Técnica de coleta de dados

ligada aos custos de produção, que dependendo do valor final pode inviabilizar o acesso em massa do produto às pessoas. É importante ressaltar que ao final do festival, os vencedores recebem um capital semente (um valor em dinheiro dos apoiadores) para dar continuidade no processo de desenvolvimento das iniciativas sociais.

Esses três projetos e a metodologia foram analisados segundo as lentes dos autores selecionados para o estudo, o que deu base para responder à pergunta de pesquisa, ora apresentada: A metodologia Startup Enxuta utilizada no SGB e as iniciativas sociais, vencedoras do Festival Social Good Brasil 2017, podem ser consideradas como Tecnologia Social geradora de Inovação Social?

3.5.TÉCNICA DE COLETA DE DADOS

Para que o problema deste estudo seja respondido de forma adequada é necessário a coleta de dados de forma primária e secundária.

A coleta de dados aborda a forma com que as informações são captadas para responder ao problema de pesquisa. Segundo Creswell (2007) os procedimentos para coleta de dados de uma pesquisa qualitativa incluem estabelecer as fronteiras para o estudo, coletar informações através de observações e entrevistas estruturadas, semiestruturadas, documentos e materiais visuais, bem como estabelecer o protocolo para registrar informações. Vergara (2009) reforça que a coleta de dados é a relação de objetivos e os meios para alcançá-los, bem como justificativa e adequação de um ao outro.

O estudo realiza a coleta de dados através de entrevista estruturadas, pesquisa documental, bibliográfica e observação.

Conforme Flick (2009) a pesquisa documental é baseada em documentos e artefatos padronizados na medida em que ocorrem tipicamente em determinados formatos como: notas, relatórios de caso, contratos, rascunhos, certidões de óbito, anotações, diários, estatísticas, certidões, sentenças, cartas ou pareceres de especialistas. Segundo Yin (2005) no estudo de caso, o uso mais importante de documentos é valorizar as evidências oriundas de várias fontes. Martins (2008) corrobora apontando que para se compor uma plataforma teórica de um estudo de

caso são conduzidas pesquisas bibliográficas (levantamento de referências expostas em meios escritos ou outros meios) e pesquisas documentais que se assemelha a bibliográfica, todavia não levanta material editado (livros, periódicos, etc.), mas busca material que não foi editado como cartas, memorandos, correspondências de outros tipos, avisos, agendas, propostas, relatórios, estudos, avaliações, etc.

As entrevistas estruturadas combinam perguntas abertas e fechadas dando abertura para o entrevistado se expor, o que possibilita o entrevistador obter mais detalhes sobre o tema pesquisado. Essa entrevista geralmente ocorre de forma mais informal para maior fruição do entrevistado e tem como fator importante a condução coerente do pesquisador sob o tema em pauta. A entrevista informal é uma conversa aberta que, segundo Creswell (2007), envolvem perguntas abertas, pois pretendem extrair visões e opiniões dos participantes. Para Martins (2008) a entrevista trata-se de uma técnica de pesquisa para coleta de dados cujo objetivo básico é entender e compreender o significado que os entrevistados atribuem a questões e situações, em contextos que não foram estruturados, com base nas suposições e conjecturas do pesquisador.

A entrevista aberta é utilizada quando o pesquisador deseja obter o maior número possível de informações sobre determinado tema, segundo a visão do entrevistador, e também para obter um maior detalhamento do assunto em questão. Ela é utilizada geralmente na descrição de casos individuais, na compreensão de especificidades culturais para determinados grupos e para comparabilidade de diversos casos (MINAYO, 2005, p. 74).

Foi necessário o desenvolvimento do roteiro de pesquisa, onde estão todas as questões abordadas diante do público entrevistado, este roteiro encontra-se no apêndice B do presente trabalho. As pessoas selecionadas para responderem os questionamentos foram 7 profissionais envolvidos na gestão da organização, coordenação dos projetos e desenvolvimento da metodologia aplicada, mais os 3 empreendedores das iniciativas sociais vencedoras da edição 2017 do Festival Social Good Brasil, totalizando 10 profissionais chaves com alta relevância para este estudo. Os 7 gestores da organização são pessoas que, atualmente, corroboram com a construção das atividades desenvolvidas pelo SGB, através de seus conhecimentos dentro das áreas de gestão pessoas, administração, gestão de projetos e capacitação, os 3 empreendedores sociais são especificamente participantes da edição 2017 do Festival Social Good Brasil e vivenciaram todas as

etapas que o presente estudo investiga, o que legitima a escolha de cada pessoa entrevistada neste estudo. As entrevistas foram coletadas de acordo com o agendamento definido anteriormente com cada um dos entrevistados. Foram utilizados meios digitais para entrevistas, tais como Skype, Whatsapp e Google Hangout. Além disso, o tempo estimado para cada entrevista era de, aproximadamente, 1 hora, porém havia momentos em que o pesquisador e o entrevistado conversavam sobre diversos assuntos como forma de acolhimento diante de uma situação desconhecia, o que é normal ocorrer na entrevista informal. A partir dessa etapa todas as entrevistas foram transcritas, na integra, e geraram um relatório com 52 páginas de dados brutos, esses dados foram decupados e organizados através de software de análise de dados qualitativos, ATLAS.ti, visando a maior organização e eficácia na extração das informações subjetivas dos entrevistados.

Vale ressaltar que a pesquisa opta por não identificar os entrevistados. Dessa forma, os gestores do SGB são citados como G1, G2, G3, G4, G5, G6, G7. Da mesma maneira, os três empreendedores sociais são citados como E1, E2 e E3.

A coleta de dados envolveu os dados primários e secundários. Os dados secundários serão coletados a partir da pesquisa documental e bibliográfica, enquanto os primários através das entrevistas semiestruturadas e a observação.

Segundo Yin (2005) as entrevistas são umas das mais importantes fontes de informação para o estudo de caso. Vergara (2009) afirma que a entrevista é um procedimento de perguntas e respostas orais. Para Martins (2008) a entrevista trata- se de uma técnica de pesquisa para coleta de dados cujo objetivo básico é entender e compreender o significado que os entrevistados atribuem a questões e situações, em contextos que não foram estruturados, com base nas suposições e conjecturas do pesquisador.

A entrevista aberta é utilizada quando o pesquisador deseja obter o maior número possível de informações sobre determinado tema, segundo a visão do entrevistador, e também para obter um maior detalhamento do assunto em questão. Ela é utilizada geralmente na descrição de casos individuais, na compreensão de especificidades culturais para determinados grupos e para comparabilidade de diversos casos (MINAYO, 2005, p. 74).

Os dados foram coletados de acordo com planejamento e agendamento das entrevistas. Em função das atividades e compromissos dos gestores pode ser

utilizada a vídeo conferência como ferramenta principal para viabilizar as entrevistas. Todas as entrevistas possuirão limite de tempo e terão o conteúdo gravados com autorização prévia dos participantes.

Apresentados os fundamentos para a coleta de dados, no próximo capítulo é abordado a metodologia de análise e interpretação dos dados.

3.6. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Após a coleta de dados, foi necessário iniciar o processo de análise e interpretação das informações com a finalidade de responder o problema de pesquisa. Segundo Creswell (2007), o processo de análise de dados consiste em extrair sentido dos dados de texto e imagem. Envolve preparar os dados para a análise, conduzir análises, fazer representação dos dados e uma interpretação do significado mais amplo dos dados.

A estratégia utilizada para analisar os dados coletados nas pesquisas foi o método de análise de conteúdo. No primeiro momento, as pesquisas foram transcritas para o meio digital e posteriormente analisadas por meio dos doze aspectos de uma Tecnologia Social. Para Martins (2008) a análise de conteúdo é uma técnica para estudar e analisar a comunicação de maneira objetiva, sistemática e quantitativa. Geralmente, a aplicação desta técnica acontece após, ou em conjunto, com uma pesquisa documental, ou mesmo após a realização de entrevistas. Análise de conteúdo é considerada uma técnica para o tratamento de dados que visa identificar o que está sendo dito a respeito de determinado tema (VERGARA, 2005). Para Flick (2009) análise qualitativa de conteúdo é um dos procedimentos clássicos para analisar o material textual, não importando a origem do material que pode variar desde produtos de mídia até dados de entrevista.

Martins (2008) afirma que a triangulação visa determinar a exata posição de um objeto a partir de diversos pontos de referência. A convergência de resultados advindos de fontes distintas oferece um excelente grau de confiabilidade ao estudo, muito além de pesquisas orientadas por outras estratégias.

Abaixo segue a síntese metodológica realizada nesse estudo.