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CAPÍTULO IV METODOLOGIA DA PESQUISA

4.3 Sujeitos da pesquisa

A amostra da pesquisa constituiu-se de dois professores e uma professora, todos do turno da manhã, um de cada série do ensino médio, e seus alunos, considerando apenas uma classe por professor. Não tivemos participação na constituição da amostra de professores, que ficou a critério do coordenador da Área de Ciências e Tecnologias, docente também de Matemática da 3º série da escola pesquisada.

Ressaltamos a disponibilidade incondicional que os professores sujeitos ofereceram para a realização deste trabalho, deixando-nos sempre à vontade em sala de aula e atendendo a todos os pedidos feitos por nós para o intento da pesquisa. Eles nos concederam uma entrevista e responderam um questionário que tinha por objetivo levantar dados profissionais e outras informações que não foram contempladas na entrevista.

Na análise dos dados, optamos por dar nomes fictícios aos professores e alunos sujeitos da pesquisa com o intuito de preservá-los a respeito do entendimento que têm sobre a prática de avaliação em Matemática. A seguir fazemos as suas apresentações.

O prof. Pedro, da 1ª série, é licenciado em Matemática pela Universidade Federal do Maranhão-UFMA, desde 1997. Tem uma experiência de quatro anos na 1ª série, três anos na 2ª série e dois anos na 3ª série. Atualmente ensina nos três turnos, todos em escolas públicas diferentes. Este professor, na sua prática em sala de aula, foge ao tradicionalismo das carteiras enfileiradas, dando liberdade para os alunos conversarem, desde que não seja

durante uma explicação. Para ele, a avaliação começa na entrada dos alunos na sala de aula e tem continuidade durante a aula na observação das atitudes com relação à matéria, aos colegas, na participação, entre outras. Sua carga horária nessa escola é de 15 horas semanais distribuídas por cinco turmas da 1ª série. Dessas turmas, escolhemos uma que designaremos de turma T1, constituída de 44 alunos.

O prof. Tiago, da 2ª série, é também Licenciado em Matemática pela UFMA, desde 1982, tendo ensinado em todas as séries do ensino médio. Atualmente, ensina nos três turnos em escolas públicas diferentes. Em sala de aula, seus alunos sempre estão dispostos em filas. Estimula bastante a ida dos alunos à lousa, para responder os exercícios, pois ele costuma dizer que é errando que se aprende. Os serviços educacionais que presta à essa escola abrange quatro turmas da 2ª série perfazendo 16 horas semanais. Chamaremos a turma escolhida desse professor de turma T2, constituída de 39 alunos.

A profa. Abigail, da 3ª série, licenciou-se em Matemática pela UFMA no ano de 1986. Tem dezoito anos de experiência no ensino médio e atualmente ensina em dois turnos em escolas públicas diferentes. Sendo professora da 3ª série, chama muito a atenção dos alunos para o cuidado que devem ter com os vestibulares, tornando essa uma forma de chamá-los à disciplina em sala de aula. Por outro lado, incentiva muito o debate em torno da conjuntura sócio-política regional e nacional, dando liberdade de expressão aos alunos. Coloca-se sempre aberta à crítica. Ela ensina em quatro classes da 3ª série dessa escola, o que lhe dá uma carga horária de 16 horas semanais. Chamaremos de turma T3 a classe escolhida para a nossa pesquisa, constituída de 44 alunos.

Todos eles são críticos com relação à forma como os Governos Estadual e Federal direcionam a avaliação em sala de aula, pela condução injusta com que implementam as política educacionais de acesso ao ensino de nível superior.

Os alunos desses professores nos receberam com muito carinho e extroversão, deixando-nos à vontade para fazer a observação em sala de aula.

Para as entrevistas, as amostras de alunos por série se constituíram de 3 alunos, que a princípio participaram de uma outra coleta de 10 provas respondidas por eles e corrigidas pelo professor.

Não houve uniformidade na constituição dessas amostras, dado que na T1 da primeira série, os alunos só fizeram uma prova no período de realização da pesquisa, que

foi na última semana. Assim, a amostra dessa turma foi escolhida pelo professor, com orientação nossa para que fosse heterogênea quanto aos desempenhos em Matemática.

Na segunda série, os alunos da T2 foram escolhidos a partir da amostra de provas coletadas, com exceção de uma aluna que nós acompanhamos mais diretamente pelo fato dela sempre nos procurar para tirar suas dúvidas em relação à matéria, inclusive no dia de uma prova em que sentamos para discutirmos algumas questões relativas ao conteúdo selecionado para o teste.

Por último, a amostra da T3 da terceira série foi constituída a partir de uma aluna que se mostrava bastante aplicada nas aulas, onde teve muitas interações conosco, buscando tirar dúvidas com relação aos exercícios propostos pela professora, em sala de aula, mas que, na prova, se mostrava muito ansiosa, estado que interferia no seu desempenho. Ao procurá-la para conceder uma entrevista, nós a encontramos com mais duas colegas da turma, formando assim a amostra da entrevista.

As entrevistas com alunos foram todas feitas coletivamente, por classe, imediatamente antes da realização de uma prova, intencionando, assim, também captar as variáveis psicológicas inerentes a ela.

Tivemos, então, as seguintes amostras de alunos para a entrevista, cujos nomes também são fictícios:

Turma T1 da 1ª série: Dirceu, Ricardo e Helena; Turma T2 da 2ª série: Carla, Paula e André, Turma T3 da 3ª série: Patrícia, Elaine, Suzana.

Os questionários foram respondidos por todos os alunos das classes pesquisadas. Além desses sujeitos específicos demos voz ao Dédado (nome fictício), aluno da turma T2 do professor Tiago, e aos alunos da professora Abigail, assim como ao corpo pedagógico, sem identificá-los, por caracterizarem um movimento próprio da escola e das turmas pesquisadas.