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Supervisão clínica em enfermagem: o que sabemos até agora?

Sónia Novais

ACES Grande Porto IV, Unidade de Cuidados na Comunidade de Vila do Conde – ARS Norte, Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica.

Escola Superior de Enfermagem do Porto, Assistente convidada.

Autor correspondente: Sónia Novais (snovais@gmail.com)

Resumo

Falar em supervisão clínica em Enfermagem (SCE) não é falar de um conceito novo ou ino- vador. São vários os estudos que têm sido publicados neste âmbito ressaltando a importância deste processo no desenvolvimento profissional e na melhoria da qualidade dos cuidados e na melhoria dos resultados em saúde (Hyrkas e Paunonen-Ilmonen 2001). Em Portugal, a discussão em torno da SCE surgiu com o aparecimento do novo modelo de desenvolvimento profissional da Ordem dos Enfermeiros (OE 2009, p. 2). Deste modo, este trabalho centra-se numa temática pouco discutida e estudada no nosso país – a supervisão clínica de pares. Foi realizada uma pesquisa electrónica nas bases de dados indexadas. Dos artigos analisados 14 artigos referem-se a questões relacionadas com os modelos de SCE e sobre os efeitos e resul- tados do processo de SCE; 3 artigos referem-se à SCE como momento de desenvolvimento de competências; 4 artigos referem-se à tradução e validação de escalas relacionadas com a SCE; e 7 artigos referem-se a modelos de implementação do processo de SCE. Esta revisão de lite- ratura permite-nos concluir que a principal área de atenção dos estudos realizados no âmbito da SCE de pares se relaciona com os modelos e com os efeitos e resultados da SCE.

Palavras-chave: Supervisão clínica; supervisão de pares; implementação; instrumentos. Abstract

Speaking in clinical supervision in nursing (SCE) is not talking about a new or innovative con- cept. Several studies have been published in this field emphasizing the importance of this pro- cess in professional development and in improving the quality of care and health outcomes. In Portugal, the discussion around the SCE arose with the rise of a new professional development model from Ordem dos Enfermeiros (nursing national regulatory body). The present paper fo- cuses on a subject little discussed and studied in Portugal, clinical peer supervision. Research was carried out in electronic databases indexed. Of all papers revised, 14 refer to issues related to SCE models and on the effects and results of SCE process; 3 articles refer to SCE as a moment

for skills development; 4 articles refers to translation and validation of scales related to SCE, and 7 articles are related to models of implementation the SCE process. This literature review allows us to conclude that the main area of focus of studies in peer SCE relates to the models, effects and results of SCE.

Keywords: Clinical supervision; peer supervision; implementation; instruments. Enquadramento teórico

Falar em supervisão clínica em Enfermagem (SCE) não é falar de um conceito novo ou inovador. Na realidade, desde o início dos anos 90 que esta temática se encontra em discussão em vários países desenvolvidos, nomeadamente, nos EUA, Reino Unido e Escandinávia (Faugier e But- terworth 1994), porém, e segundo Abreu (2007), este início remonta aos primórdios da práxis clínica nos hospitais árabes. São vários os estudos que têm sido publicados neste âmbito ressal- tando a importância deste processo no desenvolvimento profissional e na melhoria da quali- dade dos cuidados e na melhoria dos resultados em saúde (Hyrkas e Paunonen-Ilmonen 2001). Em Portugal, a discussão em torno da SCE surgiu com o aparecimento do novo modelo de de- senvolvimento profissional da Ordem dos Enfermeiros (2009, p. 2). Porém, por definição, a SCE não se limita apenas ao contexto de relação de supervisão num ambiente de ensino-aprendi- zagem, nem a um processo de desenvolvimento de competências de autonomia profissional ou de competências especializadas.

Objetivos e finalidade da comunicação

Deste modo, este trabalho centra-se numa temática pouco discutida e estudada no nosso país a supervisão clínica de pares e tem como principais objetivos:

• Oferecer uma análise das áreas de atenção no âmbito da SCE de pares que emergem dos es- tudos realizados desde 1994.

• Realizar uma análise crítica dos estudos empíricos encontrados atendendo às tendências e resultados que sobressaem da implementação de um processo de SCE de pares.

Metodologia

Foi realizada uma pesquisa electrónica com a utilização dos termos «Clinical Supervision» AND «Nursing», nas bases de dados indexadas EBSCO Host, Google Schoolar e Science Direct. Foram encontradas cerca de 2940 referências, às quais foram aplicadas os critérios de inclusão:

• Estudos empíricos referentes à temática SCE;

• Estudos que incluam apenas enfermeiros, e não estudantes;

• Estudos cuja metodologia de colheita e análise de dados é claramente explicada.

Foram excluídos os estudos duplicados, revisões de literatura e publicações não originais, tais como cartas a editor, editoriais, artigos de opinião, artigos publicados apenas sob a forma de resumo, e estudos realizados com outros profissionais de saúde que não enfermeiros.

Após a aplicação destes critérios foram analisados 28 artigos, dos quais foram incluídos 21 na discussão de resultados por estarem concordantes com todos os critérios de inclusão e exclusão.

Análise dos resultados

Em seguida é apresentado quadro resumo com a análise dos artigos encontrados.

Quadro 1 – Quadro resumo AUtOR(ES) /

ANO / PAíS MEtODOLOGIA OBjECtIVOS PRINCIPAIS RESULtADOS

(Cruz, Carvalho, & Sousa, 2012) Portugal • Qualitativo; • Entrevista; • 18 enfermeiras rela-

cionadas com cargos de gestão de serviço.

• Perceber a opinião dos enfer-

meiros chefe sobre a SCE num centro hospitalar.

• Existe a necessidade, para as chefias de enfermagem,

de melhoria dos conhecimentos sobre SCE, de forma a desmistificar o processo supervisivo;

• A necessidade de formação em supervisão clínica é

premente;

• A importância da SCE ainda não é sentida em todos os

serviços como uma necessidade.

(Kenny & Allenby, 2012) Austrália • Qualitativo; • Análise descritiva/ interpretativa através de entrevista em grupo; • 22 enfermeiras. • Desenvolvimento de um pro-

grama de SCE num meio rural

• Avaliar as suas experiências

durante a implementação desse programa.

• SCE desenvolvida em grupo;

• Ambivalência nos sentimentos sobre a importância

da SCE;

• SCE não é vista como prioridade, quer pelos enfermeiros

quer pela gestão;

• Falta de clareza acerca do processo e o foco da SCE; • A escolha de supervisores externos foi reconhecida como

dificultadora pela falta de conhecimento sobre a realidade de trabalho.

(Brunnero, 2012) Austrália

• Misto Abordagem ana-

lítica da implementação através de duas fases: aná- lise e selecção de estraté- gias de implementação;

• Aplicação do questio-

nário desenvolvido por Bowles & Young;

• 35 enfermeiras.

• Avaliar a implementação da

SCE nas diferentes especialida- des de um hospital terciário.

• Escolhido o modelo de Driscoll como modelo de imple-

mentação da SCE e o modelo de Proctor como modelo de SCE;

• A dimensão restaurativa do modelo de Proctor surge

como a mais proeminente;

• Diferença significativa quanto à adesão a um programa

de SCE;

• Serviços com maior autonomia mantiveram a SCE mais

tempo implementada.

(Cross, Moore, Sampson, Kitch, & Ockerby, 2012) Austrália • Qualitativo; • Entrevista; • Estudo de caso; • 2 enfermeiras. • Explorar a importância e os

benefícios percebidos da SCE durante a transição para o pa- pel de enfermeira numa UCI.

• SCE como forma de desenvolvimento de competências de

consciencialização, confiança e liderança;

• Desenvolvimento de estratégias para lidar com o stress • Período de reflexão sobre as práticas;

• Pertinência do domínio de suporte numa fase de desen-

volvimento profissional inicial.

(Nicholson, Griffin, Gillis, Wu, & Duning, 2012) Austrália • Misto; • Perfomance Based Scoring Rubric; • 32 enfermeiras. • Examinar a validade e a

confiança da Perfomance Based Scoring Rubric, desenhada para avaliar as competências das enfermeiras instrumentistas num bloco operatório.

• Este instrumento aplica-se a uma área específica e

técnica da intervenção de enfermagem;

• Este instrumento foi construído tendo por base a teoria

de Benner de desenvolvimento de competências de enfermagem;

• Durante a sua validação foi aplicado a enfermeiras desde

iniciantes a peritas;

• Neste contexto a escala revelou ser confiável e

consistente. (Cruz S. , 2011) Portugal • Misto; • Manchester Clinical Supervision Scale (MCSS); • 230 enfermeiras; • Painel de 3 experts.

• Traduzir e validar para a lín-

gua portuguesa a Manchester Clinical Supervision Scale (MCSS).

• A escala foi sujeita a processo de tradução e retradução e

comparatibilidade com um painel de experts;

• Tem adequação à cultura e prática de SCE, bem como

apresenta uma boa consistência.

(Cruz S. , 2011) Portugal • Qualitativo; • Estudo exploratório, descritivo e longitudinal; • 61 enfermeiros. • Desenvolver um modelo de

suporte à prática da SCE em Portugal.

• Neste modelo supervisore s e supervisados trabalham

no mesmo local;

• Tal como em outros estudos a função restaurativa apre-

senta-se como primordial.

(Henrik, 2009) Suécia • Quantitativo; • Questionário com 24 itens; • 58 enfermeiras chefes.

• Estabelecer quais são as

competências de Enfermagem necessárias num serviço de urgência, na opinião das enfermeiras chefes;

• Perceber de quem é a

responsabilidade para o seu desenvolvimento.

• Existe uma necessidade permanente de actualização de

conhecimentos num departamento como o de emergência;

• A responsabilidade pela qualidade dos cuidados recai

sobre a chefia de Enfermagem;

• O desenvolvimento de competências no âmbito da comu-

nicação, bem como de competências técnicas de actuação emergem como as grandes prioridades;

• O desenvolvimento de competências deve emergir de

cada profissional, porém as chefias de Enfermagem deve garantir as condições necessárias a que tal aconteça.

(Lynch & Happell, 2008) Austrália

• Qualitativo; • Estudo exploratório,

com diferentes fases, com auditoria aos registos do processo de SCE e entre- vistas semi-estruturadas;

• 7 enfermeiras.

• Explorar e avaliar um modelo

de implementação de SCE.

• A SCE surge como uma necessidade em períodos de

transição ou mudança organizacional;

• Apoiada em dados da gestão, nomeadamente o turnover

e absentismo para perceber o contexto e a perspectiva profissional deve porém surgir autonomamente da gestão;

• A implementação de qualquer modelo de SCE deve

assentar no desenvolvimento de cinco fases distintas que se articulam entre si, com tarefas distintas.

(Alleyne & Jumaa, 2007) Reino Unido

• Qualitativo; • Estudo de caso; • 6 enfermeiras.

• Facilitar a ligação entre teoria

de gestão e as práticas clínicas das enfermeiras dos cuidados de saúde primários, melhoran- do dessa forma a qualidade de cuidados prestados.

• Intervenções relacionadas com a gestão e a liderança têm

uma influência significativa na capacidade de melhoria da qualidade dos cuidados;

• A utilização de diferentes técnicas e abordagens aumen-

tou a confiança no processo supervisivo;

• A utilização de um modelo estruturado permitiu a

facilitação de todo o processo.

(Edwards, et al., 2006) Reino Unido • Quantitativo; • Maslach Burnout Inventory (MBI); • Manchester Clinical Supervision Scale (MCSS); • 216 enfermeiras especia-

listas em saúde mental.

• Avaliar o grau de influência

da SCE nos níveis de burnout referidos pelas enfermeiras especialistas em saúde mental que trabalham em contexto comunitário.

• 73% das enfermeiras estavam integradas em programas

de SCE no seu local de trabalho;

• Existia uma variação grande sobre a forma como era rea-

lizada a SCE e nos modelos adoptados por cada instituição;

• Os enfermeiros homens, mais novos, e que não se encon-

travam integrados num processo de SCE apresentavam níveis de burnout mais elevados;

• Do mesmo modo, a falta de tempo para as sessões de SCE

aumenta os níveis de stress;

• Os enfermeiros com percepção de suporte por parte dos

seus supervisores mais elevada apresentam níveis de burnout menores.

(Hykas, Appelk- vist-Schmidle- chner, & Kaataja, 2006) Finlândia

• Quantitativo Questioná-

rio sobre os antecedents profissionais;

• Manchester Clinical

Supervision Scale (MCSS);

• Maslach Burnout

Inventory (MBI);

• Good Nursing Care -

questionnaire;

• 799 enfermeiros.

• Determinar como os antece-

dentes dos ‘supervisados e as infra-estruturas organizacio- nais que os rodeiam permitem prever a eficácia da supervisão clínica entre as equipas de enfermagem finlandesas, a sua satisfação com o trabalho, os níveis de burnout e suas percepções acerca da qualidade dos cuidados.

• Os antecedentes e a estrutura organizacional onde os

enfermeiros se encontram envolvidos têm uma influência na apreciação que fazem acerca da eficácia da SCE. Essa avaliação é preditiva do seu nível de burnout, da sua satisfação com o trabalho e da percepção que têm sobre a qualidade dos cuidados;

• É necessário um investimento grande na formação de

competências dos supervisores clínicos.

(Deery, 2005) Reino Unido

• Qualitativo; • Investigação-acção; • 8 enfermeiras especia-

listas em saúde materna e obstétrica.

• Explorar as experiências e vi-

são das necessidades de suporte das enfermeiras especialistas em saúde materna e obstétrica que trabalham na comunidade;

• Identificar de que forma elas

gostariam de receber esse mesmo suporte.

• Este estudo salienta que devido a mudanças organizacio-

nais as necessidades de suporte destas enfermeiras não se encontra a ser totalmente satisfeita;

• Muitas das suas necessidades diferem das necessidades

organizacionais;

• As necessidades de atingimento de indicadores de

produtividade abafam a filosofia e o sentido dos cuidados no âmbito desta especialidade;

• Neste estudo foi sobretudo valorizada a função de

suporte da SCE, nomeadamente no desenvolvimento de competências de relação interpessoal.

(Hastings, Lennon, Redsell, & Chea- ter, 2003) Reino Unido • Misto Workshop de 3 dias; • Questionário; • Entrevista semi-estru- turada; • 10 enfermeiras.

• Avaliar o impacte do treino na

utilização de um instrumento – o Consultation Assessment and Improvement Instrument for Nurses – no desenvolvimento de competências nos Enfermei- ros que trabalham nos cuidados de saúde primários.

• O instrumento foi validado para a população onde foi

aplicado;

• O programa destina-se ao desenvolvimento de novas

competências ao nível dos cuidados de saúde primários, nomeadamente na gestão de doença crónica e na aplicação de protocolos de prscrição. (Teasdale, Brocklehurst, & Thom, 2001) Austália • Misto; • Maslach Burnout Inventory (MBI); • Nursing in Context Questionnaire (NCQ);

• Análise de conteúdo dos

relatórios de incidentes críticos;

• 211 enfermeiras.

• Avaliar os efeitos da SCE e

do suporte informal para as enfermeiras.

• As enfermeiras integradas em programas de SCE conti-

nuavam a utilizar redes informais de suporte, bem como as reuniões de SCE para discussão de temas relacionados com a prática clínica;

• Não existem diferenças significativas para os níveis

de stress e burnout das enfermeiras integradas num programa de SCE e das que não estão, porém no NCQ, as diferenças são mais significativas, nomeadamente com apresentação de melhores resultados nos itens de comuni- cação e suporte, e coping das enfermeiras que têm SCE.

(Sloan, 1999) Reino Unido • Qualitativo Entrevista Focus Group; • 8 enfermeiras participa- ram na entrevista; • 6 enfermeiras participa-

ram no focus group.

• Identificar, na perspectiva dos

supervisados, as características de um bom supervisor;

• Estabelecer um ranking sobre

essas características;

• Explorar as experiências das

enfermeiras sobre o processo supervisivo.

• Necessidade de separar a supervisão clínica de pares

da gestão;

• Necessidade de formação e treino , tanto para supervi-

sores como para supervisados, nomeadamente sobre o processo supervisivo, os modelos de supervisão:

• A possibilidade de escolha do supervisor e de definição da

(Blackford & Street, 1999) Austrália • Qualitativo • Aplicação da adaptação do modelo de Smith desenvolvido em 1984 composto por 4 fases 8 enfermeiras.

• Avaliar a adequação de um

modelo de SCE, no desen- volvimento profissional dos enfermeiros em contexto de cuidados pediátricos:

• A oportunidade de reflexão sobre as práticas foi apontada

como uma mais- valia ao processo de SCE;

• A consciencialização sobre a qualidade dos cuidados

permitiu a desconstrução e reconstrução de práticas ali- cerçadas em reflexão e um novo entendimento sobre elas;

• Uma das dificuldades referida no decurso deste processo

foi a falta de tempo disponível para as conferências de supervisão.

(Bowles & Young, 1999)

Reino Unido • Misto.

• Desenvolvimento de um

instrumento de avaliação dos processos supervisivos baseado no modelo de três funções de Proctor.

• Neste modelo os supervisores são externos ao serviço

onde a SCE é realizada;

• Apenas metade tem categoria profissional superior à do

supervisado;

• As respostas aos questionários apontam para benefícios

da SCE nas três funções propostas por Proctor;

• O tempo de experiência do supervisor é directamente

proporcional à satisfação dos supervisados;

• Do mesmo modo, quanto mais tempo de experiência pro-

fissional no mesmo serviço, menos valorizadas as funções formativas e restaurativas. (White, et al., 1998) Reino Unido • Qualitativo; • Entrevistas semi-estru- turadas; • 34 enfermeiras.

• Promover uma visão sobre

a utilidade de alguns instru- mentos estandardizados para avaliação dos processos de SCE;

• Elaborar um relatório das

actividades supervisivas já implementadas.

• Não existe uma definição de SCE, nem as pessoas envol-

vidas conseguem ainda definir claramente o seu âmbito e abrangência;

• A estrutura de SCE mais comum é de um para um, mas

existem também experiências de SCE em grupos de 5 supervisados;

• Uma das regras é a confidencialidade da informação que

é partilhada nesses encontros;

• Não existe um modelo para o processo que se encontre na

génese e na orientação da SCE, embora quando referido, o modelo que se salienta é o modelo de Proctor;

• Em termos de resultados, estes organizam-se em dois

níveis: pessoal e organizacional;

• As principais preocupações referidas são o tempo, o

treino, a preparação para a SCE e a ligação deste processo aos cuidados prestados ao doente.

Discussão dos resultados

Notamos que a maioria dos estudos foi realizada em países anglo-saxónicos, sendo que no nosso país os estudos realizados neste âmbito foram efectuados pelo mesmo investigador. Os estudos realizados apresentam baixos níveis de evidência. E centram-se principalmente nos efeitos e nos resultados da SCE e não na forma como se implementa, nem em modelos de supervisão.

Existem poucos estudos que evidenciem as características do supervisor clínico em Enferma- gem, e como é realizada a sua formação.

O tamanho das amostras e a diferença de metodologia de avaliação de resultados torna difícil a sua generalização e a sua comparabilidade.

Conclusões

A SCE de pares é uma área de investigação menos valorizada pelos enfermeiros em todo o mundo.

Da pesquisa realizada, o estado da arte revela-nos estudos de baixa evidência e centrados nos efeitos e resultados.

É necessário aprofundar aspetos relacionados com a cultura das organizações no âmbito da SCE, quais as áreas de cuidados em que prioritariamente deveria ser implementada, deste modo pensando se esta se destina a todos os Enfermeiros.

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