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4.2 O PROGRAMA “SUS MEDIADO”

4.2.3 Termo de Cooperação Técnica da Defensoria Pública dos Estados do Rio

No Estado do Rio Grande do Norte o Programa SUS Mediado foi implantado com o Termo de Cooperação Técnica de n. 001/2012/DPE-RN5, celebrado entre a

Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte, a Procuradoria-Geral do Estado do Rio Grande do Norte, a Secretária de Saúde do Estado do Rio Grande do Norte e a Defensoria Pública da União no dia 14 de fevereiro de 2012. Posteriormente, por meio do aditamento do Termo, realizado no dia 5 de agosto de 2012, foram acrescentados ao Programa a Procuradoria-Geral do Município do Natal e a Secretaria Municipal de Saúde do Município do Natal (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE et al, 2012 apud COTRIM, 2017).

Como visto anteriormente, o Programa também foi estabelecido no Estado de Rondônia, no dia 27 de março de 2015, por meio do Termo de Cooperação Técnica nº 001/2015/DPE-RO6, firmado entre a Defensoria Pública do Estado de Rondônia, a

Procuradoria Geral do Estado de Rondônia, a Secretaria do Estado de Saúde Pública do Estado de Rondônia, a Defensoria Pública da União, a Procuradoria Geral do Município de Porto Velho e a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho (BERTONE; SILVA, 2018, p. 109).

Os termos de cooperação técnica de cada Estado são muito similares, possuem os mesmos objetivos, recursos orçamentários, estrutura, regras acerca da comissão gestora e obrigações investidas aos partícipes de cada Estado (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE et al, 2012 apud COTRIM, 2017; DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE RONDÔNIA et al, 2015).

A confecção de ambos os Termos de Cooperação almejou: a implementação de políticas públicas que minimizassem os impactos negativos decorrentes da 5 Ver Anexo A (p. 73).

judicialização; a criação de mecanismo extrajudicial de atendimento desburocratizado, célere e eficiente, com garantia de concretização do direito fundamental à saúde para os cidadãos hipossuficientes; e, a aplicação regular das políticas de saúde e facilitação do fluxo de atendimento aos usuários do SUS por meio da realização de apoio operacional entre técnicos da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) no caso do Estado do Rio Grande do Norte ou Secretaria de Estado da Saúde (SESAU) e Secretaria de Saúde do Município de Porto Velho (SEMUSA) no caso do Estado de Rondônia, Defensores Públicos e Procuradores de Estado (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE et al, 2012 apud COTRIM, 2017; DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE RONDÔNIA et al, 2015).

Assim, por meio do Termo de Cooperação Técnica foi instaurada a ampla cooperação entre os partícipes com o intercâmbio de ações e difusão de informações. O Termo apresentou como objetivos específicos: a maior efetividade às políticas públicas de saúde no Estado do Rio Grande do Norte e Rondônia; evitar demandas judiciais e assegurar o acesso aos usuários hipossuficientes do SUS a medicamentos e procedimento médicos de responsabilidade do Estado e padronizados perante o SUS, sem, contudo, impedir a propositura das ações judiciais cabíveis nas hipóteses de urgência ou quando não possível a resolução extrajudicial (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE et al, 2012 apud COTRIM, 2017; DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE RONDÔNIA et al, 2015).

Foi estabelecida como responsabilidade da Defensoria Pública do Estado a disponibilização de sala para atendimento, contando com um computador, impressora, acesso à internet e mobília para atendimento ao público; a realização de triagem dos usuários do Programa; a averiguação da condição socioeconômica; o agendamento para que o usuário seja atendido pela equipe técnica da Secretaria do Estado da Saúde; a designação de Defensores Públicos e estagiários de Direito para prestar apoio técnico jurídico aos servidores designados pelos outros partícipes do Programa; a indicação de um Defensor Público para coordenar o projeto no âmbito institucional (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE et al, 2012 apud COTRIM, 2017; DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE RONDÔNIA et al, 2015).

Para a Defensoria Pública do Estado ficou, ainda, a atribuição de buscar substituição de medicamento prescrito, mediante a expedição de ofício ao médico da pessoa assistida, solicitando opinião técnica específica sobre a substituição sugerida

pelo técnico da saúde presente na sessão de mediação (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE et al, 2012 apud COTRIM, 2017; DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE RONDÔNIA et al, 2015).

Por fim, caso não seja possível a resolução extrajudicial, à Defensoria Pública do Estado caberá a proposição da ação judicial cabível no prazo de 15 (quinze) dias ou o encaminhamento à Defensoria Pública da União dos casos em que o tratamento de saúde necessário não esteja padronizado no SUS (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE et al, 2012 apud COTRIM, 2017; DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE RONDÔNIA et al, 2015).

A Defensoria Pública da União ficou incumbida de receber da Defensoria Pública do Estado as demandas de saúde não contempladas pelo SUS e encaminhar para esta as demandas contempladas pelo SUS que não tenham sido ajuizadas. Ainda, coube à Defensoria Pública da União a designação de um Defensor Público para participar das reuniões do Programa realizadas mensalmente (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE et al, 2012 apud COTRIM, 2017; DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE RONDÔNIA et al, 2015).

Entre as atribuições principais da SESAP – ou SESAU e SAMUSA no caso do Estado de Rondônia – estão a de designar técnicos para auxiliar nas sessões de mediação; prestar apoio operacional aos Defensores Públicos no atendimento à população; analisar as prescrições médicas; prestar esclarecimentos acerca do fornecimento de medicamentos no SUS; examinar a disponibilidade de medicamentos ou a possibilidade de substituição deste por outro com princípio ativo idêntico (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE et al, 2012 apud COTRIM, 2017; DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE RONDÔNIA et al, 2015).

Por fim, a Procuradoria-Geral do Estado deverá participar do planejamento, execução e fiscalização do Programa, acompanhar as sessões de mediação e colaborar com o intercâmbio de informações pertinentes ao seu bom funcionamento e ao estudo do Sistema Único de Saúde (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE et al, 2012 apud COTRIM, 2017; DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE RONDÔNIA et al, 2015).

Ficou estabelecido por meio do Termo de Cooperação Técnica que as sessões de mediação seriam realizadas nas unidades da Defensoria Pública dos Estados, na presença do usuário, assistido por um Defensor Público estadual, um representante

da SESAP e um representante da PGE. Caso seja alcançado êxito na mediação, será firmado termo de acordo entre os presentes, e o arquivamento será realizado após informação da SESAP de que o paciente recebeu o tratamento de saúde solicitado. Caso a conciliação reste inexitosa, o usuário será encaminhado para abertura de ação judicial cabível (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE et al, 2012 apud COTRIM, 2017; DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE RONDÔNIA et al, 2015).

O Programa “SUS Mediado” tem uma Comissão Gestora, formada por um membro de cada um dos partícipes, que terão como atribuição o acompanhamento do desenvolvimento e execução do Programa, com foco à efetividade e celeridade do atendimento. A Comissão Gestora se reunirá mensalmente para avaliação do desempenho do Programa (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE et al, 2012 apud COTRIM, 2017; DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE RONDÔNIA et al, 2015).

Visto isso, na sequência, passa-se à análise dos resultados obtidos com o Programa SUS Mediados nesses dois Estados.

4.2.4 Resultados do Programa “SUS Mediado” nos Estados do Rio Grande do