• Nenhum resultado encontrado

pesquisa realiza monitoramento consistente das mesmas, apresentando um compromisso para com o potencial educativo e formativo de seus alunos. Também se atenta ao fato de ser essa a fase mais propícia para que a criança se alfabetize, bem como amadureça seu raciocínio lógico-matemático. E, quanto a escolha das disciplinas, é porque estas também são as mesmas disciplinas avaliadas nas devidas avaliações.

Portanto, parto da premissa de coletar e analisar dados e informações que dizem respeito a uma amostra (também matizadas pelas características regionais) da realidade brasileira, onde a seleção da referida amostra deu-se de forma não-probabilística, isto é, intencionalmente, de acordo com a concordância em participar dos respondentes, desde que sejam resguardados os pré-requisitos acima mencionados.

2.3 Técnicas e instrumentos de coleta de dados

Na intenção de contemplar as características de uma pesquisa qualitativa, selecionamos alguns instrumentos e técnicas de coleta de dados, para a melhor compreensão do fenômeno em fase de análise. São elas: entrevistas semiestruturadas, questionários mistos e análise documental. Portanto, este estudo foi construído, ainda, por meio de pesquisas bibliográfica e empírica.

2.3.1 Pesquisa bibliográfica

Neste tópico, faremos uma abordagem dos teóricos e autores conceituados que serão referência para a construção de nossa dissertação. Para a coleta de dados teóricos desta pesquisa, recorremos a estudiosos e teóricos renomados no ramo avaliação educacional como Escorza (2003), Guba e Lincoln (2011) e Vianna (2000), na perspectiva histórica da avaliação. Beyer (2005), Pessotti (1984), Pletsch e Braun (2008) ao tratar da avaliação inclusiva e da história de vida das pessoas com deficiência, dentre outros. Em relação às leis vigentes sobre políticas públicas, utilizamos a LDB 9394/96, bem como a Constituição Federal de 1988, pois ambas se encarregarão de abordar as políticas públicas inclusivas, além dos demais aportes legais disponíveis, destinados a este fim.

Diante dos achados bibliográficos, constamos que é restrita a quantidade das pesquisas científicas que abrangem a avaliação da aprendizagem do aluno com DI no sistema regular de ensino brasileiro (BEYER, 2005).

2.3.2 Pesquisa empírica

Para Gonsalves (2001, p. 64) “Podemos classificar as pesquisas segundo diferentes critérios: segundo seus objetivos, segundo seus procedimentos de coleta, segundo suas fontes de informações e ainda segundo a natureza de seus dados”. Nesse ínterim, dados os objetivos, esta pesquisa é de natureza qualitativa; utilizou-se de entrevistas semiestruturadas com os professores, coordenadores pedagógicos, diretores escolares e familiares de crianças com DI. A pesquisa qualitativa responde a perguntas muito peculiares, por trabalhar em um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado. Isso significa que ela trabalha com os significados, crenças, motivos, aspirações, valores e atitudes (MINAYO, 2001). “[...] a pesquisa qualitativa tende a salientar os aspectos dinâmicos, holísticos e individuais da experiência humana, para apreender a totalidade no contexto daqueles que estão vivendo o fenômeno” (POLIT, BECK, HUNGLER, 2004, p. 201).

Portanto, neste estudo, o emprego da pesquisa qualitativa é justificado porque o mesmo requer um contato direto do pesquisador com o campo de pesquisa, procurando abordar a interação dos sujeitos no ato da avaliação (professor x aluno), identificar os sentimentos dos professores que permeiam todo esse processo, bem como coletar sugestões dos mesmos frente ao processo de avaliação de alunos com DI.

2.3.2.1 Entrevista semiestruturada

A entrevista semiestruturada foi realizada com os professores e coordenadores pedagógicos de Língua Portuguesa e Matemática de 2º e 5º anos dos anos iniciais do Ensino Fundamental das escolas selecionadas, bem como com os pais ou responsáveis pelos alunos com DI. A escolha desse instrumento, inicialmente, se deu devido às suas vantagens em relação às demais técnicas de questionários (formulários, leitura documentada e observação participativa), pois, de acordo com Rosa e Arnoldi (2006), permitem acesso a significativa riqueza informativa, possibilitando uma oportunidade de esclarecimentos ao pesquisador.

A técnica mais pertinente quando o pesquisador quer obter informações a respeito do seu objeto, que permitam conhecer sobre atitudes, sentimentos e valores subjacentes ao comportamento, o que significa que se pode ir além das descrições das ações, incorporando novas fontes para a interpretação dos resultados pelos próprios entrevistadores.

Logo, em relação à entrevista semiestruturada, Rosa e Arnoldi (2006, p. 87), ressaltam que:

Permitem a obtenção de grande riqueza informativa – intensiva, holística e contextualizada – por serem dotadas de um estilo especialmente aberto, já que se utilizam de questionamentos semi-estruturados [sic]. Proporcionam ao entrevistador uma oportunidade de esclarecimentos, junto aos segmentos momentâneos de perguntas e respostas, possibilitando a inclusão de roteiros não previstos, sendo esse um marco de interação mais direta, personalizada, flexível e espontânea.

Salientamos que a entrevista semiestruturada deixa o pesquisador mais à vontade, por ser flexível quanto às perguntas, podendo estas serem desenvolvidas no decorrer dos diálogos. Podem, ainda, ser acrescidas mais perguntas, ou excluídas outras, tornando, por conseguinte, as respostas mais livres e espontâneas, não obrigando o então pesquisador a ficar preso às perguntas, mesmo tendo este, foco e objetivos bem definidos quanto ao seu campo de investigação.

2.3.2.2 Questionários mistos

A utilização do questionário em uma pesquisa tem como intuito fomentar uma maior compreensão dos dados, objetivando possibilitar informações referentes aos pontos que delineiam o objeto de estudo, maximizando o domínio da compreensão sobre a temática, podendo confirmar ou não os pressupostos da investigação (GIL, 1999, 2010; LAVILLE; DIONNE, 1999).

Para Chizzotti (2005, p. 55), questionário significa:

[...] um conjunto de questões pré-elaboradas, sistemática e sequencialmente dispostas em itens que constituem o tema da pesquisa, com o objetivo de suscitar dos informantes respostas por escrito ou verbalmente sobre o assunto que os informantes saibam opinar ou informar. É uma interlocução planejada.

Quanto a classificação, os questionários se subdividem em: fechado, aberto e misto. A saber: i) fechado, quando as respostas são elaboradas pelo pesquisador, cabendo ao respondente, portanto, escolher a resposta que melhor expressa a sua opinião; ii) aberto: é um

instrumento mais flexível, permitindo a pessoa construir sua resposta; iii) misto, utiliza-se tanto de perguntas abertas quanto fechadas, proporcionando maior consistência aos resultados (LAVILLE; DIONNE, 1999).

Nessa direção, aplicou-se questionários com perguntas mistas direcionadas aos docentes e coordenadores pedagógicos, diretores escolares e familiares dos alunos com DI. Logo, foi aplicado um questionário dispondo de: i) 7 questões abertas e 5 questões fechadas para os docentes e coordenadores pedagógicos; ii) 7 questões abertas para os diretores escolares e iii) 9 questões abertas para os familiares de alunos com DI.

2.3.2.3 Procedimentos éticos

O presente projeto respeitou as premissas de uma pesquisa científica, sendo o mesmo submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará (UFC), através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por parte dos participantes da pesquisa. As entrevistas foram realizadas nas escolas escolhidas para a pesquisa, e gravadas em áudio Mp3. Ressaltamos que todos os dados, bem como a identidade dos sujeitos envolvidos na pesquisa foram resguardados, sendo utilizados apenas para fins desta pesquisa.

Logo, respaldado da Resolução atual nº 510/2016 do Comitê de Ética e Pesquisa, o presente estudo obedeceu a todos os procedimentos éticos como aditivo para a área de pesquisa em ciências humanas e sociais aplicadas, “Considerando que a pesquisa em ciências humanas e sociais exige respeito e garantia do pleno exercício dos direitos dos participantes, devendo ser concebida, avaliada e realizada de modo a prever e evitar possíveis danos aos participantes” (BRASIL, 2016).

Portanto, toda a pesquisa foi respaldada nos princípios éticos da Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016, bem como pelas normas e diretrizes que regulamentam as pesquisas que envolvem seres humanos, com base na ética enquanto construção humana, e respeito à dignidade humana, uma vez que os procedimentos metodológicos aplicados nesta pesquisa implicaram na utilização de dados obtidos de forma direta com os participantes.