tinha razão, pois considera-se que ela foi um fundamento básico para todos os acertos e pela motivação que manteve sua atividade até a culminância.

Adaptação, Tomada de Consciência do Problema a ser Solucionado

O sujeito II, ao verbalizar sobre ter atenção para não errar em função das características dos cubos; apresentar rapidez e movimentação firme dos cubos; concluir que, “dependendo do lado que vira o cubo, vai ter um formato diferente”; “deveria dar o mesmo efeito nas cores e que essas não poderiam ser colocadas de forma embaralhada”; planejar sobre mudança na posição da figura para o encaixe correto do ângulo certo (verbalizou desta forma); perceber rapidamente a necessidade de mudança e empreender ação nesse sentido; demonstrou dados que constituíram os indicadores da presença da adaptação, da tomada de consciência do problema a ser solucionado, na sua ação com os cubos.

Autocrítica – Eficiência da Adaptação

O sujeito II, também, deu mostras da presença da autocrítica na sua expressão corporal, que dava indícios de satisfação pelo êxito na realização sem erros, da maioria das

tarefas; em sua facilidade para verbalizar a ação que parece sugerir uma autocrítica positiva que reflete a autoconfiança; na verbalização sobre a consciência do quanto sua análise pode evitar o erro e de quanto essa adaptação específica pode ser eficiente na solução de problemas; a autocrítica compareceu, também, na fluência verbal detalhando o planejamento da ação para se evitar o erro; em sua conclusão sobre não perceber o fundo de determinada figura e isso dificultar sua ação com os cubos; nos comentários que realizou sobre a importância da ajuda (dica) da pesquisadora para finalizar, com sucesso, a atividade.

Vetores da Percepção Direta – a Impressão

Os comportamentos observáveis relacionados aos vetores da percepção direta, impressão do sujeito II foram: perceber somente a figura em detrimento do fundo, em certo modelo reproduzido (modelo 10); fixar-se apenas em uma cor como referência para a montagem de uma figura; escolha da forma como referencial para a construção de um modelo com os cubos; dificuldade de buscar alternativas para a solução de problemas concretos em determinada construção.

Elementos de Construção

O sujeito II, em sua montagem com os cubos, demonstrou a existência de elementos de construção em sua atividade que podem ser caracterizados pelo planejamento expresso na verbalização sobre “junção de cores, número de cubos que deverá usar para formar a figura”; falar sobre “ter que pensar em vários elementos da figura, junção das cores, na forma da figura, na ordem em que os cubos devem ser colocados”, dispostos para formar o modelo; ou seja, na montagem com significado, com objetivo de evitar o erro e facilitar o êxito da tarefa. A verbalização fluente, rica em vocábulos apropriados, a descrição detalhada da sua ação com os cubos reafirmam a presença dos elementos de construção no pensamento em ação do sujeito II.

Sujeito III

Atenção ao Problema ou Atenção Voluntária

Em se tratando do sujeito III, afirma-se que demonstrou a atenção voluntária em ações como: fixar o olhar no modelo; conferir sua montagem com o desenho a ser seguido; escolher a cor como referencial para a construção de várias figuras, expressa na movimentação com os cubos e na verbalização sobre a escolha da cor vermelha como referência inicial para a construção dos modelos. Como a verbalização do sujeito foi muito limitada, a sua movimentação e seu comportamento com os cubos foram os reveladores da presença da atenção voluntária.

Adaptação, Tomada de Consciência do Problema a ser Solucionado

Quanto à ação do sujeito III com os cubos, a categoria analisada ficou evidente em comportamentos como: girar o cubo até encontrar o lado correto para encaixá-lo; perceber o erro e realizar a mudança de forma rápida e firme em determinada construção; em aceitar ajuda, pois, em certo momento da montagem com os cubos, o sujeito não conseguiu perceber a diferença da sua construção com o modelo, necessitando da mediação ou intervenção do adulto, a partir dela, conseguiu realizar a retomada do caminho para o êxito da montagem.

Autocrítica – Eficiência da Adaptação

A expressão corporal sugestiva de satisfação pela realização correta da tarefa foi evidência da autocrítica na ação do sujeito III. Apresentou grande dificuldade de verbalizar suas ações e responder ao inquérito padronizado, como também, apresentou uma postura muito tensa quando se solicitou que falasse sobre o que fez. Tais reações parecem ser indícios de autocrítica acentuada e negativa, quanto ao seu desempenho com os cubos. Em dado momento, considerou a atividade menos difícil do que lhe parecia. Porém, em outra circunstância, a insegurança quanto ao seu desempenho paralisou sua ação com os cubos, em determinada construção, necessitando da confirmação da pesquisadora de que estava no

caminho certo, para prosseguir em sua montagem. Mesmo com ajuda, expressou satisfação ao finalizar essa tarefa.

Vetores da Percepção Direta – a Impressão

Os comportamentos sugestivos de impressão do sujeito III foram: a escolha de elemento concreto, cor, como ponto de referência para a montagem dos cubos, na maior parte dos modelos construídos; verbalizar sobre a escolha da forma como elemento norteador para a montagem de certa figura; a cor vermelha foi escolhida como o único referencial para a construção do modelo, na figura 10, o que impediu a visualização da cor branca como parte da figura e sua respectiva reprodução correta. O tempo excessivo gasto para a construção da figura 12, e escolha da cor como referência, caracterizam a impressão, necessitando de ajuda para mostrar-lhe a importância das linhas como referencial auxiliar.

Elementos de Construção

Em se tratando do sujeito III, como sua verbalização não contemplou o objetivo de descrever a ação com os cubos, os elementos de construção foram supostos a partir de alguns indícios apresentados na ação do sujeito, como a rapidez com que realizou algumas montagens, que parece sinalizar a internalização da figura; o fato de considerar fácil e ser rápido na construção de alguns modelos podem ser sinais da abstração das figuras.

Sujeito IV

Atenção ao Problema ou Atenção Voluntária

O sujeito IV apresenta sinais da atenção voluntária na verbalização sobre fixar-se na cor vermelha e, em seguida, na cor branca, para facilitar a montagem de determinada figura; ao olhar várias vezes para o modelo e para a construção que está realizando, numa espécie de conferência ou confirmação da ação executada; na ação de abrir bem os olhos ao se defrontar com o novo modelo que pode, também, simbolizar vontade de ver bem o que está para ser feito; ao verbalizar sobre comparar determinada figura com a bandeira do Brasil e juntar as

cores para formar a figura-modelo; ao falar sobre ter pensado na forma e na cor e também na figura como um todo ao realizar a montagem de alguns modelos; ao verificar a movimentação com os cubos e compará-la com o modelo; ao verbalizar sobre ações e sentimentos; sentir-se motivado para a realização das tarefas. Pode-se concluir que a atenção voluntária esteve presente em toda a atividade do sujeito IV com os cubos. Que a atividade de manipulação correta ou não com os cubos, só se efetivou pela opção do sujeito em atentar para os detalhes, consultar o modelo, verificar a movimentação e compará-la com o modelo. Escolher referencias para se guiar nos movimentos com os cubos, verbalizar ações e sentimentos, dar asas à imaginação, expressar-se por meio das expressões faciais e corporais.

Adaptação, Tomada de Consciência do Problema a ser Solucionado

Em relação ao sujeito IV, a consciência do problema a ser resolvido se configurou na rapidez com que realizou as construções com os cubos; a forma como manipulou os cubos foi sugestiva dessa consciência do que deveria fazer para se chegar ao resultado desejado; na verbalização sobre, “pensar que eram fáceis, mas eram difíceis” diante de alguns modelos e, apesar disso, conseguir sucesso ao montar sem erros; em alguns momentos, a forma de manipular os cubos de modo firme, com objetividade, demonstrou consciência do que precisava ser feito e como devia ser realizado. Nas figuras 9 e 12, o sujeito revelou dificuldades em prosseguir com a ação com os cubos, quando diante de dúvidas sobre o caminho a seguir, seu comportamento foi de ficar parada, sem buscar saídas, inclusive, pela via da ajuda da pesquisadora. Esses comportamentos podem caracterizar dificuldades do sujeito em lidar com o erro, ou tomada de consciência dos seus limites e possibilidades diante de obstáculos.

Autocrítica – Eficiência da Adaptação

A autocrítica sobre a eficiência da adaptação do sujeito IV pode ser observada na expressão fisionômica sugestiva de contentamento com o desempenho, e a verbalização

fluente deixa transparecer um bom nível de autopercepção. A expressão corporal, em dados períodos, sugere um comportamento contemplativo que parece indicar a necessidade de pensar antes de falar e agir. O confronto do pensamento inicial de que a atividade seria difícil, com a realidade da montagem que lhe mostrou o contrário, provocou-lhe reflexões, que foram pontuadas pelo sujeito, sobre sua precipitação ao ver de imediato a dificuldade e desacreditar em si mesma. A verbalização sobre “ficar nervosa ao ponto de ficar travada” para a condução da ação de dar início à construção de determinado modelo, por medo de não conseguir êxito, revela alto nível de auto-exigência. A conclusão sobre a importância da ajuda recebida, em certo momento, sem a qual não teria conseguido o desempenho satisfatório caracterizou, mais uma vez, a presença da autocrítica.

Vetores da Percepção Direta – a Impressão

Em relação ao sujeito IV os vetores da percepção direta, compareceram em comportamentos como: a escolha da cor como referencial, em certas construções; avaliar a tarefa como fácil ou difícil de ser realizada, pela aparência da figura; apontar nos cubos a

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