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Entendemos que para propiciar um ensino satisfatório envolvendo todos os alunos, a aula precisa ser motivadora e interessante. O computador utilizado como um recurso didático é uma das ferramentas que pode incentivar e propiciar aulas que despertem a curiosidade e o interesse dos alunos nos estudos.

Os PCN de Matemática reforçam a importância do uso dos computadores aplicados na sala de aula, ao apresentar os seguintes comentários:

As experiências escolares com o computador também têm mostrado que seu uso efetivo pode levar ao estabelecimento de uma nova relação professor-aluno, marcada por uma maior proximidade, interação e colaboração. Isso define uma nova visão do professor, de longe de considerar-se um profissional pronto, ao final de sua formação acadêmica, tem de continuar em formação permanente ao longo de sua vida profissional. (1998, p. 44)

Quando o professor se propõe a elaborar atividades no ambiente computacional, é necessário que no preparo das aulas se tenha um determinado objetivo ou uma intenção pré-estabelecida, ou seja, é importante elaborar atividades no ambiente computacional, usando programas educativos que favoreçam a promoção do ensino ou a construção do conhecimento pelo aluno. Sabemos que a maioria de nossos alunos tem tido contato lúdico com a tecnologia em seu cotidiano, e conseqüentemente o uso adequado que fazem do computador pode ajudá-los no processo de aprendizagem, favorecendo uma aprendizagem significativa.

Valente ressalta a importância do uso do computador quando diz que:

O mundo atualmente exige um profissional crítico, criativo, com capacidade de pensar, de aprender a aprender, de trabalhar em grupo e de conhecer o seu potencial intelectual, com capacidade de constante aprimoramento e depuração de idéias e ações. Certamente, essa nova atitude não é passível de ser transmitida mas deve ser construída e desenvolvida por cada indivíduo, ou seja, deve ser fruto de um processo educacional em que o aluno vivencie situações que lhe permitam construir e desenvolver essas competências. E o computador pode ser um importante aliado nesse processo. (2001, p. 3)

Perrenoud (1998) nos mostra a importância da formação contínua visando as competências para ensinar, ressaltando o trabalho com alunos a partir dos

Capítulo 2 – Aporte Teórico Renata Siano Gonçalves

40 erros e obstáculos à aprendizagem; trabalhar com alunos em grande dificuldade; observar e avaliar o aluno para verificar se o trabalho do professor foi adequado ao objetivo estabelecido inicialmente; utilizar tecnologias explorando o que o programa tem de útil para viabilizar o ensino e a aprendizagem, visando o objetivo estabelecido pelas áreas de ensino.

O autor propõe algumas competências para ensinar, como vemos na tabela a seguir:

Competências de Referência Competências mais específicas a serem trabalhadas em formação contínua 1. Organizar e animar situações de

aprendizagem • Conhecer, em uma determinada disciplina, os conteúdos a ensinar e sua tradução em objetivos de aprendizagem;

• Trabalhar a partir das representações dos alunos; • Trabalhar a partir dos erros e obstáculos à

aprendizagem;

• Construir e planejar dispositivos e seqüências didáticas;

• Comprometer os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento.

2. Gerir a progressão das

aprendizagens • Conceber e gerir situações-problema ajustadas aos níveis e possibilidades dos alunos; • Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do

ensino primário;

• Estabelecer laços com teorias subjacentes às atividades de aprendizagem;

• Observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, segundo uma abordagem formativa; • Estabelecer balanços periódicos de competências e

tomar decisões de progressão. 3. Conceber e fazer evoluir

dispositivos de diferenciação • Gerir a heterogeneidade dentro de uma classe. • Ampliar a gestão da classe para um espaço mais vasto.

• Praticar o apoio integrado, trabalhar com alunos em grande dificuldade.

• Desenvolver a cooperação entre alunos e certas formas simples de ensino mútuo.

4. Utilizar tecnologias novas • Utilizar softwares de edição de documentos;

• Explorar as potencialidades didáticas dos softwares em relação aos objetivos das áreas de ensino; • Promover a comunicação a distância através da

telemática;

• Utilizar instrumentos multimídia no ensino. Tabela 3 - Competências para formação contínua (FDE 1998, p. 205-251).

É necessário relatarmos que as máquinas (calculadoras, computadores) podem ser aliadas ao processo de ensino-aprendizagem a partir do momento em que exista conscientização de que estas máquinas não podem explicar conceitos,

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discernir, interagir, relacionar. Isso quem faz é o usuário, ou seja, as máquinas podem ser úteis, mas, possuem suas limitações.

Nogueira e Andrade nos dizem que:

Mas poderiam as calculadoras e os computadores, muitas vezes acusados de fazerem os alunos perderem o senso numérico, exercerem o papel oposto, Isto é, usando máquinas e atividades apoiadas por computadores, seria possível proporcionar uma formação matemática mais condizente com o exercício da cidadania?

Acreditamos que sim, alem de tornar as aulas mais atraentes, permitem a aplicação e a confrontação com a realidade dos conhecimentos adquiridos; bem como motiva a investigação que conduz a prazerosas descobertas, constituindo-se, assim, num poderoso facilitador da construção de conceitos. As novas tecnologias, juntamente com os

softwares de computação simbólica de matemática, que hoje já poderiam ser usados no ensino, dão apoio as funções intelectuais que amplificam, exteriorizam e modificam importantes funções cognitivas, como a memória (banco de dados), a imaginação (simulação) e a percepção (realidades virtuais).

De novo, entra em questão aqui a formação matemática do usuário, pois discernir entre a resposta obtida e a resposta esperada não é tarefa fácil para quem tem uma formação deficiente em conceitos e pouca experiência matemática.

As atividades apresentadas aos alunos devem ser especialmente elaboradas de modo a enfatizar o uso correto do conceito a serem abordado, tomando-se o cuidado de não apenas enfatizar as qualidades e virtudes do computador, mas também de propor atividades que mostrem as limitações e deficiências da máquina. (2004, p. 28)

Diante de programas que procuram favorecer o processo de ensino- aprendizagem, cabe a nós, orientador do processo, distinguir o que o computador pode oferecer e o que o professor tem como objetivo de ensino.

Segundo Fiorentinie Cristóvão (2006) podemos dizer que as máquinas têm seus limites, o uso indiscriminado e não crítico de computadores pode ter efeitos negativos.

MARQUES e CAETANO (2002) apud PASCHOAL e LANZONI, nos dizem que:

Se a função do computador não for bem compreendida e ele for implementado na escola como virador de páginas de um livro eletrônico, ou um recurso para fixar conteúdo, corre o risco de informatizar uma educação obsoleta, fossilizando-a definitivamente. (2006, p. 175).

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42 No caso do Aplusix, ele não ensina o conceito, ou seja, é necessário o professor desenvolver estratégias de ensino, focando o conceito do conteúdo em sala de aula.

Um dos recursos positivo que o Aplusix oferece é permitir que o usuário envolva-se em suas resoluções. O programa oferece o retorno das respostas do exercício, dando ao aluno a oportunidade de repensar em sua resolução. Ele permite ao professor observar e analisar as estratégias usadas pelos alunos durante o desenvolvimento de suas resoluções.

Nesta pesquisa, resolvemos utilizar uma ferramenta disponível no programa chamada aplusixeditor que permite a construção de situações- problema, pois o nosso objetivo é verificar como os alunos resolvem situações- problema envolvendo Números Inteiros, representado no registro da língua natural.

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A P Í T U L O 3

A N Á L I S E D E P R O P O S T A S D E E N S I N O D O C O N C E I T O D E

N Ú M E R O S I N T E I R O S

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