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publicação x universidades que subsidiaram a pesquisa

4 MÉTODO

4.4 T RATAMENTO DOS D ADOS

O tratamento dos dados desta pesquisa ocorreu em duas fases. Na primeira fase, com base nos dados de identificação e dos resumos das teses e dissertações selecionadas, procuramos traçar suas características em relação aos seguintes aspectos: como se estabelecia a distribuição das teses e dissertações selecionadas nos anos pesquisados; quais regiões do país desenvolveram estudos utilizando o método de pesquisa colaborativa tendo como foco a formação de profissionais da educação para inclusão dos alunos com NEE; quais universidades e programas de pós-graduação desenvolveram pesquisas com esse método e foco; em quais níveis esses estudos foram realizados, se em nível de mestrado ou doutorado.

A segunda fase de análise ocorreu por meio da leitura na íntegra das 22 produções selecionadas. Com base nos seus objetivos, procedimentos e resultados alcançados, procuramos apreender seu movimento de forma a captar os mecanismos que orientaram o processo de construção da pesquisa-ação colaborativa e as mudanças, conceituais e práticas, ocorridas por meio da mediação do pesquisador.

Utilizamos as seguintes questões como balizadoras para construção das categorias de análise: quais os objetivos e focos de estudo anunciados por essas

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produções? Como ocorreu o processo de levantamento de dados? Quais estratégias de intervenção foram utilizadas junto aos professores/profissionais participantes? Quais os procedimentos e instrumentos utilizados para avaliação do processo de intervenção desenvolvido nas pesquisas selecionadas? E, por último, quais foram os resultados alcançados na pesquisa?

Estes questionamentos orientaram a análise de dados, os quais foram organizados em categorias seguindo a sistemática da Análise de Conteúdo de Bardin (1977, p. 48), que é definida como:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

Desta forma, os dados colhidos foram organizados de acordo com as três etapas assinaladas por Bardin (1977, p.95):

1) Pré-análise;

2) Exploração do material;

3) Tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.

Desta forma, considerando o método de Bardin (1977) os objetivos traçados nesse estudo, iniciamos a análise dos dados realizando a leitura de todas as produções selecionadas, a fim de identificar as características dos aspectos recorrentes que se apresentavam em seus objetivos, método, procedimento, resultados e conclusão.

Esse procedimento consistiu na etapa de pré-análise, que tem como objetivo organizar e sistematizar os materiais disponíveis para o estudo, em nosso caso, teses e dissertações. Segundo Bardin (1977, p. 95) essa fase consiste em “[...] tornar operacionais e sistematizar as ideias iniciais, de maneira a conduzir a um esquema preciso de desenvolvimento das operações sucessivas”.

Desta forma, cabe ao pesquisador escolher os documentos, formular hipóteses e elaborar indicadores que possibilitarão discutir seus resultados e fundamentar a interpretação final. Nessa fase, realiza-se a chamada “leitura

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flutuante”, que permite conhecer o documento, fazer anotações e obter algumas impressões.

O pesquisador recorta trechos que possam ilustrar o que se pretende discutir, tendo o cuidado de não os descontextualizar. Após esses processos, começam a aparecer os temas de análise, o chamado corpus da pesquisa (BARDIN, 1977).

Essa etapa, ou seja, a leitura das produções selecionadas possibilitou que construíssemos um protocolo de registro (Apêndice 1), no qual os dados das pesquisas foram tomados como base para dispô-los nas categorias.

A partir dos protocolos de registro, fizemos a exploração do material, que consistiu em tratar o material ou codificá-lo, ou seja, transformar os dados brutos do texto ou material coletado, por meio de recorte, agregação ou enumeração, em uma representação do conteúdo ou da sua expressão, “[...] susceptível a esclarecer o analista acerca das características do texto, que podem servir de índices [...]” (BARDIN, 1977, p. 103), ou seja, contempla a contagem de ideias repetidas, a enumeração de situações que aparecem mais de uma vez ou mesmo aquelas que são completamente ausentes, apresentando categorias que são comuns e as díspares.

Desta forma, considerando os conteúdos dispostos nos protocolos de registro, extraímos os fragmentos de relato que consideramos que respondiam aos nossos questionamentos, tais fragmentos correspondem às unidades de registro, e estas unidades, por sua vez, foram organizadas em categorias de análise. Em outras palavras, as categorias de análise foram constituídas por fragmentos extraídos dos protocolos de registros das teses e dissertações, com base no referencial teórico adotado como fundamentação dessa pesquisa e pelas questões que pretendíamos responder.

Como resultado, chegamos a um grupo de quatro categorias de análise e cinco subcategorias, como estão expostas no quadro 2, a seguir.

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Quadro 2 – Procedimentos e categorias de análise dos dados das pesquisas selecionadas

Fonte: a própria autora.

Após a exploração do material e a organização dos dados em categorias de análise, realizamos a última etapa do tratamento dos dados denominada como tratamento dos resultados, inferência e interpretação, que refere-se à análise propriamente dita.

Assim, em posse do conteúdo extraído dos protocolos de registro e organizado nas categorias de análise que estipulamos, procuramos informações que discutissem ou respaldassem os resultados encontrados, a fim de ir além e buscar sentidos para os dados.

80 [...] o analista, tendo à sua disposição resultado significativos e fiéis, pode então propor inferências e adiantar interpretações a propósito dos objectivos previstos, ou que digam respeito a outras descobertas inesperadas. Por outro lado, os resultados obtidos, a confrontação sistemática com o material e o tipo de inferências alcançadas, podem servir de base a uma outra análise disposta em torno de novas dimensões teóricas, ou praticada graças a técnicas diferentes.

Portanto, este procedimento foi escolhido porque permite explorar os dados brutos obtidos por meio da pesquisa, reunir maior número de informações sobre o tema estudado, correlacioná-los e organizá-los em classes de acontecimentos e, por último, discuti-los com outros referenciais.

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