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Tabela com nível de transformação da Ilhinha

III.3 O BAIRRO DA ILHINHA

III.3.7 Tabela com nível de transformação da Ilhinha

A história e evolução urbana da Ilhinha apresenta elevada transformação (nível 3), como seja: no início como colônia de pescadores, posteriormente com a relocação de moradores em área precária (Lagoa da Jansen), depois como conjunto habitacional e, atualmente, apresentando inúmeras ocupações irregulares.

Assim, conforme o Plano Diretor da cidade, a área conta com duas zonas distintas, porém ambas sendo ZIS. Apesar dessa unificação da área (ZIS), notam-se divergências do que está escrito na norma e do que se encontra na realidade, atribuindo um valor intermediário (nível 2).

A área da Ilhinha apresenta um baixo nível social e econômico, contribuindo para uma falta de infraestrutura nas residências, gerando um nível alto de transformação (nível 3).

Em relação ao uso, ocupação do solo e hierarquia viária, houve grande transformação desde o seu início, como foi dito anteriormente no item “História e evolução urbana”, contribuindo para o seu alto valor em nível de transformação (nível 3).

A Densidade demográfica na área da Ilhinha registrava valores bem elevados, gerando nível máximo de transformação (nível 3).

A Tabela 7 abaixo exemplifica o nível de transformação na Ilhinha.

Tabela 7 - Nível de transformação na Ilhinha

Fatores Analisados Nível de Transformação

História e evolução urbana 3

Características de acordo com o Plano Diretor da cidade 2

Dados socioeconômicos 3

Uso e ocupação do solo 3

Hierarquia viária e Transporte 3

Densidade demográfica 3

III.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO

Para se estudar o contraste urbano da Península e Ilhinha, se fez necessário compreender a história e a evolução urbana dos bairros Ponta D’Areia, São Francisco e claro, da própria Ilhinha.

A Ponta D’Areia teve seu início com a função de proteção da cidade com o Forte de Santo Antônio, e ao longo do tempo possuiu vários planos governamentais para o seu crescimento e sua urbanização (Planos Diretores de 1958 e 1971). A partir da década de 1980, com a expansão da cidade, o bairro se tornou alvo das imobiliárias e um atrativo para as classes de maior poder aquisitivo, graças à sua localização. Na década 1990, com o avanço da cidade em direção às praias, o bairro começou a se expandir em meio aos vazios demográficos, que anos mais tarde se tornariam condomínios de alto padrão de luxo, como é o caso específico da Península. Atualmente, o bairro se caracteriza por ser um dos pontos mais atrativos e caros da cidade. Dessa forma, ao analisar toda a história e sua evolução urbana, pode-se concluir que houve um direcionamento de construção da cidade pelo mercado imobiliário na área da Península da Ponta D’Areia.

A história e evolução urbana, desde o nascimento da Península, apresenta pouca transformação, pois ainda exibe seu traçado urbano original, e em função disso apontou pouca mudança em relação ao uso, ocupação do solo e hierarquia viária. Atualmente, se caracteriza por ser uma área verticalizada, com presença de inúmeros edifícios com gabarito máximo permitido, predominantemente residencial.

Em relação ao Plano Diretor da cidade, há quatro zonas distintas. Cada zona com sua característica própria de edificação. A área também apresenta um elevado nível social e econômico, contribuindo para uma melhoria construtiva na área, elevando o valor do m2 construído.

A densidade demográfica na área da Península registra valores baixos e até mínimos (quase 2.277 habitantes/km²), contrastando com a área da Ilhinha, onde se pode encontrar mais de 13.000 habitantes/km².

Na Ilhinha, viu-se que a sua origem estava relacionada ao povoamento de uma colônia de pescadores. Ao longo da história, a Ilhinha foi palco de uma importante relocação do contingente que habitava palafitas ao redor da Lagoa da Jansen para o Residencial Ana Jansen. Essa política habitacional impulsionou o crescimento demográfico na Ilhinha, gerando novas ocupações irregulares nas imediações. Sendo uma ZIS, a área é caracterizada por políticas de habitação social.

Assim, chega-se à confirmação da primeira hipótese: (H1) A situação do contraste urbano na área foi construída, por um lado, pelas políticas de habitação social (Ilhinha) e, pelo outro, através do direcionamento da construção da cidade pelo mercado imobiliário (Península).

Em relação ao uso, ocupação do solo e hierarquia viária, houve grande transformação desde o início da Ilhinha: área densamente povoada, caracterizada por edificações térreas e de função residencial e comercial (função mista), em seu interior as ruas são estreitas e apresentam becos sem saída, com falta de infraestrutura e equipamentos urbanos. Essas características facilitam o comércio de tráfico de drogas no local e o aumento da insegurança.

A área da Ilhinha apresenta ainda um baixo nível social e econômico. É importante atinar que a população economicamente ativa da Ilhinha é absorvida pela Península, onde não se exige uma mão de obra qualificada.

Em relação aos pontos positivos do Bairro da Ilhinha, destaca-se a sua localização privilegiada ao se comparar com as outras áreas de interesse social, que estão situadas na periferia da cidade. O Bairro da Ilhinha fica próximo do Centro Histórico de São Luís, bem como do litoral e de um dos mais importantes pontos noturnos de diversão e esporte da cidade: a Lagoa da Jansen.

No próximo capítulo, tratar-se-á de dois estudos de caso de contrastes urbanos Brasileiros: o caso do Morumbi e Paraisópolis, em São Paulo; e o caso do Pina e Brasília Teimosa, em Recife. Esses locais, que apresentam extrema semelhança no país, foram observados para poder compreender sua evolução urbana de contraste e caracterizar também ao nível urbano, socioeconômico e demográfico. Analisar atividades e projetos que deram certo nessas áreas é importante para que possam ser replicados em futuros projetos e diretrizes em locais que estejam na mesma situação de contraste urbano.

CAPÍTULO IV

ESTUDOS DE CASO: MORUMBI E PARAISÓPOLIS, SÃO PAULO; PINA E BRASÍLIA TEIMOSA, RECIFE

Para um melhor entendimento da pesquisa, selecionaram-se dois estudos de caso de contrastes urbanos brasileiros: o primeiro localizado na região Sudeste, na cidade de São Paulo, englobando os bairros do Morumbi e Paraisópolis; e o segundo na região Nordeste, na cidade do Recife, abrangendo os bairros Pina e Brasília Teimosa.

A seleção de ambos os estudos de caso se deu, sobretudo, pela importância das áreas no contexto urbano das cidades e por serem pontos de antigos conflitos sociais. Os critérios analisados foram os mesmos observados no capítulo anterior, quando da análise da Península e Ilhinha, quais sejam: história e evolução urbana; características em relação ao Plano Diretor; dados socioeconômicos; uso e ocupação do solo; hierarquia viária e transporte; densidade demográfica; e tabela síntese com nível de transformação. Assim, procura-se compreender melhor sobre os agentes causadores e modificadores do espaço urbano.

IV.1 CASO MORUMBI E PARAISÓPOLIS (SÃO PAULO)